Top 10: Disco Music

Top 10: Disco Music

Toco em uma banda de disco music (banda Boogie Nights), por isso tive vontade de fazer um top 10 de filmes ligados ao estilo.

Não é tarefa das mais fáceis, porque não existem muitos filmes famosos sobre o assunto. Mas, mesmo assim, ainda consegui mais do que dez filmes. Achei três que não sei se merecem estar no Top 10, talvez valham uma menção honrosa: A Música Não Pode Parar / Can’t Stop The Music (1980), biografia do Village People; Roller Boogie (1979), filme estrelado pela Linda Blair sobre patinadores que frequentam a pista de dança; e The Apple (1980), dirigido pelo Menahem Golan – o mesmo de Comando Delta – nuff said.

Vamos aos filmes?

10. Xanadu (1980)

Tá, o filme é famoso e tem Olivia Newton-John e Gene Kelly nos papeis principais. Mas tem um pé no trash. Talvez dois pés. Está no top 10 pela boa trilha sonora.

9. Disco Godfather (1979)

Um policial aposentado vira um DJ famoso em um clube: o Disco Godfather! Não vi, tem cara de ser um trash divertido.

8. Car Wash (1976)

Filme sobre um dia na vida dos funcionários de um lava a jato em Los Angeles. Estrelado por Richard Pryor e pelas Pointer Sisters.

7. Até que Enfim é Sexta-Feira / Thank God It’s Friday (1978)

É sexta feira e todos planejam ir à boate. Filme estrelado por Jeff Goldblum e Donna Summer, ela mesma!

6. Funkytown (2011) 5,7

Filme canadense (mal) lançado ano passado, sobre um grupo de amigos que frequenta uma boate em Montreal, no ano de 1976.

5. Studio 54 (1998) 5,6

Filme que conta a história da famosa boate nova-iorquina. A ambientação é excelente, mas o filme não é lá grandes coisas.

http://heuvi.com.br/drama/studio-54/

4. Os Últimos Embalos da Disco (1998) 6,4

Duas amigas frequentam uma boate em Manhattan. Estrelado por Chloë Sevigny e Kate Beckinsale

3. Tony Manero (2008) (6,8)
Filme chileno recente onde o protagonista é fã do personagem de John Travolta em Embalos de Sábado À Noite

2. Os Embalos de Sábado À Noite (1977) 6,7

Talvez o mais famoso de todos os filmes feitos no fim dos anos 70 sobre a era da discoteca. Alçou John Travolta ao status de símbolo sexual.

1. O Pagamento Final (1993) 7,9

Filmaço de Brian de Palma, não se trata de um filme sobre a música disco. Mas o protagonista Carlito Brigante (Al Pacino) gerencia uma discoteca.

http://heuvi.web73.f1.k8.com.br/acao/o-pagamento-final/

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Hors Concours – Boogie Nights (1997)

Sou muito fã do filme de Paul Thomas Anderson, mas os maiores focos aqui são a indústria pornográfica e as drogas, por isso o deixei de fora do Top 10.

Frankenweenie

Crítica – Frankenweenie

Novo longa-metragem em animação stop motion de Tim Burton!

Depois de perder inesperadamente o seu querido cão Sparky, o menino Victor usa experimentos com energia elétrica aprendidos na aula de ciências para trazer seu melhor amigo de volta à vida.

Tim Burton começou a chamar a atenção em 1988, com Beetlejuice – Os Fantasmas Se Divertem, seu terceiro longa-metragem. Mas ele já tinha feito alguns curtas interessantes antes. Um deles, de 1984, era justamente Frankenweenie, também em stop motion. Agora que Tim Burton é um nome consagrado em Hollywood, ele resolveu retomar seu velho curta e transformá-lo em um longa. Como já era previsível, o resultado ficou muito bom!

Falei previsível porque já mencionei aqui que Tim Burton é um dos poucos diretores contemporâneos com personalidade própria. Seus filmes quase sempre têm “cara de Tim Burton”. E ele usar stop motion em um longa não é exatamente uma novidade – ele produziu O Estranho Mundo de Jack em 1993 e dirigiu A Noiva Cadáver em 2005.

