Fúria de Titãs 2

Crítica – Fúria de Titãs 2

Ninguém pediu, mas, olha lá, tem continuação de Fúria de Titãs em cartaz nos cinemas…

Dez anos depois de derrotar o Kraken, Perseu virou um pescador e leva uma vida pacata ao lado do filho pequeno. Até que ele é chamado para salvar seu pai, Zeus, aprisionado por Hades e Ares, que pretendem libertar Kronos, o terrível pai dos deuses.

Parece que o único objetivo desta continuação, desta vez com Jonathan Liebesman na cadeira de diretor, era mostrar efeitos especiais. Rolam quimeras, cíclopes e um minotauro, além do grande vilão, um gigantesco monstro de fogo do tamanho de uma montanha. Só não gostei do minotauro (que só aparece direito depois de terminada a luta), o resto é muito bem feito. Ah, sim, também gostei da concepção do labirinto, ficou bem legal a cena.

Mas, por outro lado, achei os personagens rasos demais. Sam Worthington volta ao papel principal. Na época do primeiro filme, achei que ele seria uma grande promessa, já que estrelara dois grandes blockbusters, Avatar e o novo Exterminador do Futuro, mas hoje revejo os meus conceitos. Ralph Fiennes e Liam Neeson, grandes atores, voltam aos seus papeis de Hades e Zeus, mas estão meio perdidos – Hades mudar de ideia tão rapidamente não me convenceu. Andromeda, interpretada pela bela Rosamund Pike, passa quase o filme inteiro com um sorriso bobo no rosto. E o grande Bill Nighy está completamente desperdiçado num papel minúsculo. E ainda tentaram arranjar um alívio cômico com o Agenor de Toby Kebbell, mas o seu “sub Jack Sparrow” ficou caricato e não funcionou.

Some o roteiro fraco aos personagens rasos, e o resultado é um filme que só empolga nas cenas de ação – parece que foi a única coisa bem cuidada no filme.

Fúria de Titãs 2 nem é ruim. Mas passa longe de ser bom. Prefira o primeirão, lá de 1981!

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A Supremacia Bourne

Crítica – A Supremacia Bourne

Segundo filme da trilogia visto!

Dois anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, Jason Bourne (Matt Damon) continua vivendo escondido. Até que um incidente o coloca de novo contra a CIA.

Quase sempre, continuações são inferiores aos originais. Infelizmente, o mesmo acontece aqui, neste filme de 2004. Acho que a pior coisa que aconteceu com esta continuação foi a troca do diretor. Paul Greengrass entrou no lugar de Dog Liman. Greengrass filma sempre com a câmera na mão, e o resultado disso é uma imagem balançando por todo o filme. Num filme de ação, com sequências frenéticas, o resultado chega a dar dor de cabeça.

Também achei a história mais fraca, mas isso acontece porque a história continua de onde o primeiro filme acabou, não temos muitas novidades.

Algumas coisas boas que acontecem no primeiro filme se repetem aqui. A Supremacia Bourne usa belas locações espalhadas pelo mundo, em países como Índia, Alemanha e Rússia. E, pra manter a “tradição”, temos uma “nervosa” perseguição de carro.

No elenco, Matt Damon continua sendo “o cara” – ele manda muito bem nas cenas de ação. Franka Potente tem uma participação menor; Brian Cox e Julia Stiles voltam a seus papeis. E o elenco ganha alguns reforços de peso, como Joan Allen e Karl Urban – que há pouco tempo esteve em Star Trek e Red.

A Supremacia Bourne é inferior a A Identidade Bourne, mas não chega a ser um filme ruim, ainda rola vontade de ver o terceiro, O Ultimato Bourne – apesar de saber de antemão que foi dirigido pelo mesmo Paul Greengrass (imagem tremida à vista!). Em breve falo dele aqui!

A Identidade Bourne

Crítica – A Identidade Bourne

Comprei o box com a trilogia Bourne. É hora de rever os filmes!

