Uma Noite de Crime

Crítica – Uma Noite de Crime

A premissa era bem interessante, apesar de um pouco absurda: e se todo e qualquer crime fosse legalizado uma vez ao ano?

Vamos à sinopse: Em uma América arrasada pelo crime, o governo sanciona uma lei estabelecendo um dia no ano em que, durante um período de 12 horas, os cidadãos podem praticar qualquer atividade criminal sem o temor de sofrer qualquer tipo de represália: nada de polícia, bombeiros ou hospitais. É uma noite em que as pessoas se permitem fazer de tudo, até matar. É numa dessas noites que os membros de uma pacata família veem seu condomínio fechado sofrer uma invasão.

O problema aqui é que a ideia é difícil de “comprar”. Sério mesmo que tem gente que acha que a criminalidade ia diminuir se liberassem tudo uma vez por ano? Sério que não pensaram em gente que ia se vingar do vizinho, da ex-mulher, da sogra ou do motoboy que deu uma fechada? Sério que não pensaram que todo e qualquer estabelecimento comercial iria sofrer represálias de clientes insatisfeitos? Sério que não pensaram em pessoas invejosas que iriam destruir o patrimônio alheio?

Heu podia continuar a lista, mas acho que já expus meu ponto, né? Pra essa premissa funcionar, acho que precisaríamos estar em um futuro mais distante, tipo Laranja MecânicaUma Noite de Crime (The Purge, no original) se passa em 2022. Ou então, poderiam ter sido criadas regras para quais crimes eram válidos, tipo assim, pode matar o amigo para extravasar o ódio, mas não pode matar o colega pra roubar o tênis dele.

Mas… Se a gente aceita a premissa, até que o filme é legal. O diretor e roteirista James DeMonaco consegue criar um clima tenso ao longo da curta projeção. Ok, algumas partes do roteiro são previsíveis, mas nada grave.

A tensão e a violência são bem orquestradas. O filme é curto, tudo é concentrado na mesma noite, e o espectador é colocado no meio da ação. Pena que DeMonaco é adepto da “câmera na mão tremida”, este estilo funciona às vezes, mas quase sempre gera um resultado terrível, na minha humilde opinião.

Ethan Hawke, como de costume, manda bem ao liderar o elenco com poucos rostos conhecidos (só reconheci a Lena Headey). Gostei de Rhys Wakefield, particularmente do seu sorriso psicopata ao falar pelo interfone. O ponto fraco é Max Burkholder, o filho burro. Tá, precisa ter um personagem burro pro filme fluir – mas deu raiva do moleque.

Uma Noite de Crime teve apenas uma sessão no Festival do Rio, sei lá por qual motivo – normalmente, são umas quatro ou cinco, em dias e sala diferentes. E, curiosamente, a cópia já estava legendada, ou seja, deve entrar em cartaz.

p.s.: Aqui no Brasil, se existisse uma lei que liberasse o crime por 12 horas, ia ser a noite mais movimentada do ano para os políticos de Brasília!

A Invocação do Mal

Crítica – A Invocação do Mal

Uêba! Filme de terror bom novo!

1971. Uma família se muda para um velho casarão, mas passa a sofrer nas mãos de espíritos que moram na casa. Para manter as cinco filhas seguras, os pais contratam o casal Ed e Lorraine Warren, famosos por desvendar casos paranormais.

Diz a divulgação que A Invocação do Mal (The Conjuring, no original) foi baseado em fatos reais. O casal Ed e Lorraine Warren realmente existiu, eles lançaram vários livros e disseram que investigaram mais de dez mil casos paranormais – o mais famoso deles originou o filme Horror em Amityville. Só não sabemos até que ponto a história contada aqui realmente aconteceu…

A direção ficou com James Wan, famoso por seu filme de estreia, Jogos Mortais (o primeiro), filme muito bom, mas com excesso de sangue e gore. Wan foi ainda mais eficiente em seu quarto filme, Sobrenatural, um dos melhores “filmes de fantasma” dos últimos tempos. Curiosamente, Sobrenatural é um “terror à moda antiga” – não tem nada de sangue e gore.

A Invocação do Mal está mais próximo de Sobrenatural do que de Jogos Mortais. Mais uma vez Wan brinca com o medo sem apelar para o gore. Ponto para Wan! Seu novo filme não só é muito bom, como consegue algo não muito fácil: provocar medo.

