As Panteras (2019)

Crítica – As Panteras (2019)

Sinopse (imdb): Quando uma jovem engenheira de sistemas alerta sobre uma tecnologia perigosa, as Panteras são acionadas, colocando suas vidas em risco para proteger todos nós.

Lá se vão vinte anos daquele As Panteras com Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu. Claro que Hollywood tem espaço pra outro reboot.

E uma coisa legal deste reboot é que não ignoraram o passado. As Panteras (Charlie’s Angels, no original) mostra rapidamente fotos da série de TV dos anos 70 e umas montagens (meio toscas) com as três atrizes da versão cinematográfica dos anos 00 (além de uma rápida participação surpresa numa cena durante os créditos). Prefiro assim, a história é nova, mas respeita o que já foi feito.

O filme em si é aquilo que se espera. Correria, confusão, piadinhas aqui e ali, e muito girl power. Nada de novo, mas pelo menos cumpre o seu papel: diverte o espectador. A não ser que seja um espectador esperando uma obra prima – e alguém precisa avisar pra esse cara que ele está procurando o filme no lugar errado.

O elenco é bom. O trio novo (Kristen Stewart, Naomi Scott e Ella Balinska) tem química, Elizabeth Banks (que também é a diretora do filme) funciona como a chefe, e ainda tem Patrick Stewart, Djimon Hounsou e Sam Claflin. Ah, não sei se fui o único, mas o Jonathan Tucker me pareceu uma versão mais letal do personagem do Crispin Glover no filme de 2000.

Enfim, uma bobagem divertida.

O Protetor 2

Crítica – O Protetor 2

Sinopse (imdb): Robert McCall pratica uma justiça inabalável para os explorados e oprimidos, mas até onde ele vai quando é alguém que ama?

O Protetor foi uma tentativa de liamneesonizar o Denzel Washington – um ator consagrado que vira action hero depois de “velho”. E foi um bom filme. E como foi bem na bilheteria, a regra de Hollywood é clara: é a hora da continuação.

A direção ficou com o mesmo Antoine Fuqua do primeiro filme, diretor sempre competente. E o carisma de Denzel Washington vale qualquer filme. Mas, mesmo assim, O Protetor 2 (The Equalizer 2, no original) é bem mais fraco que o filme anterior.

O roteiro de Richard Wenk perde muito tempo construindo histórias paralelas para McCall. Acho que isso foi pra termos mais empatia com o personagem, mas isso acabou causando sérios problemas de ritmo. Além disso, o espectador acostumado com filmes de ação vai achar tudo muito previsível.

Tem outra coisa que me incomodou. McCall pode ser excelente em brigas, mas se ele cutuca gente graúda, haveria alguma retaliação. Quando ele bate nos playboys estupradores ricos, estes sabem onde encontrá-lo depois. O mesmo com os traficantes do prédio.

Mas como falei lá em cima, a dupla Fuqua / Denzel sempre vale o ingresso. É só não ter muita expectativa.

Missão: Impossível – Efeito Fallout

Crítica – Missão: Impossível – Efeito Fallout

Sinopse (imdb): Ethan Hunt e sua equipe do IMF, juntamente com alguns aliados conhecidos, correm contra o tempo depois de uma missão que deu errado.

Sexto filme da franquia Missão Impossível!

Pela primeira vez na franquia, temos a repetição de um diretor. Christopher McQuarrie tem pouca experiência (este é apenas o seu quarto filme como diretor), mas ele segura bem a responsabilidade, e entrega um dos melhores filmes do ano até agora.

(Aliás, McQuarrie deve ser um bom amigo de Tom Cruise. Não só ele escreveu e dirigiu o quinto Missão Impossível e o primeiro Jack Reacher, como escreveu os roteiros de Operação Valquíria, No Limite do Amanhã e A Múmia. Seis filmes com Cruise em 11 anos!)

Missão: Impossível – Efeito Fallout (Mission: Impossible – Fallout no original) segue o estilo dos outros filmes: trama rocambolesca através de belos cenários internacionais, ação desenfreada e sequências de tirar o fôlego. Com o detalhe que a gente já conhece: Tom Cruise dispensa dublês!

