American Fiction

Crítica – American Fiction

Sinopse (imdb): Um romancista que está cansado de ver o sistema lucrar com o entretenimento “negro” usa um pseudônimo para escrever um livro que o leva ao coração da hipocrisia e da loucura que ele diz desprezar.

E vamos ao décimo filme do Oscar!

Antes de tudo, preciso falar que não sei se o nome do filme aqui no Brasil vai ser “American Fiction” ou “Ficção Americana”. O imdb fala em “Ficção Americana”, mas a wikipedia não usa nenhum nome em português. E não aparece nada no calendário de lançamentos do filmeB. Na dúvida, vou chamar de “American Fiction” mesmo.

Dirigido e co-escrito por Cord Jefferson, American Fiction traz uma crítica bem pertinente para os dias de hoje. Um escritor negro quer ser apenas um escritor, não quer ser rotulado pela cor da sua pele. Ele se sente incomodado com isso, mas não consegue ir contra o mercado – seus livros mais bem elaborados não vendem bem, enquanto livros de outros autores negros que exploram os clichês e estereótipos figuram nas listas de best sellers. Revoltado com a situação, ele resolve criar um personagem e escreve um livro usando todos os clichês e estereótipos que estava criticando – e o livro é um sucesso. Agora ele precisa lidar com a sua criação e o sucesso que ela está fazendo.

O filme traz algumas sacadas geniais desse personagem que está involuntariamente preso numa espécie de cota mas não quer ser rotulado. Além disso, tem algumas piadas muito boas.

Um dos grandes trunfos de American Fiction está no seu elenco. Jeffrey Wright, o narrador do What If da Marvel, está ótimo como o escritor rabugento e mal humorado – não, não é um cara que a gente vai gostar, ele é antipático e até meio mala. Mesmo assim é um ótimo personagem. E de quebra Sterling K. Brown também está excelente e rouba todas as cenas onde aparece. Não à toa, os dois estão concorrendo ao Oscar (ator e ator coadjuvante, respectivamente). Ainda no elenco, Tracee Ellis Ross, Issa Rae, John Ortiz e Keith David.

Queria comentar duas cenas, mas vou tomar cuidado pra não entrar em spoilers. Uma é o tradicional momento onde o escritor está diante do teclado, desenvolvendo uma parte do livro. Em vez da clássica cena dele digitando, temos a visão dele, e os personagens surgem em tela, desenvolvendo os diálogos. E essa cena ainda conta com Keith David, de Eles Vivem.

A outra cena é o fim do filme, justo a conclusão. A narrativa muda um pouco o estilo apresentado ao longo do filme inteiro. Li críticas com relação a isso, mas posso dizer que curti o final “diferente”.

Uma coisa que achei curiosa, mas não me lembro de ter sido mencionada no filme. O protagonista se chama Thelonious, mas todos só o chamam de Monk. Como é que ninguém no filme citou o pianista Thelonious Monk? Acredito que parte do público não conheça o pianista…

American Fiction está concorrendo a 5 Oscars: filme, roteiro adaptado, ator, ator coadjuvante e trilha sonora.

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