Doutor Estranho

doutorestranhoCrítica – Doutor Estranho 

Mais um herói da Marvel!

Depois de sofrer um acidente onde machuca as mãos, um arrogante neurocirurgião embarca em uma jornada atrás da cura, e vai parar no mundo das artes místicas.

A Marvel continua expandindo o seu universo cinematográfico. O Doutor Estranho é um personagem menos conhecido do grande público, mas pelo que ouvi em papos logo após a sessão de imprensa, será um personagem muito importante nos próximos filmes da Marvel – afinal, precisamos de sangue novo nas telas, daqui a pouco ninguém aguenta mais o Tony Stark.

Justamente por ser menos conhecido, o personagem precisava de um “filme de origem”, um filme explicando quem é Stephen Strange e como ele se tornou o herói. Isso é um pouco cansativo (mais um filme com cenas de treinamento), mas, desta vez era necessário. Mesmo num momento de grande responsabilidade, afinal este é o Marvel logo depois de Guerra Civil.

A direção ficou com Scott Derrickson (que também colaborou no roteiro). Derrickson tem um perfil um pouco diferente do esperado – o cara até agora praticamente só tinha feito terror (O Exorcismo de Emily Rose, A Entidade, Livrai-nos do Mal). Mas, como em outros filmes da Marvel, o estilo do diretor pouco importa aqui, este é um “filme de produtor”.

O que mais chama a atenção aqui em Doutor Estranho é o visual. Sabe aqueles prédios que se dobram em Inception? Poizé, aqui eles se dobram e continuam se dobrando, como se fossem caleidoscópios. Gosto de filmes cujos efeitos me surpreendem nos dias de hoje, quando quase tudo já foi mostrado nas telas. E vou te falar que fiquei de boca aberta com aqueles cenários psicodélicos. Já podemos começar os palpites para o Oscar 2017 de efeitos especiais?

Sobre o elenco: o protagonista Benedict Cumberbatch é um grande ator, todo mundo já sabe disso. O seu dr. Stephen Strange é um ótimo personagem, apesar de às vezes lembrar o Sherlock Holmes que ele fez pra BBC (principalmente no início do filme). Tilda Swinton também está ótima com sua anciã. Por outro lado, Rachel McAdams pouco acrescenta num papel meio forçado de par romântico. E achei o vilão de Mads Mikkelsen caricato demais – o ator é bom, mas está mal aqui. Ainda no elenco, Chiwetel Ejiofor, Benjamin Bratt e Benedict Wong.

Por fim, como tem sido habitual, são duas cenas pós créditos. A história do filme é fechada, você não precisa ler os quadrinhos, nem ver nenhum dos outros filmes. As cenas pós créditos estão aí para fazer o link com prováveis continuações.

Três / Three / San ren xing

ThreeCrítica – Três / Three / San ren xing

Sinopse tirada do site do Festival do Rio: “Han é um criminoso em fuga que, ao se ver encurralado pelo obcecado detetive Lok, decide tomar uma decisão extrema: dá um tiro em si mesmo para que o policial seja obrigado a leva-lo para o hospital. Uma vez lá, ele recusa tratamento, esperando que sua gangue venha resgatá-lo. Mas Zhau, a jovem cirurgiã que o atende, faz de tudo para cumprir seu dever de médica. Nesse cenário de tensão, Han, Lok e Zhau têm de lutar contra seus próprios demônios, encurralados na atribulada emergência do hospital. Novo trabalho do mestre do cinema de ação Johnnie To (Eleição, Blind Detective).​”

(ATENÇÃO! A sinopse do site do festival está ERRADA! O mesmo acontece no imdb! Han não atira em si mesmo, ele leva um tiro, e isso é um dos pontos chave do roteiro!)

Fiquei curioso quando li que o diretor Johnnie To era um “mestre do cinema de ação”. Como assim nunca tinha ouvido falar dele?

Três (San ren xing, no original; Three, em inglês) não é exatamente um filme de ação. Só na parte final, mas vou chegar lá daqui a pouco. O resto do filme está mais para um drama tenso.

To consegue um ótimo resultado entre seus três personagens principais, o policial, o bandido e a médica. Cada um dos três é bem desenvolvido dentro de seus problemas e motivações. Por outro lado, o mesmo não acontece com os coadjuvantes, alguns são meio caricatos, como o policial gordinho.