Alguns críticos vão reclamar dos clichês. Verdade, A Invocação do Mal está repleto de clichês. Mas são “clichês do bem”. Wan usa muito bem a velha casa, truques de câmera e efeitos sonoros, e consegue criar um ótimo clima assustador.

O casal principal é interpretado por Vera Farmiga (A Órfã) e Patrick Wilson (que também estava em Sobrenatural). Mas é Lili Taylor quem chama a atenção com uma interpretação impressionante. Ainda no elenco, Ron Livingstone e as desconhecidas meninas Shanley Caswell, Hayley McFarland, Joey King, McKenzie Foy e Kyla Deaver, que estão bem como as cinco irmãs.

Boa opção para quem gosta de filmes de terror daqueles que assustam sem precisar apelar pro gore!

p.s.: Acabei de ver no imdb que tem filme novo do James Wan estreando essa semana nos EUA, Sobrenatural: Capítulo 2. Será que vai ser lançado aqui?

Um Tiro na Noite

Crítica – Um Tiro na Noite

Recentemente, revi Carrie, A Estranha. Empolgado, fui catar outro clássico do Brian De Palma pra rever.

Um técnico de som que trabalha em filmes B de terror acidentalmente grava provas de que um suposto acidente de carro foi na verdade um assassinato de um figurão da política.

Faziam muitos anos desde a última vez que heu tinha visto Um Tiro na Noite (Blow Out, no original). E não sei se foi uma boa ter revisto o filme. Achei mais defeitos do que esperava encontrar…

Vamos ao que funciona. Já disse antes, Brian De Palma é um artesão do cinema. Aqui ele mostra isso várias vezes ao longo do filme – temos planos-sequência, telas divididas, zoom, travellings, o filme inteiro é uma aula de cinema.

Mas… Em outras ocasiões, De Palma mostrou sua técnica em uma história boa. Aqui não é o caso. Um Tiro na Noite parece rock progressivo dos anos 90: muita técnica, mas pouco conteúdo.

Spoilers leves a partir de agora, ok?

Jack, o personagem de John Travolta estava gravando ruídos aleatórios, e por sorte, pegou o acidente. Ok, plausível. Mas, péra aí, tinha uma pessoa fotografando exatamente o carro na hora do acidente? Péra aí 2, a câmera era uma novidade que filmava??? Péra aí 3, Jack descobriu isso com fotos tiradas de uma revista, que ele recortou e montou um filminho????? Jack deveria jogar na mega sena acumulada, era mais fácil ganhar o prêmio.

Mas tem mais: Jack nunca deixaria Sally ir sozinha encontrar o suposto jornalista. Assim como ele nunca conseguiria persegui-la de carro através da parada. E pra que apagar as fitas, se era mais fácil e mais rápido queimar tudo? Isso porque não estou falando do óbvio: o mais fácil seria matar logo Jack, um cara com pouca relevância, apenas um técnico de som de filmes vagabundos. E a gente ainda podia relacionar mais um monte de inconsistências…

Isso tudo gera um filme de opostos: por um lado, um filme tecnicamente exuberante; por outro lado, uma história cheia de furos.

Sobre o elenco, também rola um estranho equilíbrio. Travolta está bem, mas o destaque sem dúvida é John Lithgow, excelente. Por outro lado, Nancy Allen deixa a desejar… Tudo bem que o seu papel não ajuda, mas mesmo assim, ela é o ponto fraco do elenco.

Enfim, Um Tiro na Noite deve ser usado em escolas de cinema. Mas, como entretenimento, deixa a desejar.

p.s.: Fiquei duas semanas com acesso limitado à internet, e com pouquíssimo tempo para ver filmes, por causa de uma mudança – por isso a escassez de posts. Mas isso deve mudar agora, se tudo der certo!

A Lonely Place To Die

Crítica – A Lonely Place To Die

Um grupo de montanhistas nas highlands escocesas encontra por engano uma menina raptada, e, quando resolvem salvá-la, caem num jogo de gato e rato fugindo dos sequestradores.

Produção modesta, diretor desconhecido, só uma atriz conhecida no elenco (e nem tão conhecida assim) – A Lonely Place To Die poderia ser bom. Mas se perde completamente no terço final.

O início é promissor. O diretor Julian Gilbey não só filma belas tomadas aéreas de escaladas nas highlands escocesas, como sua história (ele escreveu o roteiro junto com seu irmão Will Gilbey) pega um rumo inesperado e interessante. Mas aí a trama se muda pra uma cidade, e a quantidade de furos no roteiro passa do limite aceitável…

Melissa George lidera um elenco quase desconhecido, onde quase todos estão bem. Gostei das atuações de Sean Harris (Prometheus) e Karel Roden (Hellboy).

