Prédio Vazio

Crítica – Prédio Vazio

Sinopse (imdb): Luna, uma jovem determinada, busca sua mãe que sumiu misteriosamente no último dia de Carnaval em Guarapari. Sua procura a leva até um prédio antigo, aparentemente vazio, mas repleto de almas atormentadas.

Ueba! Filme novo do Rodrigo Aragão, e desta vez no circuito!

Se você já conhece a obra do Rodrigo Aragão, pode pular este parágrafo. Se não conhece, chega aqui: Aragão é, provavelmente, o maior nome do cinema de terror feito no Brasil hoje em dia. Este é o seu sexto longa metragem desde 2008, depois de Mangue Negro, A Noite do Chupacabras, Mar Negro, Mata Negra e O Cemitério das Almas Perdidas, além de ter organizado o longa em episódios Fábulas Negras (todos têm textos aqui no heuvi). Tem gente por aí que acha que não existe terror feito no Brasil. Tem gente por aí que deveria conhecer o trabalho dele.

Cinco anos depois de seu último longa, Aragão fez seu primeiro terror “urbano” – pela primeira vez ele filmou numa cidade grande. Aragão morou na Praia do Morro, em Guarapari, local onde se passa o filme, e quando caminhava pelo calçadão à noite, às vezes via prédios quase totalmente apagados, com um ou dois apartamentos acesos. E ele imaginava como seria estar num prédio daqueles, quase vazios. Daí surgiu a ideia para o filme.

Curioso é que o roteiro teve vários tratamentos. Inclusive teve uma versão mais “clean” feita com a ajuda de um gringo, que seria facilmente vendável para uma Netflix da vida. Mas Aragão desistiu deste tratamento e voltou para uma versão anterior, mais puxada pro trash – mais a ver com o estilo dos seus outros filmes.

Prédio Vazio é urbano, mas é coerente com o resto da obra do diretor. Claras influências de Sam Raimi, Dario Argento e Zé do Caixão, tudo isso com uma pitada de trash por cima.

Curioso que o filme se passa num bairro real de Guarapari, mas o prédio onde tudo acontece não existe. O diretor falou que tentou filmar em um prédio já existente, mas diante das dificuldades de conseguir autorizações, desistiu e construiu uma maquete. Ficou boa, parece um prédio velho e caquético.

Aliás, uma curiosidade dita pelo próprio Rodrigo Aragão em um bate papo pós filme no Estação Botafogo: o longa abre com um filminho publicitário turístico sobre Guarapari, feito décadas atrás, e guardado pelo pai do diretor, que trabalhava num cinema. Só trocaram a narração, originalmente feita pelo Cid Moreira, o resto do filminho está lá na introdução.

A história é simples, uma jovem vai procurar a mãe que estava hospedada na Praia do Morro, mas quando chega no prédio, descobre que tem algo de errado lá. E claro que isso abre espaço para muitos efeitos práticos, muito sangue cenográfico, e muitos truques de maquiagem.

Aliás, uma dica pra quem gosta de procurar coisas escondidas nos filmes: assim como acontece na série A Maldição da Residência Hill, Prédio Vazio tem vários fantasmas escondidos pelos cenários. Deu vontade de rever só pra procurá-los. Isso sem contar nos easter eggs do “Aragãoverso”, como o livro de São Cipriano que estava no Cemitério das Almas Perdidas.

Sobre o elenco, Gilda Nomacce está ótima, ela acabou virando um grande nome no terror brasileiro contemporâneo (ela estava em filmes da dupla Marco Dutra e Juliana Rojas, como Trabalhar Cansa, As Boas Maneiras e Quando eu Era Vivo). Também gostei muito do jovem Caio Macedo, meio alívio cômico, meio “donzelo em perigo”.

Nem tudo é perfeito. Algumas atuações não são tão boas, e as cenas de lutas entre os personagens não são muito bem filmadas. Mas a gente está acostumado a ver terror hollywoodiano bem pior que esse e não fala mal…

Por fim, se você apoia o cinema nacional, e se você quer ver mais terror feito no Brasil, vá ao cinema esta semana. É difícil quando um filme desses entra em circuito. Precisamos prestigiar!

Until Dawn: Noite de Terror

Crítica – Until Dawn: Noite de Terror

Sinopse (imdb): Um grupo de amigos presos em um loop temporal, onde inimigos misteriosos os perseguem e os matam de maneiras terríveis, devem sobreviver até o amanhecer para escapar.

Antes de tudo, aquele aviso que quem me conhece já sabe: não sou ligado em videogames. Nunca tinha ouvido falar desse jogo. Os meus comentários serão só sobre o filme, ok?

Until Dawn: Noite de Terror (Until Dawn, no original) não teve sessão de imprensa aqui no Rio (ou se teve, não fui chamado). Heu achei que ia ser mais um filme de terror genérico e irrelevante, então eu deixei pra lá. Até que li em algum lugar que era um filme que usava loop temporal, e heu gosto muito deste sub gênero. Então, mesmo atrasado, fui ver.

