Dead Snow

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Dead Snow

Uau! Um filme norueguês de zumbis nazistas!!!

Um grupo de amigos vai passsar um feriado numa cabana no meio da neve. Um sinistro visitante noturno aparece lá para contar uma história igualmente sinistra, e o resto da história todo mundo já sabe qual é…

Quem me acompanha por aqui sabe que heu gosto de fugir do óbvio. E ver um filme de terror europeu é sempre bom pra quem tá acostumado com a mesmice de Hollywood. Principalmente porque é de um estilo diferente dos filmes europeus que normalmente chegam por aqui! Ou seja, “encontrar” este filme foi um prazer tão grande quanto Deixe Ela Entrar, o filme sueco de vampiros!

Mas tenho que confessar que não gostei muito destes zumbis noruegueses… Já vimos em outros filmes zumbis que correm. Mas zumbis que não só correm como também sangram? Sei lá, prefiro o “estilo clássico”…

Mesmo assim, isso não tira o brilho do filme. Bons efeitos especiais e um excelente clima de tensão fazem de Dead Snow uma boa pedida. E aquela neve toda faz um belíssimo cenário!

Queremos mais filmes nórdicos de terror!

Deixe Ela Entrar / Let The Right One In

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Deixe Ela Entrar / Let The Right One In / Låt den rätte komma in

Em uma cidade fria da Suécia, Oskar, um garoto de 12 anos, é maltratado pelos valentões da escola. Eli, uma estranha menina da mesma idade, se muda para o apartamento ao lado, ao mesmo tempo que uma série de crimes violentos começa a acontecer pela cidade. Oskar e Eli viram amigos, mesmo ele descobrindo que ela na verdade é um vampiro.

É um filme de “vampiro teen”, onde um humano e um vampiro se aproximam. Mas não tem absolutamente nada a ver com o recente e famoso Crepúsculo. Aqui o ritmo é lento, temos muito silêncio e poucos efeitos especiais. É quase um drama em vez de um filme de terror. O foco do filme é no lado humano, nas relações entre as pessoas, na amizade e no amor que surge entre os jovens protagonistas – aliás, os atores, desconhecidos por aqui, mandam bem!

Mesmo assim, o filme não nega que estamos falando de vampiros. Inclusive o nome do filme se refere à parte da mitologia dos vampiros que diz que um vampiro só pode entrar na casa se for convidado!

O clima gelado dos cenários com muita, muita neve combina com a solidão dos personagens, e temos um filme de vampiros como há muito tempo não aparece por aí…

Filme sueco independente, Deixe Ela Entrar passou por aqui ano passado na 32º Mostra Internacional de São Paulo. Nada aqui no Rio…

Rolam boatos que Hollywood já comprou os direitos para uma refilmagem. Provavelmente farão que nem nos recentes REC e sua refilmagem Quarentena. Heu espero que não. Recomendo ver o filme original mesmo!

O Pornógrafo

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O Pornógrafo

Houve um tempo em que heu via muito mais filmes cabeça. Hoje em dia tenho sido mais seletivo, minha paciência pra esse estilo não tem andado boa…

Mas a história desse aqui me chamou a atenção. Um ex-diretor de filmes pornô quer voltar a filmar, para fazer o filme que sempre quis: uma caçada, onde quem seria caçado seria uma mulher. E então vemos os bastidores disso. Inclusive, com algum sexo explícito rolando na tela.

Um bom roteirista aliado a um bom diretor poderia usar esse argumento e fazer um filme bem legal. Mas não é o caso. É um filme cabeça. E chaaato…

Em vez de termos uma história interessante, vemos longos planos de paisagens, em silêncio. E também longos planos da cara do ator Jean Pierre Leaud, o diretor, pensativo, também em silêncio. Planos longos em silêncio é algo cabeça…

O pior é que tem espaço pra coisas interessantes. Existe um conflito entre o diretor e outro cara, aparentemente é o produtor, e que quer palpitar no estilo de filmagem. Mas esse conflito é deixado de lado. Assim como também são deixados de lado detalhes de problemas com o elenco.

