Soul

Crítica – Soul

Vamos de Pixar?

Sinopse (imdb): Depois de conseguir o emprego de sua vida, um pianista de jazz de Nova York de repente se vê preso em um mundo estranho entre a Terra e a vida após a morte.

A Pixar deu azar com a pandemia. Em 2019, lançou Toy Story 4, e a previsão era dois longas pra 2020, Dois Irmãos (Onward) e Soul. Mas, na época do lançamento mundial de Dois Irmãos, veio a pandemia e o filme nem chegou a passar nos cinemas de alguns países – o Brasil estava nessa leva.

E o cinema entrou em compasso de espera, porque ninguém sabe quando poderemos ter salas cheias de novo.

Dois Irmãos saiu pelo streaming, e perdeu o “bonde do hype” (e nunca saberemos se a história seria outra se fosse lançado no cinema). Mas, com Soul, parece que o lançamento via streaming deu certo.

Antes de entrar no filme, queria falar que esse tema falou diretamente comigo. Já vivi essa situação de “quero viver de música, vou esperar a minha grande chance, e vou dar aulas enquanto isso não acontecer”. Felizmente posso dizer que hoje vivo feliz trabalhando com outras coisas e deixando a música como um hobby sério. Mas o Helvecio de 25 anos era bem parecido com o protagonista de Soul.

Vamos ao filme? Muita gente está comparando Soul com Divertida Mente – porque ambos trazem mundos paralelos ao nosso, mostrando o que seriam os bastidores de coisas da nossa vida – se um fala das emoções, o outro fala de antes e depois da nossa vida aqui nesse planeta. E a comparação tem lógica, afinal ambos os filmes foram dirigidos pelo mesmo Pete Docter (que ainda fez Up e Monstros S.A.).

Soul consegue criar todo um universo onde as almas se preparam para vir para a Terra. E, claro, como acontece na maioria dos limes da Pixar, temos um mundo visualmente rico, personagens bem construídos, e uma trama com momentos engraçadíssimos, ao lado de momentos onde a maior parte do público vai chorar de emoção.

O traço do desenho é fantástico. Nas cenas de Nova York, o traço é tão bem feito que às vezes parece que filmaram os cenários. E, pra contrastar com os desenhos perfeitos, temos alguns personagens – os “Zés” – que são feitos de uma única linha, sem profundidade. Ficou genial!

Só mais um comentário sobre o traço do desenho. Não me lembro de nenhum desenho animado onde vemos um piano sendo tocado de maneira tão perfeita. Você vê os dedos do personagem nas teclas do piano, a sincronia é perfeita!

Sobre a trilha sonora, a surpresa positiva foi descobrir que foi feita por Trent Reznor e Atticus Ross – dupla que fez a trilha de vários filmes do David Fincher, como Mank, Garota Exemplar, Millenium, A Rede Social (até ganharam o Oscar por este último). Heu já curtia as trilhas da dupla, mas não tinha ideia que seriam capazes de fazer uma trilha de jazz, e logo uma trilha tão boa. Afinal, eles são do Nine Inch Nails, que é uma banda de rock industrial e eletrônico.

Vi dublado, quando vi que os dois atores principais são Jamie Foxx e Tina Fey, deu vontade de rever legendado. Gosto muito de ambos. E entre as vozes originais, ainda tem a Alice Braga como um dos Zés!

Preenchimento obrigatório *

You may use these HTML tags and attributes:
<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*