Uma outra coisa interessante é o posicionamento da câmera de To. A câmera está frequentemente em movimento, passeando entre os atores, se aproximando e se afastando. Isso ajuda a construir a tensão.

Tensão que vai até aquele momento que falei lá no quarto parágrafo. Momento que To realiza uma sequência que vale o filme. Um plano sequência com efeitos bullet time passeando pelo meio de um tiroteio, tudo ao som de uma musiquinha calma. Esta cena é pra ser guardada em antologias!

A cena é tão boa que enfraquece o final. Depois daquele plano sequência apoteótico, o final só com protagonista vs antagonista ficou bobo…

Mesmo assim, Três ainda é uma boa opção fora do óbvio. Vou anotar o nome do Johnnie To no meu caderninho.

Headshot

HEADSHOT-PosterCrítica – Headshot

Mais um filme de ação vindo da Indonésia!

Sinopse tirada do site do festival: “Um homem acorda em um hospital depois de sofrer um traumatismo craniano sem se lembrar quem é e como foi parar ali. Ele se recupera com a ajuda da jovem médica Ailin, que lhe dá o apelido de Ishmael, em homenagem ao protagonista de Moby Dick. Mas logo o passado de Ishmael vem bater à sua porta: Lee, um chefão da máfia com influências na polícia e no judiciário, sequestra Ailin, e Ishmael precisa lutar contra um exército mortal para recuperá-la. E não demora para que fragmentos de seu passado comecem a vir à tona, dando forma ao quebra-cabeça de quem ele realmente é. Toronto 2016.

Há uns meses atrás, heu estava navegando pelo imdb quando descobri um filme novo da Julie Estelle, a Hammer Girl de The Raid 2. Melhor ainda: o elenco ainda tinha Iko Uwais (o protagonista da série The Raid) e Very Tri Yulisman, o Basebal Bat Man. Legal! Será que isso chegaria no Brasil?

Foi uma agradável surpresa quando abri a programação do Festival do Rio 2016 e vi Headshot (idem no original) na mostra Midnight Movies (lembrando que vi o primeiro The Raid na mesma Midnight Movies do Festival de 2011). Provavelmente a única oportunidade de ver o filme nos cinemas tupiniquins.

A direção está nas mãos dos “Mo Brothers”, Kimo Stamboel e Timo Tjahjanto (também roteirista), que têm carreira no terror – antes fizeram Macabre (um slasher com a mesma Julie Estelle no elenco), Killers (sobre dois assassinos de países diferentes que se comunicam pela internet), e, em parceria com Gareth Evans (diretor dos dois Raid), Safe Heaven, uma das poucas coisas que se salvam na série V/H/S. Ou seja, já dava pra desconfiar que, apesar do elenco, este não é um “The Raid 3”.

Headshot não é terror. Mas tem muito mais sangue jorrando do que os Raid,  e as lutas deixam muito mais hematomas. A violência gráfica é grande! Mais: sempre que rolam tiros, a câmera balança. Aí a gente vê como é um filme de ação feito por gente acostumada a fazer terror…

A trama não traz nenhuma novidade. O plot twist do roteiro é meio óbvio, quem for ao cinema atrás de uma história mais elaborada pode se decepcionar. Digo mais: achei bem forçada a relação médico / paciente mostrada – será que isso é comum na Indonésia? Agora, quem quiser ação vai encontrar um prato cheio. Lutas bem coreografadas (pelo próprio Iko Uwais), muito tiro, muito sangue. Daqueles filmes que dá vontade de rever só pra curtir mais uma vez as cenas de ação.

Sobre o elenco, o imdb tá todo errado. Uwais é o protagonista, apesar do seu nome ser o sétimo da lista. O primeiro nome no imdb é Julie Estelle, e passei o filme inteiro achando que ela era a médica. Na verdade os papéis principais são de Uwais e Chelsea Islan, que interpreta a médica. Estelle e Yulisman fazem Rika e Besi, capangas do chefão, interpretado por Sunny Pang – que apesar de ter um grande currículo, admito que não conhecia. Aos poucos vamos conhecendo atores indonésios…

A notícia ruim é que um filme desses dificilmente será lançado nos cinemas brasileiros. Mais uma vez a Indonésia mostra que tem cinema de ação de qualidade e que poderia peitar Hollywood, mas a maior parte das pessoas nem vai ouvir falar…

Inferno

InfernoCrítica – Inferno

Com amnésia, Robert Langdon acorda em um hospital na Itália. Com a ajuda de uma médica, ele tem que correr pela Europa contra o relógio para frustrar uma mortal conspiração mundial.

