As Múmias do Faraó

As Múmias do Faraó

Oba! Filme novo do Luc Besson em cartaz nos cinemas brasileiros!

Paris, 1911. A jovem Adèle Blanc-Sec (Louise Bourgoin) é uma jornalista que vai até o Egito em busca da cura da doença de sua irmã, que pode estar na tumba secreta de um faraó. Ao retornar para casa, descobre que um pterodáctilo está aterrorizando a cidade.

As Múmias do Faraó é baseado nos quadrinhos do franco-belga Tardi. É uma divertida mistura de Indiana Jones com Tintin!

Aliás, essa semelhança com Indiana Jones não é muito boa para o filme como um todo. Toda a parte inicial no Egito é uma aventura bem no estilo do nosso arqueólogo favorito. E isso faz o que vem depois ser um pouco sem graça… O pterodátilo, apesar de muito bem feito, não é traz sequências tão divertidas quanto a primeira parte…

Os desavisados podem achar que o filme é a volta de Luc Besson à cadeira de diretor. Claro, afinal, depois de Joana D’Arc, de 1999, ele deu um tempo na direção e se dedicou a escrever e produzir um monte de filmes (como Taxi, Carga Explosiva e B13). Mas a sua volta aconteceu mesmo em 2005, com o intimista Angel-A. E ele ainda fez os filmes infantis Arthur e os Minimoys (2006 e 2009).

O certo aqui é falar que é a volta de Luc Besson ao posto de maior diretor de blockbusters fora dos EUA. As Múmias do Faraó é uma super-produção, bem ao estilo do que ele fazia nos bons tempos, como Nikita, O Profissional e O Quinto Elemento. Os efeitos especiais são excelentes! E as múmias são mostradas como nunca antes no cinema.

O humor às vezes é meio caricato, alguns personagens são meio bobos. Mas, ora, trata-se de uma adaptação de quadrinhos! E, no papel principal, uma nova estrela: Louise Bourgoin – rola até uma breve nudez! Quem lê o blog vai se lembrar, falei dela aqui no post sobre Buraco Negro, filme cabeça que passou no Festival do Rio.

Para finalizar, heu gostaria de fazer umas perguntas ao distribuidor brasileiro: por que só cópias dubladas? E por que o filme não entrou em cartaz na Zona Sul? E isso porque não estou falando do nome do filme – as múmias são uma parte importante da trama,mas só aparecem no fim. Por que não chamar de “As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec”? Falta de respeito com o espectador…

O fim do filme traz um interessante gancho para uma continuação. Que venha logo!

Scott Pilgrim Contra O Mundo

Scott Pilgrim Contra O Mundo

Encerrei bem minha maratona pessoal de 21 filmes em pouco mais de duas semanas (na verdade, vi 24 filmes da programação, mas três heu já tinha visto antes). Ontem vi o divertido Scott Pilgrim Contra O Mundo!

Scott Pilgrim (Michael Cera) tem 23 anos e é um cara comum. Tem cara de nerd e toca baixo numa banda de garagem, a Sex Bob-Omb. Até que um dia conhece Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead), e, apaixonado, tem que enfrentar os seus sete malignos ex-namorados, dispostos a lutar até a morte com qualquer um que quiser ficar com ela.

Baseado na história em quadrinhos “Scott Pilgrim”, de Bryan Lee O’Malley, este é o primeiro filme americano do diretor inglês Edgard Wright, o mesmo de Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso. Seu estilo ágil, de cortes rápidos, funcionou perfeitamente nesta excelente adaptação de quadrinhos misturados com videogames.

Hoje em dia está na moda se falar de boas adaptações de quadrinhos, né? Afinal, temos tido vários filmes muito bons com personagens oriundos de hqs, como os recentes filmes do Batman e do Homem de Ferro. Mas são filmes com cara de filme. Já Scott Pilgrim Contra O Mundo não tem cara de filme, tem cara de quadrinhos. Temos até onomatopeias escritas na tela! Poucas vezes um filme foi tão parecido com uma hq. Sin City e 300 também são assim, mas estas são duas graphic novels, enquanto Scott Pilgrim parece mais um gibi. Não conheço os quadrinhos originais, mas li que os trechos em animação foram tirados dos mesmos. Ou seja, literalmente, vemos os quadrinhos na tela do cinema.