Em vez disso, o enfoque cai para uma desinteressante sub trama do relacionamento do diretor com o seu filho, que se afastou quando descobriu que o pai trabalhava com a indústria pornô…

Ah, sim, tem o sexo explícito! O povo cabeça gosta de um sexo explícito, né? Bem, são apenas duas cenas. A segunda nem sei se conta como sexo explícito, é lááá longe, não dá pra ver muita coisa. Já a primeira, com a atriz pornô Ovidie, é realmente explícita e importante para a trama. Ou melhor, seria importante se a trama desse bola pro conflito diretor vs produtor. Sem o conflito, ficou apenas uma cena jogada… Ficou parecendo jogada de marketing, tipo “ei, vejam o meu filme, ele tem sexo explícito!”. Afinal, cena de sexo por cena de sexo, existem filmes específicos pra isso que funcionam bem melhor!

Aliás, é curioso ver um filme cabeça, cheio de situações cabeça, e, que, ao recriar um diálogo de filme pornô, usa todos os clichês de sempre. Quando a mulher fala pros vaqueiros que quer ver a “pistola deles”, bem, heu já vi diálogos melhores em filmes pornôs de verdade!

Chaaato…

O Bosque Maldito (Il bosco fuori)

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O Bosque Maldito (Il bosco fuori)

Um jovem casal é atacado numa estrada pouco movimentada por uma gangue. Uma família os salva, mas mal eles sabem que essa família é ainda pior que a gangue…

Com a produção do veterano Sergio Stivaletti (que trabalhou com Dario Argento, Lamberto Bava e outros), o jovem diretor Gabriele Albanesi nos traz um filme cheio de gore e humor negro, repleto de elementos que agradarão aos fãs dos filmes trash, como famílias de freaks sádicos e desmembramentos por serras elétricas. Isso, claro, aliado a muito, muito sangue cenográfico.

Despretensioso, pode render uma boa diversão!

A l’Interieur / Inside

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A l’Interieur / Inside

Sarah (Alysson Paradis) está grávida quando sofre um acidente de carro onde seu marido morre. Pulamos então para a véspera do parto. Sarah passará a noite sozinha em casa – é véspera de natal. E uma misteriosa estranha quer entrar em casa…

Atenção: esse é dos filmes mais gore da história do cinema! Poucas vezes rolou tanto sangue pelas telas!!!

É curioso, porque normalmente o gore está associado a filmes de terror sobrenatural. E aqui o terror não tem nada de sobrenatural: a violência – física e psicológica – é “real”: uma mulher louca e violentíssima simplesmente invade uma casa e começa a cometer barbaridades contra a moradora e todo e qualquer visitante.

Me lembrei de outro filme francês recente: Irreversível, com suas cenas ultra-violentas (duas, uma delas com o estupro mais real e incômodo da história). É, os franceses estão mandando ver na violência gráfica off-Hollywood… Aqui, o menu de cenas violentas é vasto! E muito bem filmadas, por sinal… Tanto que os diretores estreantes Alexandre Bustillo e Julien Maury estão cotados para refilmar o clássico Hellraiser

Outra coisa curiosa: essa “mulher louca” é interpretada pela Beatrice Dale, que esteve no imaginário popular masculino na segunda metade dos anos 80, quando protagonizou Betty Blue, e suas cenas de sexo quase explícito…

Bom filme, mas não recomendado para qualquer um, por motivos óbvios. Mas, para aqueles que apreciam um sangue cenográfico, vale o download – não foi lançado aqui… 🙁

Coisa Ruim

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Coisa Ruim

De vez em quando aparece por aqui uns filmes de terror espanhóis. Agora tive uma agradável surpresa: descobri que tem mais terror na Península Ibérica! Vi um filme de terror português!

Uma família se muda de Lisboa para um casarão num vilarejo, herança de um tataravô. E coisas cada vez mais estranhas começam a acontecer com essa família.

Ok, não é nada muito original. Mas o que é legal de se ver aqui é um filme totalmente “old school” – não há nenhum efeito especial aparente! O clima de medo que o filme causa é feito apenas com movimentos de câmera e trilha sonora!

Em vez do óbvio “gore” que assola o cinema de terror atualmente, vemos aqui um terror psicológico, mostrando o choque entre céticas pessoas de habituadas a cidades grandes e a mentalidade retrógrada do povo que mora na cidadezinha – onde o diabo é ainda a causa de vários problemas.

