Crítica – A Fonte da Juventude
Sinopse (imdb): Dois irmãos afastados unem forças para buscar a lendária Fonte da Juventude. Usando pistas históricas, eles embarcam em uma jornada épica repleta de aventuras. Se forem bem-sucedidos, a mítica fonte poderá lhes conceder a imortalidade.
Pensa num cara que trabalha muito. Entre 2019 e 2024, Guy Ritchie dirigiu seis longas e dois episódios de série. Lembro que um tempo atrás todo ano tinha filme do Woody Allen, mas eram filmes “pequenos”, com poucas locações e pouca produção, teoricamente mais fáceis. Ritchie fez Aladdin, Magnatas do Crime, Infiltrado, Esquema de Risco, O Pacto e Guerra sem Regras – nenhum filme “pequeno”.
Mais um ano, mais um filme. A Fonte da Juventude (Fountain of Youth, no original) é o sétimo longa dele em sete anos.
(Detalhe que heu coloquei outro projeto dele na minha lista de expectativas para 2025. Será que ele ainda lança mais um este ano?)
A Fonte da Juventude é um filme de aventura genérico seguindo a onda dos filmes do Indiana Jones, ou, A Lenda do Tesouro Perdido (que é um filme que se passa nos dias atuais). Um caçador de antiguidades, meio estudioso, meio mercenário, chama sua irmã, que trabalha em um museu, para formar um time que vai procurar a fonte da juventude, tudo bancado por um bilionário doente. Enquanto isso, uma misteriosa mulher tenta impedi-lo.
Sou fã do Guy Ritchie, vi quase todos os seus filmes (só não vi o que ele fez com a Madonna), vou continuar vendo, mas… A Fonte da Juventude nem parece feito por ele. É bem filmado, mas é tão genérico que qualquer diretor poderia ter feito. (E esse problema aconteceu algumas vezes nos últimos anos…)
Tem outro problema, aliás, bem parecido com o que acontece em Guerra Sem Regras. O filme começa bem, mas lá pelo terço final o roteiro se perde e o filme não termina tão bem assim. Aqui, rola um tiroteio meio sem sentido, alguns personagens têm atitudes meio forçadas, e achei muito over existirem steel drums dentro de uma pirâmide há 3 mil anos (o instrumento foi criado em Trinidad e Tobago há menos de 200 anos!).
Como acontece frequentemente em filmes de streaming, A Fonte da Juventude tem três nomes grandes encabeçando o elenco: John Krasinski, Natalie Portman e Eiza González. E ainda tem o Domhnall Gleeson num papel grande e o Stanley Tucci numa ponta. Bom elenco, mas é daquele tipo de filme que não exige muito dos atores.
Agora, talvez fosse melhor se o Guy Ritchie fizesse menos filmes mas focasse mais na qualidade deles. Desses sete dos últimos anos, gosto muito de dois (Magnatas do Crime e Infiltrados), mas tenho reticências com os outros cinco.
Sim, o filme tem uma queda no meio, sim, Guy Ritchie já fez coisa melhor, mas, pelo menos, o resultado não ficou muito ruim. Tecnicamente o filme é bem feito, os atores são bons, e a gente é levado pela trama. Acredito que quem for assistir sem grandes expectativas pode se divertir por duas horas. Só fica aquela sensação de que podia ter sido bem melhor…