E não só quadrinhos, como também videogame. As lutas entre Scott e os ex-namorados malignos são iguais a games de luta, inclusive com direito a golpes especiais, pontuação e vidas extras no fim da luta! O filme ainda traz inúmeras referências ao universo dos games, como, por exemplo, o nome da banda Sex Bob-Omb – no game Super Mario 2, de 1988, tem um personagem chamado Bob-Omb.

O elenco está perfeito. É difícil imaginar outro ator no lugar de Scott Pilgrim – se não fosse baseado em quadrinhos, dava pra dizer que o roteirista escreveu o papel pensando em Cera. Mary Elizabeth Winstead, depois de Duro de Matar 4 e À Prova de Morte, também está ok, assim como a oscarizável Anna Kendrick. E o resto do elenco principal, cheio de nomes pouco conhecidos, também funciona bem: Ellen Wong, Aubrey Plaza, Alison Pill, Mark Webber, Johnny Simmons e Kieran Culkin – o irmão do sumido Macauley Culkin está impagável como o colega de quarto gay.

Ainda tem mais gente legal no elenco. Alguns atores famosos fazem pequenos papeis como alguns dos ex-namorados. Temos Chris Evans (que foi o Tocha Humana em Quarteto Fantástico e será o novo Capitão América), Brandon Routh (o Superman do filme de 2006) e Jason Schwartzman. Isso sem contar numa ponta não creditada de Thomas Jane, como um policial vegan.

O roteiro é uma grande e divertidíssima bobagem. Claro que não dá pra levar a sério uma “liga de ex-namorados malignos”, né? Mas isso traz situações engraçadíssimas – cada luta é melhor que a anterior (pra ser sincero, só não gostei da luta dos gêmeos). E a luta final é muito, muito boa!

Enfim, diversão garantida. Foi divulgado que o filme teria cópias com legendas eletrônicas, mas a cópia já estava legendada – deve entrar em cartaz em breve!

The Losers

The Losers

Um grupo de soldados de elite é mandado para a Bolívia para uma missão que dá errado e eles são dados como mortos, e se vêem sem dinheiro e sem documentos. Uma misteriosa mulher aparece para ajudá-los a voltar.

Dirigido pelo desconhecido Sylvain White, The Losers é mais uma adaptação de quadrinhos, desta vez um quadrinho menos famoso da DC.

O filme é aquilo que a gente espera. Tiros, explosões, correria… A história é meio óbvia e o filme é cheio de clichês, mas, como disse, isso tudo era esperado. O que me chamou a atenção aqui foi o elenco, com Jeffrey Dean Morgan (o Comediante de Watchmen), Zoe Saldana (a Uhura do novo Star Trek), Chris Evans (o Tocha Humana do Quarteto Fantástico) e Jason Patrick (do primeiro Lost Boys). É um bom time para um filme desconhecido… (O elenco também conta com Idris Elba, Óscar Jaenada e Columbus Short).

Jeffrey Dean Morgan está ok no papel principal. Gosto dele, fico feliz de vê-lo como protagonista. Zoe Saldana também está bem, a fotografia do filme mostra bem sua beleza. Chris Evans soma mais um filme baseado em quadrinhos no currículo – além do Tocha Humana, o cara será o Capitão América em breve – será que existe um limite de personagens de quadrinhos que um mesmo ator pode representar? O ponto fraco do elenco é Jason Patrick, bom ator, mas que está excessivamente caricato com o seu vilão mau, muito mau…

The Losers não é bom, mas também não é ruim. Pode agradar os fãs do gênero.

Solomon Kane

Solomon Kane

Solomon Kane é um mercenário a serviço da coroa britânica, com um passado violentíssimo, que descobre que o diabo quer sua alma. Resolve então renunciar à violência em busca de redenção. Mas alguns “acidentes de percurso” o colocam novamente frente a frente com a violência.

