A Profecia do Mal

Crítica – A Profecia do Mal

Sinopse (imdb): Um culto rouba o Sudário de Turim para propósitos perversos.

Ok, reconheço que um filme com esse nome e esse cartaz não prometia ter muita qualidade. Mas, admito que gosto do tema, então fui ao cinema conferir.

O problema de A Profecia do Mal (The Devil Conspiracy, no original) é que tudo é tão bagunçado que nem sei por onde começar. Ok, começo com um filme de terror onde não existe absolutamente nada assustador.

Mas acho que o pior é o roteiro, que traz duas tramas diferentes e aparentemente desconexas. Temos um cientista louco que quer clonar grandes gênios da humanidade (ele mostra uma criança clone do Vivaldi), e que quer o santo sudário para clonar Jesus Cristo. Paralelo a isso, temos um culto de adoradores de Lúcifer. Nada contra um filme abordar dois plots diferentes, mas, devo ter cochilado e não entendi onde eles se conectam. Por que diabos um grupo de adoradores de Lúcifer ia querer Jesus de volta?

Só sei que em determinado momento apareceu um “boitatá”, e desisti de tentar entender a lógica do filme. Aquela cena da gaiola pendurada com os caras em volta e a cobrinha passeando pelas mulheres não faz o menor sentido. Ok, entendo que a cobra de fogo simbolizava Lúcifer, mas, caramba, pra mim, cobra de fogo é um boitatá!

Se a gente pensar sobre o plot, o filme vai dar um bug e vai travar. Porque eles precisavam de uma mulher para gerar o bebê que seria possuído. Por que não pegar uma voluntária dentro do culto? Precisava sequestrar mulheres aleatórias? Pega uma voluntária que vai concordar com essa loucura toda. Mas, não, vamos sequestrar mulheres que não querem, só pra complicar.

(Isso porque não estou falando de querer trazer Lúcifer dentro de um clone de Jesus. Deixa quieto.)

O elenco caricato não ajuda. A protagonista Alice Orr-Ewing é a única aceitável entre os quatro principais nomes. O padre possuído pelo arcanjo Miguel é péssimo! E os dois líderes da seita / clonadores de dna seguem a mesma linha.

Talvez se o filme se assumisse um trash, aí, talvez, ficasse divertido. Porque nem isso o filme é. Tinha que ser mais escrachado e abraçar o absurdo com vontade. Mas manteve o ar sisudo, o que só piora.

Ok, vou fazer um elogio. Tem uma cena onde o personagem vai ser atacado, aí a câmera acompanha e dá uma cambalhota junto com os personagens. Um único take “inventivo”. Acho que tá bom de elogio.

Enfim, este é mais um exemplo de como as distribuidoras no Brasil não estão fazendo um bom trabalho. Enquanto X, Pearl ou Speak No Evil ainda não têm distribuição aqui, A Profecia do Mal estreia hoje no circuito.

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