Um homem é encontrado no mar, aparentemente morto, com dois tiros nas costas. Ele está vivo, mas com amnésia. Logo ele descobre que tem habilidades especiais. Agora ele precisa descobrir quem é e por que está sendo caçado. Baseado no livro de Robert Ludlum.

É complicado falar de A Identidade Bourne hoje, dez anos depois do lançamento. Matt Damon se firmou como um dos grandes nomes da Hollywood contemporânea; Doug Liman continuou sendo um diretor do segundo escalão. E a trilogia Bourne funcionou tão bem que ajudou a modernizar os filmes de espionagem.

O padrão para filmes de espionagem era o James Bond, um personagem que parou no tempo e ficou muito datado, com suas bond girls e seus martinis. Alguns filmes de espionagem mais recentes, como a série Missão Impossível e esta Trilogia Bourne, ajudaram a aproximar o “personagem espião” à realidade contemporânea. Heu arriscaria dizer que Jason Bourne ajudou na reforma que fizeram com o James Bond – o atual, de Daniel Craig, é bem diferente dos anteriores.

Como falei acima, o diretor Doug Liman, que antes tinha feito filmes semi-obscuros como Vamos Nessa e Swingers – Curtindo a Noite, não teve um upgrade relevante na carreira – depois disso ele dirigiu só mais três filmes para o cinema: Sr. e Sra. Smith, Jumper e Jogo de Poder. Por sua vez, Matt Damon não era um cara desconhecido, ele até já tinha um Oscar na prateleira (de roteirista por Gênio Indomável) – mas seu “star power” cresceu bastante desde então (ele concorreria ao Oscar mais uma vez, em 2009, por Invictus). Ainda no elenco, Franka Potente, Chris Cooper, Brian Cox, Julia Stiles, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Gabriel Mann e Clive Owen – outro que teve o “star power” aumentado (aqui ele faz um coadjuvante que quase não aparece, nos anos seguintes ele virou protagonista de seus filmes).

O filme ainda tem alguns destaques, como belas paisagens europeias e eficientes cenas de ação – a cena da perseguição de carros foi muito elogiada, chegou a ser comparada com o clássico Operação França. Ah, sim, Matt Damon faz um bom trabalho como heroi de filme de ação

A Identidade Bourne é um daqueles filmes que todo mundo já viu, então não dá nem pra recomendar. Mas pelo menos posso dizer que o filme não “envelheceu”, continua um bom filme de espionagem.

Em breve falo dos outros dois!

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Jogos Vorazes

Crítica – Jogos Vorazes

Mais uma franquia baseada em sucesso literário…

No futuro, meninos e meninas entre 12 e 18 anos são sorteados para participarem de um reality show mortal onde o objetivo é ser o único sobrevivente. Quando sua irmã pequena é sorteada, Katniss Everdeen se voluntaria para ir no lugar dela.

Jogos Vorazes (The Hunger Games, no original) está sendo vendido para o mesmo público da série Crepúsculo. Mas a única coisa que eles têm em comum é o fato de serem franquias baseadas em séries de livros direcionados ao público jovem. Porque os filmes nada têm a ver um com o outro!

Se Jogos Vorazes nada tem a ver com Crepúsculo, o mesmo não pode se dizer sobre Battle Royale. Suzanne Collins, autora do livro (e que também trabalhou no roteiro) declarou que não conhecia o filme japonês – que também é uma adaptação. Mas a premissa de ambos filmes é bem parecida: uma sociedade totalitária no futuro onde jovens são colocados em um jogo de onde só pode sair um vivo. Tem até um antagonista que entrou de propósito no jogo! O sistema de contagem também é bem parecido.

A premissa é parecida, mas o roteiro não chega a ser um plágio. Além disso, o formato é diferente: Battle Royale era quase um trash; Jogos Vorazes é uma superprodução com bons atores e parte técnica bem cuidada – um blockbuster como manda a cartilha hollywoodiana.

