O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas

Crítica – O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas

Outro dia falei aqui da época que Joel Schumacher fazia bons filmes. Aproveitei pra rever O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas, um de seus filmes dessa época.

Sete amigos recém-formados enfrentam o primeiro ano de suas vidas adultas, se deparando com a amarga realidade do mundo real e tendo que conviver com a insegurança profissional e emocional nesta nova fase da vida.

Lançado em 1985, O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas tem como grande chamariz o seu elenco. Este era um dos três filmes-base da chamada “brat pack”, como ficou conhecida esta geração de atores . O nome “brat pack” era uma referência ao “rat pack”, um grupo composto por gente como Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr., no início dos anos 60. “Brat” significa “pirralho”, e o “brat pack” era essa galera que fez vários filmes adolescentes nos anos 80 – os outros dois filmes sempre citados são O Clube dos Cinco, de Jonh Hughes, e Vidas Sem Rumo, de Francis Ford Coppola.

Apesar da maioria do elenco estar no ostracismo hoje em dia, os nomes estavam em alta na época: Demi Moore, Rob Lowe, Emilio Estevez, Aly Sheedy, Judd Nelson, Mare Wininghan e Andrew McCarthy, e ainda tem a Andie McDowell em papel secundário. Grande elenco, e bem equilibrado pelo roteiro, o foco é bem dividido entre eles.

É curioso a gente analisar este elenco hoje, um quarto de século depois. Demi Moore é a única estrela inegável dentre os sete principais. Rob Lowe tinha uma carreira em ascenção, quando um suposto video caseiro pornô dele com duas adolescentes o colocou na “geladeira” – anos depois, ele recuperou prestígio e hoje é um nome forte na tv. Emilio Estevez foi um nome grande nos anos 80 e 90, mas está meio sumido, hoje ele é “o irmão menos famoso do Charlie Sheen”. Judd Nelson e Ally Sheedy, que também estavam em Clube dos Cinco (ao lado de Estevez), não fizeram nada relevante depois dos anos 80; o mesmo podemos dizer sobre Andrew McCarthy e Mare Winninghan. (Andie McDowell ficoi mais famosa nos anos seguintes, mas aqui ela era coadjuvante).

(No ano seguinte, Rob Lowe e Demi Moore estrelariam juntos o romance Sobre Ontem À Noite. Na minha humilde opinião, Demi nunca foi tão bonita quanto neste filme!)

A proposta do filme é falar sobre o amadurecimento. O roteiro poderia se aprofundar mais em diversas situações, mas o maior foco são os relacionamentos entre os personagens. Isso desagradou parte da crítica, mas não me incomodou. Por outro lado, o visual do filme é a parte que “envelheceu mal”. Tudo é muito datado, roupas, cabelos, cenários, músicas, às vezes o filme parece uma caricatura. Heu gosto disso porque vivi a época, mas acho que vai incomodar os mais novos que se aventurarem a ver.

Por fim, preciso falar que este é um dos raros casos onde acho o nome nacional melhor que o original. Além do bar onde eles se encontram se chamar St. Elmo, rola uma explicação, o personagem de Rob Lowe fala um papo cabeça sobre o Fogo de Santelmo. Mas “O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas” tem mais a ver!

2 comentaram em “O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas

  1. Filme espetacular! O Clube dos Cinco na versão adulta.

    Injustamente esculhambado pela crítica estadunidense. É um filme muito maduro que, assim como Clube dos Cinco e outros filmes do John Hughes, consegue tratar a transição entre adolescência e fase de adulta, de uma forma muito madura. Este é o diferencial dos filmes dos anos 80 para as porcarias teens da décadas posteriores.

    Joel Schumacher inspiradíssimo! É inacreditável que tenha se perdido. Nem parece o mesmo cara que fez Reféns e outras tranqueiras.

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