Dezesseis Facadas

Crítica – Dezesseis Facadas

Sinopse (imdb): Quando o infame “Sweet Sixteen Killer” retorna 35 anos após sua primeira onda de assassinatos para fazer outra vítima, Jamie, de 17 anos, acidentalmente viaja de volta no tempo para 1987, determinada a deter o assassino.

Sei que estou atrasado. Segundo o imdb, Dezesseis Facadas (Totally Killer, no original) estreou no Amazon Prime no dia 06 de outubro. Mas heu estava focado no Festival do Rio, então deixei esse filme pra depois.

Acabado o Festival, vi Dezesseis Facadas e posso dizer: achei muito divertido!

É um slasher com viagem no tempo. Parece uma mistura de De Volta Para o Futuro com Pânico (ambos os filmes são citados aqui). Aliás, a gente tem que se lembrar que Pânico é slasher mas também tem um “whodunit” na trama, diferente de slashers como Halloween e Sexta Feira 13, onde todos sabem quem e o assassino. Dezesseis Facadas também é slasher com whodunit.

Sim, o clima lembra A Morte te Dá Parabéns, outro slasher que usa viagem no tempo, a diferença é que aqui a personagem volta para o passado e naquele a personagem cai num loop temporal. E olha que curioso, escrevi algumas frases sobre A Morte te Dá Parabéns que servem para Dezesseis Facadas: “Não tem nada de novidade aqui: um pouco de Feitiço do Tempo, um pouco de Pânico, um pouco de Meninas Malvadas, um monte de clichês. Mas a mistura “deu liga”, e o filme consegue o que se propõe: ser uma boa diversão. A Morte te dá Parabéns pega aquele monte de clichês e coloca tudo num formato bem humorado. Em momento algum o filme se leva a sério, e isso é muito bom.” Tirando a citação a Feitiço do Tempo, tudo se encaixa aqui.

Teve gente comparando Dezesseis Facadas com Terror nos Bastidores. Mas só o pontapé inicial é igual. Dezesseis Facadas é sobre uma adolescente que usa uma máquina do tempo para voltar no tempo e impedir o assassinato de sua mãe, desmascarando o assassino; Terror nos Bastidores é sobre um grupo de amigas que são sugadas para um filme de terror dos anos 1980, estrelado pela mãe de uma delas.

Uma das coisas mais divertidas em Dezesseis Facadas são os choques de comportamento por causa de mudanças na sociedade. Para uma jovem de 17 anos de 2023, muitas coisas de 1987 não são mais aceitáveis, como por exemplo uma camisa com uma piadinha machista (ela fala “essa camisa é completamente inapropriada!”); ou quando ela é colocada no time de queimado na aula de educação física – sim, a educação física era muito mais violenta naquela época.

Ok, a ideia da máquina de viagem no tempo deixa espaço pra forçações no roteiro. Concordo. Não podemos ver Dezesseis Facadas como um filme “cientificamente correto”. Mas, pelo menos precisamos reconhecer que o roteiro consegue deixar a história fluida e sem grandes furos. E gostei de como explicam a viagem no tempo aqui, derrubando a “teoria McFly” de que se seus pais não ficarem juntos você desaparece.

Um parágrafo pra listar algumas referências. A protagonista se chama Jamie Hughes – Jamie é homenagem a Jamie Lee Curtis; Hughes é homenagem a John Hughes, diretor de Gatinhas e Gatões e Clube dos Cinco, ambos estrelados por Molly Ringwald (citada mais de uma vez no filme). Aliás, a escola se chama Vernon High School – Richard Vernon era o professor em Clube dos Cinco. A máscara do assassino é uma mistura de Max Headroom (sem os óculos) e Billy Idol. Jamie usa o sobrenome Lafleur quando volta ao passado; em Lost, Sawyer usou o pseudônimo Jim Lafleur quando voltou no tempo. Por fim, uma referência mais obscura: o grupo das “meninas malvadas” aqui são as “Mollys”. No filme Atração Mortal, de 1988, existe um grupo semelhante, as “Heathers”.

Gostei do elenco. A protagonista é Kiernan Shipka, mais conhecida pela série Sabrina (que heu nunca vi). Julie Bowen, conhecida por Modern Family, faz a mãe dela. O resto do elenco tem vários nomes desconhecidos (pelo menos pra mim), mas uma coisa que preciso reconhecer é que encontraram atores e atrizes bem parecidos pra interpretarem os mesmos personagens nas duas linhas temporais.

“Ah, mas não gosto de filme que recicla ideia repetida”. Ok, passe pro próximo. Já disse aqui antes e repito: se for bem feito, não me incomodo com ideias recicladas.

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