Resident Evil 5 – Retribuição

Crítica – Resident Evil 5 – Retribuição

Mais um Resident Evil!

Alice (Milla Jovovich) é capturada e levada para dentro de uma instalação da Umbrella. Para fugir de lá, terá que passar por vários estágios (que parecem fases de um videogame).

Quando soube que Resident Evil 5 – Retribuição estava pra estrear, resolvi fazer algo que todos deveriam fazer sempre antes de ver uma continuação: revi os quatro filmes anteriores. Só que neste caso em particular, não sei se foi a melhor coisa a se fazer, pois vi muitos defeitos que passariam em branco. Vou chegar lá daqui a pouco!

Primeiro, vamos ao que funciona. A parte técnica é impecável. Os efeitos especiais são de cair o queixo, todas as lutas são bem coreografadas, e a câmera lenta está inspiradíssima. Gostei até do 3D, apesar de atualmente não ter muita paciência pro efeito.

A série Resident Evil sempre foi boa em colocar mulheres bonitas lutando. Agora são várias (Milla Jovovich, Sienna Guillory, Michelle Rodriguez e Bingbing Li), e com roupas colantes de cheias de decotes. Fetichista ao extremo! Me lembrou Sucker Punch

Outra coisa: dos cinco filmes, este é o que mais tem cara de videogame. Cada cena parece uma nova fase do jogo. Só não sei se é igual ao videogame original porque nunca joguei.

Agora, vamos ao que deu errado…

O roteiro, apesar de ser escrito pelo mesmo escritor de todos os outros filmes, não faz o menor sentido. O quarto filme tinha um gancho empolgante, mas, assim como aconteceu entre o terceiro e o quarto filmes, o gancho logo foi esquecido e a história foi recomeçada do zero – como se nada tivesse acontecido, Alice acorda em um novo lugar e temos uma nova trama.

Também achei estranho o papo de usar clones, me pareceu uma desculpa pra tapar buracos no roteiro. Mas criou falhas na lógica: se uma Rain (Michelle Rodriguez) não tem nada a ver com a outra, como Alice sabe usar a linguagem de sinais para falar com a menina?

Outras coisas mudaram também e parecem erros de continuidade. Jill Valentine tinha cabelos pretos no segundo filme, mas reapareceu loura – fato que nos lembra que os cabelos de Alice eram mais claros nos primeiros filmes. Caramba, se é a mesma atriz fazendo a mesma personagem, por que não usar o mesmo cabelo? Isso porque não tô falando dos zumbis, que no primeiro filme eram lentos como os zumbis clássicos do George Romero, mas parece que contrataram um personal trainer e agora correm com o pique do Usain Bolt.

Falando em zumbis: o primeiro Resident Evil era um filme de zumbis; agora não mais. Aparecem alguns tipos de monstros, mas não sei se algum deles é um zumbi. Tem aqueles bichos que a boca se abre em quatro, tem aquele gigante com o machado, tem os soldados zumbis com metralhadoras, tem o monstrão grandão… E cadê os zumbis? Tão em outro filme…

A direção ainda é de Paul W.S.Anderson, o mesmo do primeiro e quarto filmes, e marido de Milla Jovovich. Na direção, ele faz um bom trabalho. Mas ele também é o roteirista, e nesta função, ficou devendo.

O elenco traz um monte de gente de volta de outros filmes da quadrilogia. Além de Milla, temos a volta de Sienna Guillory, Michelle Rodriguez, Oded Fehr, Boris Kodjoe e Colin Salmon, e novos papeis interpretados por Bingbing Li, Aryana Engineer, Johann Urb e Kevin Durand.

Com mais erros que acertos (na minha humilde opinião), este quinto filme se tornou o mais fraco de todos. E, pra piorar, termina com um empolgante gancho. Mas que sabemos que pode ser ignorado no sexto filme…

Corra Lola Corra

Crítica – Corra Lola Corra

Há tempos que heu tinha vontade de rever este bom filme alemão de 1998. Aproveitei uma promoção na Amazon e comprei baratinho o blu-ray gringo com legendas em português.