Mas, no geral, A Lonely Place To Die fica devendo. Só vale pelo início.

Os Suspeitos

Crítica – Os Suspeitos

Há tempos heu queria rever este ótimo filme de quase vinte anos atrás. Aproveitei uma promoção da Amazon com uma edição especial em blu-ray.

Um barco foi destruído, criminosos estão mortos, e a chave para este mistério está com o único sobrevivente e sua estranha e complexa história que começou com cinco malandros escolhidos aleatoriamente para uma linha policial.

Os Suspeitos é um ótimo filme de 1995, que tem dois trunfos: um roteiro perto da perfeição e um ator excelente e inspiradíssimo. Não à toa, o filme ganhou os Oscars de roteiro e de ator coadjuvante (Kevin Spacey).

Os Suspeitos foi o grande momento do diretor Bryan Singer. Antes, ele tinha feito apenas o pouco visto Public Access; depois sua carreira deslanchou. Veio o bom O Aprendiz e depois os elogiados dois primeiros X-Men. (Depois disso, parece que Singer perdeu a mão, Superman – O RetornoOperação Valquíria e Jack, O Caçador de Gigantes ficaram devendo. Ano que vem ele volta à franquia X-Men, será que volta à boa forma?)

O roteiro, escrito por Christopher McQuarrie (que ano passado dirigiu Jack Reacher), é muito bem arquitetado e tem um ritmo excelente. A trama é baseada em personagens muito bem construídos, e traz um dos finais mais surpreendentes dos últimos tempos.

No elenco quase todo masculino, o destaque é Kevin Spacey, mas podemos dizer que todos estão bem, mesmo atores que não têm currículos interessantes, como Kevin Pollack e Stephen Baldwin. Ainda no elenco, Gabriel Byrne, Chazz Palminteri, Pete Postlethwaite, Benicio Del Toro, Giancarlo Esposito e Suzy Amis.

Sobre a edição em blu-ray, tem um livreto bem legal dentro da caixinha. Pena que não tem legendas em português…

Por fim, recomendo Os Suspeitos para quem não viu. Mas, cuidado! Não leia nada sobre o final do filme!

Extermínio

Crítica – Extermínio

Empolgado com Em Transe, fui catar outro Danny Boyle pra ver. Peguei os DVDs que tenho do diretor e escolhi este Extermínio, de 2002, depois de ficar balançando entre ele, Cova Rasa e Trainspotting.

Um vírus mortal se espalha e mata quase toda a população da Inglaterra. Quatro semanas depois, um homem acorda de um coma, sozinho, num hospital abandonado e precisa descobrir o que aconteceu e como sobreviver.

Como diz um amigo meu, Extermínio (28 Days Later, no original) é o “melhor filme de zumbis sem zumbis da história do cinema”. Explico: o filme não tem nenhum zumbi. São pessoas infectadas com uma mutação do vírus da raiva. As pessoas estão vivas, não tem nenhum morto vivo. Mas… O comportamento dos infectados lembra muito o comportamento dos zumbis de outros filmes. Com uma única diferença: aqui os “zumbis” correm, o que causa um efeito ainda mais assustador.

Danny Boyle fez Extermínio logo depois de A Praia, talvez o seu filme mais fraco. E aqui ele se redimiu. Boyle usa seu estilo de cortes rápidos, cores fortes e música alta para fazer um filme tenso, um excelente misto de suspense com terror.

No início do filme, foi usado um artifício muito interessante: temos várias tomadas de Londres sem absolutamente ninguém nas ruas. Isso ajuda a criar o convincente clima de fim de mundo – uma coisa é você ver um cenário desconhecido desolado; outra coisa é mostrar devastada uma das maiores cidades do mundo.

Boyle filmou usando câmeras digitais – lembro que Extermínio é de mais de dez anos atrás, as câmeras digitais daquela época eram diferentes das atuais. As escolha pelas câmeras digitais foi pelo motivo estético, pra dar um ar de documentário; e também pela praticidade para filmar rapidamente e aproveitar cenários vazios.

Como de costume em bons filmes de zumbi, o melhor aqui não são os zumbis, e sim as relações humanas no mundo pós apocalíptico. O filme é violento e tem um pouco de gore, mas boa parte da violência é entre humanos, não tem nada com os infectados.

