88 Minutos

88 Minutos

Jack Gramm (Al Pacino) é um psiquiatra forense e professor universitáio, responsável pela condenação de um criminoso condenado à morte. No dia marcado para a execução, Gramm recebe uma ligação dizendo que tem apenas 88 minutos de vida. Gramm agora tem que correr contra o tempo para descobrir a identidade e os motivos de seu assassino.

A trama de 88 Minutos é cheia de reviravoltas, todos são suspeitos até o último momento. Quando bem feito, isso é muito legal. Pena que aqui não é bem feito, tudo é confuso demais e quando acaba o filme, a gente fica com aquela sensação que faltou fechar algumas pontas soltas.

Pra piorar, sabe o lance dos 88 minutos? Isso poderia gerar uma interessante narrativa em tempo real, com uma angustiante contagem do tempo que faltava. Mas o roteiro resolveu bagunçar com essa ideia, e o vilão fica deixando ridículas pistas e telefonemas com a contagem regressiva. Lamentável!

Dirigido por Jon Avnet, 88 Minutos é nitidamente um “filme de apoio”, denominação usada na época das videolocadoras para aqueles filmes menos importantes que acompanhavam os grandes lançamentos. Mesmo assim, o filme traz um elenco de primeira linha. E não falo só de Al Pacino, o elenco também conta com Alicia Witt, Leelee Sobieski, Amy Brenneman, Deborah Kara Unger e William Forsythe. Elenco melhor que muito blockbuster por aí!

Mesmo assim, o resultado é bem fraco. Tem coisa melhor por aí.

The Oxford Murders / Los Crimenes de Oxford

The Oxford Murders / Los Crimenes de Oxford

Na Universidade de Oxford, um professor inglês (John Hurt) e um aluno americano (Elijah Wood) ajudam a polícia a tentar solucionar uma série de crimes aparentemente ligados a símbolos matemáticos.

O filme é daquele tipo “mistérios misteriosos”, onde a gente fica tentando adivinhar quem será o próximo a morrer, como e por que, e logo vem uma virada de roteiro que nos joga em outra direção. Neste ponto, o filme flui bem, apesar da trama ser um pouco confusa. O problema é que certas coisas na história parecem meio forçadas demais, e aí o que antes funcionava perde a credibilidade.

Sou fã do diretor espanhol Álex de la Iglesia. Gosto de quase todos os seus filmes: Ação Mutante, O Dia da Besta, Perdita Durango, A Comunidade, Crime Ferpeito… Todos trazem um delicioso ar de filme B, um irresistível humor meio trash. Bem, quase todos. Este The Oxford Murders não tem cara de Álex de la Iglesia… Não falo isso só porque o filme se passa na Inglaterra e os atores principais são hollywoodianos. Perdita Durango é em inglês e se passa na América! The Oxford Murders simplesmente parece ser feito por outra pessoa. Não é um filme ruim, apenas não tem a cara do diretor.

Elijah Wood e John Hurt estão bem em seus papéis, o aluno e o professor que desconfiam um do outro. Nos papéis femininos, temos Julie Cox e Leonor Watling (o único nome espanhol no elenco principal). O francês Dominique Pinon faz um pequeno e importante papel.

A trama usa muitas referências matemáticas e é um pouco difícil de acompanhar, mas pelo menos a solução do filme tem uma certa lógica, apesar de também soar meio forçação de barra – ainda não “enguli” o terceiro assassinato, e achei muita viagem o quarto.

Não vi nada sobre este filme aqui no Brasil, apesar dele ser de 2008. Nem título em português! Por enaquanto, só via download…

Cargo

Cargo

Filme suíço de ficção científica misturado com suspense? Opa! Esse é um daqueles que a gente precisa ver!

No futuro, o planeta Terra está inabitável devido a problemas ecológicos. A mídia vende o distante planeta Rhea como a solução. A médica Laura Portmann (Anna-Katharina Schwabroh) acompanha uma missão de carga para conseguir dinheiro e ir também para Rhea. Mas existe algo de errado com esta missão…

O clima do filme dirigido por Ivan Engler e Ralph Etter é bem legal. A imensidão da nave e a sensação de “não sabemos o que estamos fazendo aqui” da primeira metade do filme lembram o clássico Alien, O Oitavo Passageiro e também o recente Pandorum.