Cinco jovens estão procurando uma amiga que desapareceu. Chegam em uma cabana isolada onde coisas muito estranhas vão acontecer. Os cinco acabam mortos, mas eles logo voltam ao mesmo momento de quando chegaram na cabana.

Ok, é um loop temporal. Mas não é exatamente o loop temporal que a gente está acostumado, que é quando o personagem volta e revive exatamente a mesma rotina (e que foi bem explorado no bom A Morte te Dá Parabéns). Aqui não existe  um padrão, cada vez que o dia recomeça são novos desafios que eles têm que enfrentar.

A direção é de David F. Sandberg, que chamou a atenção com o excelente curta Lights Out, mas que quando começou a fazer longas ainda está no “quase” – seu currículo tem alguns filmes ok, mas nenhum grande filme (Annabelle 2, Shazam). Ah, tem uma cena que lembra o seu famoso curta. No elenco, vários jovens irrelevantes. Ninguém é péssimo, mas também ninguém é bom. O único nome conhecido é Peter Stormare, num papel menor, porém importante.

Until Dawn tem pontos positivos e negativos, vou começar pelos positivos. Heu não conhecia nada da história e me vi envolvido no mistério onde os jovens se metem. São mortes criativas, alguns jump scares bem bolados, efeitos especiais ok – nada que eleve o filme a um patamar de “imperdível”, mas pelo menos a trama conduz o espectador para momentos divertidos.

Mas, por outro lado, achei tudo meio bagunçado. Às vezes é um único vilão, outras vezes tem vários; às vezes é um monstro, outras vezes é outro… No videogame isso deve fazer mais sentido, mas aqui achei que fez falta um antagonista, um “personagem vilão slasher”, tipo um Jason, um Freddie, um Michael… Pelo que entendi pelo cartaz do filme, que diz “toda noite um pesadelo diferente”, no universo do jogo deve ser mais amplo. Legal, mas aqui ficou solto demais. Por exemplo, pra que mostrar um monstro gigante na floresta se ele não vai aparecer nunca mais no filme?

(Claro, a gente vê esse filme e lembra de O Segredo da Cabana, que também tem uma cabana isolada e cinco jovens, e também não segue exatamente um padrão. Mas O Segredo da Cabana é MUITO melhor estruturado.)

Além disso, o final é ainda mais bagunçado. Achei bem forçado – e bem ruim, na verdade.

Quando acabou o filme, a sensação era de ter me divertido. Mas conforme ia organizando as ideias pra desenvolver meu texto aqui, o filme ia piorando. Acho que Until Dawn pode ser uma boa diversão, mas sugiro não parar pra pensar depois de assistir.

The Ugly Stepsister

Crítica – The Ugly Stepsister

Sinopse (imdb): Elvira luta contra sua linda meia-irmã em um reino onde a beleza reina suprema. Ela recorre a medidas extremas para cativar o príncipe, em meio a uma competição implacável pela perfeição física.

Nos últimos anos estamos vivendo uma onda de adaptações de terror pra histórias infantis. O terror do Ursinho Puff foi um grande sucesso comercial (deve ter custado duas mariolas e uma Coca Cola, qualquer 10 mil dólares de lucro é um resultado excelente), e isso abriu a porteira pra vários filmes bem ruins. Só aqui comentei sobre dois filmes do Mickey, um da Alice, um do Popeye, e dois da Cinderela – um é tosco mas pode ser divertido dependendo do seu espírito, mas o outro é ruim ruim.

The Ugly Stepsister certamente vai surfar essa onda, mas é um filme bem diferente. Filme norueguês, tem uma produção bem cuidada, boas atuações e uma história fora do óbvio. Não é um slasher tosco usando o conto de fadas como pano de fundo, e sim um body horror que lembra mais o clima de A Substância.

Longa de estreia da diretora e roteirista norueguesa Emilie Blichfeldt, The Ugly Stepsister conta a história da Cinderela. Não, não tem uma história alterada levando a Cinderela a uma jornada de vingança, como os dois filmes do ano passado. É a história que todos conhecemos. Mas, sob outro ponto de vista: o da irmã, da filha da madrasta.

(Não sei como seria o termo em português. “Stepsister” não é exatamente igual a “meia irmã”, uma meia irmã tem ou o pai ou a mãe em comum. Não sei se existe este termo na língua portuguesa.)

Elvira, filha mais velha da madrasta de Agnes (que vai virar Cinderela), é feia e está acima do peso. Quando o príncipe anuncia um baile pra daqui a quatro meses, sua mãe coloca Elvira sob vários tratamentos severos para ficar bonita e impressionar o príncipe.

The Ugly Stepsister só é terror pelo visual grotesco e cheio de gore, porque no fundo está mais próximo do drama. Elvira se submete a coisas terríveis pra tentar alcançar seu sonho – ou, às vezes, parece até ser o sonho de sua mãe. E o filme traz algumas cenas visualmente bem fortes. Dificilmente o espectador não vai se retorcer em algum momento do filme.