Terceiro filme do personagem Robert Langdon, originário dos livros de Dan Brown. Em 2006 tivemos O Código Da Vinci; em 09 foi a vez de Anjos e Demônios. Agora chegou a vez de Inferno, mais uma vez dirigido por Ron Howard e estrelado por Tom Hanks.

Inferno (idem no original) é um competente blockbuster. Grande elenco, locações na Europa, uma trama movimentada e com reviravoltas no roteiro. Dificilmente alguém vai sair da sala do cinema falando mal.

Mas isso não significa que é um grande filme. É apenas um filme correto. Sabe aquele bolo de pacote? Ele pode ficar bom, é só seguir os ingredientes. Mas não será algo imperdível…

Inferno tem um problema, nada grave, mas que me incomodou um pouco. Como a trama é complexa, tudo é muito explicado, mais de uma vez. Coisa boa pra quem não presta muita atenção. Mas não precisa, né?

“E precisa (re)ver os outros filmes antes?” Não, não precisa. Assim como um James Bond ou um Indiana Jones, os filmes do Robert Langdon são independentes. Pra ser sincero, não me lembro se vi o segundo filme…

No elenco, além de Tom Hanks, Inferno conta com Felicity Jones, Omar Sy, Ben Foster, Irrfan Khan e Ana Ularu.

O bolo até ficou gostoso. Mas é de pacote.

Herança de Sangue

Herança de Sangue - posterCrítica – Herança de Sangue

Filme novo do Mel Gibson!

Um ex-presidiário e ex-alcoólatra se reencontra com a filha de 17 anos, para protegê-la de traficantes que querem matá-la.

Depois de passar mais meia década parado (entre 2003 e 2010) Mel Gibson voltou a atuar, mas num ritmo mais devagar, com a média de um filme por ano – este é o seu sexto filme desde 2010. Dirigido por Jean-François Richet (Assalto à 13ª Delegacia), Herança de Sangue (Blood Father, no original) traz Mel Gibson no seu habitat natural – não podemos nos esquecer que ele foi um dos grandes action heroes dos anos 80, com os 3 Mad Max e os 4 Máquina Mortífera. 

Ok, o roteiro co-escrito por Peter Craig (Jogos Vorazes: A Esperança), baseado no seu próprio livro, é previsível e cheio de clichês. Mas considero Herança de Sangue no mesmo nível de Alvo Duplo e O Último Desafio, filmes recentes de Stallone e Schwarzenegger, respectivamente. Não vão mudar a vida de ninguém, mas pelo menos são bons filmes de ação.

Se Herança de Sangue fosse estrelado por um cara qualquer, talvez fosse apenas mais um filme. Mas o talento e o carisma de Mel Gibson tornam o filme mais interessante – Gibson consegue passar credibilidade com seu coroa bad ass, preocupado em reaver o contato perdido com a filha. O resto do elenco está apenas ok: William H. Macy, Erin Moriarty, Diego Luna e Michael Parks.

Enfim, os fãs de Mel Gibson vão curtir.

Hardcore: Missão Extrema

Hardcore Henry - posterCrítica – Hardcore: Missão Extrema

Sabe aqueles vídeos de esportes radicais com câmeras GoPro presas em capacetes? Agora, imagine um filme de ação feito inteiramente assim?

Um homem recém ressucitado, com braço e perna mecânicos, deve salvar sua esposa/criadora das garras de um tirano psicótico com poderes telecinéticos e seu exército de mercenários. Ao seu lado, um misterioso homem que aparece em várias diferentes versões.

Hardcore: Missão Extrema (Hardcore Henry, no original) é todo feito em POV (point of view) – a tela são os olhos do protagonista, como se fosse um videogame FPS (First Person Shooter), onde o jogador usa “os olhos” do personagem. Apesar de não ser muito comum, isso não é inédito, lembro de Maniac, um filme de terror de 2012 usando esse recurso. A diferença é que temos uma hora e meia de adrenalina, sem parar, com tiros, explosões, perseguições a pé e de carro, muita porrada, muita violência e muito sangue. É testosterona pura, e com o espectador “dentro” do filme.