O início de Solomon Kane é muito bom. Toda a sequência antes da tal renúncia à violência tem um ritmo alucinante – aparece até o “coisa ruim” no meio da briga. Mas depois o ritmo cai e o filme não empolga mais.

Talvez o grande problema de Solomon Kane seja este: aparentemente este será o primeiro de uma série de filmes, então o diretor e roteirista Michael J. Bassett focou mais em aspectos do drama interno de Kane, sobre usar ou não seus instintos violentos. Na minha humilde opinião, foi uma falha, já que o resto do filme não consegue recuperar o fôlego inicial…

James Purefoy está bem como o cavaleiro arrependido, apesar de parecer o Robert Carlyle tentando interpretar o Aragorn, de Senhor dos Anéis. E o elenco traz ainda dois grandes nomes em papéis pequenos: Pete Postlethwaite e Max Von Sydow (este tem um papel minúsculo!). Ainda no elenco, Rachel Hurd-Wood, Alice Krige e Jason Flemyng.

No fim, ficamos com a impressão de que, apesar de não ser um filme ruim, Solomon Kane poderia ter sido bem melhor.

Não sei quando será lançado por aqui, nem sei se será lançado. Por enquanto, só por download.

Kick-Ass

Kick-Ass

Kick-Ass é uma das melhores surpresas da temporada!

Dave Lizewski (Aaron Johnson) é um garoto meio nerd, fã de quadrinhos e com poucos amigos. Até que resolve virar um super-heroi – mesmo sem ter super poderes.

Falei que é uma surpresa, porque heu esperava uma comédia na linha do fraco besteirol Super-Herói: O Filme. Que nada, Kick-Ass é um excelente filme de ação, com boas doses de humor (negro) e a quantidade exata de drama. Ou seja: um filme simples, mas com tudo “no lugar”.

Kick-Ass é baseado nos quadrinhos homônimos. Nunca li, não tenho ideia se o filme é fiel aos quadrinhos. Mas o roteiro, escrito por Mathew Vaughn (também diretor) e Jane Goldman, é muito bem escrito, e brinca o tempo todo com clichês de super-herois conhecidos.

O quase desconhecido Aaron Johnson está perfeito no papel principal, o adolescente nerd que quer virar super-heroi, mas mesmo assim nunca consegue deixar de ser nerd. Mas o elenco traz outros dois nomes dignos de nota. Um é a pequena Chloe Moretz, de apenas 13 anos (mas atriz desde os sete), que manda muito bem como a Hit-Girl. Ela é convincente tanto nos momentos dramáticos quanto nos momentos de pancadaria! E o outro nome é Christopher Mintz-Plasse, que estava ótimo mas um pouco exagerado como o McLovin de Superbad, e que aqui encontrou o tom exato (mais sobre seu papel não posso falar sem spoilers!).

Ainda tem espaço para um nome “de ponta”, Nicolas Cage, num papel menor porém importantíssimo. Mark Strong, vilão do novo Sherlock Holmes, aqui também faz um eficiente antagonista. Lyndsy Fonseca é apenas um rostinho bonitinho que funciona – mas o que achei mais curioso é lembrar que há cinco anos ela está em quase todos os episódios de How I Met Your Mother, como a filha do protagonista / narrador. E, last but not least, papéis pequenos para dois rostos femininos conhecidos nos anos 80: Elisabeth McGovern e Yancy Butler.

E a parte técnica? O filme parece ser uma produção menor, mas traz efeitos especiais excelentes. As cenas de ação são de tirar o fôlego – algumas delas dão vontade de voltar para ver de novo, como a cena onde Big Daddy ataca o galpão de Frank D’Amico. E ainda aparecem alguns artifícios na edição do filme para parecer que estamos lendo quadrinhos – isso sem contar todo um trecho em quadrinhos mesmo, contando o passado de Big Daddy.

Vejam só que coisa curiosa é o mercado cinematográfico. Homem de Ferro 2 estreou aqui no Brasil uma semana antes da estreia americana. Já este Kick-Ass tem estreia nacional prevista para 11 de junho, mas já existe para download o release R5 dele…

Enfim, ainda é maio, mas arrisco dizer que estamos diante de um dos melhores filmes do ano!