Outra coisa que é bom avisar é que estamos diante de um filme europeu, que mostra a nudez e o sexo de maneira bem diferente do cinema americano. Na verdade são poucas cenas, mas essas poucas cenas mostram bem mais do que vemos no cinemão hollywoodiano.

Falei que é mais drama do que terror porque acompanhamos o sofrimento da Elvira. E ela realmente sofre. A atriz Lea Myren está bem – aliás, o elenco todo funciona. Outro ponto a ser destacado são os cenários e figurinos da época. O filme não especifica exatamente quando se passa, mas sabemos que não é uma história dos dias de hoje, e nada parece falso.

Vou fazer um comentário agora, mas é head canon meu, não é problema do filme. Quando o pai da Cinderela morre, achei que o filme ia torná-la em uma vilã. Isso seria uma boa história: uma Cinderela malvada e uma irmã vítima. Mas este não é o filme da Emilie Blichfeldt, então não é uma crítica.

The Ugly Stepsister é um filme da Shudder e ainda não está disponível em nenhum streaming brasileiro. Bem que podia ter Shudder aqui…

Premonição 6: Laços de Sangue

Crítica – Premonição 6: Laços de Sangue

Sinopse (imdb): Na década de 1960, uma jovem prevê o desabamento de um prédio e salva da morte um grupo de pessoas. Décadas depois, sua neta também começa a ter visões da morte de seus familiares.

Heu gosto da franquia Premonição. É um bom exemplo de como se repetir uma fórmula e o filme não ficar igual aos anteriores. Mas, como o quinto filme terminava com uma conexão com o início do primeiro, heu achava que nunca veríamos um sexto filme. Mas, olha lá, tem Premonição novo em cartaz.

Dirigido pela desconhecida dupla Zach Lipovsky e Adam B. Stein (mas com Jon Watts, diretor dos últimos Homem Aranha, como um dos roteiristas), Premonição 6: Laços de Sangue (Final Destination: Bloodlines, no original) segue o mesmo espírito dos outros filmes e traz tudo de positivo e de negativo que tem no resto da saga. A fórmula do roteiro não é exatamente igual, porque os personagens principais não estão no grande acidente que abre o filme, mas, fora isso, a proposta é a mesma.

Falei que os filmes seguem a fórmula mas não são iguais, né? Em todos os filmes rolam longas sequências onde você sabe que alguém vai morrer, de maneira horrível, mas você não sabe como nem quando. São espalhados vários elementos pelo cenário, todos com potencial de serem a causa da morte, e o espectador não tem ideia de qual deles será usado. Se por um lado a ideia é repetida, por outro, a gente nunca sabe como será a morte, e isso torna a cena bem divertida, apesar de ser uma repetição de fórmula. Algumas são realmente muito criativas.

Este é um ponto positivo. Agora, pelo menos pra mim, Premonição 6 repete o ponto negativo presente nos outros filmes. É quando resolvem estabelecer regras rígidas para algo abstrato.  Por que a morte precisaria seguir uma ordem exata? Agora, não vou reclamar disso aqui, porque afinal a mesma coisa acontece em todos os filmes anteriores.

Premonição 6 segue a fórmula. Uma cena inicial com um acidente enorme, e depois acompanhamos um grupo de personagens, a gente sabe que eles vão morrer, e a gente se diverte vendo sequências absurdas – e até engraçadas, apesar de ter algum gore.

Não quero entrar em spoilers, mas a cena inicial tem uma morte que acho que todos no cinema curtiram. Tem um garoto insuportável, inclusive ele foi parcialmente responsável pelo acidente. Quando ele morreu (não vou dizer como), o cinema comemorou. Não me lembro de outro filme onde o público comemora a morte de uma criança…

No elenco, tem uma cena com Tony Todd, que esteve em quatro dos cinco filmes anteriores. A cena não é boa, mas, se a gente lembrar que Todd faleceu ano passado, é legal vê-lo por uma última vez em um papel importante da sua carreira. Do resto do elenco heu só conhecia Rya Kihlstedt, que não é um nome muito conhecido, mas lembro dela em alguns filmes dos anos 90. Também no elenco, Brec Bassinger, Kaitlyn Santa Juana, Richard Harmon e Anna Lore

A boa notícia para os fãs da franquia é que descobriram uma fórmula de sequências infinitas. Porque cada família pode gerar um novo filme. Espero que mantenham a criatividade ao apresentar as mortes, assim sempre vou querer ver o novo filme!

Death of a Unicorn

Crítica – Death of a Unicorn

Sinopse (imdb): Um pai e uma filha acidentalmente atropelam e matam um unicórnio enquanto estavam a caminho de um retiro de fim de semana, onde seu chefe bilionário tenta explorar as propriedades curativas milagrosas da criatura.

Filme novo da A24, com um bom elenco e uma premissa instigante: unicórnios. Será que presta?