O diretor Gary Ross não é um nome muito conhecido, este é apenas seu terceiro filme (ele também fez A Vida em Preto E Branco e Seabiscuit – Alma de Herói). E ele faz um bom trabalho, ajudado pelo bom elenco. O grande nome é a protagonista Jennifer Lawrence, que já tinha mostrado talento mandando bem no X-Men Primeira Classe, além da indicação ao Oscar de melhor atriz por Inverno na Alma. Josh Hutcherson (Minhas Mães e Meu Pai, Viagem 2) é um bom coadjuvante e não atrapalha. Alguns dos atores mais velhos estão com a mesma cara de sempre, como Woody Harrelson e Donald Sutherland; outros estão mais difíceis de reconhecer, como Elizabeth Banks e sua maquiagem que parece saída de Alice no País das Maravilhas, ou Wes Bentley e sua barba “divertida”, ou ainda Stanley Tucci e seu cabelo azul. E não podemos nos esquecer de reparar em Lenny Kravitz, num papel que nada tem a ver com música. Ah, e pra quem gostou de A Órfã, reparem que a menina Isabelle Fuhrman cresceu, ela é a vilã Clove.

Jogos Vorazes é bom, mas nem tudo funciona. O jogo em si é mal explorado, algumas mortes acontecem rápido demais. O mesmo digo sobre o vilão Cato, que ficou sub-aproveitado. E definitivamente não gostei do modo como os bichos foram inseridos na parte final do jogo, ficou parecendo algo “mágico”, incoerente num mundo essencialmente tecnológico – funcionaria num universo mais “harrypotteriano”… Mas mesmo assim o saldo final é positivo. Jogos Vorazes é um filme empolgante, com mais pontos positivos do que negativos. Um bom começo de franquia!

Li algumas críticas sobre a violência presente no filme. Na verdade, as mortes mostram pouca coisa – o problema é que vemos crianças morrendo, e isso nunca é legal. Bem, como isso faz parte da trama do livro, era algo necessário na adaptação. Na minha humilde opinião, o maior problema não está na violência, e sim no público alvo. Jogos Vorazes é vendido como um filme infanto-juvenil. Juvenil tudo bem, mas esse “infanto” ficou estranho…

O fim traz uma agradável surpresa (sem spoilers!): a história é fechada! Todo mundo sabe que são três livros, então devemos ter mais duas continuações. Mas, em vez de ganchos e situações deixadas em aberto, a história termina de forma satisfatória. Existe espaço para seguir com a saga, claro, mas se terminasse assim, não seria ruim – mais ou menos como o primeiro Guerra nas Estrelas.

Happy Hunger Games, and  may the odds be ever in your favor!

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Protegendo o Inimigo

Crítica – Protegendo o Inimigo

Africa do Sul. Um novato do FBI é designado para tomar conta de um perigoso traidor. Quando seu esconderijo é atacado, ele precisa se virar para proteger o prisioneiro, e ao mesmo tempo impedir a sua fuga.

Cheguei a pensar que Protegendo o Inimigo (Safe House, no original) era “o novo filme do Tony Scott” – parecia seguir a linha de O Sequestro do Metrô 123 e Incontrolável. Nada disso, trata-se da estreia hollywoodiana de Daniel Espinosa, diretor sueco de ascendência chilena.

E, vendo o filme, a gente vê que o estilo de Espinosa é diferente. Muita câmera na mão, muitos closes, cenas escuras, imagem granulada. Acredito que a câmera na mão era pra dar um ar meio documental ao filme. Mas trouxe um problema: as cenas de ação ficaram confusas com a imagem trêmula. Heu, particularmente, prefiro ver melhor o que está acontecendo na tela.

Mas isso é um detalhe estilístico, não chega a ser um defeito. O grande defeito de Protegendo o Inimigo é o roteiro, previsível e cheio de clichês. Fico me perguntando se em pleno 2012 alguém ainda “compra” uma trama onde o grande segredo que o vilão esconde é tão óbvio.

O elenco funciona bem. Denzel Washington, bem como sempre, às vezes parece estar no piloto automático, seu personagem lembra o papel que ele fez em Dia de Treinamento; Ryan Reynolds está sério, deixou o ar engraçadinho de lado (o que não combinaria aqui). Ambos têm boa química. Ainda no elenco, Vera Farmiga, Brendan Gleeson, Robert Patrick e Sam Shepard.

