Mortal Kombat

Crítica – Mortal Kombat

25 anos depois, uma nova versão do jogo Mortal Kombat. Será que esse vai ser melhor que o de 1995?

Sinopse (imdb): O lutador de MMA Cole Young procura os maiores campeões da Terra para enfrentar os inimigos de Outworld em uma batalha de alto risco pelo universo.

(Sei não, mas essa sinopse não tá correta. Não é o Cole Young que está procurando a galera…)

Já falei, não sou ligado em videogames. Mas já joguei Mortal Kombat uma ou duas vezes na vida. Mas, não acho que uma adaptação deva ser feita só pra quem conhece o material original (seja de videogame, livro, HQ, do que for). Nisso, este Mortal Kombat funciona. Tem seus fan services, mas pode ser visto por quem nunca jogou.

Nos anos 90, foram lançados dois filmes que sempre me confundo (só vi naquela época, acho que nunca revi). Em 1994 teve o Street Fighter (com o Van Damme e o Raul Julia); e em 1995 teve o Mortal Kombat (dirigido pelo Paul W.S. Anderson e com o Christophe Lambert). Não me lembro qual é qual, as lembranças de ambos se misturam, afinal são filmes iguais.

(Filme baseado em videogame de luta que me lembro, acho que só o DOA, de 2004, um filme que assumo que é um guilty pleasure, que traz várias mulheres bonitas lutando, e o visual das lutas é sempre bonito.)

Logo de cara vemos que este novo Mortal Kombat, dirigido pelo estreante Simon McQuoid, tem uma vantagem sobre todos esses filmes que citei: a violência está liberada na tela. Temos sangue e gore em abundância.

(O nome do James Wan está nos créditos como produtor, mas tenho minhas dúvidas se ele teve algum envolvimento com o projeto)

Agora, o roteiro… Por que os roteiros de filmes assim são sempre tão ruins? Tenho vontade de falar, mas pode ser spoiler. Vou deixar o aviso de spoilers.

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Logo no início, o filme já mostra que não liga pra coerência. Pra começar, uma marca de nascença não pode ser um convite pra um torneio, mas até aí tudo bem. Conhecemos o protagonista Cole Young, que tem a marca, e logo conhecemos mais um, o Jaxx, também com a marca. Ele aparece para ajudar o Cole, mas, resolve se sacrificar pelo cara que ele nem sabe direito quem é! Só nessa sequência já são 3 coisas sem muito sentido: 1- O Jaxx resolve enfrentar o Sub Zero sozinho; 2- O Sub Zero “mata” o Jaxx mas não vai verificar se ele realmente morreu; e 3- Cole resolve, do nada, seguir as instruções de um desconhecido que ele nem sabe quem é. E, na sequência, o Kano é o único que sabe onde encontrar o tal mundo escondido (como assim, de onde ele descobriu isso?), e a Sonya Blade resolve ir embora sem procurar o parceiro de trabalhos, que era o Jaxx.

E a gente ainda nem chegou no tal mundo paralelo onde as lutas acontecerão!!!

Heu podia continuar, mas o texto ia ser só isso. Ia ser um post “100 problemas no roteiro de Mortal Kombat“. Então deixa pra lá. Só digo que não melhora.

Mas, antes de acabar o momento spoiler, ainda preciso falar duas coisas:

– tem um momento que tem talvez a frase mais estúpida que vi no cinema este ano. Eles vão lutar contra os vilões. Mas é luta “de turma”, “somos nós contra eles, aí eu enfrento fulano, você enfrenta siclano e você enfrenta beltrano” “Mas, e o Sub Zero, que é o mais forte?” “Ah, o Sub Zero a gente deixa pra depois e vamos todos contra ele”. Broder, é uma luta de galera. Não tem como dizer pro Sub Zero “ei, amigo, você que é forte, fica aí vendo a gente matar seus amigos e você entra depois”.

– trazer um fantasma pra lutar contra o Sub Zero foi a solução deus ex machina mais forçada que vi nos últimos tempos.

FIM DOS SPOILERS!

De bom no roteiro, gostei das piadas do Kano. Gosto de referências de cultura pop.

O elenco tem dois destaques, o resto é de sofrível pra baixo. O Sub Zero é interpretado por Joe Taslim, que estava no primeiro The Raid, depois foi pra Hollywood e participou das franquias Velozes e Furiosos e Star Trek, e depois fez A Noite nos Persegue. O Hanzo Hasashi é interpretado por Hiroyuki Sanada, que fez Sunshine Alerta Solar e um dos filmes do Wolverine. Esses dois são de longe os melhores do filme – inclusive, a cena inicial é com eles. O resto, deixa pra lá.

Ainda preciso falar sobre o visual. Os efeitos especiais são ok, nada enche os olhos, mas também nada atrapalha. Mas achei curioso porque um dos personagens me lembrou de Aventureiros do Bairro Proibido, de 1986. Não sei se já existia o jogo Mortal Kombat em 86, não sei se ambos se inspiraram na mesma coisa, só sei que ficou bem parecido.

Aparentemente os planos são pra ter uma (ou mais) continuação(ões), o filme fecha com um gancho pro próximo.

Ainda podia falar mais, mas o texto ia ficar longo, e heu ia acabar me repetindo. Quem curte o estilo deve curtir o filme. E, se o roteiro é ruim, pelo menos dessa vez ninguém pode reclamar da falta de violência nos jogos.

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