Becoming Led Zeppelin

Crítica – Becoming Led Zeppelin

Sinopse (imdb): As origens do grupo icônico Led Zeppelin e sua ascensão meteórica em apenas um ano contra todas as probabilidades.

Antes de tudo, preciso falar que não sou muito fã de documentários. Pra mim, um documentário só serve se heu me interesso sobre o assunto que está sendo documentado. Ou seja, quem vê é porque normalmente já nutre alguma simpatia pelo assunto.

Curto rock’n’roll dos anos 70, claro que curto Led Zeppelin. Então fui ver o documentário que fala sobre a formação da banda e vai até a gravação do segundo Lp. Mas, achei alguns problemas no filme. Problemas de direcionamento do roteiro, e também problemas técnicos.

Mas antes, queria falar um pouco sobre a minha relação com o Led Zeppelin. Como falei, curto muito rock’n’roll dos anos 70, então claro que curto a “santíssima trindade do rock”: Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple – três bandas inglesas que surgiram no fim dos anos 60 e que lançaram alguns discos fundamentais em toda a discoteca básica de fãs de rock.

Dito isso, preciso confessar que gosto muito mais de Deep Purple do que das outras duas. Principalmente por um nome: Jon Lord. No Led, era o baixista John Paul Jones quem tocava teclado; no Sabbath, quando tinha teclado, ficava escondido*. Já no Purple, o teclado tinha protagonismo. Jon Lord era um excelente tecladista, e o que ele fazia com o órgão Hammond era sensacional. Também sou fã do Keith Emerson e do Rick Wakeman, e conheço pessoas que não curtem o estilo dos dois. Mas nunca conheci quem não gostasse do Jon Lord.

*(Em 1992, vi a montagem do palco do Black Sabbath no Canecão. Vi quando montaram um teclado e colocaram uma cortina preta na frente, pra “esconder” o tecladista. Lamentável…)

Enfim, sou mais fã do Purple, mas também gosto muito do Led. Inclusive posso dizer que vi metade da banda, fui ao Hollywood Rock em 1996 pra ver o sensacional show do Robert Plant e Jimmy Page. Foi uma noite inesquecível: Black Crowes, depois “quase Led Zeppelin”.

Vamos ao filme? Vemos entrevistas recentes com os três membros vivos da banda (John Bonham morreu em 1980). Não sei há quanto tempo as entrevistas foram feitas, hoje Robert Plant tem 76 anos, John Paul Jones tem 79, Jimmy Page tem 81. O documentário traz a voz do John Bonham em uma entrevista que, segundo o que disseram, era inédita, e isso traz um bom equilíbrio aos depoimentos. Os quatro contam como começaram na música, e também comentam sobre algumas coisas bem legais que heu não sabia, tipo, Page e Jones eram músicos de estúdio e tocaram com um monte de gente, inclusive estiveram juntos na orquestra que gravou o famoso tema de Goldfinger, do 007.

Segundo o filme, Plant e Bonham se conheciam por um lado, e Page e Jones por outro, e se encontraram pela primeira vez já para levar um som e começaram a banda direto. Não digo que isso é mentira, mas achei impressionante já rolar química logo de cara, a ponto de criarem uma das mais importantes bandas da história do rock. Se isso for verdade, é bem legal!

Acompanhamos depoimentos e imagens de arquivo falando sobre shows, turnês e gravações dos dois primeiros discos. Algumas das imagens de arquivo são curiosas, como aquela onde eles fazem um show e algumas pessoas na plateia tapam os ouvidos.

Agora, achei que faltou abordarem alguns temas. O Led Zeppelin é famoso por exageros, e não vemos nada sobre consumo de álcool ou drogas. Digo mais, segundo o filme, todos eram pessoas caseiras e com comportamento família. Outra coisa que podia engrandecer o filme era trazer depoimentos de outras pessoas, como músicos de outras bandas – tanto galera da mesma época, que viveu aquele momento; quanto músicos mais novos, que foram influenciados.

Agora, o que mais me incomodou foram algumas decisões técnicas da edição. Vou citar alguns exemplos. Determinado momento, Robert Plant fala que estava sem casa, sem dinheiro, entrou pra uma banda, mas deixa essa história no ar, não conclui. Em outro momento, rola um show em Los Angeles, e as pessoas dançando não combinam nada com a música que está sendo tocada. Ou então quando o filme fala da viagem do Jimmy Page para os EUA, vemos dois produtores, ambos aparecem falando, mas não ouvimos suas vozes, isso confunde o espectador, ficou esquisito. Fora alguns momentos de tela preta que foram um pouco mais longos do que deveriam ser.

Tem outra coisa, mas não sei se é exatamente um problema. Algumas músicas estão completas, em imagens da época. Legal, mas não são músicas famosas e empolgantes, como Black Dog, Stairway to Heaven ou Kashmir (todas essas vieram depois do período retratado no filme). A gente vê longas versões de Dazed and Confused e What is and What Should Never Be. Os fãs radicais devem ter curtido, mas, para o público geral, ficou cansativo.

Resumindo: a banda é nota 10. Já o documentário, esse ficou devendo.

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