Cruise aproveita para fazer marketing em cima disso. Se no filme anterior ele ficou pendurado fora de um avião, agora ele aprendeu a pilotar um helicóptero para fazer manobras arriscadas. Além disso, ele faz cenas de moto sem capacete, pula de para quedas e corre pelos telhados (num desses pulos, quebrou o tornozelo). Isso aos 56 anos de idade!

No elenco, além de Cruise, claro, temos a volta de Simon Pegg, Ving Rhames, Rebecca Ferguson, Alec Baldwin, Michelle Monaghan e Angela Bassett. A grande novidade é Henry Cavill, com seu bigode que causou problemas nas refilmagens de Liga da Justiça.

Se teremos um sétimo filme? Não sei. Mas se mantiver a qualidade, que venham mais!

p.s.: Achei um erro de casting termos Rebecca Ferguson e Michelle Monaghan no mesmo filme. Gosto das duas, mas, ninguém mais acha que elas são parecidas?

p.s.2: JJ Abrams está na produção. Mas às vezes parece que é ele na direção, visto a grande quantidade de lens flare…

O Agente da U.N.C.L.E.

Agente da UNCLECrítica – O Agente da U.N.C.L.E.

Se a série dos anos 60/70 Missão Impossível pode render bons filmes de ação / espionagem, por que não a série O Agente da U.N.C.L.E., exibida entre 1964 e 68?

No início dos anos 60, um agente da CIA e outro da KGB precisam se unir em uma missão contra uma misteriosa organização criminal, que trabalha desenvolvendo bombas atômicas.

Antes de tudo, preciso falar que não conheço NADA da série original. Pra ser sincero, só me lembro do nome da série porque a trilha de abertura consta no primeiro CD da coleção Television Greatest Hits, um dos primeiros CDs que comprei na minha vida, lá longe, no fim dos anos 80. Já tinha ouvido o tema (a faixa ficava entre Missão Impossível e Agente 86), mas confesso que nem me lembrava.

Mas isso pouco importa. O Agente da U.N.C.L.E. (The Man From U.N.C.L.E., no original), o novo filme de Guy Ritchie, é muito bom. Sabe quando tudo funciona redondinho? Bom elenco, boa fotografia, edição criativa e bem cuidada, ritmo empolgante, tudo isso embalado por uma excelente reconstituição de época e uma trilha sonora sensacional. Temos um forte candidato a um dos melhores filmes do ano, arrisco dizer!

Guy Ritchie sempre inovou nas edições de seus filmes, desde o início da carreira, época de Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch, até recentemente, com os dois Sherlock Holmes (2009 e 2011). Aqui, mais uma vez, a edição chama a atenção. Só pra dar um exemplo: uma cena de invasão por barco, que em qualquer filme seria um dos pontos altos da ação, foi encurtada, parece um videoclipe de apenas alguns segundos, afinal, temos outras cenas mais legais para serem exploradas.

A reconstituição de época também chama a atenção – o filme se passa durante a Guerra Fria, não teria sentido atualizar a trama para os dias de hoje. A fotografia emula filmes de espionagem dos anos 70, as imagens parecem “velhas”. O filme tem um delicioso visual retrô.

O elenco também está ótimo. Armie Hammer e Henry Cavill estiveram no Rio para o lançamento do filme, e mostram boa química na tela. Curiosidade do mundo globalizado: o britânico Cavill interpreta um americano; o americano Hammer interpreta um russo; a sueca Alicia Vikander interpreta uma alemã; a francesa (criada na Austrália) Elizabeth Debicki interpreta uma italiana – verdadeira Torre de Babel! (Ok, o inglês Hugh Grant interpreta um inglês…)

Ah, a trilha sonora! Me lembrei da trilha de Pulp Fiction, cheia de músicas boas e inesperadas – tem até uma música do Tom Zé! Não sei se as pessoas ainda compram CDs, mas se ainda estivéssemos nos anos 90, este CD seria obrigatório em festinhas descoladas.