O resultado final nem é muito ruim. Mas Protegendo o Inimigo também está longe de ser um bom filme.

A Perseguição

Crítica – A Perseguição

Um pequeno avião cai no Alasca. Sete homens têm que sobreviver ao frio e aos lobos que circulam a área.

Interessante filme que mistura ação com drama, colocando homens diferentes entre si expostos a situações extremas. A mistura entre os estilos é meio brusca – momentos contemplativos são alternados com cenas frenéticas com adrenalina a mil. Achei legal a experiência.

A Perseguição (The Grey, no original) foi escrito e dirigido por Joe Carnahan, aqui num trabalho menos pop que o seus últimos filmes, os divertidos e exagerados Esquadrão Classe A e A Última Catrada. A Perseguição é mais sério, ainda tem ação e violência, mas sob uma ótica diferente.

No elenco, o grande nome é Liam Neeson, num papel que lembra os seus personagens de Desconhecido e Busca Implacável – um cara que passa a impressão de ser apenas “mais um”, mas tira forças sabe-se lá de onde e parece ser quase um super heroi. O resto do elenco é pouco conhecido, só reconheci o Dermot Mulroney.

O trabalho técnico com os lobos é perfeito – nem dá pra saber quais lobos são reais e quais são cgi. E algumas belas paisagens geladas do Alasca ajudam a fotografia do filme.

Rola uma rápida cena depois dos créditos, que explica o fim, mesmo que de maneira subjetiva…

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John Carter – Entre Dois Mundos

Crítica – John Carter – Entre Dois Mundos

O trailer de John Carter – Entre Dois Mundos parecia uma mistura de Avatar com Star Wars Ep II – O Ataque dos Clones  – aquela arena é igual a Geonosis! Mas aí vi que o diretor é Andrew Stanton, o mesmo de Wall-E e Procurando Nemo. Tá, merece ver qualé.

Adaptação do livro A Princesa de Marte de Edgar Rice Burroughs. Um veterano da Guerra Civil americana acaba parando em Marte, no meio de uma outra guerra civil, que pode destruir o planeta.

Para um filme que parecia uma cópia, John Carter – Entre Dois Mundos se saiu melhor que o esperado. Tecnicamente perfeito, o filme traz um roteiro sólido e apresenta uma nova saga de fantasia / ficção científica. Um prato cheio para os apreciadores do estilo.

A história de John Carter não é nem um pouco nova – foi escrita em 1912 por Edgar Rice Burroughs, famoso por ser o criador do Tarzan. Já houve algumas tentativas para transpor os livros para o cinema, mas foram todas infrutíferas. John Carter tem o recorde de produção que ficou mais tempo entre a primeira pré-produção e o filme pronto – existia um plano de se fazer em desenho animado em 1931, seria o primeiro longa metragem em animação (antes de Branca de Neve).

Claro, vai ter gente falando que a trama é batida. Verdade, a história do forasteiro rebelde que vira heroi não é novidade. E, convenhamos, o livro é de 100 anos atrás! Mas pelo menos o roteiro do diretor Stanton é bem escrito, o filme nem parece ter pouco mais de duas horas.

Stanton não mandou bem apenas no roteiro. Assim como seu colega Brad Bird, que depois da animação Os Incríveis dirigiu o longa Missão Impossível 4, Stanton também fez um bom trabalho na direção. Tá, metade do elenco é em cgi, mas mesmo assim, o resto do filme são atores de verdade.

Os dois principais nomes do elenco não são muito conhecidos, e, por coincidência, ambos estavam em X-Men Origens: Wolverine – Taylor Kitsch foi o Gambit; Lynn Collins foi a Kayla Silverfox. O resto do elenco tem alguns nomes mais famoso: Mark Strong, Ciarán Hinds, Dominic West e James Purefoy; e as vozes de Willem Dafoe, Samantha Morton e Thomas Haden Church.

