The Man With The Iron Fists

Crítica – The Man With The Iron Fists

Nova produção de Quentin Tarantino. Motivo de euforia ou de pé atrás?

Atrás de um tesouro em ouro, guerreiros, assassinos e um oficial inglês se enfrentam em uma vila da China feudal. No meio disso tudo, um humilde ferreiro negro tenta se defender.

Explico a dúvida do primeiro parágrafo. Tarantino costuma ser garantia de qualidade quando está no roteiro ou direção. Mas ele já emprestou seu nome para os créditos de produções de qualidade duvidosa, como Hell Ride ou Meu Nome É Modesty Blaise – quer dizer, no caso de Hell Ride, não chega a ser duvidoso, o filme é ruim mesmo.

Pelo menos The Man With The Iron Fists tinha uma vantagem: Eli Roth como co-roteirista. Tá, Roth não é conhecido por ser um grande roteirista, mas pelo menos Cabana do Inferno e O Albergue são filmes divertidos.

The Man With The Iron Fists é a estreia na direção de RZA, rapper e ator bissexto. É o “seu” filme, RZA também co escreveu o roteiro, é um dos autores da trilha sonora e ficou com o papel principal.

O filme prometia. Apadrinhamento de Tarantino, roteiro de Eli Roth é um ar de Grindhouse. Mas… RZA não tem o talento de um Tarantino ou de um Robert Rodriguez. Apesar da boa intenção, o resultado final ficou devendo.

Lembrei da série Californication, do personagem Samurai Apocalipse, interpretado pelo próprio RZA. Na série, Samurai era um músico marrento e de hábitos truculentos que resolveu entrar no mundo do cinema impondo suas regras, independente de isso ser bom para o filme ou não. Sei lá, em algumas cenas, heu conseguia visualizar o Samurai discutindo com o roteirista Hank Moody / Eli Roth…

Outra coisa que não funcionou foi a trilha sonora. Tarantino consegue colocar músicas “diferentes” em suas trilhas, e o resultado fica quase sempre ótimo. Mas aqui existe um excesso de rap e hip hop – que não têm nada a ver com o clima de “faroeste oriental” do filme.

Mais uma coisa que ficou estranha são os “super poderes”. A explicação para os punhos de aço ficou forçada, mas, vá lá, explicaram. Mas, e o cara que vira bronze? Qual é a dele? Será que os roteiristas não se tocaram que os espectadores ia querer saber a história dele? Mais: um cara com aqueles poderes é quase invencível. Colocá-lo contra os outros é mais ou menos como se o Dr. Manhatan resolvesse lutar contra os outros Watchmen – ia ser covardia. Digo mais: me questiono por que alguém com tais poderes seria subordinado de outra pessoa…

E as lutas? Bem, as lutas nem são ruins. Acredito que a falta de gravidade seja proposital, então um lutador que flutua no ar é estilo, e não tosqueira (já vimos isso em filmes bons, né?). Apesar disso, as lutas não são lá grandes coisas.

No elenco, acho que o único que está bem é Russell Crowe. Lucy Liu não está mal, mas seu personagem não ajuda. O destaque negativo é o próprio RZA, inexpressivo em todas as cenas que aparece. Ainda no elenco, Jamie Chung, Rick Yune, Dave Bautista, Cung Le, Byron Mann, Daniel Wu e uma ponta de Pam Grier.

No fim, fica uma sensação de boa ideia desperdiçada. The Man With The Iron Fists parece uma versão pobre e mal feita de Kill Bill. O conceito “grindhouse”, que Robert Rodriguez explorou tão bem em Machete, não foi bem utilizado aqui…

Categorias: Cult, Eli Roth, Jamie Chung, Lucy Liu, Quentin Tarantino, Russell Crowe

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