Titanic 666

Crítica – Titanic 666

Sinopse (imdb): Forças sombrias das profundezas sobem à superfície, aterrorizando todos a bordo do Titanic III e ameaçando repetir um dos maiores desastres da história.

Acompanho alguns sites pra saber o que está sendo lançado. Tinha visto esse Titanic 666, pareceu ser um filme ruim e dispensável. Mas aí vi que alguns canais que acompanho, tipo Super Oito do Otávio Ugá e Rafa Camargo Refiews, fizeram vídeos sobre o filme, colocando-o como um dos piores do ano. Ok, agora passou a ser um filme ruim e necessário!

Titanic 666 é uma produção da Asylum. Falei sobre essa produtora quando falei de Jungle Run: eles pegam sucessos de outros estúdios e fazem cópias baratas pra tentar enganar o espectador desavisado. São filmes ruins, claro, mas o que mais me incomoda aqui é que são produções preguiçosas. Zero compromisso com qualidade, parece que filmam qualquer coisa e tá bom.

Me lembrei do filme Ed Wood. Segundo Tim Burton, Ed Wood só filmava um take. Deu certo ou deu errado, tá bom e a gente usa assim mesmo. Parece que isso acontece aqui. Não sei se isso é culpa da produção ou da direção, mas várias cenas são capengas, são diálogos que não têm fluência, são cenas onde tem mais de um personagem e parece que alguém está distraído, várias vezes parece que pegaram um take qualquer, enquanto seria mais sensato refazer o take.

Além do roteiro mal feito, Titanic 666 tem atores ruins e mal dirigidos. Vou dividir o comentário em três partes. Primeiro, parece que não há direção de atores, apenas disseram: “fique ali e leia as frases do texto”. De um modo geral, todos estão bem mal.

Em segundo lugar, um problema que heu entendo. O nome de maior star power do elenco é Analynne McCord, que é a protagonista da primeira metade do filme. Aí ela morre e sai do filme. Mas, num caso desses, entendo. O orçamento do filme não tem grana pra pagar um cache inteiro, paga meio cachê e usa ela em meio filme. Já fiz curtas de baixo orçamento (ou até zero orçamento), sei me adaptar ao que temos em mãos, então entendo essa escolha de ter uma protagonista que some no meio do filme.

Por fim, preciso falar que senti pena de Jamie Bamber. Pra quem não se lembra, ele é o Apolo, um dos principais nomes do elenco de Battlestar Galactica, a melhor série de todos os tempos. Ok, a gente entende que dentro de BSG ele não era um dos melhores personagens, mas é porque BSG tinha muitos personagens bons, como Starbuck, Adama, Gaius Baltar e Caprica 6. Mas, caramba, ele era um dos dois principais pilotos da série! Acho que seria mais digno pra ele ganhar a vida vendendo pôster autografado em convenções de sci fi do que fazer um filme desses!

Ainda preciso falar dos efeitos especiais. Olha não costumo me incomodar com efeitos mal feitos. Mas os efeitos daqui são os mais toscos que vi em muito tempo!

Dito isso, preciso dizer que achei que o navio em si nem é tão ruim. As cenas internas foram filmadas em um cenário que realmente parece ser um navio de verdade. E as externas, onde o navio deve ser cgi, não parecem ser tão fake. A preguiça presente em toda a produção parece que não atingiu o navio.

Pena. Se o resto do filme tivesse o cuidado que tiveram ao mostrar o navio, Titanic 666 ia ser só um filme ruim. Do jeito que ficou, é bem pior do que apenas ruim.

 

Jungle Run

Crítica – Jungle Run

Sinopse (imdb): Os irmãos aventureiros são atacados por animais da selva enquanto procuram por seu pai desaparecido. À medida que lutam contra o ataque implacável, logo começam a perceber que algo muito mais sinistro está acontecendo.

Quando fiz o top 5 plágios de Guerra nas Estrelas, mencionei as picaretagens da Asylum, produtora que faz filmes vagabundos que pegam carona no marketing dos blockbusters. Desta vez a “vítima” foi Jungle Cruise.