O melhor de Corra Lola Corra é o roteiro, mais inteligente do que a maioria que vemos por aí. Porque a história é simples: o namorado de Lola (Franka Potente) se meteu em uma encrenca e por isso ela precisa conseguir 100 mil marcos. O mesmo fiapo de história é contado três vezes, com alguns detalhes diferentes entre cada uma das vezes – e é nesses detalhes que o roteiro é genial. Detalhes importantes para a trama (como a trava da arma); detalhes irrelevantes porém divertidos (as suposições sobre o futuro das pessoas em volta).

A estética do filme é bem legal. Diferentes texturas de imagem (rola até uma sequência em desenho animado), edição frenética e música techno hipnotizante. O ritmo do filme é acelerado, coerente com a correria de Lola – que passa quase o filme inteiro literalmente correndo.

O filme foi escrito e dirigido por Tom Tykwer (Perfume – A História de um Assassino), diretor alemão sem muitos títulos famosos no currículo. Liderando o elenco, temos Franka Potente, que depois foi pra Hollywood e ficou mais conhecida quando estrelou os dois primeiros filmes da trilogia Bourne. Ainda no elenco, Moritz Bleibtreu, Herbert Knaup e Nina Petri.

Queria aproveitar pra relatar algo curioso. Comprei o blu-ray americano. Ao colocar no aparelho, algo avisou ao disco que meu player é brasileiro. As mensagens sobre direitos autorais e o menu já vieram direto em português!

Corra Lola Corra não é um grande filme nem fez muito sucesso. Mas não vai decepcionar quem curte roteiros bem escritos.

Resident Evil 3 – A Extinção

Crítica – Resident Evil 3 – Extinção

Depois de Resident Evil – O Hóspede Maldito e Resident Evil 2 – Apocalipse, vamos ao terceiro!

O mundo inteiro foi devastado pelo vírus T, e agora os poucos sobreviventes vagam pelas estradas. Neste cenário, Alice se junta a um grupo que vive em caravana.

Se o primeiro filme se passava dentro da Umbrella e o segundo na cidade Racoon City, o clima agora é meio Mad Max. O planeta virou um deserto e os poucos sobreviventes rodam em carros atrás de água, comida e combustível.

A direção é de Russell Mulcahy, que chamou a atenção nos anos 80 quando deixou de lado uma premiada carreira de diretor de videoclipes e fez o ótimo Highlander, mas depois nunca mais emplacou nada relevante (ele dirigiu a péssima continuação Highlander 2, além de O Sombra, um fraco filme de super herói com o Alec Baldwin). O roteiro continua nas mãos de Paul W.S. Anderson, o mesmo dos outros filmes.

Mais uma vez, Milla Jovovich manda bem. Sua Alice aqui tem quase super poderes, por causa de experiências com o vírus T. E novamente temos uma coadjuvante feminina forte, papel que coube à Ali Larter. Ainda no elenco, Oded Fehr, Iain Glen, Ashanti, Spencer Locke e Mike Epps.

Como acontece nos outros filmes da franquia, Resident Evil 3 – A Extinção tem uma boa edição e traz belas lutas coreografadas. O clima aqui está mais para ação do que para terror, mas os zumbis continuam presentes.

Gostei deste terceiro filme, mas vendo agora todos em sequência, posso dizer que achei este o mais fraco. Nem tudo funciona, algumas coisas são trash demais. Por exemplo, quando eles são atacados por corvos zumbis, pra que diabos eles ficam atirando? Quem teria mira e munição pra se defender de centenas de pássaros ao mesmo tempo? Isso sem contar com o container sem fundo em Las Vegas…

Mesmo assim, gostei do filme. Pode até ser um pouco inferior aos outros dois, mas nada grave, longe de merecer uma vaga no Top 10 de piores sequências.