Li que o filme não foi bem na bilheteria nos EUA, o que é uma pena. O fim do filme traz um gancho para começar uma nova franquia e se mantiver a qualidade, será uma franquia muito bem vinda!

Por fim, só me pergunto por que o título está no singular (tanto em português quanto em inglês). Não é só um agente…

Missão: Impossível – Nação Secreta

MI5-posterCrítica – Missão: Impossível – Nação Secreta

Ethan Hunt está de volta!

Ethan Hunt e sua equipe enfrentam a missão mais impossível de todas: erradicar o Sindicato – uma organização internacional semelhante à IMF, com ex-agentes altamente qualificados, oriundos de vários países.

O nome da franquia cinematográfica Missão Impossível é Tom Cruise, tanto faz que é o diretor – tanto que, mais uma vez, temos um diretor novo. Depois de Brian De Palma, John Woo, JJ Abrams e Brad Bird, a direção e o roteiro ficaram a cargo de Christopher McQuarrie (Oscar de melhor roteiro por Os Suspeitos), que tem se mostrado um grande parceiro para Tom Cruise – McQuarrie escreveu e dirigiu Jack Reacher e escreveu No Limite do Amanhã e Operação Valquiria.

Mudou o diretor, mas o espírito da franquia continua. O nível também: Missão: Impossível – Nação Secreta (Mission: Impossible – Rogue Nation, no original) é tão bom quanto os outros. Claro que em alguns momentos o espectador vai pensar “ora, mas isso forçou a barra” – mas, ora, estamos vendo um “Missão Impossível”! Claro que vão forçar a barra! 😉

Logo na sequência inicial temos a cena mais famosa deste novo filme da franquia, a cena onde Tom Cruise ficou pendurado do lado de fora de um avião – Cruise dispensou dublês, e aproveitou pra capitalizar em cima disso, a cena ficou famosa bem antes do filme estrear. Mas isso é só o começo: temos uma angustiante cena subaquática, e uma perseguição de motos de tirar o fôlego, dentre outras cenas emocionantes (e que, claro, forçam a barra).

Uma das vantagens de uma superprodução deste porte é que tudo é bem cuidado. Missão: Impossível – Nação Secreta foi filmado em diversos países, tem uma fotografia caprichada e efeitos especiais bem cuidados. E um grande elenco, claro.

No elenco, Tom Cruise mostra excelente forma. O cara é rico, bonito, charmoso, e ainda dispensa dublês! Tom Cruise é “o cara”! Simon Pegg, Jeremy Renner e Ving Rhames voltam aos seus papeis, e Rebecca Ferguson tem um personagem interessante, que até o fim do filme a gente não sabe de que lado está. Ainda no elenco, Alec Baldwin, Sean Harris, Simon McBurney e Jens Hultén.

Por fim, uma curiosidade: o “Sindicato”, vilão deste filme, vem do seriado da TV, aquele mesmo, que começou em 1966 e acabou em 73. Fiquei na dúvida agora: será que as pessoas que conhecem os filmes lembram que ele veio de um seriado?

Bob Esponja – Um Herói Fora D’Água

BobEsponjaCrítica – Bob Esponja – Um Herói Fora D’Água

Que tal um longa metragem com o Bob Esponja e sua turma?

Quando um diabólico pirata rouba a secreta receita de hambúrguer de siri, Bob Esponja e seus amigos devem viajar até a superfície para recuperá-la.

Antes de tudo, preciso avisar: nunca vi o desenho original, que passa (ou passava) no canal Nickelodeon. Vi o longa lançado em 2004, mas nem me lembro direito. Fui ver Bob Esponja – Um Herói Fora D’Água (The SpongeBob Movie: Sponge Out of Water, no original) sem ser um íntimo conhecedor do assunto.

E preciso falar que gostei, e ri como há muito não ria numa sala de cinema. Ok, admito, sou fã do humor bobão do Bob Esponja. Vou além: um tempo atrás comentei que sinto falta do humor nonsense dos anos 80, de filmes como Apertem os Cintos O Piloto Sumiu ou Top Secret. E achei o humor deste filme bem próximo daquele.