Primeiro longa dirigido por Alex Scharfman, Death of a Unicorn tem uma boa premissa, mas se perde no meio de clichês e acaba entregando um resultado previsível, com efeitos toscos, e com um final bem ruim.

A ideia não era ruim. Um cara viaja com sua filha para a mansão isolada de um milionário (não entendi se ele é parente distante ou funcionário, isso é explicado no início do filme, mas comi mosca e não lembro), mas no caminho acaba atropelando um unicórnio. Quando entra em contato com o sangue do animal, descobre que o mesmo tem poder de cura. Aí claro que o milionário vai querer monetizar o poder do unicórnio; e claro que a filha vai pesquisar e descobrir que as coisas não sairão como planejadas.

A partir desse momento que a filha descobre que os unicórnios são violentos e o filme se assume como um terror, tudo vira previsível demais. Absolutamente TODAS as mortes acontecem de forma previsível. Quem está acostumado com filmes de terror vai adivinhar cada momento.

O fato dos personagens serem caricatos não ajuda. Acho que o único personagem que tem mais de uma camada é o do Paul Rudd, que precisa se equilibrar entre ser um bom pai pra sua filha e cair na tentação da ganância oferecida pelos ricos. Os outros personagens são todos mal construídos.

Pra piorar, quem me acompanha sabe que não costumo reclamar de cgi mal feito, mas aqui algumas cenas de unicórnios parecem playstation dos anos 90. Saudades de quando os filmes não tinham cgi e precisavam inventar soluções criativas. Mesmo quando era uma ideia tosca, não ficava tão ruim.

E achei o fim ruim. Não quero entrar em spoilers, mas um filme desses não precisava de um final com uma redenção forçada.

No elenco, além dos já citados Paul Rudd e Jenna Ortega, Death of a Unicorn conta com Téa Leoni, Will Poulter e Richard E. Grant (que está a cara do Christopher Walken).

Pra não dizer que não gostei de nada, curti as referências a Alien: a personagem da Jenna Ortega se chama Ridley, que pode ter conexão com o diretor Ridley Scott e também com a personagem Ripley, e tem uma cena do unicórnio se aproximando dela que lembra o primeiro Alien. Pouco, não?

Screamboat

Crítica – Screamboat

Sinopse (imdb): Um passeio noturno de barco se transforma em uma luta desesperada pela sobrevivência em Nova York quando um rato se torna uma realidade monstruosa.

Confesso que a expectativa pra um novo “terror do Mickey Mouse” era a menor possível. Mas não é que Screamboat não é tão ruim assim?

Bem, vamos com calma, o filme é ruim, muito ruim. Mas, comparado com os semelhantes, Ursinho Puf, Alice, Popeye, e, principalmente, The Mouse Trap – o outro terror do Mickey – Screamboat é menos ruim.

O que mais me incomodou em The Mouse Trap é que era um slasher tosco e vagabundo que não tinha nada a ver com o Mickey. O cara colocava uma máscara e ganhava poderes de teletransporte – quando teve uma história do Mickey com teletransporte?

Screamboat é um slasher tosco e vagabundo, mas que tem várias referências ao Mickey e ao universo Disney, tipo, o rato se chama Willie e vivia num barco a vapor – ele era o “steamboat Willie”. Seu dono era Walter, mas o chamavam de Walt. Além disso tem referências em personagens, tipo um grupo de mulheres vestidas como as princesas; e referências em alguns diálogos, como alguém que fala “it’s a small world”. (No banheiro tem uma frase que faz um trocadilho entre “ferry” e “fairy” e fala “ferry tale”, achei uma boa sacada.)

A direção aqui é de Steven Lamorte, que fez algo parecido em seu filme anterior, O Malvado Horror no Natal (o filme de terror do Grinch), que era um slasher tosco e vagabundo, mas que trazia referências às histórias do Grinch. Isso deveria ser algo básico nesses filmes do Poohniverse e afins, mas a galera que faz esses filmes não se preocupa nem com o básico!

Outro ponto positivo de Screamboat é o ator David Howard Thornton, mais conhecido por fazer o palhaço Art nos filmes Terrifier. Thornton interpreta o personagem principal, o rato Willie. Ok, reconheço que o Willie é quase igual ao Art: é um personagem que não fala, interage muito pouco com o resto do elenco, e fica fazendo caras e bocas o tempo todo. É um personagem reciclado, mas funciona dentro da proposta.

Agora, apesar desses elogios, a gente precisa reconhecer que Screamboat é bem fraco. Todas as atuações são péééssimas, e o roteiro é cheio de coisas sem sentido – tipo um personagem cair na água e, vários minutos depois, ainda estar ao lado do barco. E isso porque nem vou falar da cena onde um rato de menos de 50 centímetros de altura pega uma mangueira e molha algumas dezenas de pessoas, e ninguém vai até o rato pra tentar impedir.

