Besouro Azul

Crítica – Besouro Azul

Sinopse (imdb): Jaime Reyes, um adolescente de origem mexicana, encontra um artefato alienígena que lhe dá um exoesqueleto mecanizado e poderes, tornando-o no Besouro Azul.

A gente sabe que a DC não é organizada no cinema, e a gente sabe que o James Gunn saiu da Marvel e foi pra DC pra organizar o DCEU (o universo cinematográfico da DC). Então a gente não sabe o que vai continuar sendo “canônico” e o que vai ser “filme solo”. Este novo filme da DC, Besouro Azul (Blue Beetle, no original), fez uma coisa inteligente: a gente sabe que o filme se passa dentro do universo da DC, porque vemos um personagem usando uma camisa onde está escrito “Gotham”, ou outro personagem que comenta que o Superman é de Metrópolis; mas não usa nenhum personagem nem cita nenhum evento de algum dos outros filmes da DC. Este pode, no futuro, ser um filme independente, ou pode fazer parte do DCEU.

Preciso reconhecer que não conhecia NADA sobre o personagem. Vou além: confundi com o Besouro Verde, daquele filme fraco do Michel Gondry com o Seth Rogen. Então, preciso avisar que o meu texto será apenas sobre o filme, nunca li nenhuma HQ do herói. Não sei nos quadrinhos, mas aqui, tudo é fortemente ligado à América Latina. O diretor Angel Manuel Soto é porto-riquenho, o ator principal Xolo Maridueña é americano mas tem ascendência mexicana, cubana e equatoriana, a atriz principal Bruna Marquezine é brasileira, e o personagem tem uma família de mexicanos.

E a grande dúvida: o filme presta? Olha, não é digno de estar em listas de melhores do ano, mas é um filme divertido. A DC é tão bagunçada nos cinemas, que é uma boa notícia quando vemos um filme leve e despretensioso como esse Besouro Azul. Afinal, sempre digo que “cinema é a maior diversão”. E Besouro Azul vai divertir o público alvo.

Agora, o espectador precisa de muita boa vontade porque tem vários momentos onde o roteiro força a barra, tipo, logo na parte inicial, onde tem um escaravelho que estava perdido há 15 anos, super raro, que é deixado displicentemente em cima de uma mesa, dentro de um laboratório onde você só precisa apresentar um simples crachá pra abrir a porta. Não tem sistema de segurança, não tem sistema de câmeras… Mas, filme de super herói, a gente acredita em super poderes, tem gente super forte, tem gente que voa, ok, a gente aceita que seja fácil roubar um artefato raro.

Os efeitos especiais são muito bons, o que é algo essencial aqui. O espectador consegue entender como funcionam todas as habilidades que a armadura proporciona. Com efeitos fracos essa parte ficaria muito tosca. E a armadura tem menos cara de Power Rangers do que parecia pelo trailer.

Gostei dos dois personagens principais, tanto o Jaime Reyes do Xolo Maridueña quanto a Jenny Kord da Bruna Marquezine. A família de mexicanos é bem divertida, gostei dos personagens, mas reconheço que é um humor cartunesco e escrachado. A galera vai rir no cinema, mas a gente sabe que é completamente fora da realidade. Já os vilões, não gostei são péssimos. Susan Sarandon está caricata no mau sentido, e o vilãozão malvadão Carapax é ainda pior. E no fim tentaram dar uma redenção pra ele que ficou muito forçada.

(Susan Sarandon estava na cena pós créditos de Jolt, dando a entender que viraria uma franquia. Mas deve ter dado errado…)

Tem uma galera hater reclamando da Bruna Marquezine como protagonista de filme da DC. Em alguns momentos ela abusa das caras e bocas, mas no geral ela manda bem e acho que vai conquistar os haters. Uma coisa curiosa: a personagem é brasileira, mas não tem outro brasileiro, então não tem nenhum diálogo em português – vemos vários diálogos em espanhol, vindos da família mexicana. Mas, em um determinado momento catártico no fim do filme, ela solta uma frase em português – claro que a galera no cinema foi ao delírio. Mas, não sei, não li em nenhum lugar, mas acredito que ela deve ter gravado essa cena duas vezes, uma falando em português e outra em inglês. Porque não tem nenhum sentido a personagem dela falar uma frase em português assim do nada. Será que nas versões gringas também tem essa frase?

No fim, o tradicional de filmes de super: duas cenas pós créditos. Um gancho pra continuação, e uma piadinha lááá no fim dos créditos.

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