O melhor de Frankenweenie são as inúmeras referências a filmes clássicos de terror, como o Frankenstein de 1931 (a referência mais óbvia, na cena onde Sparky é trazido de volta), A Noiva de Frankenstein (o “cabelo” da cachorrinha), Gamera (ou Godzilla), A Múmia, nomes de alguns personagens (Elsa Van Helsing, Edgar E. Gore), o professor que tem a cara do Vincent Price, e até Gremlins (os ‘kikos marinhos”). Isso sem contar com Christopher Lee, que aparece em imagens de arquivo, tiradas do filme Drácula, O Vampiro da Noite.

Outra coisa muito legal é a caracterização dos personagens. A turma da escola só tem freaks, cada personagem é melhor que o outro! Adorei a menina dona do gato, com olhos enormes e pupilas minúsculas. Também gostei muito da fotografia em preto e branco e da trilha sonora de Danny Elfman.

Justamente por estes fatores citados nos dois parágrafos acima, não sei se o filme vai agradar os mais novos. O filme não é exatamente para crianças, apesar de não ser assustador – é uma mistura de terror com fantasia, com pitadas de drama e de comédia. Aliás, é bom falar: não é exatamente uma comédia, mas traz uma cena engraçadíssima de humor negro (a cena do “Colosso”).

Vi o filme dublado, então não posso falar muito sobre o elenco, que conta com vozes de Winona Ryder, Martin Landau, Martin Short e Catherine O’Hara, contracenando com crianças menos conhecidas como Charlie Tahan e Atticus Shaffer. Curiosamente, Frankenweenie não tem Johnny Depp nem Helena Bonham-Carter, os “atores assinatura” de Burton – é a primeira vez desde Peixe Grande (2003) que Depp não está num filme de Burton (foram cinco filmes seguidos).

O fim do filme traz um final “disneyano” desnecessário (o filme é da Disney), o fã de Tim Burton não precisa necessariamente de um final feliz. Mas nada que estrague o filme.

p.s.: Procurei no youtube o curta Frankenweenie original, de 1984, mas só achei este link que traz também outro curta, Vincent, feito em stop motion pelo mesmo Tim Burton dois anos antes, em 1982. Frankenweenie começa aos 5:57. Mas recomendo ver os dois!

Lucasfilm & Disney

Lucasfilm & Disney

Esta semana, o mundo nerd parou com a notícia da compra da Lucasfilm pela Disney por 4 bilhões de dólares. Pela internet, 9 em cada 10 comentários são negativos. Não entendi por que estão reclamando. Achei a notícia excelente!

A maioria dos detratores cita o Mickey e os desenhos musicais da Disney. Parece que eles não se tocaram que a Disney é muito maior que isso. Vamos ao “Império Disney”?

– A Disney produz longa-metragens “live action” (com atores) de aventura e ficção científica, como Tron – O Legado, John Carter e a série Piratas do Caribe;

– Recentemente a Disney comprou a Marvel. Os Vingadores, um dos melhores filmes de 2012, é Disney.

– A Disney comprou a Pixar. E tirando raros momentos (Carros 2?), ninguém pode questionar a qualidade da Pixar.

– A Disney era dona da Miramax. Pulp Fiction, O Paciente Inglês e Shakespeare Apaixonado são Disney…

Agora voltemos à Lucasfilm. Na época do Star Wars Ep I – A Ameaça Fantasma, ficou claro que George Lucas precisava de alguém para aconselhá-lo. Imaginem uma situação hipotética: Lucas termina o filme, e alguém dá as seguintes dicas para ele:

“Pô, George, o seu filme novo é legal, mas na minha humilde opinião, com três pequenas mudanças, ele ficaria ainda melhor:
– Bacana a ideia do Jar Jar Binks, um personagem digital. Legal isso. Mas ficou over, ele aparece o tempo todo. Que tal cortar pelo menos metade do seu tempo de tela?
– Pra compensar, aumente a participação do Darth Maul. É um vilão muito bom. Tão bom que até merece destaque num futuro poster do filme. 😉
– GL, lembra que você tinha desistido de dirigir, ainda nos anos 70, porque você mesmo assumiu que não gosta de atores? Por que você não faz que nem fez com O Império Contra-Ataca e O Retorno do Jedi, quando contratou diretores de aluguel pra lidarem com o elenco? Aí você aproveita e foca no que você faz melhor: o universo de Star Wars.