Os efeitos especiais são fantásticos. Os Tharks são absurdamente bem feitos, é difícil acreditar que algo tão “real” seja computador. Isso, somado a belíssimas paisagens marcianas baseadas em imagens de Frank Frazetta (que tinha feito ilustrações para os livros na década de 70), dão a John Carter – Entre Dois Mundos um visual caprichadíssimo.

Foram escritos vários livros. Existe um bom material para possíveis continuações – o fim do filme abre espaço para continuarmos a ver a saga de John Carter em Marte.

Por fim, preciso falar de uma confusão que está rolando em quase todos os sites por aí, que se referem a este filme como uma produção da Pixar. Andrew Stanton trabalhava na Pixar antes, mas John Carter – Entre Dois Mundos é uma produção Disney! Não existem créditos da Pixar, nem no filme, nem no imdb. Não sei de onde tanta gente tirou que este seria “o primeiro filme da Pixar com atores”…

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Poder sem Limites

Crítica – Poder sem Limites

É, mais um filme com “filmagens encontradas”…

Três amigos adolescentes entram em contato com um misterioso artefato e ganham poderes telecinéticos. Quase super herois, eles agora têm que lidar com os próprios problemas.

Poder sem Limites (Chronicle, no original) é o mais novo exemplar da “família found footage” – filmes onde a câmera subjetiva é usada para tentar criar um realismo maior. Mas, na minha humilde opinião, esta característica atrapalha este filme. Vou explicar: desta vez, não é uma “câmera encontrada”. Todo o filme é feito usando a câmera subjetiva, mas são várias as fontes. Além da câmera do protagonista, tem a câmera de uma coadjuvante, cenas pela webcam, através de câmeras de segurança e até de celulares. Por um lado, isso deu uma agilidade maior à montagem. Mas por outro lado, alguns ângulos ficaram forçados demais – como por exemplo em parte da luta final, onde o personagem precisa manter celulares flutuando em volta dele. Ora, não era mais fácil se usassem um estilo tradicional de filmagem? Achei que essa proposta enfraqueceu o filme.

Pena, porque a premissa era interessante: uma espécie de filme de super heroi mas sem o papo de identidades secretas e de salvar os mais fracos. Os adolescentes, quando ganham os super poderes, continuam agindo como adolescentes normais.

A direção é de Josh Trank, que co-escreveu o roteiro com Max Landis. Ambos são novatos, mas um deles é filho de John Landis – ele mesmo, diretor de Um Lobisomem Americano em LondresIrmãos Cara de Pau. O filme não tem estrelas, mas tem pedigree…

Como quase todo filme de “found footage”, o elenco é de desconhecidos (acho que o único filme no estilo com gente famosa é Atividade Paranormal 2, estrelado por Sprague Grayden). O trio principal Dane DeHaan, Alex Russell e Michael B. Jordan tem uma boa atuação, apesar de trabalhar com personagens perto de clichês.

Os efeitos são muito bons, aquilo tudo realmente parece de verdade – sensação amplificada pelo lance da câmera na mão. A parte final do filme é eletrizante, como poucas vezes visto em filmes do estilo. O povo que fez Cloverfield deve ter ficado com inveja…

Tem uma parte do roteiro que não gostei muito. Nada grave, nada que estrague o filme. Spoilers leves abaixo:

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Se eles planejaram não contar pra ninguém, por que fazer o show de mágica? Aquilo me pareceu meio fora de propósito…

FIM DOS SPOILERS!

Poder sem Limites pode não ser um dos melhores filmes do ano, mas está bem longe dos piores!

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Superman 4: Em Busca da Paz

Crítica – Superman 4: Em Busca da Paz

Já que revi os três primeiros, aproveitei o embalo e revi também Superman 4: Em Busca da Paz.

Superman resolve promover a paz no planeta acabando com todas as armas nucleares. Mas o seu arqui-inimigo Lex Luthor tem uma nova criação: o Homem Nuclear!