Qual é o modus operandi da Asylum? Eles aproveitam um grande lançamento, aí pegam o nome, a sinopse e às vezes o pôster, e filmam rapidinho qualquer coisa pra lançar logo no mercado de home vídeo. Ou seja, são filmes destinados a pegar espectadores distraídos…

Outra característica é apoiar parte do marketing em um ator subcelebridade. Não sei se nos EUA tem algum reality show como A Fazenda, então os subs precisam trabalhar pra pagar as contas, né? Aqui em Jungle Run o nome “grande” é Richard Grieco, que teve um papel secundário na série Anjos da Lei e estrelou Espião Por Engano, de 1991. Aqui, Grieco quase não interage com o resto do elenco. Quase todas as suas cenas são com ele sozinho. Deve ter tido uma ou duas diárias de filmagens.

O resto do elenco é de atores ruins e desconhecidos, pra combinar com o roteiro ruim e os efeitos especiais toscos. Neste filme, nós brasileiros ainda temos uma diversão: alguns dos diálogos são em português. E aparentemente não chamaram nenhum brasileiro pra revisar o roteiro.

Aliás, o roteiro fala do Curupira. Taí, heu queria ver um bom filme com o Curupira. Porque aqui não rolou.

Mas, na minha humilde opinião, o pior dos filmes da Asylum é que são produções preguiçosas. Um exemplo: nesta cena os personagens estão numa parte isolada da floresta amazônica. Claro que eles podem filmar em outro local, ninguém espera que eles tenham que ir até o Amazonas para filmar. Mas, aparecem prédios ao fundo, um porto ao fundo, uma praia com gente ao fundo! – por que não filmar um segundo take?

Jungle Run segue assim do início ao fim. O filme inteiro é feito de qualquer maneira, sem nenhum cuidado.

Lixo.

Mercenaries

mercenariesCrítica – Mercenaries

Uma produção da Asylum com várias atrizes “B” do cinema de ação? Claro que não vai ser bom. Mas claro que quero ver!

Durante uma visita a uma zona de guerra, a filha do presidente dos EUA é capturada e aprisionada. Uma equipe feminina de elite é montada para o resgate.

Vamulá: em primeiro lugar, expliquemos qualé a da Asylum. É uma produtora assumidamente picareta, mais famosa hoje em dia por filmes ruins de tubarões (a franquia Sharknado e outros de títulos divertidos como 3 Headed Shark ou Mega Shark vs Mecha Shark), mas que tem uma tradição de lançar filmes com títulos e sinopses parecidas, para tentar enganar o espectador. Cito alguns exemplos: lançaram Transmorphers pra pegar o público de Transformers, ou Atlantic Rim na mesma época de Pacific Rim, ou ainda San Andreas Quake ao mesmo tempo que San Andreas (tem muito mais exemplos na página deles na wikipedia!). Este Mercenaries “pega carona” na franquia Expendables (com o nome em português, Mercenários, fica ainda mais claro).

Mas desta vez, a ideia foi boa, afinal, é divertido ver, juntas, Zoe Bell, Kristanna Loken, Brigitte Nielsen, Vivica A. Fox e Cynthia Rothrock. A única que heu sou fã é a Zoe Bell, afinal, ela está em vários filmes do Tarantino, mas heu pegaria autógrafos de todas elas, se tivesse oportunidade!

Mas, como era esperado, o resultado decepcionou. Ok, heu já sabia que a produção era vagabunda – os efeitos especiais de sangue em cgi são tosquérrimos! Ok, heu já sabia que as atrizes são fracas – são todas canastronas, atuação nunca foi e nunca será o forte de nenhuma delas. Mas heu esperava um pouco mais de coerência em certos pontos do roteiro – tipo, a Brigitte Nielsen atira na Zoe Bell, mas não checa se seu tiro foi certeiro, e diz para seus capangas que não precisa verificar. Ou capangas que chegam para pegar a Zoe Bell, todos armados, mas ninguém atira. Poxa, será que eles não podiam ter tido escrito um roteiro menos desleixado?

Não, a Asylum não se preocupa com esses detalhes. Pena. Mercenaries podia ser um “bom filme ruim”. Mas é apenas um “filme ruim”…

Sharknado

Crítica – Sharknado

Outro dia falei sobre Machete Mata; hoje é dia de Sharknado. Dois trash movies. Iguais? Nada disso, completamente diferentes!

Como a sinopse dá a dica, Sharknado fala de um tornado que passa pelo mar e traz tubarões. Basicamente isso.

