Thunderbolts*

Crítica – Thunderbolts*

Sinopse (imdb): Depois de se verem presos em uma armadilha mortal, uma equipe não convencional de anti-heróis deve embarcar em uma missão perigosa que os forçará a confrontar os cantos mais sombrios de seus passados.

(Antes de tudo, aquele aviso pra quem não me conhece: não leio HQs de super heróis, nem sei se existe uma HQ dos Thunderbolts. Meus comentários serão sobre o filme e o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU)).

Já comentei antes. Entre 2008 e 2019, a Marvel fez um trabalho excepcional nos cinemas. Lançamentos da Marvel eram quase sempre garantia de um bom filme. Mas, de lá pra cá, a situação mudou, e muitos dos títulos decepcionaram.

Este ano a previsão era de três longas da Marvel: Capitão América 4, que foi mais do mesmo. Antes do fim do ano teremos Quarteto Fantástico, que promete ser uma grande revolução no MCU. E tinha esse Thunderbolts*, uma grande incógnita. O que esperar de um filme que só tem personagens secundários?

Não sei se é porque heu não tinha nenhuma expectativa, mas, não é que curti Thunderbolts*? Não é um grande filme, não vai mudar a vida de ninguém, mas posso dizer que me diverti no cinema. Curti bem mais do que Capitão 4.

Dirigido pelo pouco conhecido Jake Schreier, Thunderbolts* traz um time de personagens que parecem refugo de outros filmes. O único que tem alguma relevância no MCU é o Bucky (Sebastian Stan), parceiro do Capitão América original e que esteve em oito filmes e na série Falcão e o Soldado Invernal. O resto é tudo “lado B”: Yelena Belova (Florence Pugh), irmã adotiva da Natasha Romanoff e que também tem treinamento de Viúva Negra e que estava no filme Viúva Negra e na série Gavião Arqueiro; o Guardião Vermelho (David Harbour), pai adotivo da Natasha e da Yelena, e que estava no filme Viúva Negra; Antonia Dreykov (Olga Kurylenko), a Treinadora, também do filme Viúva Negra; John Walker (Wyatt Russell), o “Capitão América da Shopee”, da série Falcão e o Soldado Invernal; Ghost (Hannah John-Kamen), vilã de Homem Formiga 2; e o Bob (Lewis Pullman), personagem novo. Sim, apenas Bob, isso será explicado no filme. Ah, também tem a Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus), que faz uma espécie de Nick Fury aternativa, e que esteve em Falcão e o Soldado Invernal, Viúva Negra e Pantera Negra 2.

(Em tempos de “nepo babies”, temos o filho do Kurt Russell e o filho do Bill Pullman…)

Parecia que o protagonismo ia ser do Sebastian Stan, né? Não, na verdade é a Florence Pugh quem lidera o filme. E faz um excelente trabalho – ela inclusive saltou do segundo prédio mais alto do mundo sem usar dublês! Aliás, o filme sabe equilibrar bem a quantidade de personagens, não tem nenhum personagem que parece que está só pra ser “mais um”. E apesar de todos parecerem secundários demais, o time “deu liga”.

(Só não entendi por que um dos personagens sai logo no início do filme. Me parece que o ator/atriz estava com algum problema pessoal ou contratual e não podia seguir no filme. Ficou estranho usar um personagem em toda a divulgação e não usá-lo ao longo do filme.)

As cenas de ação são boas, e, claro, é Marvel, tem muito humor – achei o personagem do Guardião Vermelho um alívio cômico perfeito. E tem uma sequência muito boa no meio do filme que, não sei se foi proposital ou não, mas lembrou muito O Exterminador do Futuro.

Thunderbolts* ainda entra no delicado assunto da depressão, tanto nos protagonistas quanto no antagonista. Agora, não vou entrar em spoilers, mas a parte final atinge parte da população “civil”. Quando o Thanos estalou os dedos, isso afetou o mundo e isso foi tratado em outros filmes; será que os próximos filmes vão lidar com o que aconteceu com as pessoas afetadas?

Ainda sobre a sequência final, Thunderbolts* ser um filme dentro do MCU traz outro problema recorrente: onde estavam outros heróis? O Doutor Estranho não mora na mesma cidade onde se passa o filme? O Sam Wilson não estava por aí “anteontem” como o novo Capitão América? Por que Thunderbolts* nem sequer menciona os outros heróis? (Um evento de Capitão América 4 é citado, ou seja, eles confirmam que estão no mesmo universo!).

Mesmo assim, achei o resultado de Thunderbolts* muito positivo. Não é o melhor filme da Marvel, mas acho que podemos dizer que é o melhor desde Guardiões da Galáxia 3. Agora aguardemos Quarteto Fantástico pra saber se Thunderbolts* foi um caso isolado ou se estamos numa curva ascendente.

Por fim, o tradicional da Marvel: duas cenas pós créditos, uma piadinha no meio dos créditos, e um gancho pro próximo filme lá no fim de tudo. Achei um gancho meio previsível, mas, ok.

Ah, o asterisco no título do filme tem sentido. Assim como o Bob, é explicado no filme.