Agora, precisamos avisar que a divulgação do filme é quase uma propaganda enganosa. O título, o trailer, o cartaz, as imagens de divulgação, até os bonecos vendidos nas lojas, tudo isso dá a impressão de que a maior parte do filme se passa fora da água, com os personagens interagindo com cenários e atores reais, algo meio Roger Rabbit. Mas isso só acontece rapidinho, no fim do filme… Por sorte, a parte “tradicional” é tão engraçada quanto a parte “fora d’água”.

No elenco, o único ator conhecido é Antonio Banderas, que parece estar se divertindo muito como o pirata. Slash estava no trailer, mas acho que sua participação foi cortada do filme.

Bob Esponja – Um Herói Fora D’Água pode até não ser uma grande animação a ponto de peitar os grandes títulos da Pixar, da Disney e da Dreamworks. Mas que vai fazer muita gente rir, ah, isso vai.

Anjos da Lei

Crítica – Anjos da Lei

Mais uma ideia reciclada…

Dois jovens recém formados na academia de polícia são enviados para uma divisão que coloca policiais disfarçados dentro de escolas, atrás de uma nova droga sintética.

Todo mundo sabe que este filme é baseado numa série que passou aqui no fim dos anos 80 / início dos anos 90. Mas na verdade, acredito que poucos se lembrem da série em si, mas sim do seu ator principal, um jovem (e ainda desconhecido) Johnny Depp – que faz aqui uma participação especial, “validando” a franquia. Se não fosse por Depp, acho que Anjos da Lei iria continuar desconhecido…

A adaptação para os dias de hoje ficou boa – o ambiente escolar americano não é exatamente igual ao que era nos anos 80. Mas achei que a produção cometeu um erro na escalação do elenco principal. Jonah Hill, com 29 anos, e Channing Tatum, com 31, não seriam velhos demais para convencer em uma volta à escola, para contracenar com garotos de 17 anos? Qual o problema de pegar atores de vinte e poucos anos? (Depp tinha 24 quando começou o seriado).

Se a gente deixar pra lá o fato de um ator de mais de 30 se passar por um adolescente, Anjos da Lei (21 Jump Street, no original) é até divertido. Dirigido por Phil Lord e Chris Miller, que antes fizeram a animação Tá Chovendo Hamburguer, Anjos da Lei tem um bom equilíbrio entre ação e comédia – algumas piadas são bobas, mas o roteiro tem algumas boas sacadas, como a sequência com os efeitos da droga, ou as explosões de carros. E não é todo filme que tem uma perseguição com limusines…

A dupla principal de atores, se não tem a idade coerente, pelo menos tem boa química e gera alguns bons momentos ao longo do filme. Ainda no elenco, Ice Cube, Brie Larson e Dave Franco (com 26 anos, também velho para o papel), além de pontas de Depp, Richard Grieco e Peter DeLuise, atores da série original.

Anjos da Lei não chega a ser um bom filme, mas não deve decepcionar os menos exigentes.

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Missão: Impossível

Crítica – Missão: Impossível

Agora no fim do ano estreia o quarto filme da série Missão: Impossível. Pensei que era uma boa oportunidade para rever os outros três.

Durante uma missão em Praga, um grupo de agentes especiais cai em uma cilada. Ethan Hunt (Tom Cruise), um dos únicos sobreviventes, escapa e tenta desvendar a trama por conta própria.

Missão: Impossível é uma adaptação de seriado, e também um veículo de ator, um “filme do Tom Cruise”. Mas, antes de tudo, heu considero um filme do diretor Brian De Palma.

Já falei aqui o quanto sou fã do Brian De Palma. Disse antes e repito: De Palma é um dos últimos artesãos do cinema. Cada ângulo, cada tomada, tudo é bem cuidado e bem pensado para aparecer bem na tela. Cada plano-sequência, cada travelling, cada câmera lenta, tudo no filme nos mostra que tem alguém com muito talento por trás das câmeras, que se preocupou com cada fotograma do filme. Algumas sequências são simplesmente sensacionais – aquela onde Cruise fica pendurado dentro da sala do computador se tornou um dos momentos mais marcantes do cinema dos anos 90!