Não há nenhum ator conhecido por aqui (será que lá eles conhecem atores brasileiros?), mas as interpretações são ok. O sotaque atrapalha um pouco a compreensão, preferia ter visto com legendas. Mas mesmo assim, dá pra entender toda a história.

Queremos mais filmes lusos!

Thriller – A Cruel Picture

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Thriller – A Cruel Picture

Em vários aspectos da nossa vida, a internet veio pra ajudar. Anos atrás, pra ver um filme como Thriller – A Cruel Picture, heu precisaria dar a sorte de encontrar num festival underground, ou de alguém ter uma cópia guardada em casa. Afinal, trata-se de um filme sueco de 1974, e até onde heu saiba, sem distribuição no Brasil. Até acontecia, vi muito filme underground assim, como por exemplo Freaks, do Todd Browning, que vi no MAM (um filme da década de 30 falando sobre freaks de circo!); ou 2000 Maniacs, do Herschell Gordon Lewis, que vi no Estação (um filme da década de 60 onde toda a população de uma cidade é de assassinos); ou ainda Dark Star, uma ficção científica tosca que é o primeiro filme do John Carpenter, que vi uma vez pra vender num camelô o vhs original – e comprei, claro! – e até hoje nunca vi outra cópia…

Bem, hoje é muito mais fácil. Achei o link pro download, baixei, e vi em casa…

Vamos ao filme. Uma menina é violentada, e, traumatizada, fica muda. Anos depois, já adulta, é sequestrada, drogada, torturada e prostituída. E, aos poucos, começa a construir a sua vingança.

Esse filme tem duas coisas que chamam atenção: foi o primeiro filme a ser banido na Suécia; e, diz a lenda, Tarantino o escolheu como o melhor filme de vingança já feito (na minha humilde opinião, o coreano Oldboy é o melhor filme de vingança da história. Mas Thriller tem mais a cara do Tarantino…).

O filme é tosco, mas muito interessante, por fugir totalmente dos padrões hollywoodianos. Muita câmera na mão, muita câmera subjetiva, muito silêncio. Temos algumas cenas de sexo explícito – talvez pra justificar que a protagonista estava se prostituindo. Mas, do jeito como é, closes jogados na tela, me pareceu meio forçado, não precisava disso. E a cena do olho é realmente impressionante – usaram um cadáver de uma menina que cometera suicídio!

Mais pro fim do filme, a tosqueira aumenta e podemos dar gargalhadas com certos “defeitos especiais”, como os carros explodindo quando ela está dirigindo o carro de polícia!

Enfim, pra quem gosta de filme trash, não perca! Mas, pra quem só vê blockbusters de Hollywood, não perca tempo…

O Orfanato

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O Orfanato

Não é de hoje que a Espanha nos traz bons filmes fantásticos. Aliás, Hollywood descobriu isso em 2007, premiando com 3 Oscars o ótimo Labirinto do Fauno, de Guillermo del Toro, diretor que transita livremente entre Hollywood – onde fez Hellboy – e os países latinos (ele nasceu no México).

Del Toro nos apresenta esse O Orfanato (El Orfanato no original). Diferente da fantasia presente em Labirinto do Fauno, o diretor Juan Antonio Bayona nos apresenta um dos melhores filmes de suspense dos últimos tempos.

Laura (Belen Rueda), seu marido e seu filho adotivo (que depois descobrimos que tem HIV), se muda para um casarão, que era um orfanato onde ela mesma morou quando criança. A sua idéia é abrir um novo orfanato, para crianças especiais.

Seu filho, Simon, brinca frequentemente com amigos imaginários. O que ela não sabe é que, ao seu mudar para a nova casa, ele fará contato com os fantasmas que moram ali, que se tornarão os seus novos “amigos imaginários”. E, quando Simon desaparece, Laura resolve buscar todos os meios pra encontrá-lo de volta.

Como um bom filme de casa mal-assombrada, somos apresentados a personagens sinistros com passado ligado à casa, além dos clássicos ruídos assustadores. E, usando a velha máxima do “mais é menos”, o espectador leva sustos e fica num constante clima de tensão sem precisar de muitos recusrsos gráficos na tela.

Não é bom se falar muito, pra não estragar. Mas o final, com suas citações a Peter Pan, é fantástico.

Curiosidades sobre o elenco: na equipe de “caça-fantasmas” que vai até a casa, além de Geraldine Chaplin, filha do próprio Charles Chaplin, como Aurora, a vidente que vê os fantasmas; está Edgar Vivar, conhecido aqui como o Sr. Barriga do Chaves.

