A Noite que Mudou o Pop

Crítica – A Noite que Mudou o Pop

Sinopse (Google): Em uma noite de janeiro de 1985, as maiores estrelas da música se reuniram para gravar “We Are the World”. O documentário se aprofunda nos bastidores do evento para descobrir como tantos artistas se juntaram para fazer algo histórico.

Um documentário sobre a histórica gravação de We Are the World!

Uma contextualização pra quem não era nascido na época. No fim de 1984, um grupo de músicos ingleses se reuniu para uma gravação beneficente. A banda se chamava “Band Aid” e tinha gente como Bono, Sting, George Michael, Simon LeBon, Boy George e Phil Collins, entre outros, e a música falava do Natal: “Do They Know it’s Christmas”. Inspirados por essa gravação, um grupo de músicos americanos resolveu fazer exatamente igual (inclusive convidaram Bob Geldof, idealizador do projeto inglês, para participar da gravação), e criaram o USA For Africa, para arrecadar fundos contra a fome na África. Heu particularmente gostava mais da música inglesa (heu tinha o compacto!), mas sempre tive a impressão de que a versão americana tinha mais sucesso.

(Chegou a ter uma versão brasileira, “Chega de Mágoa”, contra a seca no Nordeste, que reuniu gente como Rita Lee, Tim Maia, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Simone, Roger, Paula Toller e vários outros.)

A Noite que Mudou o Pop (The Greatest Night in Pop, no original) é um documentário que conta a história dessa gravação, contando com ricas imagens de arquivo e alguns depoimentos atuais de pessoas envolvidas.

(Só achei o nome nacional errado, se existiu uma “noite que mudou o pop”, deveria ser a versão inglesa, que veio antes…)

Já tinha visto esse videoclipe centenas de vezes, mas nunca tinha parado pra pensar como deve ter sido difícil pra juntar toda essa galera num estúdio, por causa de questões de ego e de agenda. O filme aborda isso, eles falam, por exemplo, que era pra ter o Van Halen, mas estavam em turnê; o filme também cita que Quincy Jones colocou um aviso na entrada do estúdio dizendo “deixem seus egos fora” – era muita gente, então os artistas tinham que entrar sozinhos, deixando assessores e auxiliares de fora.

A música foi composta por Michael Jackson e Lionel Ritchie. Era pra ter colaboração do Stevie Wonder, mas ele não respondeu as mensagens a tempo, quando respondeu a música já estava pronta. E eles aproveitaram a noite da premiação American Music Awards, que aconteceria em Los Angeles e contaria com boa parte dos músicos participantes do projeto. Pensa só: chegaram no estúdio 10 horas da noite, para só então começarem a gravação!

Uma coisa curiosa é a gente se situar na época. Era janeiro de 1985 – mesmo mês do primeiro Rock in Rio! Al Jarreau participou de ambos, mas acho que foi o único.

O documentário traz algumas histórias muito boas. Prince era pra ter participado, mas rolava uma briga de egos entre ele e o Michael Jackson. Sheila E, então namorada do Prince, foi usada pra tentar convencer o Prince a vir. Quando ela se tocou que era esse o motivo do convite, saiu fora.

Um dos momentos mais engraçados é quando vemos Bob Dylan perdido no meio da galera. Todos o reverenciavam como um nome importante na música, mas ele estava muito deslocado. Também foi divertido ver Diana Ross tietando Daryl Hall e começando uma onda de caça a autógrafos.

Stevie Wonder, um dos músicos mais completos presentes no estúdio, tem cara de ser muito boa praça, e também protagoniza alguns momentos bem divertidos. Ele é um dos primeiros a gravar o solo, e erra de propósito só pra quebrar o gelo para os menos experientes.

Vemos depoimentos atuais de gente como Lionel Ritchie, Bruce Springsteen, Huey Lewis, Cyndi Lauper, misturados com imagens da gravação naquela longa noite. Uma bela história que felizmente foi muito bem documentada.

A Noite que Mudou o Pop não é perfeito, senti falta de mostrar um pouco mais de alguns dos protagonistas, como Billy Joel e Tina Turner. Mesmo assim, achei muito bom.

Agora, A Noite que Mudou o Pop reforçou o que normalmente penso sobre documentários: um documentário só é bom se você se interessa pelo assunto abordado. Heu curti muito porque vivi aquela época, e me lembro das carreiras de cada um que aparece. Além disso, ver Kenny Loggins, Steve Perry, Daryl Hall e Huey Lewis juntos me lembra a minha banda Elemento Surpresa, a gente tocava Footloose, Don’t Stop Believin, Kiss on My List e Power of Love. Agora, será que alguém dá geração dos meus filhos vai curtir?

Deu vontade de ver um documentário parecido sobre a versão inglesa. Será que existe material de arquivo suficiente?

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