Mesmo assim, Missão: Impossível não decepciona como veículo de ator. Cruise assume a responsabilidade e não faz feio como protagonista. Se seu papel não exige muito no lado dramático, o faz no lado físico. Cruise corre, pula, se pendura e faz acrobacias, e não faz feio.

O filme ainda tem vários coadjuvantes legais. O elenco conta com Jon Voight, Ving Rhames, Jean Reno, Henry Czerny, Vanessa Redgrave, um Emilio Estevez não creditado (não entedi o motivo) e uma Emanuelle Béart belíssima, como poucas vezes se viu em Hollywood.

A trilha sonora usa um dos melhores temas de seriado da história. O tema em 5/4 composto por Lallo Schiffrin é bem utilizado, tanto na sua versão original, quanto numa nova versão adaptada por Danny Elfman.

Missão: Impossível não é unanimidade, o povo mais cabeça vai achar pop demais. Mas, pra quem curte filmes de ação (o meu caso), é um dos melhores filmes dos anos 90 dentro do estilo. O filme foi um grande sucesso e abriu portas para as continuações. Em breve falo aqui dos outros filmes!

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O Besouro Verde

O Besouro Verde

Estreou o aguardado O Besouro Verde, que traz a grande dúvida: como é um filme de super-heroi “lado B”, dirigido pelo cult Michel Gondry, e escrito eestrelado por Seth Rogen?

O playboy Britt Reid (Seth Rogen) só quer saber de farra, quando de repente seu pai morre e ele vira o dono do jornal “The Daily Sentinel”. Aí ele resolve virar um super-heroi mascarado, com a ajuda de Kato, motorista de seu pai.

Vou explicar a dúvida citada no primeiro parágrafo:

– O Besouro Verde na verdade surgiu no rádio, nos anos 30. Mas o filme foi baseado na série de tv feita em 66, famosa por trazer Bruce Lee como o coadjuvante Kato. Acredito que o seriado seja mais falado do que visto – sou admirador de seriados antigos, mas admito que não lembro desta série, só me lembro do tema musical. O Besouro Verde não é um heroi tão popular quanto um Super Homem ou um Homem Aranha…

– O diretor Michel Gondry é cultuadíssimo pelo seu excelente Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. E como seria Gondry à frente de uma super-produção hollywoodiana?

– Por fim, Seth Rogen já está familiarizado com a “máquina” de Hollywood. Mas ele tem cara de comédia. Será que ele funciona como protagonista de filme de super-heroi?

Respondendo tudo de um modo geral, não funcionou. O filme tem alguns acertos, alguns bons momentos. Mas tem muito mais defeitos do que virtudes. Roteiro cheio de falhas, direção fraca, atores inapropriados, o resultado final ficou devendo.

O roteiro de O Besouro Verde tem alguns sérios problemas. Todo super-heroi tem alguma motivação para os seus atos – menos Britt Reid, que era um playboy irresponsável e, do nada, resolve combater crimes, e ainda por cima fingindo que é bandido. Não faz o menor sentido! Tem mais: Kato era um motorista e mecânico que gostava de inventar coisas. Mas daí pra criar carros que são tanques de guerra equipados com muitas armas falta um pouco, não? Isso porque não estou lembrando que Reid precisava chegar ao jornal para fazer um upload para a internet – com todo aquele dinheiro, não dava pra ter um celular com acesso à internet, ou algum acessório no carro?