A parte final do filme é um pouco confusa. Tive a impressão que algumas pontas ficaram mal explicadas, e, lendo comentários no imdb, vi que não fui o único. Mesmo assim, o filme vale a pena. Se você estiver no clima certo, vai curtir uma boa ficção científica.

Uma dúvida me atormenta. É uma nave espacial de carga, certo? Então, por que diabos o enorme compartimento de carga tem gravidade normal? Será que não era melhor deixar esta parte da nave sem a gravidade artificial? Mais: de onde pinga tanta água?

Infelizmente, é mais um sem previsão de lançamento por aqui. Deve aparecer em dvd, sem a divulgação correta, como aconteceu com Lunar

Ilha do Medo

Ilha do Medo

Uêba! Filme novo do Scorsese nos cinemas cariocas!

1954. Dois agentes federais são mandados à Ilha Shutter, onde funciona um hospital psiquiátrico, para investigar o desaparecimento de uma paciente. Uma grande tempestade os impede de sair da ilha, e eles acabam descobrindo que existe algo de estranho com a ilha.

Ilha do Medo chama a atenção por ser um “filme de gente grande”. Enquanto Hollywood está cada vez mais infestada de novas pequenas produções, sempre econômicas, é legal ver um filmão à moda antiga, com bons atores, trama bem elaborada, fotografia bem cuidada e trilha sonora impactante. De quebra, os efeitos especiais são discretos e perfeitos.

Este já é o quarto filme de Scorsese com Leonardo DiCaprio no elenco principal (os outros foram Gangues de Nova York, O Aviador e Os Infiltrados). Parece muito, mas na verdade, Scorsese já fez parcerias assim antes, como ao lado de Robert de Niro (acho que foram oito filmes até agora: Caminhos Perigosos, Taxi Driver, New York New York, Touro Indomável, O Rei da Comédia, Os Bons Companheiros, Cabo do Medo e Cassino). DiCaprio ainda não é um De Niro, mas já se destaca como um dos melhores atores de sua geração.  Ao seu lado, Ilha do Medo conta com um elenco de primeira, com nomes como Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max Von Sydow, Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Elias Koteas, entre outros. Todos estão ótimos! (Aliás, os dois últimos que citei, Haley e Koteas, estão assustadores!)

Adaptação do livro Paciente 67, de Dennis Lehane (o mesmo que escreveu o premiado Sobre Meninos e Lobos), o roteiro de Ilha do Medo nos leva a uma interessante viagem, onde não sabemos exatamente o que é mentira e o que é verdade. Acredito que parte do público pode não gostar, já que nem sempre o que está na nossa frente é a verdade… E uma prova de que estamos diante de um filme diferente do “mais do mesmo” é o cuidado com a fotografia em cada cena. Imagens belíssimas compõem o resultado, em pouco mais de duas horas de projeção.

Um detalhe curioso sobre a música do filme: a trilha sonora não é original, composta para o filme, são temas clássicos. O tema principal é a assustadora Sinfonia número 3 de Penderecki. Independente do filme, dá medo de ouvir.

Não sei se Ilha do Medo entrará para a história como um dos grandes filmes de Scorsese, afinal, o cara já fez muita coisa boa. Mas podemos afirmar que estamos diante de um dos melhores filmes deste 2010 que começou há pouco!

A Chave Mestra

A Chave Mestra

A jovem enfermeira Caroline Ellis (Kate Hudson) desiste de trabalhar em hospitais e resolve pegar um emprego cuidando de um senhor com problemas de paralisia, numa velha e sinsitra mansão cheia de quartos, em Nova Orleans.

Apesar de dos nomes principais deste filme (a atriz Kate Hudson e o diretor Ian Softley) não terem feito outras produções do gênero, “A Chave Mestra” (“The Skeleton Key”), de 2005, é um dos melhores suspenses dos últimos anos!

“A Chave Mestra” fala do hodu, uma espécie de vodu, praticado em Nova Orleans. O hodu é uma antiga magia afro-americana que só funciona se você acredita nela.

Um dos trunfos do filme é o velho casarão onde a trama se passa. Inclusive, a tal “chave mestra” do título tem a ver com a casa – é a chave que serve para abrir (quase todos) os diversos cômodos que vivem trancados. Muito boa a escolha do cenário!

A carreira do diretor inglês Ian Softley é curiosa: de 1994 até hoje, ele só fez seis longas, de diversos estilos. Este é o seu único filme de terror. Ele também fez filmes como “Backbeat – Os Cinco Rapazes de Liverpool”, “Hackers”, “K-Pax” e, recentemente, “Coração de Tinta”.