Homem de Ferro 2

Homem de Ferro 2

Tony Stark está de volta!

Nesta continuação do bom Homem de Ferro, de 2008, nosso herói Tony Stark está passando por dois problemas. Por um lado, o governo quer confiscar sua armadura; por outro, a engenhoca que salvou sua vida no primeiro filme o está envenenando e levando-o à morte. E, claro, trata-se de um filme de super herói, então existe um super vilão louco engendrando uma super vingança…

Não sou muito ligado em super heróis, nem em quadrinhos. Mas admito que o Homem de Ferro é legal. Pra começar, Tony Stark não tem super poderes, ele é um cara rico e que trabalha na indústria bélica, por isso cria uma super armadura. E Stark é egocêntrico e fanfarrão, um bad boy, gosta de festas, de mulheres, de bebida, de junk food – mais ou menos como um cara com a grana do Eike Batista e a personalidade do Renato Gaúcho. Ele é marrento, arrogante e gosta de tirar onda, a cena que ele desfia um senador em plena Casa Branca é sensacional. Outra coisa: todo mundo sabe que ele é o Homem de Ferro – acho uma grande bobagem esse papo de identidade secreta (ninguém nunca reparou que o Clark Kent sem óculos é igual ao Super Homem?).

E Robert Downey Jr é um Tony Stark perfeito, afinal, ele mesmo tem um passado de bad boy, com problemas com drogas e bebida. E Downey Jr passa por um excelente momento na carreira – não só ele é o Homem de Ferro como também o Sherlock Holmes. Não é qualquer um que consegue ser a figura principal de duas franquias simultaneamente…

O resto do elenco também foi muito bem escolhido. Gwyneth Paltrow e John Favreau (também diretor) repetem seus papéis do primeiro filme (e aqui me parece que seus personagens estão mais tempo presentes na tela). Don Cheadle herdou o papel do coronel James Rhodes, que foi de Terence Howard (e que não sei por que não está aqui). O às vezes exagerado Sam Rockwell está no tom exato com o seu incompetente fabricante de armas Justin Hammer. Samuel L. Jackson desta vez tem um papel de verdade para o seu Nick Fury (personagem que unirá vários heróis diferentes em um único filme no futuro), já que no outro filme ele só aparece na cena depois dos créditos. Mickey Rourke era um canastrão galã nos anos 80, hoje é um canastrão horroroso – é um vilão perfeito! E, last but not least, Scarlett Johansson está ruiva e usa roupas colantes enquanto bate em uns dez ao mesmo tempo – preciso dizer mais?

O filme foi dirigido por John Favreau, um ator. Justin Theroux, outro ator, escreveu o roteiro, um roteiro redondinho. As boas cenas de ação são costuradas por uma trama com humor e drama na dose certa. Aliás, diferente da maioria dos filmes de ação por aí, o humor não está presente através de um personagem engraçadinho. O alívio cômico é o próprio Tony Stark com sua fina ironia.

Se tem uma crítica que posso fazer, heu diria que a cena onde os robôs atacam a população deveria ter sido mais violenta. Se algo daquele porte acontecesse, acho que ia morrer uma boa quantidade de gente… Mas, como se trata de adaptação de quadrinhos, não vemos sangue.

Não li nada na internet sobre os excelentes efeitos especiais deste filme. Não sei o quanto tem de cgi. Mas posso dizer que os efeitos são muito bem feitos, realmente parece que as armaduras e as explosões são reais. Cgi bom é quando não parece cgi!

Enfim, uma boa opçãopara quem gosta de filmes de ação. Não vai mudar a vida de ninguém, mas vai oferecer duas horas de diversão garantida! E, claro, nos cinemas, afinal, este é um raro caso de filme que estreia no Brasil antes de estrear nos EUA (lá, só a partir de 7 de maio!).

p.s.: Ah, sim, rola a tradicional cena depois dos créditos, feita especialmente para os fãs da Marvel!

X-Men Origins : Wolverine

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X-Men Origins : Wolverine

No último cinco de abril escrevi aqui sobre a versão incompleta de X-Men Origins, que vazou na internet. Prometi que veria o filme assim que saísse no cinema, ou seja, hoje, dia 30. Cheguei do cinema agora! Vamos ao filme pronto?