Os efeitos de maquiagem são ok. Algumas mortes são criativas, e admito que ri na “cena de sexo”. Agora, os efeitos para o Willie ser pequeno às vezes lembram programas infantis antigos como Castelo Rá Tim Bum e Sítio do Pica Pau Amarelo. Não é uma boa referência…

Teve um outro problema. A sessão de imprensa ia acontecer num cinema, mas houve uma falha técnica e a sessão teve que ser cancelada. A assessoria então nos enviou um link para uma cabine online, uma boa solução. Mas, parte do filme é muito escura, e ver um filme muito escuro na tela do computador nem sempre é tarefa fácil. Resultado: algumas cenas nem consegui ver direito o que estava acontecendo.

Enfim, Screamboat não é bom. Mas, num mar de lixo como Mouse Trap e Ursinho Pooh Sangue e Mel, o resultado é bem mais positivo.

Pecadores

Crítica – Pecadores

Sinopse (imdb): Dispostos a deixar suas vidas conturbadas para trás, irmãos gêmeos retornam à cidade natal para recomeçar suas vidas do zero, quando descobrem que um mal ainda maior está à espera deles para recebê-los de volta.

Heu ia falar sobre Pecadores antes de Nas Terras Perdidas. Mas tenho tanta coisa pra falar de Pecadores que preferi atrasar o texto pra poder falar com mais calma.

Vi Pecadores ao lado do meu amigo André Gordirro. Ao fim da sessão, ele fez um comentário que faço questão de repetir aqui: “a gente, como crítico de cinema, vê tanta porcaria, é muito bom quando finalmente vemos um filmão como este”.

Pecadores é um filmão. Daqueles que dá vontade de rever assim que acaba a sessão.

Escrito e dirigido por Ryan Coogler (Pantera Negra, Creed), Pecadores (Sinners, no original) estava na minha lista de expectativas para 2025. Mas posso tranquilamente dizer que superou as expectativas. É daquele tipo de filme onde tudo está no lugar. A história é boa, o elenco está ótimo, a ambientação de época é perfeita, os efeitos especiais são excelentes, e a trilha sonora… A trilha sonora me pegou como há muito tempo uma trilha não me pegava.

Mas, antes de entrar no filme, preciso falar sobre spoilers. Tem uma coisa que acontece bem no meio do filme que muda completamente o rumo da narrativa. E tem muita gente comentando o que acontece, afinal isso aparece no segundo trailer (não aparece no primeiro). Mas… Acredito que o melhor seja ver o filme sem saber, então não vou comentar aqui! Este é um texto spoiler free!

Vamulá. Pecadores começa com um rápido prólogo, e a história volta para o dia anterior. Anos 30, conhecemos os gêmeos Fumaça e Fuligem, que trabalharam em Chicago com Al Capone e agora querem abrir um clube de blues só para negros. Esta primeira metade do filme é mais lenta, pra conhecermos os vários personagens e a relação entre eles, e o roteiro de Coogler é muito bem estruturado neste aspecto. Quando o filme muda de rumo na segunda metade, sabemos quem são aquelas pessoas, temos motivo para nos importarmos por elas!

Preciso falar da trilha sonora. Há muito tempo uma trilha de um filme “não musical” não me impactava assim. Adorei a trilha composta por Ludwig Göransson – se fosse anos atrás, ia correr atrás do disco pra minha coleção. Göransson consegue cria um clima perfeito de tensão usando o violão do blues. Göransson já tem dois Oscars (Pantera Negra e Oppenheimer), não será surpresa se for indicado de novo.

Heu diria que a trilha sonora aqui é tão importante quanto em um filme musical. A última vez que vi algo parecido foi em Baby Driver, que tinha cenas editadas coreografando com a música da trilha, como o tiroteio no ritmo de Hocus Pocus do Focus, ou o sensacional plano sequência inicial ao som de Harlem Shuffle. A diferença é que em Baby Driver eram músicas pop, e aqui Pecadores é uma trilha original (pelo menos heu não conhecia nenhuma das músicas). Mas a trilha é quase um “personagem” do filme. Quase tudo é blues, mas abre um pequeno espaço pra outros estilos, como uma boa cena usando música irlandesa.

Ainda nesse tema, tem uma cena sensacional no meio do filme, uma cena que vai dividir opiniões porque é bem fora da caixinha, mas que se você entrar na onda, vai curtir. Tem uma frase no filme que fala que a música pode invocar espíritos do passado e do futuro, e que pode romper o limite entre a vida e a morte. Então vemos um plano sequência que começa com o personagem Sammie cantando e tocando violão, e a música cresce e toma rumos inesperados, e a câmera começa a passear por caminhos igualmente inesperados. É daquelas sequências pra aplaudir de pé!

E, já que falei do som, tem alguns detalhes geniais que merecem uma ida ao cinema. Vou citar dois exemplos. Um acontece quando uma personagem está mexendo com feitiços e sua voz aparece mais encorpada. É só ela falando, mas a gente sente que ela não está sozinha. Outra é quando ouvimos um personagem contando uma história, e que numa narrativa convencional, a gente veria um flashback. Só que aqui a gente não vê nada – mas ouve tudo!