O elenco está excelente. Kate Hudson, a Penny Lane do maravilhoso “Quase Famosos“, e que atualmente parece que se especializou em fazer comédias românticas, está ótima como a cética Caroline. E John Hurt impressiona ao interpretar o quase paralisado Ben Devereaux. De quebra, ainda temos Peter Sarsgaard, que recentemente também mandou bem no ótimo “A Órfã“. Ainda no elenco, Gena Rowlands e Joy Bryant.

Você lembra do furacão Katrina? Para quem não lembra: o Katrina destruiu quase toda Nova Orleans, porque boa parte da cidade fica abaixo do nível do mar. Isso aparece no filme, no fim, quando chove daquele jeito e a água não escoa. E o curioso é que “A Chave Mestra” passou aqui no Brasil logo depois da tragédia em Nova Orleans.

Por fim, preciso falar que gosto muito do fim deste filme. O fim foge dos padrões hollywoodianos, heu quase citei este filme no Top 10 de finais surpreendentes!

A Caixa / The Box

A Caixa

Semana passada falei aqui de Twilight Zone, lembram? Bem, uma das melhores histórias contadas no seriado foi Button, Button – justamente a história que deu origem a este A Caixa.

Uma caixa com um botão é deixada na porta da casa de uma família comum. Um sujeito sinistro aparece depois com as instruções: se o botão for apertado, quem apertou ganha um milhão de dólares, além disso, uma pessoa desconhecida morrerá.

A primeira dúvida que vem à cabeça é como uma história curta, de pouco menos de 20 minutos, vira um longa metragem de quase duas horas? Respondo esta questão sem spoilers: o filme se propõe a contar a história por trás da caixa com o botão. Acredito que os fãs radicais da série original não vão gostar disso, mas admiro a coragem do roteirista e diretor Richard Kelly (do esquisito Donnie Darko) de inventar algo em cima do conto clássico.

No elenco, Cameron Diaz, Frank Langella e James Marsden estão bem. Aliás, sou o único a achar que achei que Marsden cortou o cabelo no mesmo lugar que o Dexter, aquele do seriado?

Não sei por que a opção de se passar o filme em 1976. Mas gostei da reconstituição de época. E os efeitos são muito interessantes, o rosto desfigurado de Langella está perfeito, assim como os efeitos com água são bem legais.

Enfim, A Caixa não vai agradar a todos. A trama por trás do botão é complexa. É daquele tipo de filme que, quando acaba, a gente fica um tempo pensando, tentando montar o quebra-cabeça. Mesmo assim, é um bom filme!

p.s.: Se alguém tiver curiosidade de ver a historinha original, tem no youtube, em duas partes, infelizmente sem legendas em português:

http://www.youtube.com/watch?v=y6mUElrvpB0

http://www.youtube.com/watch?v=iVZW684QcOU&feature=related

No Limite da Realidade

No Limite da Realidade

Nos anos 80, foi feito este longa metragem baseado no cultuado seriado Twiligth Zone (que aqui no Brasil se chamava Além da Imaginação).

A ideia do filme era boa: quatro histórias curtas (e mais um prólogo), dirigidas por quatro diferentes diretores ligados ao tema fantástico: John Landis, Joe Dante, George Miller e um tal de Steven Spielberg, no seu projeto logo depois do mega sucesso E.T..

O prólogo é bobinho e divertido, com duas pessoas num carro à noite. Depois acompanhamos um cara enfrentando os seus preconceitos. Depois, uma história besta num asilo de velhinhos, e ainda um garoto com poder de fazer o que quiser. Por fim, a melhor história, a do medroso no avião.

Se o nome Spielberg hoje em dia é um dos mais importantes em Hollywood, o mesmo não pode se falar dos outros três, infelizmente. Miller, depois de ter dirigido os três Mad Max e As Bruxas de Eastwick, fez Babe, o Porquinho, e deve ter gostado de filmes infantis, já que fez recentemente Happy Feet e atualmente trabalha na sua continuação. Dante, nos anos 80, fez um monte de filmes legais, como os dois Gremlins, Um Grito de HorrorViagem Insólita, mas ultimamente só te feito coisas para a tv. E o mesmo aconteceu com Landis, que, pelo menos na minha opinião parecia ter um futuro mais promissor, afinal, o cara fazia bem tanto comédias (Clube dos Cafajestes, Trocando as Bolas, Três Amigos) quanto filmes de terror (Um Lobisomem Americano em Londres, Inocente Mordida); e, de quebra, o cara ainda fazia musicais (ele não só fez Os Irmãos Cara de Pau como ainda dirigiu dois dos mais famosos videoclipes do Michael Jackson, ThrillerBlack or White).

