Top 5 Plágios de Guerra nas Estrelas

Top 5 Plágios de Guerra nas Estrelas

Guerra nas Estrelas – ou Star Wars, como é mais conhecido hoje em dia (sim, sou velho) foi um grande sucesso desde o seu lançamento, lá em 1977 (aqui no Brasil foi em 1978). E o que acontece quando algo faz muito sucesso? Aparecem cópias.

Às vezes Hollywood tem “filmes gêmeos”, mas aí não é exatamente uma cópia de um filme que fez sucesso. Um grande estúdio anuncia um filme sobre um tema, aí outro estúdio desenvolve outro filme no mesmo tema, e um acaba surfando no sucesso do outro. Filmes como Armagedom e Impacto Profundo, ambos lançados em 1998, que são filmes catástrofe com um asteroide ou cometa que vai se chocar com o planeta. Ou Inferno de Dante e Volcano, ambos de 1997, ambos filmes catástrofe com vulcões. Ou ainda Robin Hood Príncipe dos Ladrões e Robin Hood Herói dos Ladrões, ambos de 1991 – e ainda teve o Robin Hood do Mel Brooks em 1993!

Mas, o vídeo de hoje não é sobre esses filmes. Esses não são plágios. Mas, se o assunto te interessa, aqui tem um Podcrastinadores sobre esse tema.

O vídeo de hoje é sobre cópias. Muitas delas, plágios na maior cara de pau. Acho que todos os brasileiros se lembram daqueles DVDs lançados nas Lojas Americanas – a Pixar lançou Carros, apareceu o DVD Carrinhos; a Pixar lançou Ratatouile, apareceu o DVD Ratatoing. Outro bom exemplo é a produtora Asylum, que produz títulos como Transmorfers ou The Terminators. Quando anunciam um novo filme, a Asylum pega o título e a sinopse, e faz um filme rapidinho pra lançar no mercado antes do lançamento do oficial. É assim que eles conseguem escapar de processos – como o filme deles é feito antes, não é uma cópia do filme em si, e sim em cima da ideia.

Ainda preciso citar outro exemplo, que é a paródia, filmes como Top Gang, Máquina Quase Mortífera e Todo Mundo em Pânico. Preciso citar paródias porque provavelmente muita gente vai pensar em Spaceballs, do Mel Brooks. Não dá pra chamar de plágio, porque, propositalmente, Spaceballs usa elementos de Guerra nas Estrelas pra fazer piadas. Tipo ter um capacete parecido com o Darth Vader, e a gente ouve a respiração, e quando abre o capacete, é o Rick Moranis, de óculos e com dificuldade de respirar. Genial!

Vamos aos plágios? Desta vez não tem exatamente uma ordem. É complicado pensar numa ordem, seria de pior pra melhor? De mais tosco pra menos tosco? De mais plágio pra menos plágio? Vamos sem ordem mesmo.

Message From Space (1978)

George Lucas se inspirou em elementos da cultura japonesa para o seu filme. Message From Space pode ser uma espécie de revanche. Até então o filme mais caro produzido pela Toei (entre 5 e 6 milhões de dólares), Message From Space traz um planeta escravizado por um tirano espacial, e sua população pede ajuda para um time intergalático.
Message From Space tem uma trama diferente da trama de Guerra nas Estrelas, mas são vários elementos visuais que lembram. Tem uma princesa, um robô, um vilão imponente, um exército do mal, naves em trincheiras…

Mercenários das Galáxias / Battle Beyound the Stars (1980)

Se George Lucas se inspirou em A Fortaleza Escondida, de Akira Kurosawa, Roger Corman fez uma aventura espacial baseada em outro clássico do Kurosawa, Os Sete Samurais. O filme conta a história de um jovem fazendeiro que precisa de ajuda pra impedir que um ditador destrua o seu planeta. Apesar de plágio descarado, Mercenários das Galáxias não é um filme ruim. E tecnicamente, tem dois nomes que se tornariam muito mais importantes no futuro: James Cameron nos efeitos especiais e James Horner na trilha sonora.

