Missão: Impossível – O Acerto Final

Missão: Impossível – O Acerto Final

Sinopse (imdb): Ethan e sua equipe estão em uma missão para encontrar e destruir uma IA conhecida como A Entidade. A viagem ao redor do mundo dá origem a cenas de ação incríveis e mais de uma reviravolta inesperada.

E vamos ao oitavo filme de uma franquia que não tem nenhum filme ruim!

Hoje, em 2025, nem todos se lembram, mas Missão Impossível era um seriado, que durou sete temporadas, entre 1966 e 1973, e que teve um remake em 1988 com duas temporadas. Até que em 1996, Tom Cruise assumiu o papel principal da versão cinematográfica e transformou cada novo filme em um grande evento, e, principalmente, em um “evento Tom Cruise”. E agora, Missão: Impossível – O Acerto Final (Mission: Impossible – The Final Reckoning, no original) tem cara de encerramento da franquia, incluindo citações a vários elementos de outros filmes da saga. Será que Tom Cruise, hoje com 62 anos, ainda teria pique pra seguir com a série?

(Ok, sabemos que Hollywood é movida por dinheiro, então claro que pode aparecer um novo filme onde o Ethan Hunt do Tom Cruise se aposenta e “passa o bastão” para outro agente mais novo. Mas acredito que vai ser uma barra difícil de segurar, seja quem for o novo protagonista.)

A direção ficou mais uma vez com Christopher McQuarrie, que dirigiu os três anteriores (os quatro primeiros filmes foram de quatro diretores diferentes). McQuarrie tem uma sólida parceria com Cruise, não só dirigiu quatro Missão Impossível e o Jack Reacher de 2012, como também estava no roteiro de No Limite do Amanhã, A Múmia e Top Gun Maverick. McQuarrie entrega um bom resultado, este oitavo filme pode não ser tão bom quanto o sétimo, mas duvido que alguém saia do cinema decepcionado.

Como já virou tradição, Missão: Impossível – O Acerto Final tem longas sequências de ação de tirar o fôlego, e sempre com o Tom Cruise dispensando o dublê. Aqui são duas sequências, uma em um submarino; outra em pequenos aviões monomotores. Ok, sempre vai ter alguém dizendo “mas duvido que o Tom Cruise estivesse fazendo aquilo tudo, ele estaria preso por cabos de segurança”. Sim, sim, como qualquer cena executada por um dublê, existem alguns artifícios usados para minimizar os riscos que o profissional pode correr. Mas mesmo assim, desafio qualquer leitor deste site: você conseguiria fazer aquela cena?

(Sei que o nome do filme é “Missão Impossível”, e já vimos diversas situações absurdas vividas pelo protagonista. Mas talvez o final da sequência do submarino seja a mentira mais mentirosa de toda a saga…)

Agora, se por um lado essas duas sequências valem o filme, por outro lado o roteiro poderia ser mais enxuto. São quase três horas de filme, e com MUITAS explicações. O filme é tão confuso que dá vontade de ver outra sessão pra tentar pegar todos os detalhes, mas é tão cansativo que não dá vontade de rever.

(Mas reconheço que gostei da dinâmica de algumas cenas que misturam diálogos e ações em dois locais diferentes. Sabe aquela parada de uma pessoa terminar a frase que a outra começou? Desse jeito, mas misturando cenas distintas.)

Pra piorar, o vilão não é bom. Existe o vilão principal, a Entidade, que é uma IA, então é um vilão invisível. E existe o vilão secundário do Esai Morales, que é caricato e não assusta nada.

Agora, depois que passamos pelas sequências de ação, a gente até esquece as falhas. Porque precisamos lembrar que a qualidade dos filmes da franquia é muito alta. Este oitavo filme pode não ser um dos melhores, mas está acima da média do cinema de ação contemporâneo. E ambas as sequências são sensacionais. Sim, vale pagar o ingresso caro do cinema, nem que seja só pra ver as duas sequências.

Sobre o elenco, indubitavelmente é um “filme do Tom Cruise”, e ele não decepciona. Mas outros atores também têm espaço (afinal são duas horas e quarenta e nove minutos de filme!). Ving Rhames, Simon Pegg, Hayley Atwell e Pom Klementieff voltam aos seus papéis como a equipe que ajuda o herói (tem mais um membro, Degas, interpretado por Greg Tarzan Davis, mas o roteiro não o privilegiou, é um personagem desnecessário). E, como falei antes, não gostei do Esai Morales. Dentre as novidades, gostei de dois personagens interpretados por atores mais conhecidos por séries de TV: Hannah Waddingham (Ted Lasso) e Tramell Tillman (Ruptura).

Ainda queria falar da trilha sonora. Gosto muito do tema original, em 5/4. Uns anos atrás fiz um short falando de músicas em 5/4. Quase todas as músicas que ouvimos por aí são em 4/4, que é quando tem um tempo forte a cada quatro tempos, UM dois três quatro UM dois três quatro… O tema de Missão Impossível tem um tempo forte a cada cinco: UM dois três quatro cinco UM dois três quatro cinco. O tema de Halloween também é em 5/4. Você já tinha reparado neste detalhe?

Por fim, temos uma cena em um porta aviões. Caramba, podia ter uma piadinha interna, onde Ethan Hunt podia avistar, ao longe, o Maverick!

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