E o mais incrível é que o episódio mais sem graça é o do asilo, o que foi dirigido pelo Spielberg…

O elenco tem alguns nomes legais, como Vic Morrow, Scatman Crothers, Kathleen Quinlan, Dan Aykroyd e Albert Brooks, mas quem se destaca é John Lithgow, como o passageiro alucinado do último episódio.

Pena que, revendo o filme hoje em dia, o resultado não ficou lá grandes coisas. Ficamos com a impressão que o projeto tinha potencial para ir bem mais longe!

Ah, sim, uma dica interessante: não existe dvd nacional deste filme. Mas o dvd gringo traz legendas em português!

A Trilha

A Trilha

Um casal em lua de mel no Havaí desconfia que seus companheiros de acampamento são assassinos.

Dirigido por David Twohy, A Trilha (A Perfect Getaway no original) é um eficiente thriller de suspense que conta com belíssimas paisagens – foi todo filmado em paradisíacas locações havaianas.

Milla Jovovich encabeça o elenco, que ainda tem Steve Zahn, Timothy Olyphant e Kiele Sanchez, o par de Rodrigo Santoro em Lost. Ah, sim, a loirinha hippie é Marley Shelton, a enfermeira de Planeta Terror.

A trama traz uma grande reviravolta perto do final. A grande virtude da reviravolta é também o seu maior defeito, porque depois disso, algumas das cenas e diálogos que rolaram antes ficam meio sem sentido.

Mesmo assim, A Trilha ainda pode ser uma boa opção.

A Órfã

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A Órfã

Nada como um bom filme de terror, não acham? Daqueles que não subestimam a inteligência da platéia, usam bons atores e têm uma trama bem montada. A Órfã é assim.

Um casal que acabou de perder um bebê ainda na barriga resolve adotar Esther, uma adorável e inteligente órfã de 9 anos. O que eles não sabem é que Esther não é uma menina comum.

Isabelle Fuhrman, que interpreta a pequena Esther, é o grande nome do filme. A menina é sensacional! Esther é uma das crianças mais sinistras da história do cinema! E o resto do elenco também está bem, com o casal Vera Farmiga (Os Infiltrados) e Peter Sasgaard (A Chave Mestra) e as crianças Aryana Engineer e Jimmy Bennett.

O diretor Jaume Collet-Serra, que antes fez o fraco Casa de Cera, desta vez acertou a mão. O filme consegue segurar duas horas de tensão, e sem precisar apelar pro gore. E, ainda por cima, tudo na trama é crível.

Filmão. E assustador!

Os Esquecidos

osesquecidos

Os Esquecidos

AVISO: PODE CONTER SPOILERS!

Os Esquecidos tem uma premissa bem interessante: Telly Paretta (Julianne Moore) vive assombrada pelas lembranças do filho, morto num acidente aéreo um ano antes. Só que, aos poucos, ela percebe que as pessoas em volta se esqueceram do filho. E os objetos e fotos que ela guardou começam a desaparecer. Será que Telly enlouqueceu?

O clima de tensão desta ficção científica / suspense de 2004 é muito bem feito – ficamos naquela paranoia “arquivoxisana”, sem saber no que acreditar. Para ajudar, alguns dos efeitos especiais são bem interessantes: na minha humilde opinião, a melhor cena de abdução da história do cinema está aqui! Isso sem contar com uma excelente cena de acidente de carro!

O elenco também é ótimo. Julianne Moore, como sempre, manda bem. Dominic West, o guitarrista de Rock Star, também está muito bem como outro pai que perdeu o filho no mesmo acidente. E ainda temos Gary Sinise como um psiquiatra que não sabemos se é do bem ou do mal.

Na época do lançamento nos cinemas, lembro que uma parte da audiência ficou descontente com o fim do filme. Heu, particularmente, gostei! De qualquer maneira, fica uma dica para quem estiver com o dvd em mãos: existe outro fim no meio das “cenas excluídas”!