Machete Mata é trash, mas é um filme bem feito. Sharknado, por outro lado, é muito mal feito. Trata-se de uma produção desleixada. Tudo é feito de qualquer maneira, sem se preocupar com qualquer lógica ou bom senso.

Vou citar um exemplo. Em determinado momento, está rolando um tornado com tubarões dentro. A lógica diz que esses tubarões estariam mortos, afinal, estão fora da água, sendo jogados de um lado pra outro, e a pouca água que tem é de chuva – mas “lógica” e “Sharknado” são duas palavras que não combinam. Os personagens resolvem voar de helicóptero em direção ao tornado (!) para jogar bombas, porque essas dissipariam os tornados (!). Nunca tinha ouvido falar nisso, aliás, o bom senso diz pra não voar com vento forte, né? Mas, calma, ainda não acabei. O helicóptero está se aproximando do tornado e dos tubarões, que parecem que controlam seus vôos, e voam com posturas ameaçadoras. Aí um dos tubarões se vira e vai atacar o helicóptero (!). Um cara, do chão, que tá vendo isso lááá de longe, saca um revólver e atira no tubarão (!). Quando ele atira (e acerta, claro), o tubarão esquece o vento e cai!!!

Na boa? Gosto de tosqueiras, mas tem coisa que passa do limite.

E não é só isso. O filme inteiro é mal feito. Num take, chove torrencialmente; no take seguinte, as calçadas estão secas. Num take, venta muito; no seguinte, não tem vento. Só pra situar o caro leitor: em determinada cena, eles estão dentro de uma casa, e a água invade o primeiro andar. Água suficiente para ter um tubarão nadando. Eles saem de casa, e está tudo seco em volta…

Isso não é tosqueira. É desleixo.

Produção dos picaretas da Asylum, Sharknado ficou famoso porque passou no SyFy e muita gente comentou ao vivo pelo twitter. Na onda do “fale mal, mas fale de mim”, o diretor Anthony C. Ferrante ficou feliz, e já anunciaram uma continuação pro ano que vem. Os atores Tara Reid e Ian Ziering, com a carreira lááá embaixo, também devem ter gostado da exposição.

Mas, na boa? Não vale. Só se for com uma galera, pausando a cada dois minutos, pra rir dos erros e absurdos.

Nazis At The Centre Of The Earth

Crítica – Nazis At The Centre Of The Earth

Há tempos tinha curiosidade de ver um filme da produtora The Asylum. Por que não começar por um filme falando de nazistas no centro da Terra?

Uma equipe de pesquisadores na Antártida descobre um buraco, que os leva a um mundo subterrâneo, onde vivem nazistas que querem conquistar o mundo.

Antes de falar do filme, vamos falar da The Asylum. Produtora responsável por produções baratas lançadas direto em home video, a The Asylum ganhou fama por “pegar carona” nos grandes blockbusters. Um exemplo: na época do lançamento de Transformers, eles lançaram um filme chamado Transmorphers. Em sua defesa, a The Asylum alega que suas histórias são originais e não plágios. Mas que eles se aproveitam do sucesso dos grandes, isso é claro…

Com uma proposta dessas, claro que nunca veremos um filme bom sair da The Asylum. Mas quem me conhece sabe que sei apreciar um bom trash. Então, vamos à análise de Nazis At The Centre Of The Earth, já sabendo que se trata de um filme trash!

Bem, não é um trash dos piores, mas também está longe de clássicos como Bad Taste e Evil Dead. Os efeitos especiais poderiam ser melhores, hoje em dia não é caro fazer efeitos digitais convincentes. Mas a trama traz um plot twist genial quando revela o plano do vilão – gostei tanto desse plot twist que me fez relevar os diálogos ruins que infestam o filme.

No elenco, tive pena de ver a Dominique Swain, a Lolita da refilmagem feita em 1997 por Adrian Lyne. Não só o seu padrão de filme baixou significativamente como ela, que era bonita, mas está tão feinha… Ela não é o único nome “conhecido” – Jake Busey (filho do Gary Busey), de Tropas Estelares e Identidade, também está aqui. Mas acho que Busey nunca gerou esperanças de que seria um grande ator… De resto, só gente desconhecida.

O resultado final é um filme trash mediano. Dispensável, mas pode divertir quem estiver no clima certo.

Depois dos créditos rola uma curta cena. Claro, gancho pra continuação…

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