Um dos acertos do filme foi a escolha de dois dos atores, o antagonista Christoph Waltz e o coadjuvante Jay Chou. Waltz (Bastardos Inglórios) brilha com seu vilão Chudnofsky, caricato no ponto exato; e Chou, excelente lutador, faz um Kato muito mais interessante que o próprio Besouro. Mas, por outro lado, o elo mais fraco do elenco é logo o protagonista. Seth Rogen é um cara legal, cheio de bons filmes no currículo, mas aqui ele está muito mal. Não sei se a culpa é do ator ou do roteiro, mas como Rogen foi responsável pelas duas coisas, a culpa é dele… Ainda no elenco, Cameron Diaz e Edward James Olmos estão desperdiçados, ambos poderiam oferecer muito mais se o filme fosse melhor. Tom Wilkinson pouco aparece; e James Franco tem uma divertida ponta na cena inicial.

Preciso ver mais filmes do Michel Gondry. Seu Brilho Eterno é realmente muito bom, mas os outros filmes que vi dele deixam a desejar (Rebobine Por Favor, Tokyo! e este O Besouro Verde). Espero que não seja um caso parecido com M. Night Shyamalan, autor de uma obra prima e de vários filmes que variam entre o “mais ou menos” e o “pavorosamente ruim”.

O Besouro Verde não chega a ser um dos piores filmes de super-herois da história, como Mulher Gato ou Elektra. Mas está vários degraus abaixo de bons exemplos recentes, como Batman ou Homem de Ferro.

Esquadrão Classe A

Esquadrão Classe A

“Se você tem um problema, se ninguém pode ajudá-lo, e se você puder achá-los, talvez você possa contratar o Esquadrão Classe A”. Alguém se lembra disso?

Estreou ontem o longa baseado no divertido seriado dos anos 80. A ideia é arriscada, temos alguns exemplos que não deram certo, como Os Gatões. Mas desta vez, acertaram a mão!

O Esquadrão Classe A é um grupo de ex-militares meio fora do padrão, mas que conseguem realizar missões consideradas impossíveis. Pela sua natureza meio marginal, acabam vivendo no limite da lei. Aqui conhecemos o início do grupo.

O filme dirigido por Joe Carnahan é muito divertido e conseguiu captar o espírito da série, que trazia cenas de ação exageradas e mentirosas com muito bom humor. Todos os elementos da série estão presentes: os planos mirabolantes de Hannibal, os galanteios de Cara-de-Pau, as maluquices de Murdock e o temperamento instável de BA.

O elenco foi muito bem escolhido. Liam Neeson e Bradley Cooper estão bem como o coronel John “Hannibal” Smith e o tenente Templeton “Cara-de-Pau” Peck, e Sharlto Copley rouba a cena com o seu alucinado capitão H.M. Murdock. Ficou para Quinton Jackson tentar o impossível: substituir Mr. T e o seu sargento Bosco “BA” Barracus (claro que sentimos falta do Mr. T, mas, fazer o que?). Completam o elenco Jessica Biel, Patrick Wilson, Brian Bloom e Henry Czerny.

O filme não é comédia, mas tem momentos hilários. Sharlto Copley é a melhor coisa do filme, está inspiradíssimo como o louco Murdock. Curioso que li uma entrevista dele na época do lançamento de Distrito 9, dizendo que não pretendia seguir a carreira de ator. Que bom que ele mudou de ideia! Ele é o alívio cômico perfeito!

Alias, já que lá em cima falei em mentira, este filme parece querer redefinir o que conhecemos como mentira no cinema. Esquadrão Classe A traz várias sequências exageradamente mentirosas! Várias vezes ao longo do filme, você pensa “ah, mas isso é impossível!”. Sim, e esta é a graça!

Algumas das sequências são sensacionais. A fuga aérea do tanque é mentirosa, divertida e de tirar o fôlego. O mesmo podemos dizer da sequência inicial, da parte onde eles roubam as placas, do momento pendurado no edifício na Alemanha… Tudo isso para culminar na cena onde containers parecem peças de dominó!

Enfim, um excelente filme para os fãs do seriado e para quem curte um bem humorado filme de ação. E tudo indica que teremos continuações. Tomara que mantenham o nível!

Ah, sim, fiquem no cinema até o fim dos créditos! Temos uma curta cena com participação especial de Dirk Benedict e Dwight Schultz, o Cara de Pau e o Murdock originais!