Star Crash (1978)

Se é uma lista de plágios, não podemos deixar de ter um italiano!
Não sei como funcionam as leis de direitos autorais na Itália. Mas lembro que quando comecei a procurar cds piratas de artistas que gosto, quase todos eram italianos.
Antes de seguir, um parênteses pra explicar a diferença entre compartilhamento de arquivos e bootlegs. Hoje em dia a pirataria na internet consiste basicamente em você compartilhar um arquivo sem pagar pelos direitos. Existe aos montes, com filmes e com músicas. Mas trata-se de cópia de material oficial. Bootlegs não eram oficiais. Eram gravações de shows, muitas sem qualidade, e quase sempre sem o artista saber da existência.
Ambos são pirataria, ambos são ilegais. Mas são coisas diferentes.
Aproveito pra contar uma história pessoal. Uma vez encontrei pra vender uns cds piratas dos Mutantes. Sou muito fã de Mutantes, claro que comprei. Supostamente, era uma gravação bootleg do último show deles, em 1978.
Anos depois, fiz um trabalho de transcrição de partituras para songbook com o Luciano Alves, que era o tecladista dos Mutantes nessa época. Pensei “será que ele ia gostar de saber que tenho um cd pirata com ele tocando?” Resolvi contar pra ele, e ele ficou feliz, porque já tinha ouvido falar da existência dessa gravação, mas não sabia se era real ou não. Ele me pediu uma cópia, e disse que ia repassar pro Rui Motta, que era o baterista nessa ocasião.
Fiz a “volta completa” no bootleg: adquiri um cd pirata, e depois copiei pro próprio artista que foi pirateado!
Voltando ao cinema… Claro, o cinema italiano tem vários casos de cópias de filmes hollywodianos – tanto que criaram o termo “western spaghetti” pra falar de faroestes feitos na Itália. E o que é curioso é que teve gente talentosa que surgiu no meio desses filmes copiados, gente como Sergio Leone e Dario Argento.
Star Crash é uma “ficção científica spaghetti”. É uma aventura espacial com cara de Guerra nas Estrelas. Sabe a frase “A long time ago in a galaxy far far away”? Que tal trocar por “Into the farthest reaches of space and time”? É uma cópia tão descarada que tem até um sabre de luz! Bem, uma coisa Starcrash fez antes de Guerra nas Estrelas. Anos antes do biquini dourado, a personagem Stella Star passa quase o filme inteiro com poucas roupas.
The Man Who Saves The World – Turkish Star Wars (1982)

Este The Man Who Saves The World deve ser um dos maiores casos de plágio descarado da história do cinema. O filme simplesmente usa cenas de Guerra nas Estrelas ao fundo. E ainda usa a trilha sonora de Caçadores da Arca Perdida! Sério, não tem muito mais o que falar. Cara de pau nível máximo.

Battlestar Galactica (1978)

Battlestar Galactica, ou BSG, é um caso à parte. Vamos por partes.
Em primeiro lugar, o roteiro já existia antes do lançamento de Guerra nas Estrelas, mas a produção só conseguiu luz verde depois.
Em segundo lugar, porque a série ganhou um reboot em 2004, e esse reboot é muito muito bom – arrisco a dizer que é – dentre todas as séries que já vi – a melhor série de todos os tempos. Então fica estranho algo de tão boa qualidade ser chamada de plágio.
Além disso ainda tem o lance que BSG é uma série, e aqui estou falando de filmes. Mas, tem uma área cinzenta aí. Os três primeiros episódios juntos fazem “o filme que deu origem a série”, e passou nos cinemas em alguns lugares. Lembro de ter visto no cinema do Barra Shopping!
Mas… A série de 1978 tem tantos elementos parecidos que George Lucas chegou a processar a Universal, detentora dos direitos sobre BSG. (Sério, Lucas? Processa BSG e deixa o Turkish Star Wars passar?). Ralph McQuarrie e John Dykstra inclusive trabalharam nos efeitos especiais das duas produções.
Bem, como fã de Guerra nas Estrelas e também de BSG, preciso dizer que a versão de 2004 não tem nada de plágio, é uma série fortemente recomendada. E a versão de 1978 tem cara de plágio sim, mas era divertida.

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