O texto sobre o quarto filme, Resident Evil 4 Recomeço já está aqui no blog, escrevi na época do lançamento no cinema. Agora pretendo ver o quinto filme. Antes do fim da semana posto a crítica aqui!

Resident Evil 2 – Apocalipse

Crítica – Resident Evil 2 – Apocalipse

Continuemos com a série Resident Evil!

Logo depois dos eventos do primeiro filme, Alice sai das instalações da Umbrella Corporation e precisa agora lidar com um apocalipse zumbi em Racoon City.

Desta vez, a direção ficou com Alexander Witt (que curiosamente só tem este único filme no currículo de diretor) – Paul W.S. Anderson, diretor do primeiro, ficou só no roteiro. Mas o estilo é bem semelhante: bom equilíbrio na mistura entre ação e terror, belas lutas coreografadas, muita câmera lenta e a dose certa de gore. A diferença é que enquanto o primeiro filme se passa dentro das instalações da Umbrella, aqui a ação acontece pela cidade devastada.

Milla Jovovich mais uma vez manda bem como a protagonista Alice. Afinal, apesar de bonita e de aparência frágil, ela luta bem, e, desta vez anabolizada com o vírus T, bate ainda mais do que no primeiro filme – a luta contra o “projeto Nêmesis” é muito boa.

A “personagem feminina coadjuvante forte da vez” ficou com Sienna Guillory (The Big Bang), que faz quase um cosplay de Lara Croft. Ainda no elenco, Oded Fehr, Sandrine Holt, Mike Epps, Thomas Kretschmann, Jared Harris e Iain Glenn.

Como acontece no primeiro filme, os destaques estão nos efeitos especiais, na trilha sonora e na edição. Resident Evil 2 – Apocalipse não supera o primeiro filme, mas é uma boa continuação.

O fim tem um problema, mas antes de falar disso, vamos aos avisos de spoiler:

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

A última cena mostra Alice matando, à distância, um cara que a observa através de uma câmera, apenas usando o olhar. Ela olha pra câmera e o cara começa a botar sangue pelos olhos e nariz. Caramba, legal, como isso será desenvolvido no próximo filme? Bem, não será desenvolvido. Porque o terceiro filme ignora este fim do segundo…

FIM DOS SPOILERS!!!

Apesar deste gancho desnecessário no fim do filme, Resident Evil 2 – Apocalipse, gostei bastante do filme. Manteve a vontade de continuar seguindo a série.

Em breve, falo aqui do terceiro filme…

Resident Evil – O Hóspede Maldito

Crítica – Resident Evil – O Hóspede Maldito

Estreia hoje um novo Resident Evil. Aproveitei que comprei um box com os quatro filmes já lançados em blu-ray e comecei a rever tudo. Espero que dê tempo de acabar o quarto antes de ver o quinto!

Baseado no videogame homônimo. Uma unidade especial militar combate um poderoso supercomputador fora de controle e centenas de cientistas que se transformaram em zumbis comedores de carne depois de um acidente de laboratório.

Apesar de nunca ter jogado o videogame, sou muito fã da franquia de filmes Resident Evil. Boa mistura de ação e terror, visual estilizado, muita câmera lenta nas ótimas cenas de luta, e gore na dose exata. E, claro, Milla Jovovich com pouca roupa metendo a p$#@rrada! Não tem como dar errado, né?

Este primeiro filme da série, lançado em 2002, apareceu numa época quando adaptações de videogame não eram tão coriqueiras como hoje. Como falei, não tenho como comparar com o game. Mas como filme de zumbi, Resident Evil – O Hóspede Maldito mandou bem!

A direção coube a Paul W.S. Anderson, diretor de uma das primeiras adaptações de videogame que tivemos em Hollywood: Mortal Kombat (1995).  Anderson nunca foi um diretor de “primeiro time”, mas tem alguns filmes pop legais no currículo, como Corrida MortalOs Três Mosqueteiros, além de ser o diretor do quarto e do quinto Resident Evil.