Os efeitos especiais são muito bons. Já é o quarto filme que vi em poucas semanas onde um ator interpreta dois papéis (os outros são Mickey 17, O Macaco e Alto Knights). Pecadores não tem muitas cenas com os dois personagens interagindo (neste aspecto, Mickey 17 é mais impressionante), mas todas as cenas onde vemos Fumaça e Fuligem juntos são perfeitas. E, quando o filme se assume terror, temos bons efeitos de maquiagem. Não sei o que é efeito prático e o que é digital, mas acho que isso pode ser positivo…

Até agora só falei da parte técnica. Mas Pecadores também tem seu lado político. O diretor sabe abordar o tema do racismo de maneira que fica natural e não panfletária. O modo como ele apresenta as questões raciais não tem nada da lacração que vemos de vez em quando por aí.

No elenco, Michael B Jordan (protagonista de todos os filmes do diretor) está ótimo. Os dois irmãos são muito parecidos fisicamente (em O Macaco os irmãos usam cortes de cabelo diferentes), mas têm personalidades bem distintas. E gostei muito do estreante Miles Caton. Segundo os créditos, ele realmente toca e canta. Também no elenco, Hailee Steinfeld, Delroy Lindo e Jack O’Connell, e uma ponta do músico veterano do blues Buddy Guy.

Pecadores tem cenas pós créditos. Mas não é o mesmo padrão de sempre. Logo no início dos créditos, volta o filme para uma sequência enooorme – heu diria que nunca vi uma cena pós créditos tão longa! É um epílogo, podia facilmente fazer parte do filme. E, lá no finzinho de tudo, aí sim, uma cena pós créditos com cara de pós créditos.

Por fim, uma coisa que heu não entendi o motivo. Parte de Pecadores foi filmado em Imax, então algumas cenas têm o formato de tela diferente, e o filme fica mudando entre os dois formatos. Deve ter algum motivo pra essas mudanças, mas não sei qual foi.

A Vingança do Popeye – Popeye’s Revenge

Crítica – A Vingança do Popeye – Popeye’s Revenge

Sinopse (imdb): A lenda do Popeye assombra um grupo de amigos que pretendem abrir um acampamento de verão.

Antes de tudo, preciso confessar que assisti o filme errado. Ouvi falar que este ano teria um filme de terror do Popeye, e gostei do título, porque fizeram um bom trocadilho: em vez de “Popeye the Saylor Man”, o filme se chama “Popeye the Slayer Man”. Ok, tinha tudo pra ser um filme ruim, mas pelo menos era um título criativo.

Mas peguei o filme errado. Em vez de Popeye the Slayer Man, vi Popeye’s Revenge, ou, A Vingança do Popeye. Bem, deve ser a mesma coisa.

Vamos a uma contextualização. Alguns anos atrás descobriram que os diretos do ursinho Puff iam entrar em domínio público, então fizeram um filme de terror com o personagem. Achei a ideia muito boa, gosto de imaginar histórias que a gente conhecia quando criança sendo revisitadas sob outro ponto de vista – meu primeiro curta metragem foi com o boitatá, e um dia ainda hei de voltar a filmar terror com folclore nacional.

O problema é que o filme do Puff é péssimo. É apenas um terror vagabundo, mal escrito e mal filmado, onde um cara coloca uma máscara tosca comprada na shopee e sai matando o resto do elenco. Não tem nada a ver com o ursinho Puff. (E o filme ainda tem a pachorra de ter uma cena onde um personagem fala “não parecem humanos!” Caramba, parecem sim, parecem humanos que compraram máscaras de halloween no Mercadão de Madureira!)

Mas, produção barata, proporcionalmente rendeu bem. Aí abriu a porteira pra outras produções seguindo a mesma ideia (e infelizmente com a mesma indigência artística). O filme do Mickey sofre do mesmo problema: é um slasher vagabundo que não tem nada a ver com o Mickey, só um cara que usa uma máscara do personagem. O resultado chega a ser pior que o do Puff!

Então, claro que as minhas expectativas pra este A Vingança do Popeye eram bem baixas. E olha, posso dizer que me surpreendeu positivamente. Não, não é bom, longe disso. Mas é bem menos ruim do que os dois citados anteriormente.

A Vingança do Popeye começa bem. Tem uma animaçãozinha de uns três minutos contando a história de uma criança que nasceu com problemas: tinha antebraços muito grandes e era muito forte. Na escola, brigou com um coleguinha e acabou esmagando a cabeça do oponente, fazendo os olhos saltarem – “pop eye”, olha que boa sacada! Por causa disso, ele é deixado de castigo no porão da casa. Mas a população local, com raiva, coloca fogo na casa dele, o que acaba matando seus pais. Ele não morre porque estava no porão, mas quando aparece em público, jogam ele no lago e ele morre afogado.