No elenco, Cillian Murphy, na época um rosto desconhecido, está muito bem. Naomie Harris (que estava no último 007) também manda bem como a “mocinha”. Ainda no elenco, Brendan Gleeson, Megan Burns e Christopher Eccleston.

Agora tô na dúvida sobre qual será o próximo da “fila”: Cova Rasa, Trainspotting ou Extermínio 2

p.s.: Por favor, não confundam este filme com o 28 Dias, da Sandra Bullock, lançado dois anos antes!

Vôo Noturno

Crítica – Vôo Noturno

Hora de rever Vôo Noturno (Red Eye), de 2005!

Durante um vôo de madrugada, uma gerente de hotel é obrigada a ajudar um terrorista, que ameaça a vida do seu pai.

O diretor Wes Craven tem lugar de destaque na história do cinema de horror. Mas sua carreira é bastante irregular, isso ninguém discorda. Por um lado ele é incensado por ser o criador do Freddy Krueger e da série A Hora do Pesadelo; e também da franquia Pânico, que deu um novo sopro de criatividade ao cinema de terror nos anos 90. Por outro lado ele “cometeu” atrocidades como Amaldiçoados, um dos piores filmes de lobisomem da história.

Este Vôo Noturno veio pouco depois de Amaldiçoados, e é muito melhor. Não é terror, e sim um suspense. É um filme simples, sem nada sobrenatural na trama, com efeitos especiais discretos, pouco sangue e nenhum gore. E, importante, um filme muito eficiente ao criar tensão.

Os primeiros dois terços do filme se passam dentro do avião, causando um ótimo clima claustrofóbico. A boa química entre o casal protagonista e o talento do diretor com o posicionamento de câmera proporcionam uma boa experiência cinematográfica.

O roteiro tem algumas forçações de barra – como é que o barco é revistado e ninguém pensa em verificar as varas de pescar? – mas nada grave. E a terceira parte do filme, fora do avião, é um pouco inferior, mas não chega a atrapalhar o bom resultado final.

O elenco é liderado pelo casal Rachel McAdams e Cillian Murphy. Bons atores, mas, sei lá por que, nenhum dos dois alcançou o primeiro escalão de Hollywood – ela estava nos dois Sherlock Holmes; ele, nos três Batman. Ainda no elenco, Brian Cox e Jayma Mays.

Bom filme, esquecido nas prateleiras das locadoras. Comprei o meu dvd numa promoção dessas, quando uma locadora repassa os filmes velhos…

Em Transe

Crítica – Em Transe

Filme novo do Danny Boyle!

Um homem que trabalha em leilões de peças de arte acaba envolvido com uma gangue responsável pelo roubo de quadros e com uma hipnoterapeuta.

O diretor Danny Boyle tem uma carreira peculiar. Seus filmes pouco têm a ver um com o outro – o que têm em comum Quem Quer Ser um Milionário?, Trainspotting, Sunshine – Alerta Solar e Caiu do Céu?. Mas, por ter um estilo marcante de filmar – edição com cortes rápidos, fotografia com cores fortes, trilha sonora alta e marcante – sua filmografia apresenta uma certa unidade.

(Aliás, falando em versatilidade, Boyle foi o responsável pela cerimônia de abertura das últimas Olimpíadas, em Londres…)

Em Transe (Trance, no original) é mais um filme diferente na sua versátil filmografia. Desta vez, Boyle apresenta um thriller com reviravoltas na trama. Em Transe é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber antes, melhor. Por isso, vou tomar cuidado para não soltar spoilers. Só vou adiantar que a trama é bem construída, e nem tudo é o que parece.

Talvez esta “necessidade de enganar o espectador” seja o ponto fraco de Em Transe. A trama é tão envolvente e rocambolesca, principalmente na parte final, que a gente não repara as inconsistências do roteiro. O fim do filme teria um desfecho diferente na vida real (selecione para ler: a polícia procuraria a mulher desaparecida, e acabaria encontrando o carro abandonado no estacionamento. Além disso, o carro estaria exalando um cheiro terrível!).

Sobre o elenco, James McAvoy e Vincent Cassell estão bem, como esperado. E Rosario Dawson impressiona com uma corajosa (e generosa) cena de nu frontal (que não é gratuita, tem explicação na trama).

Apesar da parte final confusa, Em Transe mantém a qualidade habitual de Danny Boyle e é uma boa opção no circuito.