No elenco, além de Milla Jovovich, belíssima e mandando ver nas cenas de ação, cada filme traz outra atriz em um papel forte. Aqui é Michelle Rodriguez, que faz um bom trabalho com seu ar de “mulé macho”. Ainda no elenco, Colin Salmon, Eric Mabius, James Purefoy e Martin Crewes.

Alguns efeitos “perderam a validade” – a cena no trem, vista hoje, parece bem tosca. Mas no geral, os efeitos são muito bons. Aliados a estes, a trilha sonora e os cenários são outros destaques.

Amanhã, se tudo der certo, falo aqui sobre o segundo filme da série, Resident Evil – Apocalipse!

O Legado Bourne

O Legado Bourne

A “Trilogia Bourne” está de volta. E, curiosamente, sem o protagonista Jason Bourne…

O Legado Bourne explora o universo criado pelo escritor Robert Ludlum, apresentando uma história original com um novo personagem vivendo situações de vida e morte enquanto uma trama conspiratória rola paralelamente.

Não se trata de um reboot, nem tampouco de uma continuação. Na verdade, O Legado Bourne é um spin-off, prática que acontece de vez em quando com seriados de sucesso que acabaram. Jason Bourne é citado várias vezes, algumas cenas dos outros filmes são usadas. Mas o foco do filme é em Aaron Cross, outro participante do mesmo programa de Bourne.

Tony Gilroy, roteirista dos três primeiros filmes (além de vários outros como O Advogado do Diabo e Armageddon), resolveu criar uma nova história sobre um possível colega de Bourne. Diferente dos outros filmes, este não foi adaptado de um livro, é uma história inédita baseada em situações criadas na trilogia.

Paul Greengrass, diretor do segundo e terceiro filmes da trilogia Bourne, não gostou da ideia e abandonou o projeto – segundo rumores, ele teria dito que um quarto filme teria que se chamar “A Redundância Bourne”, já que nada mais havia para se falar do personagem. Sem Greengrass, o ator principal Matt Damon também pulou fora e só aparece em fotos. O roteirista Gilroy assumiu a direção, e copia o estilo “câmera trêmula” de Greengrass (ponto negativo, na minha humilde opinião).

Não só o estilo de câmera é bem semelhante ao usado nos filmes anteriores, como o formato do filme também. Um personagem que é quase um super herói perseguido incansavelmente enquanto uma trama conspiratória rola em paralelo. Sem novidades neste aspecto.

No elenco, Jeremy Renner (o Gavião Arqueiro d’Os Vingadores) segura bem a onda como protagonista. Rachel Weisz mostra uma juventude impressionante apesar dos seus 42 anos. E Edward Norton está sub aproveitado num papel que não lhe exige nada. Ainda no elenco, Scott Glenn, Albert Finney e Stacy Keach, além de Joan Allen e David Strathairn, aparentemente em imagens reaproveitadas dos filmes da trilogia anterior.

Mesmo sem ter um diretor tarimbado (é o apenas o terceiro filme de Gilroy como diretor, antes dirigiu Duplicidade e Conduta de Risco), O Legado Bourne segue direitinho a fórmula dos blockbusters hollywoodianos. Bons atores, sequências de ação emocionantes, parte técnica impecável. Ainda rolam belas paisagens geladas no Canadá, e, pra manter a “tradição”, uma sequência de perseguição. Mas, sei lá, fica aquela sensação de “será que a gente precisava de mais um filme igual a tantos outros”?

Pelo menos o filme é bem feito. Quem for ao cinema procurando um blockbuster eficiente vai gostar. Só não espere algo a mais…

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Assalto Ao Banco Central

Crítica – Assalto Ao Banco Central

Assalto Ao Banco Central mostra um audacioso roubo, onde, sem dar um único tiro, sem disparar um alarme, os bandidos entraram e saíram por um túnel de 84 metros cavado sob o cofre, carregando três toneladas de dinheiro.