A história do filme está no título: conhecemos a origem do Wolverine (Hugh Jackman) e sua relação com personagens como Dente de Sabre e William Stryker. É uma prequel da trilogia X-Men. A desvantagem disso é que sabemos que alguns daqueles personagens não podem morrer. Afinal, eles vão aparecer depois…

Hugh Jackman é “o cara” hoje em dia em Hollywood. Frequenta as listas de “celebridades mais sexy”, tem bons papéis em filmes blockbusters e, de quebra, mostrou no Oscar 2009 que canta e dança. Conheço gente que o critica como ator, mas posso garantir que ele é o Wolverine perfeito!

A princípio achei estranha a troca do ator que faz o Dente de Sabre. Por que não repetir Tyler Mane (que também foi o novo Michael Myers no Halloween 2007), que fez um bom Dente de Sabre no primeiro X-Men? Mane pode não ser lá grandes coisas como ator, mas tem o physique-du-rôle necessário para esse papel. Bem, o novo Dente de Sabre é Liev Schreiber. Se Schreiber tem menos “cara de Dente de Sabre”, pelo menos é muito mais ator. E a química entre ele e Jackman funciona muito bem, o que é essencial pra esse filme!

Como heu tinha constatado há quase um mês atrás, existe um defeito nesse filme, mas que já era esperado: excesso de personagens e pouco tempo para desenvolvê-los. Tem um monte de outros mutantes, poderíamos nos aprofundar muito mais nas histórias e poderes de cada um! Acaba o filme e a gente não sabe exatamente quem são e o que fazem vários dos mutantes que desfilam pela tela. Mas, como disse, esse problema já era esperado. Afinal, os quadrinhos de X-Men sempre mostraram vários heróis, diferente de um único Homem Aranha ou um único Batman, por exemplo. Mas achei que Ryan Reynolds (Blade Trinity, Smokin’ Aces) e Dominic Monaghan (Lost e a trilogia Senhor dos Anéis)  foram sub-aproveitados.

Mesmo a gente tendo de adivinhar qual o poder de cada um, o filme funciona redondinho. A equipe de mutantes do início é bem legal, assim como as poucas cenas do Gambit (aliás, qual é o poder do Gambit? Transformar cartas em balas de canhão?).

Outra coisa interessante deste filme é a escolha pelo diretor Gavin Hood, famoso por ter escrito e dirigido Infância Roubada, filme sul-africano que ganhou  Oscar de melhor filme estrangeiro em 2005. A princípio ele não faz o perfil de “filme de super-herói”. Mas não é que o cara manda bem? Algumas das cenas, como a do “Wolverine vs helicóptero”, são daquelas que dá vontade de rever no dvd!

E agora, vamos à pergunta que está na cabeça de muita gente: qual a diferença entre o filme baixado, o “workprint”, e esse, finalmente pronto?

Olha, não me lembro de nada diferente no desenrolar da história. Até a cena depois dos créditos é a mesma. Mesmo assim, esqueça a versão incompleta. Falta muita coisa no visual do filme. E, num filme como esse, não dá pra ficar satisfeito com imagem ruim. Mais ou menos como a diferença entre ver um filme em blu-ray ou num vhs amassado e mofado… O cinema é onde ele merece ser visto!

O Justiceiro – Zona de Guerra

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O Justiceiro – Zona de Guerra

Mais um filme baseado em quadrinhos…

Sabe aquela lista “Chuck Norris Facts“, que rolou pela internet? Tipo, “antes do bicho papão dormir, ele checa o armário pra ver se o Chuck Norris tá lá”? Pois é, O Justiceiro é mais ou menos isso…

O Justiceiro é Frank Castle, um ex-policial que teve a família assassinada por bandidos. E depois disso resolveu sair por aí matando TODOS os marginais que encontra pela frente. Tipo assim, seguindo a linha “Dirty Harry encontra Jack Bauer”.