Ok, temos um bom começo. Sei que o primeiro filme do Puff também abre com uma animaçãozinha, mas a historinha contada lá não fazia nenhum sentido, essa daqui foi melhor. Mas sabe aquele desenho do cavalo que começa bem mas vai ficando cada vez mais mal desenhado? A Vingança do Popeye é assim: uma boa introdução, um desenvolvimento capenga e um final bem ruim.

Vamulá. O Popeye morreu criança, e volta pra se vingar depois de anos. Até aí ok. Mas, se ele morreu criança, por que é um adulto que aparece agora? Digo mais: por que ele usa roupa de marinheiro e uma âncora? E de onde veio o cachimbo? Por que o roteiro não desenvolveu algo no personagem pra ligá-lo às características do Popeye original?

Calma que tem uma revelação no final que ainda piora tudo isso. Sim, é um spoiler, mas pra um filme desses acho que ninguém se importa. Quando ele era criança e estava no porão, uma pessoa misteriosa se comunicava com ele com cartas por debaixo da porta. No fim do filme a gente descobre que a pessoa misteriosa é a irmã do Popeye. Seu nome? Olive. Sim, Olívia Palito aqui é irmã do Popeye. Oi???

Ainda tem um momento onde uma lata de espinafre rola pelo chão. Podiam usar isso pra mostrar que o Popeye ficava mais forte, saída muito fácil que o roteiro podia usar. Mas não, só aparece a lata rolando. Pra que?

O roteiro também tem suas tosqueiras, mas isso infelizmente é normal no estilo. Tipo, tem um personagem, morador local, que entra na trama só pra avisar que todos devem tomar cuidado com a névoa. Ele mora lá, conhece a área. Por que diabos ele fica dando mole quando aparece a névoa? Isso porque não vou falar da passagem dos dias, porque tem cenas de dia e cenas à noite que parecem estar misturadas.

Ah, ainda no roteiro, tem um detalhe que queria mencionar. Uma das mortes acontece na piscina. E logo na cena seguinte, a galera já está na mesma piscina. Quem tirou o corpo e limpou o local? Mais uma da mesma cena: prestem atenção, quando o Popeye mata, ele está de costas pra vítima e corta o pescoço. De onde vem aquele esguicho de sangue na cara dele? Não há ângulo pra ele levar aquele jato no rosto!

Sobre o elenco, ninguém merece ser mencionado. Só queria comentar que a atriz Karolina Ugrenyuk aparece com uma camisa do Brasil. Mas procurei pela internet pra saber o motivo e não achei nada. Deve ser uma coincidência, alguém deve ter achado que ela fica bem com aquela camisa.

Dito tudo isso, como falei, achei A Vingança do Popeye menos ruim que os filmes do Mickey e do Puff. Porque aqui é um slasher vagabundo, mas pelo menos tem um vilão coerente com a proposta (mesmo que só parcialmente), e tem algumas mortes graficamente aceitáveis. Não é um filme pra ser recomendado, mas, se visto no espírito certo, pelo menos não dá raiva.

Por fim, só queria lembrar que existe um plano de se fazer um “Poohniverse”, juntando filmes de terror do ursinho Puff, Peter Pan, Bambi e Pinóquio. Mas até onde sei, este filme do Popeye não fará parte desse rolê, apesar de ser da mesma produtora.

O Macaco

Crítica – O Macaco

Sinopse (imdb): Quando os gêmeos Bill e Hal encontram no sótão um velho macaco de brinquedo do pai, começa uma série de mortes terríveis. Os irmãos decidem jogar o brinquedo fora e seguir em frente com suas vidas, distanciando-se com o passar dos anos.

O Macaco (The Monkey, no original) estava na minha lista de expectativas para 2025, por ser uma história do Stephen King, e dirigida por Osgood Perkins, que ano passado apresentou o bom Longlegs.

Gostei de Longlegs e gostei ainda mais de O Macaco. Se o primeiro era um terror sério, o segundo traz várias cenas de humor negro que fizeram o cinema dar gargalhadas várias vezes ao longo da projeção. São muitas cenas de mortes, e com muito gore. E ao mesmo tempo são cenas engraçadíssimas! Às vezes lembra o clima da franquia Premonição, onde a gente fica esperando mortes cada vez mais absurdas.

O humor negro não está só nas mortes. Vários diálogos também são neste estilo. E preciso dizer que adorei o tom do humor. Olha, há muito tempo heu não ria tanto numa sessão. Lembro que há pouco vi a comédia Bridget Jones Louca Pelo Garoto, e não ri quase nada…

Não li o conto original do Stephen King. Não sei se já era engraçado, ou se o humor negro foi uma adição do diretor e roteirista Oz Perkins (que é filho do Anthony Perkins, pra quem não sabe). Independente de quem é o autor, achei perfeito, este é o meu estilo de humor!

(Alguns amigos meus estão chamando O Macaco de “terrir”. Sei lá, pra mim, “terrir” está mais ligado ao estilo do Ivan Cardoso, filmes tipo As Sete Vampiras ou O Escorpião Escarlate, que eram filmes de terror, mas meio trash. O Macaco não é nada trash!)

