300: A Ascensão do Império

300ascencaodeumimperioCrítica – 300: A Ascensão do Império

A continuação de 300!

O general ateniense Themistokles lidera as cidades-estado gregas na defesa contra o rei-deus Xerxes e Artemisia, a vingadora comandante da frota persa.

O primeiro 300 foi um marco na história do “cinema-testosterona”. Com uma câmera lenta diferente do usual, vimos lutas bem coreografadas, com uma violência estilizada mostrada de um modo nunca antes visto. Como diria o poeta Woerdenbag, “sangue e porrada na madrugada”.

Agora veio a continuação. Que na verdade, não é exatamente uma continuação, é uma história paralela, que acontece antes, durante e depois do outro filme. Acompanhamos a resistência grega, liderada pelo general Themistokles, de Atenas – todos ameaçados pelo mesmo Xerxes do primeiro filme, agora acompanhado da sexy Artemisia.

Mas o pior inimigo de Themistokles não é Artemisia. É o Leônidas do primeiro filme, que aqui só aparece em imagens “de arquivo”. Themistokles não é um personagem ruim, mas perde de longe na inevitável comparação. Leônidas aumentava o nível de testosterona de tal maneira que você saía do cinema com vontade de arranjar uma briga no bar e/ou fazer sexo logo após a sessão. Já Themistokles, bem, quem quer uma casquinha de sorvete? De creme?

(Diz a lenda que teve mulher fazendo a barba depois de assistir o primeiro filme!)

A direção coube ao desconhecido Noam Murro, que até agora só tinha feito uma comédia que ninguém viu, seis anos atrás. Zack Snyder, diretor do primeiro filme, agora está envolvido em filmes do Superman, mas estava na produção e foi co-roteirista deste novo filme, mais uma vez baseado numa graphic novel de Frank Miller, “Xerxes” (segundo o imdb, o roteiro foi desenvolvido paralelamente à hq, então não contam exatamente a mesma história).

As batalhas aqui são no mar, provavelmente para evitar paralelos com os guerreiros de Esparta. E o visual estilizado é propositalmente exagerado – certa cena tem uma lua que ocupa um terço do céu. Isso deve ser pra gente aceitar certos excessos, como a cena que tem no trailer, com um guerreiro grego pulando de uma altura de algumas dezenas de metros e caindo direto na batalha sem ao menos dobrar os joelhos.

A parte técnica é bem feita. Temos várias lutas que usam a mesma câmera lenta que ficou famosa com o primeiro filme. Só achei que o sangue em cgi podia ser mais bem cuidado, alguns golpes esguicham sangue mas deixam as espadas limpas… Pelo menos tem uma sequência que merece destaque. Prestem atenção no plano-sequência quando Themistokles vê Artemisia e pega o cavalo. Sei que não foi um plano-sequência tradicional, daqueles que a câmera filma tudo num único take sem cortes – hoje tem um monte de cgi pra emendar os takes. Mas a concepção da cena num único take já vale.

Por outro lado, a edição dá umas escorregadas básicas. Precisava mostrar duas vezes a cena onde Themistokles atira em Darius? Será que a plateia esqueceu uma cena marcante que aconteceu menos de uma hora antes?

O elenco tem um grande nome: Eva Green. Ela não só é linda linda linda, como uma excelente atriz, e faz uma vilã que transmite medo e tesão ao mesmo tempo. Aliás, tem gente por aí que fala que o primeiro filme é um filme gay, porque tem vários homens sarados e semi-nus – e com os torsos depilados. Acho besteira, pela quantidade de sangue e vísceras na tela. Anyway, o segundo filme tem os seios da Eva Green. Nem reparei se tinha homem sarado.

300: BATTLE OF ARTEMESIUM

Ah, claro, não podemos esquecer que o “nosso” Rodrigo Santoro é um dos atores do primeiro filme que está de volta. Seu papel, o vilãozão Xerxes, tem maior participação aqui. Mas ele virou coadjuvante da Eva Green. Bem, heu também viraria… Também voltam aos seus papeis Lena Headey como a rainha Gorgo, e David Wenham como Dilios, o único sobrevivente dos 300 iniciais. Ah, e Sullivan Stapleton (quem?) faz o protagonista Themistokles.

Enfim, como quase sempre, é uma continuação inferior ao original. Mas quem gosta do estilo visual do primeiro filme pode se divertir aqui.

p.s.: Esta é uma história paralela ao primeiro filme. Porque, se fosse uma continuação, deveria ter outro nome. Se no primeiro filme, eram 300 e morreram 299, o nome do segundo filme não deveria ser “1”?
😛

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