Primeiro filme para o cinema do diretor Marcos Paulo, Assalto Ao Banco Central foi inspirado em um assalto real que aconteceu em 2005 em Fortaleza. Não me lembro de detalhes desse assalto, mas pelo que li, a trama do filme só pegou a ideia geral do assalto, o resto foi inventado.

A boa notícia: apesar da longa experiência do diretor na televisão, Assalto Ao Banco Central não tem cara de especial de tv (como acontece com quase todas as comédias feitas por aqui). O filme tem cara de cinema!

Gostei da proposta do roteiro de usar uma narrativa não linear – a linha temporal fica indo e vindo o tempo todo, o filme se passa no “antes” e “depois” do assalto. Mas a narrativa é bem construída e não chega a ser confusa, a compreensão do filme se faz sem dificuldades.

Milhem Cortaz lidera um bom elenco, que consegue construir uma interessante galeria de personagens distintos e que precisam conviver juntos. No elenco, Eriberto Leão, Hermila Guedes, Lima Duarte,Giulia Gam, Tonico Pereira, Gero Camilo, Vinícius de Oliveira, Cadu Fávero, Duda Ribeiro, Heitor Martinez, Juliano Cazarré, Antonio Abujamra, Cássio Gabus Mendes e Paulo César Grande.

Infelizmente, nem tudo funciona. Se por um lado a narrativa não linear é bem feita, por outro tira parte do suspense da trama, já que o espectador já sabe de antemão parte do que vai acontecer. E algumas sequências não são muito bem feitas, tecnicamente falando – a perseguição do caminhão cegonha ficou bem mal feita, na minha humilde opinião.

Apesar desta sequência, a parte técnica do filme ficou muito boa, bem acima da média que se faz por aqui no Brasil. Assalto Ao Banco Central pode não entrar pra história como um dos melhores filmes de assalto a banco. Mas tampouco vai decepcionar ninguém.

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Os Mercenários 2

Os Mercenários 2

A continuação do divertido Os Mercenários!

Barney Ross (Sylvester Stallone) tem uma tarefa teoricamente fácil para o seu grupo de mercenários. Mas algo dá errado no meio do caminho, e agora ele e seu time querem vingança.

Os Mercenários 2 é muito bom, tão bom quanto o primeiro (talvez até melhor). E por um motivo simples: em momento algum o filme se leva a sério. O filme é muito violento, mas as gargalhadas correm soltas ao longo da projeção.

A violência gráfica é grande. Morre muita gente, rola muito sangue – algumas cenas têm requintes de crueldade como cabeças explodindo por causa de tiros de grosso calibre. Mas mesmo assim o filme não é pesado. Os diálogos divertidos são abundantes, são muitas as piadas com referências aos filmes antigos dos atores principais. É quase uma comédia de humor negro…

Desta vez, o protagonista / idealizador do projeto, Sylvester Stallone passou o cargo de diretor para Simon West (Con Air, Lara Croft, Assassino A Preço Fixo). Foi bom, Stallone pode se dedicar ao que ele sabe fazer melhor. E todos os fãs de filmes de ação dos anos 80 conseguiram finalmente ver algo há muito almejado: Stallone, Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis, lado a lado, empunhando armas pesadas em uma cena de ação!

Como era de se esperar, o elenco é o maior destaque. Do primeiro filme, não temos nem Eric Roberts, nem Mickey Rourke. Repetem seus papeis Jason Statham, Dolph Lundgren, Jet Li (num papel reduzido, ele devia ter outro compromisso na época da filmagem), Terry Crews e Randy Couture. Também estão de volta Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger, desta vez entrando na ação (no primeiro filme, eles só participam de uma cena “bem comportada”, só com diálogos). As boas novidades são Jean-Claude Van Damme e Chuck Norris, ambos muito bem em seus papéis caricatos. Ainda no elenco, Liam Hemsworth (irmão de Chris Hemsworth, o Thor), Scott Adkins e Nan Yu – uma mulher oriental que entra na briga.