O Macaco apresenta um brinquedo que, quando dão corda e ele bate no tambor, uma morte aleatória vai acontecer. O irmãos gêmeos Bill e Hal herdam esse brinquedo, mas tentam se afastar depois que descobrem os efeitos desagradáveis e imprevisíveis.

Curiosidade sobre o brinquedo: segundo o imdb, Oz Perkins resolveu fazer o macaco bater em um tambor em vez de pratos porque os direitos da versão com pratos são de propriedade da The Walt Disney Company, já que o brinquedo apareceu como personagem em Toy Story 3. O que é irônico, porque o macaco com pratos estava em Toy Story 3 porque seu diretor Lee Unkrich é fã de Stephen King.

Oz Perkins, na minha humilde opinião, está num bom momento da carreira. Lembro de quando vi Maria e João, o Conto das Bruxas, que achei bem filmado, mas entediante. Longlegs foi bem melhor, parecia uma uma mistura de Silêncio dos Inocentes com Zodíaco, mas em versão terror. O cara sabe filmar, sabe posicionar sua câmera, seus filmes fogem do óbvio. E agora, com O Macaco, Perkins acertou em cheio. E ainda tem um filme novo dele, Keeper, com previsão de lançar em outubro deste ano!

Os gêmeos Bill e Hal são interpretados pelo mesmo ator: Christian Convery quando adolescentes; Theo James quando adultos. Eles estão bem: achei que eram dois atores diferentes interpretando os adolescentes. Tatiana Maslany interpreta a mãe durante a primeira parte do filme. O Macaco ainda tem participações especiais de Elijah Wood e Adam Scott, cada um faz uma cena. E o diretor Oz Perkins tem um papel bem divertido, o tio dos meninos.

Alguns amigos meus falaram mal de O Macaco quando acabou a sessão. Mas te garanto que a sala inteira do cinema estava gargalhando alto. Acho que esses amigos esperavam um filme sério…

O Homem do Saco

Crítica – O Homem do Saco

Sinopse (imdb): Quando uma ameaça sinistra de sua infância volta a assombrá-lo, um pai luta desesperadamente contra seu medo mais profundo. Só que, desta vez, a luta não é por ele mesmo; é por sua família.

Falei aqui outro dia sobre Blindado, filme ruim muito ruim. O Homem do Saco está longe de ser bom, mas é bem menos ruim que Blindado. Vamulá.

Dirigido pelo pouco conhecido Colm McCarthy, O Homem do Saco (Bagman, no original) é mais um terror genérico vagabundo, igual a dezenas de outros lançados a cada ano. Previsível e clichê, mas tem o seu público.

A ideia aqui é explorar a lenda urbana do homem do saco, aquele que leva crianças mal comportadas. O protagonista, adulto, teve um trauma na infância ligado à lenda, e agora, por motivos financeiros, precisa voltar a morar perto de onde morava quando criança, e coisas estranhas começam a acontecer.

O filme podia ter explorado melhor a dúvida que o protagonista vive: aquilo é real, ou é um trauma de infância? Mas infelizmente tudo aqui é muito raso. Inclusive tem algumas coisas que não fazem muito sentido, como uma psicóloga falando pra outra pessoa sobre os problemas de um paciente – na verdade, é um motivo pra ter diálogos expositivos, pra explicar tudo mastigadinho para o espectador preguiçoso.

Heu sei que quase todos os filmes de terror são baseados em cima de decisões burras de personagens. E na maior parte dos casos aceito isso. Mas algumas decisões são tão burras que dão raiva. Em O Homem do Saco, determinado momento do filme acontece um evento traumático que afeta toda a família, inclusive a irmã da protagonista. Na noite seguinte, a irmã vai dormir na mesma cama que o casal, tão grave foi o trauma. Mas… A criança continua dormindo no quarto ao lado! Caramba, se chegaram ao ponto de colocar três adultos numa cama, por que diabos isolar a criança???

Se tem uma coisa positiva em O Homem do Saco, gostei do visual da entidade, o tal Homem do Saco – principalmente antes de tirar o capuz e mostrar toda a cabeça (quando tira o capuz, criaram um visual mais grotesco do que assustador, prefiro com capuz). Também gostei da movimentação da criatura pelas paredes, pena que o filme mostrou pouco disso. Por outro lado, achei que o filme deu um mole grande quando não explorou mais a caverna onde a criatura mora. Aquilo podia ter dado um “up” na reta final do filme. Ah, a trilha sonora também é boa.

No elenco, deu pena do Sam Claflin, que tem um currículo razoável, fez Jogos Vorazes, Como Eu Era Antes de Você, Enola Holmes, protagonizou a série Daisy Jones and the Six… Por que ele está fazendo terror vagabundo?

Claro que O Homem do Saco tem um final que deixa espaço pra uma continuação. E claro que a gente torce pra essa continuação nunca acontecer.