Hardcore Henry - câmeraO diretor Ilya Naishuler (estreante em longas!) é músico, e tinha feito um videoclipe para a sua banda Biting Elbows, da música “Bad Motherfucker”, onde um personagem fazia várias cenas de ação, sempre em POV. Já tinha visto o vídeo, mas não sabia que era do mesmo cara. Revendo o clipe, vemos que é o mesmo estilo.

Hardcore: Missão Extrema é muito exagerado. Claro que isso não vai agradar a todos. Mas posso dizer que gostei muito do trabalho de efeitos especiais e de dublês – quando o filme acabou, tive vontade de rever tudo. Este é daqueles filmes pra comprar o blu-ray e rever de vez em quando.

Pra melhorar, Hardcore: Missão Extrema ainda é engraçado. Não, não é uma comédia, mas tem várias cenas hilariantes espalhadas aqui e acolá, pra quebrar todo o excesso de violência.

O roteiro tem várias forçações de barra, claro. A ideia é colocar o máximo de ação insana dentro de uma hora e meia de filme. Claro que tem coisa que não vai fazer sentido, se a gente parar pra pensar. E as sequências nem sempre parecem conectadas, parecem fases do tal videogame FPS. Mas o ritmo do filme é tão frenético que não dá tempo do espectador parar pra pensar…

No elenco, o nome mais conhecido é Sharlto Copley, que mostra versatilidade em vários estilos de personagens diferentes. Ok, Tim Roth é um nome mais forte que Copley, mas Roth só aparece em uma cena, uma ponta de luxo. Haley Bennet e Danila Kozlovski fecham o elenco principal. Ah, o protagonista é a câmera, operada por dez pessoas diferentes, entre dublês e operadores de câmera, incluindo o próprio diretor Naishuler. O espectador vive o papel de Henry!

A trilha sonora também é boa. Até então, a música Don’t Stop me Now, do Queen, sempre me lembrava os zumbis de Todo Mundo Quase Morto. Agora conheço outra cena memorável com a mesma música!

Como disse lá em cima, Hardcore: Missão Extrema não é pra todos. É filme “de menino”, “filme testosterona”, como Clube da Luta, 300 ou os dois The Raid. Mas admito que é um forte candidato ao “meu” top 10 2016.

Esquadrão Suicida

Esquadrão Suicida posterCrítica – Esquadrão Suicida

Estreou o aguardado Esquadrão Suicida!

Depois dos eventos de Batman Vs Superman, uma agência secreta do governo recruta presos com super poderes para executar perigosas missões em troca de clemência.

Uma grande expectativa acompanhava este Esquadrão Suicida (Suicide Squad, no original). Primeiro, porque é a continuação do “universo cinematográfico da DC” (assim como a Marvel faz há anos, agora a DC quer colocar todos os filmes no mesmo universo). Depois porque Batman Vs Superman, o outro filme da DC neste ano, foi muito criticado, e pelo trailer, este Esquadrão acertaria a mão.

Bem, não acertou. Esquadrão Suicida não chega a ser ruim, mas falta muito para ser um grande filme. E, por causa da expectativa alta, vai decepcionar muita gente.

Esquadrão Suicida começa bem, a apresentação da equipe funciona. Mas logo depois o roteiro, escrito pelo diretor David Ayer, escorrega em alguns pontos básicos, como por exemplo não saber dosar a importância de cada personagem no filme – o Capitão Bumerangue deveria ser um alívio cômico, mas as melhores piadas estão com a Arlequina; ou então o Crocodilo, que não tem nenhuma importância na trama, então inventaram uma cena subaquática para justificar sua presença. Além disso, o vilão é péssimo. E isso porque não estou falando do personagem que entra na trama sem introdução, só porque “a gente precisava matar um personagem, então pegamos um que ninguém ia se importar”.

Ouvi gente falando que o problema do filme é que tem pouco humor. Discordo. Esta é uma característica da DC, seus filmes são mais sérios que os da Marvel. O problema é o roteiro preguiçoso mesmo.