Imaginem se o Ep I fosse assim…

Ah, tem outra coisa: nós somos “burros velhos”, que curtimos a trilogia clássica quanddo éramos crianças. A criançada hoje em dia prefere a trilogia nova e os desenhos Clone Wars. Pode ser difícil de admitir, mas o universo Star Wars é direcionado ao público infanto juvenil. Agora me digam: existe alguém melhor para gerir um negócio de entretenimento infanto juvenil do que a Disney?

Alguns fãs rabugentos estão reclamando porque a Disney avisou que usaria histórias inéditas em vez de usar as já conhecidas do Universo Expandido – existe uma série de livros contando os possíveis episódios 7, 8 e 9, os livros “Herdeiros do Império”, escritos por Timothy Zahn, livros muito bons, por sinal. Mas, gente, o Lucas já tinha dito que não usaria os livros do Zahn, por que a Disney usaria? Tá, seria legal se um dia esses livros virassem um filme, mas isso é sonho de fã, né?

Vejo a situação assim: George Lucas fez bem em ter vendido seu estúdio pra quem vendeu. A Disney tem gente competente no seu staff, e, principalmente, dinheiro, muito dinheiro. Finalmente poderemos ver novos filmes da saga Guerra nas Estrelas, feito por quem é especialista em entretenimento infanto juvenil.

Uma recomendação aos fãs xiitas: relaxem e deixem a Disney trabalhar. Esperem os resultados antes de falar mal. E lembrem-se: dificilmente veremos algo pior do que o Jar Jar Binks…

007 – Operação Skyfall

Crítica – 007 – Operação Skyfall

Filme novo do James Bond!

A lealdade de James Bond a M é testada quando o passado dela volta a assombrá-la. Com o MI6 sob ataque, 007 deve rastrear e destruir a ameaça, mesmo que isso tenha um custo pessoal.

Antes de falar de 007 – Operação Skyfall, preciso avisar que curto os filmes do James Bond, mas não sou “fã de carteirinha”. Vi quase todos (este é o vigésimo terceiro), mas não guardo detalhes sobre nenhum deles. Considero todos bons filmes de ação, a franquia é sempre competente. Mas, pra mim, são filmes descartáveis. Bons, mas descartáveis, na minha humilde opinião (falo isso porque sei que existe quase uma religião entre os adoradores do espião inglês).

Falei isso tudo porque gostei do filme, mas não saberia dizer se é melhor ou pior que os outros. Sendo assim, o julgamento é apenas sobre este filme em particular. Não vou comparar com outros filmes da série, e nem vou comparar o Daniel Craig com os outros atores que já viveram Bond!

Normalmente, os filmes do James Bond são dirigidos por diretores “de aluguel”, gente competente, mas sem muita personalidade – assim, o filme segue parte da série independente do estilo do diretor. 007 – Operação Skyfall é diferente, a direção coube a Sam Mendes, ganhador do Oscar por Beleza Americana. Mas até que funcionou, o novo filme não tem cara de “filme de autor”.

Aliás, não sei se é influência do diretor, mas a fotografia deste 007 – Operação Skyfall é um dos destaques do filme. Uma das sequências chama a atenção: uma luta no alto de um prédio onde as paredes são de vidro, e tudo é iluminado pelos letreiros luminosos externos. Belo contra-luz!

Muita gente critica o Daniel Craig como James Bond, mas heu não tenho nada contra ele. Mas o destaque sem dúvida é Javier Bardem, com um excelente vilão de sexualidade duvidosa. Ainda no elenco, Judi Dench, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Bérénice Marlohe, Ben Whishaw e Albert Finney, num pequeno mas importante papel.

Tive uma dúvida. Não me lembro de muitos detalhes do filme anterior, 007 – Quantum Of Solace. Mas lembro que a história terminou em aberto. Resolveram ignorar isso? Enfim, 007 – Operação Skyfall traz uma história fechada. Rolam algumas homenagens a alguns filmes antigos (a franquia está completando 50 anos), como a volta do carro Aston Martin, mas nada que deixe o público leigo sem entender.

Enfim, bom filme de ação e espionagem em cartaz.

V/H/S

Crítica – V/H/S

Mais um terror do estilo “câmera encontrada”…

Um grupo de arruaceiros é contratado por alguém misterioso para recuperar uma fita VHS em uma casa abandonada. Enquanto eles procuram a tal fita, vemos algumas histórias curtas de terror, teoricamente guardadas nas velhas fitas VHS espalhadas pela casa.

