O Exterminador do Futuro: Gênesis

Exterminador 5O Exterminador do Futuro: Gênesis

Estreou o novo Exterminador!

John Connor manda Kyle Reese ao passado para proteger Sarah Connor, mas quando ele chega em 1984, nada acontece como esperado.

Neste mar de continuações, refilmagens, releituras, remakes e reboots, claro que tinha espaço pro Arnoldão voltar ao seu papel mais icônico, né?

Um pequeno resumo da franquia Exterminador do Futuro. Os dois primeiros, dirigidos por James Cameron em 84 e 91, são excelentes, dois clássicos da ficção científica, dois dos melhores filmes de viagem no tempo de todos os tempos. O terceiro, de 2003, teve seus tropeços, ficou bem abaixo dos outros dois. Com um clima mais dark, o quarto filme foi lançado em 09 – melhor que o terceiro, mas ainda abaixo do início da saga. Pela primeira vez, Schwarzenegger não estava no elenco principal (ele era o governador da Califórnia àquela época), mas aparecia como um bem sacado efeito especial.

Sobre o novo O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys, no original), a primeira pergunta era: robôs envelhecem? Porque agora um senhor sessentão, Arnold Schwarzenegger volta ao papel do robô Exterminador. Mas isso é explicado no filme, o robô tem pele humana, então ele envelhece por fora…

A direção ficou a cargo de Alan Taylor, com longa carreira na tv (dirigiu episódios de séries como  Game of Thrones, Família Soprano e Sex and the City, entre muitas outras), mas em seu segundo filme para o cinema. Bem, como o primeiro foi Thor Mundo Sombrio, podemos dizer que Taylor está no caminho certo pra entrar no primeiro time dos diretores hollywoodianos.

Tecnicamente falando, o filme é impressionante. Não só vemos perseguições, brigas, explosões e tiroteios de tirar o fôlego, como vemos uma cena do Schwarza atual contra o Schwarza de 84! Viva o cgi bem feito!

Agora, uma coisa me incomodou: o conceito de viagem no tempo proposto pelo primeiro filme propõe um círculo fechado e imutável – o destino já está escrito, tudo o que acontece relativo às viagens no tempo vai se repetir num eterno loop. E este conceito é ignorado aqui. O Exterminador do Futuro Gênesis usa a ideia de viagem no tempo proposta pela série De Volta Para o Futuro: suas ações numa viagem no tempo podem alterar o futuro. Não gostei…

No elenco, Arnold Schwarzenegger mostra que ainda tem pique apesar dos sessenta e sete anos de idade (ele acabou de completar 68). E gostei da Emilia Clarke (Game of Thrones) como Sarah Connor. Por outro lado, não gostei de Jason Clarke (Planeta dos Macacos O Confronto), caricato demais como John Connor. Ainda no elenco, Jai Courtney, J. K. Simmons, Courtney B. Vance, Sandrine Holt e Byung-hun Lee.

Último aviso: rola uma cena extra no meio dos créditos, um gancho para uma continuação. É, segundo o imdb, este é o primeiro de uma nova trilogia…

O Dom da Premonição (2000)

O Dom da PremoniçãoCrítica – O Dom da Premonição (2000)

Vamos de Sam Raimi de 15 anos atrás?

Em uma cidade pequena, uma mulher com percepção extra-sensorial pode ser a única esperança na investigação de um crime.

Sam Raimi normalmente é lembrado por suas trilogias mais famosas, Evil Dead (1981, 87 e 92) e Homem Aranha (2002, 04 e 07), mas ele fez muito mais coisas legais, como Um Plano Simples, Arraste-me Para o Inferno e este O Dom da Premonição (The Gift, no original).

Em 1998, Raimi dirigiu Billy Bob Thornton em Um Plano Simples. Thornton tinha ideia de um roteiro baseado nas experiências psíquicas de sua própria mãe, então o escreveu em parceria com Tom Epperson. Dois anos depois, Thornton trabalharia junto novamente com Raimi, mas desta vez só como roteirista.