Um parágrafo a parte para falar do Chuck Norris. Nasci em 1971, vi muitos filmes de ação nos anos 80. Se Stallone e Schwarzenegger faziam filmes de “primeira linha”; e Steven Seagal e Van Damme eram “segunda linha”; Chuck Norris era terceira (ou quarta, ou quinta)… Lembro de ter visto nos cinemas Comando Delta e alguns da série Braddock, o Super Comando; lembro que a primeira vez na minha vida que tive consciência de que estava vendo um filme muito ruim no cinema foi quando vi Invasão USA. Gente, Chuck Norris nunca tinha feito um filme bom! Mas parece que a nova geração não sabe disso, já que foi criado um “mito Chuck Norris” na internet. Acho que essa nova geração nunca viu nenhum filme de Norris e não tem noção de como eram ruins. Digo tudo isso para afirmar que Os Mercenários 2 foi a primeira vez na minha vida que fiquei ansioso pela participação de Norris em um filme – mas não pelo seu currículo como ator, e sim por causa do mito criado pela internet.

E posso dizer que Norris não decepcionou. O mesmo podemos afirmar sobre Van Damme, que ainda consegue dar o “chute helicóptero” apesar de ter quase 52 anos de idade. E olha que ainda tem a cena com o trio Stallone, Willis e Schwarza. Como diria Barney Stinson, “legen – wait for it – dary”!

Bem, nem tudo funciona perfeitamente. O roteiro de Richard Wenk e do próprio Stallone tem suas fraquezas. Como são vários grandalhões fortemente armados, o grupo fica sem identidades individuais – por exemplo, os papeis de Crews e Couture ficaram redundantes, um dos dois poderia ter sido cortado sem prejuízo para o filme. Isso porque não estou falando de algumas coisas muito caricatas como o vilão de óculos escuros dentro da mina…

Pelo menos o roteiro traz um monte de piadas para os fãs dos filmes de ação dos anos 80 (acredito que seja o principal público alvo do filme). É um tal de “I’ll be back” pra cá, “Yippie-ki-yay” pra lá, citação a Rambo, a Lone Wolf… É o outro destaque do filme.

Agora a gente fica torcendo por um terceiro filme e imaginando o elenco. Steven Seagal? Wesley Snipes? Jackie Chan? Dwayne Johnson?

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O Vingador do Futuro (2012)

Crítica – O Vingador do Futuro (2012)

Mais uma refilmagem…

Num futuro sombrio, o operário Douglas Quaid vai até a Rekall, uma empresa que providencia implantes de memória aos seus clientes, mas algo dá errado e ele começa a ser perseguido pela polícia.

O Vingador do Futuro (2012) não é apenas uma refilmagem. É uma refilmagem desnecessária. O original é um dos melhores filmes de ficção científica do final do século passado. Não precisava de refilmagem. E se era pra refazer, deveriam ter feito um roteiro novo a partir do conto de Philip K. Dick – como os irmãos Coen fizeram em Bravura Indômita (que não é refilmagem, e sim outro filme baseado no mesmo livro). Ou seja, “fail”.

Pelo perfil do diretor escolhido para a refilmagem, a gente já desconfiava do que viria por aí. O cargo foi entregue a Len Wiseman, de Duro de Matar 4 e da série Anjos da Noite. O filme original era do holandês Paul Verhoeven, que pouco antes fizera Conquista Sangrenta e Robocop, e dois anos depois dirigiria Instinto Selvagem. É só a gente analisar os currículos de ambos pra entender as diferenças entre as versões…

O Vingador do Futuro parece que se inspirou nos novos filmes de super heroi (como a nova trilogia do Batman) para fazer uma história mais “pé no chão”. Nada de Marte, mutantes, alienígenas. Tudo se passa no nosso planeta, que foi quase inteiramente destruído por uma guerra química. Até aí, tudo bem, mas… Onde se encaixa então a cena da prostituta de três seios? 😉