Carrie – A Estranha (1976)

Crítica – Carrie – A Estranha (1976)

Em breve estreará a refilmagem de Carrie. É hora de rever o original de Brian de Palma, de 1976.

Carrie é uma jovem tímida que vive com uma mãe problemática. No baile de formatura da escola, preparam para ela uma terrível armadilha, que a deixa ridicularizada em público. Mas ninguém imagina os poderes paranormais que a jovem possui e muito menos de sua capacidade vingança quando está repleta de ódio.

Carrie – A Estranha é uma feliz e inspirada união entre dois mestres do terror / suspense: o escritor Stephen King e o diretor Brian De Palma.

Stephen King é indiscutivelmente um dos maiores escritores fantásticos da história da literatura. Curiosamente, são poucos os bons filmes baseados em livros seus – até o próprio King falhou feio quando resolveu arriscar na direção, ele fez o fraco Comboio do Terror nos anos 80. Este Carrie – A Estranha é uma exceção – é um filmaço!

(Outros bons filmes baseados em Stephen King: O Iluminado, Cemitério Maldito, À Beira da Loucura, Christine, Conta Comigo, Creepshow, Um Sonho de Liberdade… Acho que dá um Top 10, que tal?)

Pra quem gosta de cinema como uma arte, ver um filme dirigido por Brian De Palma nos bons tempos é uma delícia. Cada plano, cada ângulo, cada sequência, tudo é bem pensado. Tecnicamente, o filme é excelente! E toda a sequência do balde é sensacional. Aquela corda balançando criou uma tensão absurda. Heu já sabia o desfecho, e mesmo assim fiquei me remexendo no sofá.

O que é curioso é que a trama é bem simples – já pararam pra pensar que o filme se passa basicamente na preparação para o baile e no baile em si? Não li o livro do Stephen King, mas desconfio que no livro deve ter mais coisa.

O elenco tem grande responsabilidade para o sucesso do filme. Sissy Spacek está sensacional, num papel difícil, que demonstra ao mesmo tempo ingenuidade e ódio reprimido. Piper Laurie, que faz a mãe, também tem uma interpretação memorável. Aliás, as duas foram indicadas ao Oscar – parece que foi a primeira vez que um filme de terror teve indicações ao Oscar de atriz e atriz coadjuvante. John Travolta, em início de carreira, brilha em um papel secundário. Ainda no elenco, William Katt, Amy Irving, Nancy Allen e Betty Buckley.

Este Carrie original é muito bom. Tenho medo da refilmagem. Tomara que não façam besteira!

A Última Casa da Rua

Crítica – A Última Casa da Rua

Mãe e filha se mudam para uma grande casa numa cidade pequena – a casa está barata porque na casa ao lado houve um duplo assassinato em família. Quando a filha fica amiga do filho que sobreviveu, a mãe fica preocupada.

Jennifer Lawrence é um dos nomes mais badalados de Hollywood atualmente. Foi indicada ao Oscar em 2011 por O Inverno da Alma, pouco depois fez um dos papeis principais do novo X-Men e foi a protagonista de Jogos Vorazes. E agora está mais uma vez concorrendo ao Oscar, por O Lado Bom da Vida. Nada mal. Será que a gente pode confiar em todos os seus filmes?

Resposta curta e simples: não.

Dirigido pelo quase estreante Mark Tonderai, A Última Casa da Rua (House at the End of the Street, no original) não chega a ser exatamente ruim. Mas é bem fraquinho, bem abaixo do padrão “jenniferlawrenciano”. O filme era pra ser um misto de suspense com terror, mas não assusta ninguém. E o roteiro é cheio de clichês e de diálogos ruins, além de pelo menos um grande furo.

Sobre o furo, avisos de spoiler:

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

Uma família, com 4 pessoas, pai, mãe e um casal de filhos, mora numa cidade pequena, com aquele tipo de vizinho bisbilhoteiro típico de filmes (vide a festa na piscina para as novas moradoras). Morre a filha, começam a tratar o filho como menina, e ninguém na cidadezinha fica sabendo???

FIM DOS SPOILERS!

No elenco, Jennifer Lawrence e Elisabeth Shue estão bem. Max Theriot não convence, assim como Gil Bellows. O resto do elenco nem sei se vale a pena citar.

Enfim, A Última Casa da Rua nem é tão ruim. Mas também nem vale a pena. Só mesmo para os fãs radicais de Jennifer Lawrence.