Pelo menos temos alguns destaques positivos no elenco. Rolava uma certa preocupação em ter um nome caro como Will Smith, afinal o filme é “do Esquadrão” e não “do Pistoleiro”. Claro que Smith virou o líder do grupo. Mas não achei que isso atrapalhou. Agora, quem rouba a cena é Margot Robbie, muito bem como a Arlequina, que era pra ser coadjuvante, mas podemos dizer que é virou um personagem central. Também gostei de Jay Hernandez como o Diablo. Por outro lado, Jared Leto foi uma grande decepção como o novo Coringa. Não só ele tem pouca importância no filme (tire suas cenas, nada muda), como sua interpretação nos deixa com saudades do Heath Ledger… Ainda no elenco, Viola Davis, Cara Delevingne, Joel Kinnaman, Jai Courtney, Adewale Akinnuoye-Agbaje, David Harbour e Karen Fukuhara, além de uma ponta não creditada de Ben Affleck. A trilha sonora também é muito boa.

Talvez a DC devesse arriscar mais. No início do ano, Deadpool mostrou que um filme baseado em quadrinhos de super heróis pode ser violento. Com um pouco mais de violência, e usando de maneira correta o Coringa (como a Marvel fez com o Homem Aranha em Guerra Civil), talvez o resultado fosse melhor. Ah, claro, um bom roteirista também não deveria ser dispensado.

Jason Bourne

Jason BourneCrítica – Jason Bourne 

O ex-agente mais perigoso da CIA está de volta para descobrir verdades ocultas sobre o seu passado.

Depois do terceiro filme do personagem Bourne, parece que Matt Damon teria dito que queria largar a franquia para diversificar a carreira. Pelo jeito, mudou de ideia e repensou a decisão – afinal, só dá franquia no cinema blockbuster contemporâneo.

Pelo menos este novo Jason Bourne (idem no original) mantém a qualidade da franquia. Inclusive o diretor é o mesmo Paul Greengrass do segundo e terceiro filmes.

A volta de Greengrass é uma boa notícia para os fãs da franquia, porque garantiu o padrão. Mas preciso confessar que não gosto do estilo do diretor, de usar câmera tremida na mão o tempo todo. Isso inclusive atrapalha nas cenas de ação. Na minha humilde opinião, o filme seria bem melhor se a câmera temesse menos.

Agora, o problema real de Jason Bourne é que a gente já viu tudo isso antes. Se o primeiro Bourne, lá longe, em 2002, inovou e revolucionou o conceito dos espiões no cinema contemporâneo, este novo é apenas mais um bom filme de ação.

Pelo menos Jason Bourne é um filme competente. Os fãs da franquia vão curtir. E admito que, mesmo com a câmera tremida, a “obrigatória” cena de perseguição de carros é de tirar o fôlego.

Outro destaque é o elenco. Além da volta de Damon e Julia Stiles, o filme também conta com a recém oscarizada Alicia Vikander, além de Tommy Lee Jones e Vincent Cassel.

Enfim, nada de novo. Mas vai agradar os fãs.

A Lenda de Tarzan

A Lenda de Tarzan posterCrítica – A Lenda de Tarzan

Este ano já teve um novo Mogli. Por que não um novo Tarzan?

Agora vivendo como aristocrata na Inglaterra, Tarzan volta à África para investigar um suposto caso de tráfico de escravos.

Comparei com Mogli, né? Bem, a comparação não é correta. Os personagens são muito parecidos, mas os dois filmes de 2016 não têm a mesma proposta. Enquanto Mogli é uma versão live action do desenho, A Lenda de Tarzan (The Legend of Tarzan, no original) traz uma nova história do Rei da Selva.

Dirigido por David Yates (que dirigiu os quatro últimos Harry Potter), A Lenda de Tarzan é um filme correto, com bom elenco e bons efeitos especiais mas que, infelizmente, não empolga. Sabe quando você junta os ingredientes certos, mas a massa desanda? Pois é…

Outra coisa: o personagem de Samuel L. Jackson tenta ser um alívio cômico, mas não funciona. Um cara daqueles, americano, urbano, NUNCA conseguiria acompanhar o ritmo do Tarzan pela selva. Entendo sua presença em algumas cenas (porque o Tarzan precisava conversar com algum humano, pra contar ao espectador o que acontecia na história), mas digo que ele atrapalhou mais do que ajudou.

Pelo menos a parte visual do filme é ótima. Assim como aconteceu em Mogli, a qualidade do cgi é excelente, os animais e cenários estão perfeitos. Nisso o filme acertou.