Dirigido por Ti West, Joe Swanberg, Radio Silence, David Bruckner, Adam Wingard e Glenn McQuaid, V/H/S é mais um “found footage”. O que o diferencia dos outros trocentos filmes do estilo é que enquanto o grupo está procurando a fita, vemos outras cinco filminhos, independentes entre si – ou seja, na verdade não é um longa, parece mais um festival de curtas. E aí, claro, rola o problema de sempre: V/H/S é irregular – como quase todos os filmes em episódios…

Vamos a cada uma delas:

– Amateur Night – um grupo de rapazes sai à noite para procurar mulheres, mas pegam algo perigoso sem reparar. Boa ambientação, bons sustos, uma das duas melhores histórias.

– Second Honeymoon – um casal sai de férias e uma misteriosa pessoa os espreita. Bobo. Tem uma reviravolta besta e sem sentido no final, que ainda piora tudo.

– Tuesday the 17th – uma boa ideia, um slasher diferente usando o tema “cabana escondida no meio do mato”. Pena que a ideia foi mal desenvolvida, o resultado fica devendo.

– The Sick Thing That Happened to Emily When She Was Younger – uma mulher  mora numa casa assombrada e se comunica com o namorado pela webcam. História confusa, mas tem alguns bons sustos.

– 10/31/98 – um grupo vai a uma festa de halloween, mas acabam entrando na casa errada. Filme curtinho, efeitos simples e eficientes, alguns bons sustos. A outra das melhores histórias.

– Tape 56 – a história que une tudo. De longe a pior de todas. Deveriam fazer algo diferente pra unir os episódios, sei lá, de repente uma revista em quadrinhos, como Creepshow.

Além da irregularidade, V/H/S tem outro problema, desta vez conceitual. Pelo menos um dos filminhos usou uma câmera digital (no óculos do cara), e outro deles é através da webcam. Ou seja, por que diabos chamar de “VHS” um longa filmado com tecnologias mais modernas?

Acaba que o filme fica longo, são quase duas horas. Na minha humilde opinião, poderiam ter limado a história da lua de mel e a que liga todas. Ia ser um filme de hora e meia com menos “gorduras”…

Mesmo assim, V/H/S ainda vale a pena, nem que seja pela primeira e pela última histórias, que conseguem criar o clima certo de terror que uma produção dessas pede.

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Se você gostou de V/H/S o Blog do Heu recomenda:
REC
O Caçador de Trolls
O Segredo da Cabana

A Entidade

Crítica – A Entidade

Nas duas semanas do Festival do Rio, nem prestei atenção no que era lançado no circuito. Perdi Dredd e Looper, vou ter que ver depois. E nem tinha reparado neste A Entidade. Sorte que deu tempo de ver.

Um escritor com a carreira em crise se muda com a família para uma casa onde uma família inteira foi assassinada misteriosamente. Investigando o assassinato para escrever sobre ele no próximo livro, ele começa a desconfiar que está diante de uma entidade sobrenatural.

Simples e eficiente, A Entidade (Sinister, no original) não se propõe a revolucionar o cinema de terror. Mas é bem feito, traz um ator inspirado, uma ótima ambientação e alguns sustos bem colocados – ou seja: é uma boa diversão pra quem curte cinema de terror.

Dirigido por Scott Derrickson, que em 2007 fez o bom O Exorcismo de Emily Rose, A Entidade lembra Sobrenatural, produzido dois anos atrás pelo mesmo Jason Blum. Ambos são bons filmes de terror, cujas histórias não insultam a inteligência do espectador e que trazem alguns sustos divertidos.

O melhor de A Entidade é o clima de terror “old school”. A fotografia escura, a trilha sonora e os efeitos sonoros fazem um bom trabalho, aliadas a um bom aproveitamento dos cenários – é uma casa comum, mas parece assustadora pelo modo como é mostrada no filme. Os efeitos especiais são simples, discretos e eficientes.

No elenco, apenas um nome conhecido: Ethan Hawke – que nunca tinha feito nada no estilo. Ele faz um bom trabalho com o seu personagem, um pai e marido ausente, preocupado com a própria carreira, mas que descobre algo que não deveria ter descoberto. Além dele, o filme conta com Juliet Rylance, Fred Dalton Thompson, James Ransone e as crianças Clare Foley e Michael Hall D’Addario. E também Vincent D’Onofrio, não creditado, como o professor que só aparece pelo chat do computador.