Esta já é a terceira adaptação cinematográfica para os quadrinhos do Justiceiro. A primeira, ainda nos anos 80, conta com Dolph Lundgren no papel principal. Sim, aquele nórdico que ficou famoso ao fazer Ivan Drago, o vilão soviético de Rocky IV, e em seguida fez um He-Man que os fãs querem esquecer. Não vi esta versão, mas sei que tem fama de ser uma das piores adaptações de quadrinhos para o cinema da história. Acho que não ganha, afinal, tem que concorrer com o Quarteto Fantástico do Roger Corman e com a Mulher Gato da Halle Berry. Mas tá lá, na briga…

Esse filme foi ignorado, e em 2004 fizeram uma nova versão, com um Thomas Jane “bombado”. Esta versão ficou legal, mas os fãs mais radicais reclamaram, porque o Justiceiro é mais violento do que o que foi mostrado.

Aí veio este terceiro filme com um terceiro ator. A princípio não gostei da troca, porque acho que o Thomas Jane mandou bem no anterior. Mas tenho que reconhecer que Ray Stevenson, o Titus Pullo da série Roma, está ótimo pro que o papel pede: um cara sério, grande e com cara de mau. E o filme pode ser considerado uma continuação, e não uma refilmagem.

Outra coisa legal no filme é o vilão Jigsaw (nas legendas foi traduzido como Retalho), interpretado por Dominic West, o guitarrista da banda Steel Dragon de Rock Star.

Ok, às vezes algumas situações do filme ficam um pouco forçadas, como por exemplo a saída de Jigsaw da cadeia. Mas  não adianta alguém vir falar que o filme é exagerado, porque é claro que é exagerado! O Justiceiro parece aqueles mocinhos de faroeste antigo, que acerta vários tiros ao mesmo tempo sem levar nenhum!

Ou seja, se você gosta de explosões, sangue e mortes, muitas mortes, e não dá muita bola pra coisas inverossímeis, divirta-se!

The Spirit

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The Spirit

Algumas pessoas conseguem uma boa desenvoltura em diferentes artes. Outras não. O músico Rob Zombie se revelou um excelente diretor de cinema (Rejeitados pelo Diabo, Halloween); por outro lado, o badalado Caetano Veloso dirigiu um filme nos anos 80 e hoje em dia quer que todos esqueçam aquela bomba, de tão ruim que é…

Frank Miller, infelizmente, está no grupo dos que não deveriam se aventurar em outra arte…

Frank Miller é um quadrinista conceituadíssimo. Dentre suas obras, estão as famosas graphic novels 300 e Sin City (por coincidência, 2 bons exemplos de boas adaptações cinematográficas de quadrinhos), além do cultuadíssimo O Cavaleiro das Trevas . Aí, em 1990, resolveu responder ao canto da sereia hollywoodiana e escreveu o roteiro ruim de Robocop 2, e depois o roteiro pior ainda de Robocop 3.

Traumatizado com Hollywood, ele declarou que nunca mais ia trabalhar com cinema. Até que Robert Rodriguez o convenceu que era possível transformar Sin City em um filme. Rodriguez e Miller assinam juntos a direção do fantástico Sin City.

Aí Miller resolveu andar sozinho de novo em Hollywood. E fez esse The Spirit, baseado nos clássicos quadrinhos de Will Eisner. The Spirit conta a história do ex-policial e galã Denny Colt, que voltou à vida depois de morto, e agora age como um quase super-herói.

Bem, infelizmente não funciona. E sabe por que? Porque o filme não se decide entre a farsa e o filme sério. Hoje em dia estamos acostumados a ver super-heróis mais humanizados, dentro de contextos mais reais. E enquanto The Spirit tem um pouco disso,  acontecem cenas onde é tudo tão escrachado e tão exagerado que parece um desenho animado. A primeira luta entre o Spirit e o vilão Octopus (Samuel L Jackson) é tão ridícula que se caísse uma bigorna na cabeça de um deles talvez a gente achasse normal…

300 foi escrito por Frank Miller, mas filmado por Zack Snyder; Sin City foi dirigido por Miller, mas com Robert Rodriguez ao seu lado. Sozinho, Miller não conseguiu encontrar o tom certo para o seu filme. Tudo é caricato demais, às vezes parece um filme dos Trapalhões…

Apesar disso, nem tudo se perde no filme. O visual é bem legal, com vários efeitos de computador bem colocados. As cores são saturadas, exageradas como numa história em quadrinhos, muito branco e preto com detalhes vermelhos – inclusive, nos cinemas as legendas são amarelas, se fossem brancas muito ia se perder!

