Bastardos Inglórios

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Bastardos Inglórios

Oba! Hoje estreia um filme novo do Quentin Tarantino aqui no Brasil! Isso não acontece desde Kill Bill vol. 2!

Fiquei traumatizado com o que fizeram com o penúltimo filme do Tarantino, À Prova de Morte. Passou no festival de 2007, mas num dia diferente do divulgado, e depois, inexplicavelmente, nunca entrou em cartaz, nem nunca foi lançado em dvd. Heu tenho em dvd original, mas é porque comprei uma edição gringa…

Mas voltemos ao filme novo!

Durante a Segunda Guerra Mundial, na França ocupada pelos nazistas, o tenente americano Aldo Raine (Brad Pitt) é o líder de uma pequena equipe secreta, formada por soldados judeus: os “Bastardos”. O objetivo deles é simples: matar brutalmente nazistas, para espalhar medo entre eles.

Bastardos Inglórios é um filme atípico na carreira do Tarantino. Afinal, até agora ele não tinha feito nenhum filme de época, nem usado personagens históricos. E aqui temos Hitler, Goebbels e até Churchill numa ponta!

Mesmo assim o filme se porta como um “legítimo Tarantino”. Diálogos afiadíssimos, personagens muito bem construídos, violência gráfica na dose certa e trilha sonora cool. E uma das coisas que mais gosto nos filmes dele: situações imprevisíveis.

Uma coisa que Tarantino sabe fazer muito bem é construir expectativas para depois frustrá-las. Quer um exemplo? Se Kill Bill vol 1 tem rios de sangue, Kill Bill vol 2 é muito mais discreto. Algo parecido acontece com o destino de alguns dos personagens e algumas das situações de Bastardos Inglórios. Não, não vai acontecer o que você espera!

Tem outra coisa que senti falta. Tarantino normalmente usa vários atores famosos em papéis inesperados. E aqui não temos muita gente conhecida – pelo menos não tanto quanto em seus outros filmes. Sim, claro, tem o Brad Pitt, e também Diane Kruger, mas paramos por aí. Acho que o único papel “inesperado” é o do Mike Myers (Quanto Mais Idiota Melhor, Austin Powers). Procure bem, senão você não o encontrará! Fora isso, temos as vozes de Samuel L Jackson, Harvey Keitel e do próprio Tarantino, mas só as vozes mesmo.

Bem, o fato dos atores serem menos conhecidos não atrapalha o resultado final do filme. Todos estão excelentes em seus papéis. Inclusive, Christopher Walz ganhou a Palma de Ouro de melhor ator em Cannes este ano pelo seu magnífico coronel Hans Landa.

Tarantino confessou que este filme está para os filmes de guerra como um spaguetti western está para os faroestes. Inclusive, ele pensou em chamar o filme de “Era Uma Vez na França Ocupada por Nazistas“.

O fim é meio estranho, mas não comento mais nada pra não mandar spoilers. Mesmo assim, é um bom filme!

Categorias: Brad Pitt, Christopher Walz, Diane Kruger, Eli Roth, Festival do Rio - 2009, Guerra, Harvey Keitel, Léa Seydoux, Melanie Laurent, Michael Fassbender, Mike Myers, Quentin Tarantino, Samuel L Jackson

12 comentaram em “Bastardos Inglórios

  1. Acabo de retornar do cinema. A crítica está perfeita. Mais Tarantino que isso não poderia ser. Algumas sequencias como a “do bar” e a “do cinema”, se não entrarem para a história do cinema, ao menos, permanecerão na minha memória para sempre. Considerei o filme como ótimo.

    No mais,

    Cabe parabenizar pelo seu excelente trabalho aqui neste blog. Sempre acompanho, mas não havia comentado ainda. Um dos melhores que já vi sobre o tema.

    Abraço e
    Saudações

  2. Cara, muito bom Filme, e temos que aturar o bonequinho do globo indo embora por achar que as situações beiram o Grotesco, Fala Sério. Tive a nítida impressão de ouvir Tarantino falando através da voz atriz ingleza na Taberna hehehe, coisa que sá havia sentido em filmes de Woody Allen. Tarantino salvou mais uma carreira,Christopher Walz. Valeu.

  3. Helvécio, sobre atores famosos em papéis inusitados no sensacional “Bastardos Inglórios”, muito mais do que Mike Myers pode-se ver o ótimo e quase esquecido Rod Taylor (“Os Pássaros” de Hitchcock, “A Máquina do Tempo” original) velho e gordo interpretando ninguém menos do que Sir Winston Churchill!!!!!!!!!

    E além das já citadas cenas do bar e do cinema, destaco principalmente a cena de abertura, com o nazista do extraordinário Christoph Waltz (que engole o filme em todas as cenas que aparece) conversando com o pai da família camponesa. Tensa, milimetricamente bem construída, eis uma cena que remete ao Grande Cinema de mestres como David Lean, Alfred Hitchcock e Sergio Leone. Por si só é um pequeno e brilhante curta-metragem!

  4. Eu sempre esperava mais de Quentin Tarantino. Pois antes desse filme eu o considerava apenas mais um garoto fã de HQs e filmes policiais que só sabia colar referências pop em suas obras, ou seja, igual ao Robert Rodriguez só que com bom gosto.

    Agora, depois desse “Bastardo Inglórios” eu vi uma evolução. As referências continuam lá, mas nada é colocado ali por acaso, cada diálogo e cada enquadramento é “friamente calculado”. Como disse o Brad Pitt em uma certa cena: “Essa é a minha obra-prima”.

    Na minha opinião esse filme consegue a incrível proeza de ser melhor que Pulp-Fiction e, ainda por cima, deixou os dois “kill Bill” no chinelo.

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