Filmão. Recomendo a todos que gostam do estilo.

[REC]

[REC]

Em abril deste ano vi um dos melhores filmes de terror da minha vida. Um filme desconhecido, espanhol. Na época, só estava disponível pela internet.

Quando soube que ia passar no Festival, pensei: “opa, boa oportunidade de ver esse filme numa tela grande!” E fui pro cinema, mesmo já tendo visto o filme duas vezes antes na tv. Afinal, todos sabemos que a sensação de ver um filme na sala escura e na tela grande é muito melhor.

Vou copiar parte do texto que escrevi aqui mesmo em 8 de abril:

Sabe aquela idéia de câmera na mão e não atores na tela? Depois de reality shows na tv, inventaram o “reality cinema”. O primeiro que conheço é do início dos anos 90, um filme belga chamado Aconteceu Perto de Sua Casa, que mostra uma equipe filmando um assassino profissional. Anos depois Hollywood copiou a idéia e fez A Bruxa de Blair, e ainda tentou vender a história como se fosse verdade! E agora, esse ano, estreou o médio Cloverfield, que leva a idéia pro filme catástrofe; além de Diário dos Mortos, ótimo filme de zumbis do mestre George Romero.

Bem, como o mestre Tarantino nos ensinou, uma boa idéia pode ser reaproveitada, desde que haja talento por trás das câmeras. E acredito que dessa vez os diretores Jaume Balagueró e Paco Plaza se superaram. Um bom filme de terror espanhol já não é novidade há tempos, vide o recente excelente O Orfanato, dentre outros.

(Aliás, esse nome Jaume Balagueró não é desconhecido por aqui, ele dirigiu A Sétima Vítima, com Anna Paquin, que, apesar de parecer Hollywoodiano, é espanhol.)

Angela é uma repórter de tv, de um programa noturno, que vai acompanhar a noite de uma equipe de bombeiros. Junto com o câmera e dois bombeiros, vão até um pequeno prédio ver uma emergência – e são trancados lá dentro, junto com dois policiais e alguns moradores.

Os personagens não sabem o que está acontecendo, e nós também não. Vamos descobrindo aos poucos, e, pela câmera de tv, nem sempre conseguimos ver tudo.

Medo. Há muito tempo heu não sentia medo depois de ver um filme. A situação vivida pelos personagens é claustrofóbica e desesperadora, há um perigo ali do lado, e ninguém sabe o que é. E Angela e seu câmera, imbuídos de espírito jornalístico, filmam tudo, pra poder denunciar depois o que está acontecendo.

Recomendo fortemente! Principalmente porque já sei que a refilmagem americana, Quarantine, já está pronta…

O Fantasma da Ópera

O Fantasma da Ópera

Nem só de novidades vive o festival! Se a gente procurar bem, até acha tosqueiras em outras mostras ditas “sérias”… Tem uma mostra chamada “Divas Italianas”, e uma delas é a Asia Argento, estrelando um filme do pai, o mestre do terror Dario Argento, de dez anos atrás: O Fantasma da Ópera.

A história é fiel à original, até onde sei (são tantas as versões que é difiícil saber qual é a mais “certa”). Christine (Asia Argento) é uma jovem e talentosa cantora de ópera, mas fica ofuscada sob a sombra da diva Carlotta, gorda, feia e antipática. O teatro é assombrado por um fantasma misterioso (Julian Sands), que se apaixona por Christine e quer levá-la ao estrelato – custe o que custar.

O personagem do Fantasma é muito interessante, porque é o perfeito anti-herói: age por amor, mas não deixa de ser um grande vilão. A escolha de Julian Sands foi ótima, afinal nos anos 90 ele fez um monte de tipos mezzo sedutores mezzo psicopatas, como Encaixotando Helena, Warlock e Despedida em Las Vegas. Só senti falta da máscara. Pô, a máscara do Fantasma da Ópera é muito característica! Um Fantasma de cara limpa? Como assim?

Dario Argento muitas vezes é exagerado no visual dos seus filmes, e incompreendido por causa disso. Mas aqui ele acerta a mão: temos gore na dose certa, nada parece exagerado. Às vezes, até parece um filme “normal”…