Outra coisa digna de nota é o elenco feminino. Eva Mendes, Scarlett Johansson, Sarah Paulson, Paz Vega, Jaime King e Stana Katic, cada uma mais bonita que a outra. Nisso Miller acertou!

O fim do filme indica que teremos continuações. Tomara que da próxima vez consigam um diretor com talento pra cinema!

Watchmen

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Watchmen

Tenho muitos amigos nerds. E a maioria está alvoraçada com a estréia de Watchmen, o novo filme de Zack Snyder, diretor da refilmagem de Madrugada dos Mortos e de 300.

Ah, sim, pros nerds, de um modo geral, antes de ser um filme do Snyder, é a adaptação da “melhor graphic novel da história”. Mas isso heu coloco entre aspas, porque não li os quadrinhos, então não posso opinar. Fui ao cinema apenas pra ver um filme. E não é que vi um bom filme?

A história se passa em 1985. Numa realidade alternativa, Nixon é o presidente pela terceira vez, e uma guerra nuclear com a União Soviética é iminente. Foi criada uma lei que proíbe super-heróis mascarados, jogando os “mocinhos” para a marginalidade. E, aos poucos, através de flashbacks, vamos conhecendo melhor a história desses mascarados.

A grande preocupação dos fãs é que essa era uma história considerada “infilmável”. Desde 1987 tem gente em Hollywood tentando trabalhar em uma adaptação!

Terry Gilliam, o ex-Monty Python que virou um diretor legal (Brazil, o Filme, 12 Macacos, tentou, ainda em 87, fazer uma adaptação. Aliás, já tinha elenco:  Robin Williams como Rorschach, Jamie Lee Curtis como Espectral, Gary Busey como Comediante e, pro papel de Coruja, estavam no páreo Richard Gere e Kevin Costner. Mas acabou desistindo, porque achou que não funcionaria como um único filme de longa metragem, e sim como minissérie de 5 horas…

E aí fica a grande dúvida: Zack Snyder conseguiu?

Bem, como não li os quadrinhos, não posso comparar como adaptação. Mas como filme posso dizer que ficou bem legal! Um filme baseado em super-heróis mais adulto, bem diferente do que se tem visto por aí, como os dois “hits baseados em quadrinhos” do ano passado, Batman e Homem de Ferro.

Quase tudo no filme funciona muito bem. O visual é impressionante, aliás, como era de se esperar. A trilha sonora, com trechos de hits oitentistas, é muito boa. O elenco é todo de semi-desconhecidos, como Jeffrey Dean Morgan, que faz um comediante sarcástico na dose certa, ou Jackie Earle Haley, que transpira ódio com seu Roschach. E a Espectral de Malin Akerman ainda vai fazer muito adolescente perder o sono, mais ou menos como um certo biquini dourado nos anos 80… Completam o time de mascarados Patrick Wilson como Coruja (não sei se de propósito, mas heu achei meio parecido com o Batman, tanto na roupa quanto no estilo “menino rico cheio de brinquedos caros”), Billy Crudup como dr Manhattan e Mathew Goode como Ozymandias.

E por que o “quase” do parágrafo acima? É que a história fica um pouco confusa às vezes, e o ritmo é um pouco lento. E, em 2 horas e 40 minutos, só explicaram o porque do superpoder do dr. Manhattan. Em tempos de X-Men e Heroes, heu esperava pelo menos saber um pouco mais sobre o motivo dos outros serem heróis…

Mesmo assim, vale o ingresso do cinema. Sim, cinema, este filme é pra ser visto em tela grande. Sabe aquelas brigas em câmera lenta de 300? Pois é, agora imagine dois mascarados enfrentando dezenas de presidiários numa rebelião…