Li algumas críticas negativas sobre a maquiagem caricata usada em algumas cenas. Mas na minha humilde opinião, não atrapalhou. Também li críticas com relação a alguns sustos serem meio óbvios e previsíveis. Mas outros não são. Vou te falar que é raro um filme me fazer pular no cinema – e este conseguiu.

Enfim, uma boa surpresa.

Ted

Crítica – Ted

Um ursinho de pelúcia politicamente incorreto? Taí uma boa ideia!

Quando tinha 8 anos de idade, John Bennet teve um desejo realizado: seu ursinho de pelúcia Ted ganhou vida, e virou seu companheiro para o resto da vida. Agora, aos 35 anos, John está sendo pressionado pela namorada a deixar Ted de lado.

A ideia de um ursinho de pelúcia que de repente ganha vida é meio absurda, mas pode gerar situações interessantes. Como aqui colocam o ursinho bebendo, tomando drogas, fazendo sexo e falando palavrões, até que ficou legal.

Trata-se do primeiro filme com atores de Seth MacFarlane, que aqui dirigiu, escreveu o roteiro e e fez a voz do Ted. MacFarlane é conhecido por ser o autor das séries animadas Family Guy e American Dad. Nunca vi nenhum episódio de nenhuma dessas séries, então não posso comparar. Mas posso dizer que gostei da sua primeira incursão no cinema “live action”.

O que gostei foi de ver o bom e velho humor ofensivo e politicamente incorreto. O roteiro escrito pelo próprio MacFarlane atira ofensas aos quatro ventos, e não tem medo de fazer piada com cenas delicadas – como um garoto novo levando um soco na cara (a cena é hilária!). Se você não gosta de humor politicamente incorreto, passe longe!

Ted também tem outra coisa que gosto: piadas referenciais. Guerra nas Estrelas é citado algumas vezes, mas a referência mais forte é o Flash Gordon de 1980, aquele com a trilha sonora do Queen. Não só o filme é citado várias vezes como Sam Jones, o próprio Flash Gordon, faz uma participação especial interpretando ele mesmo, em algumas cenas engraçadíssimas!

O elenco está bem. Mark Wahlberg não é muito versátil, a gente já sabe disso, mas funciona para o que o papel pede. O elenco também conta com Mila Kunis, Joel McHale, Giovanni Ribisi, Patrick Warburton, Laura Vandervoort, Jessica Barth e, nas versões originais, as vozes de Patrick Stewart (como Ted) e Patrick Stewart (o narrador). Além deles, participações especiais de Sam Jones, Tom Skerritt, Norah Jones e Ryan Reynolds.

Por fim, queria falar do senhor doutor político que não tem nada para fazer da vida e resolveu chamar atenção para si próprio usando este filme. Pra quem não acompanhou: um excelentísimo político de Brasília resolveu levar o filho dele de 11 anos para ver o filme, apesar da censura indicar 16 anos. Aí ele achou o filme ofensivo e tentou proibí-lo, argumentando que era um “mau exemplo”. Em primeiro lugar, se a censura indica 16 anos, pra que ele vai levar uma criança de 11? Quem está errado, o filme ou o político? Em segundo lugar, se a gente for cortar todos os maus exemplos da nossa sociedade, deveríamos começar pelos políticos de Brasília. Existe algum lugar no mundo com mais exemplos ruins?

Intocáveis

Crítica – Intocáveis

Intocáveis chega aqui com a responsabilidade de ser “uma das maiores bilheterias da história da França”. O que será a causa disso?

Tetraplégico por causa de um acidente, o aristocrata Philippe contrata o improvável e imprevisível Driss para cuidar dele.

Sobre a questão levantada no primeiro parágrafo: Intocáveis (Intoucheables no original em francês) é um filme simples, sem grandes produções ou efeitos especiais. Mas é um filme sensível e engraçado sobre uma fantástica relação de amizade.

Escrito e dirigido pela dupla Olivier Nakache e Eric Toledano, Intocáveis é baseado em uma história real. Os “personagens reais” aparecem no fim do filme.

Os dois personagens centrais de Intocáveis são muito bons. E os dois atores protagonistas estão excelentes. François Cluzet está ótimo como o aristocrata tetraplégico Philippe, e Omar Sy está ainda melhor como o malandro politicamente incorreto Driss. Sy está sensacional e não será surpresa se ganhar prêmios por sua interpretação.