Vamos a uma breve contextualização histórica. Os produtores Alexander e Ylia Salkind queriam um tom cartunesco para os filmes do Homem de Aço, mas o diretor Richard Donner não obedeceu e criou um grande épico no primeiro Superman, de 1978. Superman 2 tem duas versões, uma com a cara de Donner, e outra, dirigida por Richard Lester, com o tom cartunesco pretendido pelos produtores. Sem Donner por perto, Superman 3 não é um filme sério, a concepção é toda de Lester e dos Salkind. Já o quarto filme não tem nem Donner, nem Lester, nem os Salkind. A produção é da dupla Golan Globus, famosa por filmes de ação de qualidade duvidosa, como Comando Delta, O Grande Dragão Branco e a série Braddock. Ou seja, Superman 4 é o fundo do poço…

Superman 3 é ruim, né? Dirigido por Sidney J. Furie, o 4 consegue algo que parecia impossível: é pior! Só existe um meio de se “sobreviver” a Superman 4: enxergá-lo como um filme trash. Se a gente fizer de conta que está vendo uma produção “nível Troma”, o filme pode até ser engraçado… Porque algumas cenas são trash demais. Achei que a fuga de Lex Luthor da prisão tinha sido ridícula, mas o filme se supera – existe algo pior do que o Superman usar a visão laser (?) pra reconstruir (?) a Muralha da China?

E, como diria um telemarketing vagabundo, “e não é só isso!”. Superman 4 tem um dos piores vilões da história do cinema. Fiquei com vontade de criar um Top 10 de piores vilões só pra incluir o Homem Nuclear, que é ridículo em todos os aspectos, desde o vestuário até as atitudes.

E o pior é que o elenco principal tá todo aí. Christopher Reeve, Margot Kidder e Gene Hackman voltam a seus papeis, assim como os coadjuvantes Jackie Cooper e Marc McClure. Mariel Hemingway aparece para ser um novo par romântico para o Super – o tempo não foi generoso com Margot. Outra curiosidade no elenco é Jon Cryer, hoje famoso pela série Two And a Half Men, no papel do sobrinho abestalhado de Luthor.

Enfim, ruim com força. Vale só como piada. Nem preciso dizer que a série parou aqui, né? Rolou um reboot em 2006, mas acho que vou dar um tempo agora e não vou mais ver mais nada de Superman por um bom tempo…

O Pacto

Crítica – O Pacto

Devido ao passado recente de Nicolas Cage, comecei a ver O Pacto (Seeking Justice, no original) com os dois pés atrás. Mas… não é que dessa vez ele acertou?

Um professor tem uma vida tranquila, até que sua esposa é atacada e estuprada. Ainda no hospital, ele é abordado por um desconhecido que se oferece para matar o estuprador. O problema é o tipo de favores que este desconhecido vai cobrar depois.

Não sabemos ainda se O Pacto é uma volta aos bons tempos, quando Cage estrelou, em seguida, A Rocha, Con Air e A Outra Face. Mas é bem melhor que a sua média atual, com bombas como Caça Às Bruxas, Reféns e o trash Fúria Sobre Rodas (e o pior é que tá pra estrear Motoqueiro Fantasma 2, com um grande potencial de ser ruim…).

A trama lembra A Caixa, filme baseado na série Twilight Zone. Mas se A Caixa se perde na parte final, O Pacto consegue segurar a tensão por todo o filme sem deixar a peteca cair.

A direção é de Roger Donaldson, que nunca fez um “filmaço”, mas tem alguns bons títulos no currículo, como A Fuga, O Inferno de Dante e o recente Efeito Dominó. Gosto muito de A Experiência, ficção científica / terror dirigida por ele, na minha humilde opinião o seu melhor trabalho. Mas reconheço que é um diretor de segundo time.

O elenco está ok. Como disse, Nicolas Cage não está mal, e Guy Pearce manda bem, como sempre. Ainda no elenco, January Jones (X-Men Primeira Classe), Jennifer Carpenter (Quarentena), Harold Perrineau (Lost) e Xander Berkeley (24 Horas).

O Pacto não vai mudar a vida de ninguém. Mas é um filme “honesto”.

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