Karatê Kid: Lendas

Crítica – Karatê Kid: Lendas

Sinopse (google): Li Fong, um prodígio do kung fu, se muda para Nova York com a mãe. Ele tenta ficar longe de brigas enquanto se adapta ao novo país, mas sua paixão pelo combate o leva a se inscrever em um torneio de artes marciais. Para treinar para o desafio, ele conta com a ajuda dos mestres Han e Daniel LaRusso, unindo dois estilos em um para o confronto definitivo.

Existem alguns meios de se ganhar dinheiro com cinema. Um deles é apelar para o saudosismo e o fan service e espremer até o fim uma franquia de sucesso. Karatê Kid, grande sucesso das reprises da TV nos anos 80, teve recentemente uma continuação com a série Cobra Kai. Como extrair mais da franquia? Que tal um filme juntando os atores principais do filme original e do reboot?

Dirigido por Jonathan Entwistle (que apesar de ter o mesmo nome do baixista do The Who, acho que não é parente), Karatê Kid: Lendas (Karate Kid Legends, no original) é isso: um filme clichê e previsível, mas cheio de fan service pra agradar os fãs. E sendo que são cinco longas e mais seis temporadas de Cobra Kai, tem muito fã por aí.

(Curioso ignorarem o quarto filme, estrelado pela Hilary Swank, lançado em 1994. Ninguém lembra dele quando falam de Karatê Kid!)

Neste novo filme a gente acompanha um jovem que chegou da China, arranja inimizade com o vilãozinho genérico da vez, e precisa entrar num torneio de caratê para enfrentá-lo. No meio do filme, Han (Jackie Chan) aparece para treiná-lo, e Han convida Daniel LaRusso (Ralph Macchio) para formarem um time de treinadores.

Ok, entendo que dentro do universo ficcional do Karatê Kid, Daniel LaRusso e Han têm a mesma importância. Mas, fica difícil de aceitar isso quando a gente vê os atores, porque Jackie Chan é melhor que Ralph Macchio em qualquer parâmetro de comparação. Bem, pelo menos os dois juntos geram algumas boas cenas durante o treinamento do menino.

O roteiro tem algumas coisas que não fazem sentido. Uma delas me incomodou. O dono da pizzaria está com problemas financeiros e resolve entrar numa luta de boxe pra levantar dinheiro. É uma luta organizada, tem até juiz. O oponente usa golpes fora das regras, é advertido pelo juiz, mas continua aplicando os golpes ilegais, e o dono da pizzaria acaba sendo levado para o hospital. Caramba, se ele não cumpriu as regras, ele não pode ganhar o jogo! O dono da pizzaria iria para o hospital, mas sem os problemas financeiros, porque certamente iria receber uma indenização!

Um comentário sobre as lutas. A primeira cena onde o garoto luta é muito boa, heu diria que é a melhor cena de luta do filme. O estilo do garoto me lembrou os filmes antigos do Jackie Chan, que era flexível e usava objetos em volta no meio dos golpes, o que tornava suas lutas em momentos divertidos dos filmes. Mas, depois disso vemos treinamentos e treinamentos, e quando chegam as lutas finais, parece que o diretor quis brincar de fazer acrobacias com a câmera, e perdemos toda a coreografia das lutas. Pra piorar, ainda tem elementos gráficos na tela, aparentemente pra parecer videogame. Ou seja, as lutas finais, que deveriam ser o ponto alto do filme, são bem ruins.

No elenco, Ben Wang manda bem, ele funciona nas cenas de luta, e diferente de outros jovens atores, não sumiu quando estava ao lado dos dois nomes maiores (Jackie Chan e Ralph Macchio). Ming-Na Wen faz uma personagem completamente sem consistência, porque ela é contra o filho lutar, mas de repente, do nada, apoia o filho lutando. Sadie Stanley faz a “mocinha”, e não sei se sou o único, mas achei ela muito igual à Jennifer Lawrence; Joshua Jackson, de Dawson’s Creek, faz o dono da pizzaria. O vilãozinho genérico é tão genérico que seu personagem não tem nem nome no imdb.

O filme acaba dentro de todos os clichês previsíveis (não vou listar aqui por ser spoiler, mas, pense num clichê, ele vai estar lá). E no fim, quando a história fecha, tem um epílogo com uma curta cena bem divertida com ainda mais fan service. Mas achei isso positivo, o espectador sai feliz do cinema.

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