(Falando em prêmios, vi no imdb que Intocáveis é o representante francês ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Nada mal para o país que ano passado levou a estatueta principal por O Artista…)

Aliás, Intocáveis está sendo vendido como um drama. Sei não, pra mim, trata-se de uma comédia politicamente incorreta de humor negro. E não estou sozinho, na minha sessão, a plateia dava gargalhadas durante toda a projeção.

Independente do gênero, o importante é que Intocáveis mostra que um filme não precisa ser uma super produção para ser um dos melhores filmes do ano. Basta uma boa história, bem contada e com bons atores.

Por fim, preciso falar que só não gostei de uma coisa: do título. Por que “Intocáveis”? Não vi nada na trama que me lembrasse algo assim. E o pior: acho que não fui o único que lembrei de Os Intocáveis do Brian de Palma, com Kevin Costner, Sean Connery e Robert De Niro…

Busca Implacável 2

Crítica – Busca Implacável 2

Bryan Mills, ex-agente da CIA aposentado que salvou sua filha de sequestradores albaneses no primeiro filme, agora é alvo de vingança pelos familiares dos homens que ele matou.

O primeiro Busca Implacável foi uma boa surpresa. Filme de ação simples e eficiente, escrito e produzido por Luc Besson, dirigido por Pierre Morel (B13, Dupla Implacável), e estrelado por um Liam Neeson inspirado. Mas era o tipo de filme que não pedia uma continuação…

Não pedia, porque a continuação soa bem forçada. O pai de um dos vilões do primeiro filme resolve vingar a morte do filho e por isso quer sequestrar Bryan e sua família. Caramba, ele já sabe que tal Bryan matou sozinho um exército inteiro no primeiro filme, como é que ele vai dar mole no segundo? “Ah, a gente esquece que o carinha é o motherf*$%cker p#&ca das galáxias e prende ele por uma fitinha no pulso, sem revistá-lo, e o deixa sem vigia”. Tá bom, senta lá, Claudia. Os vilões deste novo filme são tão burros que a gente nem se preocupa com o sentimento pró EUA que está implícito na trama.

Outra coisa: a menina está traumatizada porque não faz muito tempo, foi sequestrada no Leste Europeu. Aí o pai dela vai viajar a trabalho e a convida pra ir de férias encontrá-lo. Onde? No Leste Europeu! Por que a menina não combinou de encontrar o pai em Londres ou Paris?

Pra não dizer que nada no filme presta no filme dirigido por Olivier Megaton (Carga Explosiva 3), gostei de Bryan passando as instruções ao telefone para a sua filha – é um tipo de “mentira divertida”. E as cenas de ação são tecnicamente bem feitas.

No elenco, Liam Neeson está bem como sempre; Maggie Grace faz bem mais do que no primeiro filme; Rade Serbedzija se mantém como um dos melhores “vilões do leste europeu” da Hollywood contemporânea; e Famke Janssen está lá só pra ganhar o cachê.

Busca Implacável 2 nem é ruim. Mais fraco que o primeiro, claro. Mas ainda pode divertir os que deixarem o cérebro de lado.

p.s.: no fim, heu só lembrava da piada que vi na internet, dizendo que era impossível derrotar o Liam Neeson, afinal, o cara treinou o Batman, é um mestre jedi e também é Zeus…

Festival do Rio 2012 – Fim

Festival do Rio 2012 – Fim

Acabou o Festival do Rio 2012. Vi um total de 25 filmes ao longo de 15 dias. Além dos 22 filmes já postados aqui no blog (e d’O Segredo da Cabana, do qual heu já tinha falado), ainda vi O Rei dos Porcos, uma animação adulta coreana; e Open Road, filme meio brasileiro meio americano, dirigido por Marcio Garcia e estrelado por Camille Belle, Andy Garcia, Juliette Lewis, Colin Egglesfield, John Savage, Christiane Torlone e Carol Castro.

Mas, chega de Festival, né? Vou ficar devendo os textos desses dois filmes. O Festival acabou na quinta passada, hoje é terça, e ainda tô postando textos atrasados!

Amanhã o blog volta ao normal, com filmes que estão em cartaz. Vi dois filmes do circuito no fim de semana!