Gunpowder Milkshake

Crítica – Gunpowder Milkshake

Uma mistura de John Wick com Kill Bill e uma pitada de O Profissional? Ok, vamos ver qualé.

Sinopse (imdb): Em sua vida turbulenta como assassina profissional, Scarlet foi cruelmente forçada a abandonar sua filha Sam e fugir. Anos depois, apesar do afastamento, Sam também se tornou uma assassina de aluguel de sangue frio. Depois que uma missão de alto risco fica fora de controle, colocando uma menina inocente de 8 anos no meio da guerra de gangues que ela desencadeou, Sam não tem escolha a não ser se rebelar. Isso, no final das contas, a leva de volta para sua mãe e suas ex-ajudantes, que unem forças em uma guerra de vingança contra aqueles que roubaram tudo delas.

Tenho sentimentos conflitantes quando falo de um filme como Gunpowder Milkshake. Por um lado, gosto de um filme assim, onde criam todo um universo fascinante, com boas coreografias de luta. Mas, por outro lado, a gente já viu tudo isso…

Vamos por partes. Primeiro a parte boa. Dirigido pelo quase desconhecido Navot Papushado (quase desconhecido, mas dez anos atrás falei de Raiva, um filme dele, aqui no heuvi!), Gunpowder Milkshake tem uma boa fotografia, boa trilha sonora, bons personagens, e as cenas de luta são quase todas boas (quase, mais pro fim volto a esse ponto). Esteticamente falando o filme é excelente. E ainda tem cenas bem humoradas, característica que heu aprecio. Preciso ser coerente comigo mesmo: gosto quando um filme tem mais forma que conteúdo.

Agora, é muito plágio de John Wick. O recente Anônimo, que é do mesmo roteirista de John Wick, traz semelhanças, mas não parece plágio. Por exemplo: é legal ter um ambiente que é uma espécie de “oásis” onde você precisa deixar suas armas antes de entrar, como o restaurante. Mas, caramba, tinha um ambiente igual em John Wick, o hotel!

Seria melhor se fosse um spin off de John Wick, agora com uma assassina mulher. Se fosse um spin off, talvez a vibe Kill Bill não ficasse tão explícita.

O elenco é bom. Karen Gillan faz cara feia o filme inteiro, mas funciona bem no papel, inclusive nas cenas de ação – não sei se ela usou dublê. Lena Headey e Paul Giamatti aparecem pouco, me parece que o roteiro poderia ter usado melhor os personagens. O trio formado por Carla Gugino, Michelle Yeoh e Angela Bassett serve para o propósito: uma espécie de versão das três fadas madrinhas de Bela Adormecida – inclusive usam roupas das mesmas cores, vermelho, verde e azul.

Gostei do filme, gostei das cenas de ação. Mas duas cenas me incomodaram um pouco. Vou tentar falar sem spoilers.

– Uma delas é um clichê que acontece muito em filmes de ação: vários oponentes, mas só atacam dois ou no máximo três de cada vez. Ok, a gente vê isso em muitos filmes, mas tem uma cena aqui que isso chegou a incomodar. Tem um ônibus com oponentes vindo. Por que só entra um de cada vez?

– A outra é quando um filme mostra uma regra e depois ignora a mesma regra que acabou de mostrar. No hotel em John Wick, na única ocasião onde alguém usa uma arma contra outra pessoa, isso é algo muito grave. Aqui, primeiro não pode armas, mas depois, ok, agora pode. Aí não, né?

O fim do filme deixa espaço pra uma continuação (e no imdb tem um click bait que fala de um possível Gunpowder Milkshake 2 com Jennifer Lawrence e Meryl Streep). Mesmo com essas falhas, curto o estilo, então se tiver um segundo, verei. Tomara que algum roteirista crie algo original.

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