O elenco tem um monte de nomes legais, como o vampiro Eric, a Arlequina, o Nick Fury, o Hans Landa e o Korath – quer dizer, Alexander Skarsgård, Margot Robbie, Samuel L. Jackson, Christoph Waltz e Djimon Hounson. 🙂

Enfim, os menos exigentes vão curtir. Mas o Tarzan ainda merece um filme definitivo.

X-Men: Apocalipse

x-men-apocalipseCrítica – X-Men: Apocalipse

No meio de tantos filmes de super heróis, chega a vez de mais um X-Men.

Os X-Men se mantêm unidos em benefício do futuro de todos os mutantes. Porém terão que enfrentar um grande inimigo: Apocalipse, o primeiro mutante.

Mais uma vez dirigido por Bryan Singer (responsável por quatro dos seis filmes dos mutantes), X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, no original) tem dois problemas logo de cara. Um deles é que, como disse o Deadpool, a cronologia dos filmes é bagunçada – tivemos um meio reboot no filme anterior a este, e são muitos personagens. Fica muito difícil entender toda a lógica que rege os seis filmes.

O segundo problema é a evolução dos filmes de super heróis. Temos que respeitar o pioneirismo, X-Men (2000) e Homem Aranha (2002) abriram portas para o cenário atual (só este ano, são pelo menos seis filmes baseados em super heróis de quadrinhos!). Mas o sub gênero “filme de super herói” mudou ao longo desta década e meia. Um exemplo simples e recente: Capitão América Guerra Civil apresentou bem novos personagens, como o Pantera Negra, e soube equilibrar vários heróis ao longo da trama. Aqui, em X-Men: Apocalipse, temos personagens mal introduzidos e mal aproveitados – como Psylocke e Angel, por exemplo.

Relevando esses dois pontos, X-Men: Apocalipse é até interessante. Bom elenco, bons efeitos especiais, algumas cenas emocionantes… Não é um filme pra top 10 do ano, mas vai agradar a maioria.

Como aconteceu no filme anterior, o melhor aqui é a cena do Mercúrio usando a sua super velocidade. Outra cena boa tem a participação de um personagem muito famoso que não está creditado. Só estas duas cenas já valem o ingresso!

Pena que nem todo o filme tem esse pique. O vilão Apocalipse não mete medo em ninguém, e seus “assistentes” só têm alguma utilidade na sequência final. E, na boa, Magneto não pode ser escada pra ninguém.

O elenco tem pontos positivos e negativos. Os atores que vieram dos filmes anteriores, Michael Fassbender, James McAvoy, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult e Evan Peters, estão bem. Dentre os novos, o destaque positivo é Oscar Isaac, completamente diferente do Poe Dameron de Star Wars 7; o negativo é Sophie Turner, exatamente igual à Sansa Stark de Game of Thrones. Rose Byrne e Olivia Munn estão sub-abroveitadas; li nos créditos que Ally Sheedy (Clube dos Cinco) faz uma ponta como a professora do Scott, mas não reconheci na hora. Também no elenco, Alexandra Shipp, Tye Sheridan, Kodi Smit-McPhee e Ben Hardy.

X-Men: Apocalipse tem um problema curioso: como lidar com o star power da Jennifer Lawrence? A Mística era pra ser uma personagem secundária e a maior parte do tempo debaixo da maquiagem azul. Mas, me responda sinceramente, se você fosse o produtor de um filme com a Jennifer Lawrence, badalada e oscarizada, você não ia aproveitar a atriz? Claro que ela aparece demais. A gente entende, mas reconhece que isso prejudica o filme.

Ainda sobre o elenco, temos um pequeno problema de caracterizações. Este filme se passa 10 anos depois do filme anterior, e todos os personagens estão exatamente com a mesma cara. Aliás, todos não, logo o que não envelhece parece mais velho (o personagem não envelhece, mas o ator sim…). Acho que poderiam ter um trabalho um pouco mais elaborado nas maquiagens.

Sobre o 3D: os créditos iniciais usam bem o efeito. Mas no resto do filme não faz diferença.

Por fim, claro que tem cena pós créditos. Um gancho pra uma provável continuação…

p.s.: O roteiro se refere ao Apocalipse como “o primeiro mutante”. Será que esse pessoal já ouviu falar em teoria da evolução? Somos todos mutantes, né? 😉