O roteiro do filme original, além de uma fina ironia misturada com sarcasmo (típicos do diretor Paul Verhoeven), tinha uma coisa muito boa: até o fim do filme, não sabíamos se tudo aquilo tinha acontecido ou se era parte do implante colocado na cabeça de Quaid. O roteiro atual, de Kurt Wimmer (diretor do bom Equilibrium) e Mark Bomback (Incontrolável), deixa de lado a ironia e as sutilezas do filme de 1990, e substitui tudo por boas cenas de ação. Ok, as cenas são bem feitas, mas só isso não sustenta um filme…

Outro ponto fraco é Colin Farrell. Coitado de Farrell, ele não está mal, mas é que a comparação é injusta. O Vingador do Futuro original traz Arnold Schwarzenegger em excelente forma (sem dúvida, é um de seus melhores filmes). Qualquer um, ao refazer este papel, ia ter dificuldades. E Farrell não conseguiu construir um Quaid à altura do original, como já era previsível.

Mas nem tudo ficou ruim neste novo filme. Os cenários são um dos destaques, a ambientação deste novo mundo futurístico ficou bem legal; o transporte “A Queda” (que atravessa o planeta) foi uma boa sacada, assim como o uso da gravidade zero. E algumas sequências de ação são muito boas, gostei muito da perseguição nos carros magnéticos e da cena dos elevadores. E se Colin Farrell está muito aquém de Schwarzenegger, as duas atrizes principais estão ótimas – Kate Beckinsale fez uma “versão estendida” do personagem que foi de Sharon Stone (e mostra que está em excelente forma física quase aos quarenta anos de idada); enquanto Jessica Biel mostra que é uma atriz bem superior à sumida Rachel Ticotin (que continua na ativa, mas há tempos não faz nada relevante). (Ainda no elenco, Bryan Cranston, John Cho, Bokeem Woodbine e um Bill Nighy desperdiçado).

No fim, fica aquela sensação estranha pela comparação com o original. Se O Vingador do Futuro de 2012 fosse um filme novo, até seria legal. Mas ao lado do outro, ficou devendo.

Pólvora Negra

Crítica – Pólvora Negra

Seguindo o RioFan 2012…

Anos depois de ter sido quase morto, Castilho Paredes volta à sua cidade atraído por um contrato como matador. Marcado e esquecido, ele cai no meio de um jogo de manipulações em uma disputa familiar por uma herança.

Não sei exatamente por que Pólvora Negra estava na programação do RioFan. É um filme independente, mas não tem nada de fantástico . Enfim, mesmo fora do perfil, trata-se de um bom filme…

Escrito e dirigido por Kapel Furman, Pólvora Negra foi classificado como um “western moderno”. É por aí, o filme é ambientado hoje em dia, em uma pequena cidade do interior – mas fora isso segue a lógica dos faroestes: um pistoleiro movido por vingança.

O visual do filme é bem legal. A fotografia usa cores sem vida, e a edição traz algumas sequências bem boladas (como a luta de boxe). A trilha sonora é outro ponto positivo. Os efeitos especiais nos tiroteios também não fazem feio, como acontecia com produções nacionais de décadas atrás.

A trama é um pouco confusa, não consegui entender alguns lances, como por que existia um terceiro pistoleiro na cena da praça. Mas nada que atrapalhe o desenrolar da história do anti-heroi. Também não gostei do fim, mas respeito a opção do diretor.

Só reconheci um nome do elenco: Suzana Alves, a “Tiazinha”, que tem um papel menor. Sendo que ela ficou conhecida por andar com pouca roupa, até que ela está bem como atriz vestida (o filme só tem uma breve cena de nudez, e não é com ela). Alguns dos atores estão um pouco caricatos, mas acho que essa era a intenção. Ainda no elenco, Nicolas Trevijano, Thais Simi, Ricardo Gelli e Munir Kanaan.

Dos três longas que vi no RioFan, este Pólvora Negra é o único que tem cara de que pode chegar no circuito. Tomara que sim!

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