Tetro

Tetro

Semana passada rolou aqui no Rio uma pré-estreia (pouco divulgada pela mídia) de Tetro, o novo filme de Francis Ford Coppola. Detalhe: com o próprio Coppola presente!

Prestes a completar 18 anos, Bennie vai até Buenos Aires para procurar o seu irmão mais velho, agora chamado Tetro, que um dia saiu de casa para um ano sabático e nunca mais voltou. Ao encontrar uma peça de teatro incompleta escrita pelo irmão, Bennie descobre que pode também encontrar a resposta paras os mistérios de sua família.

Antes do filme, Coppola explicou que se trata de um filme pessoal, sobre família. Um “filme menor”. E Tetro nem é ruim. Mas, sabe qual é o problema? A gente espera sempre mais de um cara que dirigiu coisas do nível de Apocalipse Now e a trilogia O Poderoso Chefão. Afinal, vinte anos atrás, “filme menor” do Coppola era O Selvagem da Motocicleta

Na verdade, Tetro é um drama familiar com cara de dramalhão latino – talvez por isso a opção de filmar na Argentina. E é, na minha humilde opinião, um pouco longo demais – o filme tem pouco mais de duas horas e chega a ficar cansativo. Se tivesse meia hora a menos, seria mais enxuto e mais agradável.

O elenco está bem. Aliás, comentei outro dia que um ator brasileiro poderia estar no lugar de Javier Bardem em Comer Rezar Amar, né? Tetro é passado em Buenos Aires, mas dentre os atores principais não tem nenhum argentino. Os irmãos são interpretados pelos americanos Vincent Gallo e o ainda desconhecido Alden Ehrenreich, e a esposa de Tetro é a espanhola Maribel Verdú. E a também espanhola Carmen Maura e o austríaco Klaus Maria Brandauer também têm papeis importantes. Os argentinos ficaram com papeis menores…

A fotografia em preto e branco mostra belas imagens do bairro Boca, em Buenos Aires. E algumas cenas de flashbacks são coloridas, granuladas. Recurso meio careta, muito usado, mas ainda eficiente.

Parece que Coppola sabe que seu novo filme não vai agradar à crítica. Em uma cena, ele parece que manda um recado direto, quando, ao encontrar uma famosa crítica de teatro, Tetro diz algo como “agora, a sua opinião não me importa mais”. É isso aí, Coppola vai fazer o que quiser. E danem-se os críticos…

Para terminar, fica aqui uma foto do “hômi”, tirada dentro do Espaço de Cinema, pelo meu amigo Luiz Alberto Benevides, também conecido como “Luiz com Z”. (Não, não consegui autógrafo…)

Um comentou em “Tetro

  1. Concordo em quase tudo o que você comentou, especialmente quando diz “Tetro é um drama familiar com cara de dramalhão latino – talvez por isso a opção de filmar na Argentina. E é, na minha humilde opinião, um pouco longo demais – o filme tem pouco mais de duas horas e chega a ficar cansativo. Se tivesse meia hora a menos, seria mais enxuto e mais agradável.”. É o que penso. Achei muito fraco. O que se salva mesmo é a fotografia e a música (esta, em alguns momentos, é forte e importante).

    Gostei do seu blog. Com textos objetivos, certeiros.

Preenchimento obrigatório *

You may use these HTML tags and attributes:
<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*