Com um bom roteiro e um elenco acima da média, O Dom da Premonição traz personagens que parecem escritos pelos irmãos Coen (amigos de longa data do diretor) em uma trama de suspense com um que de sobrenatural – boa mistura!

O papel principal é de Cate Blanchett, que já mostrava que era uma grande atriz antes de ganhar seus Oscars (por O Aviador em 2005 e Blue Jasmine em 2014). Claro que Cate é um dos destaques, mas quem chama a atenção é Giovanni Ribisi, num papel menor, mas que impressiona sempre que aparece. Também no elenco, Keanu Reeves, Hillary Swank, Greg Kinnear, J.K. Simmons, e Katie Holmes, em sua única cena de nudez na carreira (se não me engano).

Na minha humilde opinião, O Dom da Premonição pode ser colocado facilmente entre os melhores filmes de Sam Raimi!

Whiplash – Em Busca da Perfeição

WhiplashCrítica – Whiplash – Em Busca da Perfeição

Imagine o que acontece quando um aluno de música obcecado com a perfeição encontra um professor rígido demais, a ponto de agredir física e psicologicamente os seus alunos?

Andrew, um jovem e talentoso baterista, estudante de uma prestigiada universidade de música, entra na banda do professor Fletcher, o mais conceituado da escola, mas que costuma abusar psicologicamente dos seus alunos, sempre forçando os limites de cada um.

Antes de tudo, um comentário vindo de um músico semi-profissional (toco em bandas há quase trinta anos): sou contra os métodos do professor Fletcher, assim como sou contra a obsessão de Andrew. Mas admito que, no filme, a exploração desta relação de amor e ódio funcionou muito bem.

O filme é dos dois, de Andrew versus Fletcher – aliás, o filme é dos atores Miles Teller e J.K. Simmons. Ambos estão impressionantes!

Miles Teller não é um rosto muito conhecido, mas passa a impressão de “já vi esse cara em algum lugar”. Bem, ele estava em Divergente, Projeto X e na nova versão de Footloose, e agora está escalado para o papel de Sr Fantástico no polêmico reboot do Quarteto Fantástico. Já J.K. Simmons é um eterno coadjuvante (quem não se lembra do seu JJ Jameson em Homem Aranha?). Com certeza o star power de ambos vai aumentar depois de Whiplash.

Ainda Teller: o ator toca bateria desde os 15 anos de idade. Para o filme fez 4 horas de aula, 3 vezes por semana. Boa parte do que vemos nas telas era o próprio ator tocando!

Whiplash foi escrito e dirigido pelo pouco conhecido Damien Chazelle. Sem fundos para realizar seu filme, Chazelle fez um curta homônimo (também estrelado por Simmons) e o inscreveu no festival Sundance. O curta acabou ganhando a competição, e assim Chazelle conseguiu seu financiamento.

Não vi o curta, mas pelo longa podemos atestar o talento de Chazelle, que consegue um excelente ritmo no seu duelo entre personalidades fortes, além de usar ótimos ângulos ao filmar os instrumentos da big band em closes.

Ah, tem a música, né? Não sou muito fã de jazz, mas curto big bands, assim como curto compassos compostos (a música Whiplash é em 7/8 – em vez de contar 1, 2, 3, 4, conta-se 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7). E, vamos combinar: é sempre legal ver boa música sendo bem tocada, independente do estilo. E Whiplash está repleto de música boa!

Diz a lenda que todas as sessões de Whiplash no Festival do Rio de 2014 terminaram com a plateia batendo palmas. Bem, o final do filme realmente pede palmas, isso deve acontecer em várias sessões por aí.

p.s.: Determinado momento rola uma alfinetada, onde o filme diz “quem não é bom músico vai tocar rock”. Bem, os 3 melhores bateristas que conheço – Ian Paice, Carl Palmer e Neil Peart – são de bandas de rock…