Sinopse (imdb): Um roubo de drogas sai do controle, levando um policial a encarar o submundo de uma cidade corrupta para salvar o filho de um político importante.
Finalmente estreou Havoc! Pra ninguém dizer que é mentira, aqui está o link das expectativas para 2023, quando comentei que queria ver este filme!
Antes do filme, quero falar do diretor, e de onde vinha essa expectativa. Festival do Rio de 2011. Heu estava lendo a programação, pra escolher quais filmes iria ver, tinha um filme indonésio na mostra Midnight Movies, chamado The Raid. Normalmente, filmes de países assim vão pra mostra Panorama do Cinema Mundial, e se estava na Midnight Movies é porque tinha algo de diferente. E realmente tinha, acabei em uma sessão onde vi um dos melhores filmes de ação daquela década. Um filme onde literalmente me senti sem fôlego no meio da sessão.
Em 2014 estive em Londres e dei sorte de ver The Raid 2 num cinema (este segundo filme não passou nos cinemas brasileiros). Vou copiar parte do meu texto escrito naquela época: “Se o primeiro filme é um diamante bruto de testosterona, este segundo filme é um diamante do mesmo quilate, só que lapidado. Se em The Raid a ação é toda em uma trama linear, e tudo acontece dentro do prédio; agora temos vários climas, vários cenários, vários personagens. E a violência extrema continua lá. E ainda melhorada. Olha, vou contar para vocês: a violência nunca foi mostrada assim antes na história do cinema. Nunca antes o sangue jorrou de maneira tão bela! Estamos acostumados com o “padrão Marvel de violência” – sem sangue, sem gore. A violência aqui é crua, bem longe de Hollywood. A quantidade de sangue derramado e de ossos quebrados é muito grande, com detalhes visuais que chamam a atenção”.
De lá pra cá, Gareth Evans dirigiu um filme de terror (Apóstolo) e alguns episódios da série Gangs Of London, que trazem essa violência crua, mas que é uma série irregular (mesmo assim, recomendo o episódio 5 da primeira temporada, acho que deve ser o produto audiovisual televisivo mais violento da história). Até que li sobre Havoc, seu novo longa metragem – que aqui ganhou o nome genérico “Caos e Destruição“.
Segundo o imdb, Caos e Destruição terminou de ser filmado em 2021, mas passou por refilmagens de lá pra cá. Deve ter tido outros problemas também, afinal o filme só foi lançado quatro anos depois – e sem nenhum alarde.
Caos e Destruição não é tão bom quanto os dois The Raid. Os filmes indonésios têm muito mais lutas corporais, algumas delas antológicas – só pra citar dois exemplos, no primeiro tem uma cena onde o protagonista enfrenta dezenas de oponentes num corredor; no segundo tem uma das minhas cenas favoritas de todos os tempos, quando uma mulher, com um martelo em cada mão, ataca sete adversários armados com facas. Caos e Destruição também tem lutas, mas nenhuma memorável como as citadas anteriormente.
Mesmo assim, algumas sequências não deixam nada a desejar. Heu adoro o estilo de como o Gareth Evans filma as cenas de ação. O filme abre com uma tensa perseguição de carro onde a câmera se posiciona diferente do óbvio. E no meio do filme tem uma longa sequência numa boate onde temos lutas e tiros por quase dez minutos ininterruptos. E tem uma sequência que lembra Gangs Of London, onde pessoas sitiadas em uma casa enfrentam vários inimigos que chegam atirando.
Agora, precisamos reconhecer que a trama é meio clichê. Policial corrupto em busca de redenção, compra briga com outros policiais corruptos e também com bandidos. Parte técnica excelente, mas história com pouca originalidade.
Se o roteiro é fraco, por outro lado o elenco é melhor que os filmes anteriores do diretor. Tom Hardy está bem como o policial anti-herói (ele funciona bem neste tipo de papel). Já Forest Whitaker está caricato, não gostei do seu personagem. Caos e Destruição ainda conta com Timothy Oliphant e Luiz Guzmán.
Por fim, um mimimi de fã do Gareth Evans. A atriz Narges Rashidi está em Gangs Of London, e tem uma cena excelente com ela lutando. A mesma atriz aqui aparece como a esposa do protagonista, uma personagem que não entra na luta. Ok, head canon meu, mas queria vê-la lutando…