Sonic 2 – O Filme

Crítica – Sonic 2: O Filme

Sinopse (imdb): Quando o maníaco Dr. Robotnik retorna à Terra com um novo aliado, Knuckles, Sonic e seu novo amigo Tails são tudo o que se interpõe em seu caminho.

Adaptações de videogame têm um histórico complicado. Quase sempre dá errado. Não sei exatamente por que, afinal muitos dizem “este videogame é um filme completo” – mas, quando chega nas telas, não funciona. Acho que até hoje só acertaram duas vezes: o primeiro Resident Evil e o primeiro Silent Hill.

E em alguns casos, a adaptação é mais complicada. Alguns videogames têm personagens humanos e se passam em ambientes reais – como os recentes Uncharted (fraco) e Resident Evil (ruim) – ou seja, é só filmar a história do game. Mas outros casos como este Sonic são bem mais complicados, afinal o protagonista não faz sentido (no mundo real): é um ouriço azul que corre rápido dando cambalhotas e colecionando anéis. Como trazer isso para um filme com personagens humanos?

Mas, adaptaram e fizeram o primeiro Sonic dois anos atrás – e preciso dizer que nem achei tão ruim. Claro, longe de ser bom, mas era uma boa sessão da tarde.

Agora temos a continuação. E se antes a gente tinha um personagem que não faz sentido, agora temos mais dois: Knuckles, um équidna vermelho muito forte; e Tails, uma raposa amarela com duas caudas que viram hélices de helicóptero. E tudo é coerente com a trama: nada faz sentido.

Antes que me chamem de velho rabugento: nem a proposta do filme é seguida. Determinado momento, Sonic fala que ele é rápido e o Knuckles é forte. Mas quando eles correm, eles têm a mesma velocidade, e todas as vezes que Sonic e Knuckles se batem, fica empatado. Nem o filme segue a lógica inventada pelo próprio filme!

Os efeitos são apenas ok. Nas cenas onde temos interação com humanos, às vezes fica estranho, tem cara de cgi que vai vencer em breve.

No elenco, Jim Carrey está careteiro como em quase toda a sua carreira, mas funciona no papel. Ouvi elogios sobre a dublagem de Idris Elba para o Knuckles, mas vi o filme dublado, então não posso palpitar. De resto no elenco, apenas James Marsden voltando ao papel do primeiro filme.

Estou aqui reclamando, mas a sessão que fui estava cheia de crianças, e aparentemente todas gostaram. Ou seja, Sonic 2: O Filme funciona para o seu propósito. Mas recomendo baixar as expectativas.

Sonic: O Filme

Crítica – Sonic: O Filme

Sinopse (imdb): Depois de descobrir um ouriço pequeno, azul e rápido, um policial de cidade pequena deve ajudá-lo a derrotar um gênio do mal que deseja fazer experiências com ele.

A proposta de uma adaptação cinematográfica para o videogame Sonic era arriscada. Primeiro porque é uma história que não faz muito sentido – um ouriço azul muito rápido que se movimenta dando cambalhotas. E ainda teve o lance do trailer. Pra quem não acompanhou: lançaram um trailer com o Sonic bem tosco. A galera “das internetes” chiou, e não é que melhoraram o visual do bicho?

Mas sabe que essas coisas acabaram ajudando o filme? A expectativa foi lááá pra baixo. E o filme nem é ruim. Tem seus clichês, tem suas falhas nos efeitos especiais, tem seus momentos onde copia outros filmes (impossível não lembrar das cenas do Mercúrio nos filmes dos X-Men). Mas consegue o que se propõe: é divertido.

Ok, vamos deixar claro: Sonic: O Filme (Sonic the Hedgehog, no original) está longe de ser um filmaço. Mas é leve, tem momentos bem engraçados, e vai agradar o público alvo infantil (que talvez nem conheçam o jogo).

No elenco, Jim Carrey está careteiro como sempre, mas funciona no papel. James Marsden já teve papeis melhores, mas não atrapalha. Mais ninguém conhecido…

Enfim: se a expectativa estiver baixa, vai agradar.

Tudo Por Um Furo

0-Tudo-por-um-furoCrítica – Tudo Por Um Furo

1979. Demitido do programa que o deixou famoso, Ron Burgundy volta para Nova York para trabalhar no primeiro canal de notícias 24 horas.

Antes de tudo, preciso confessar que nunca vi o primeiro filme, O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy (Anchorman, no original), lançado em 2004. Mas podemos dizer que isso não é pré-requisito, dá pra entender tudo da continuação.

Dirigido pelo mesmo Adam McKay do primeiro filme, Tudo Por Um Furo (Anchorman 2, no original), é co-escrito e estrelado por Will Ferrell. Isso já indica o ponto fraco do filme: é um “filme do Will Ferrell”. São muitas piadas bobas e sem graça, baseadas apenas no suposto carisma do comediante. Isso não funciona – a não ser que você seja fã do cara.

Mas quem entra na sala de cinema já sabe disso. E a sorte é que Ferrell não está sozinho. Se as suas piadas são bobas (o trecho onde ele perde a visão é insuportavelmente chato), todas as cenas com o Steve Carell são engraçadíssimas. Brick, seu personagem, é imprevisível e gera situações completamente nonsense! E seu relacionamento com a Chani (Kristen Wiig) criou um dos casais mais engraçados dos últimos anos.

Tem mais: perto do fim rola uma cena de batalha campal, cheia de cameos, que é simplesmente sen-sa-cio-nal! Não vou dar spoilers aqui e estragar a cena. Mas te digo que, se o filme estiver chato, não vá embora. Saia da sala, dê uma volta, compre uma pipoca, e volte para ver o fim do filme!

Aliás, falando de elenco, Tudo Por Um Furo tem um elenco excelente. Além de Ferrell, Carell e Wiig, o filme conta com Paul Rudd, Christina Applegate, David Koechner, James Marsden, Dylan Baker, Meagan Good e Greg Kinnear, além de uma ponta de Harrison Ford logo no começo.

A ambientação de época também é muito boa, e a trilha sonora, repleta de sucessos do fim dos anos 70, também é excelente. Pena que o ego do Will Ferrell deve ser grande demais, e ele aparece tanto que cansa. A versão que veio para o Brasil tem 119 minutos, e diz a lenda que existe uma versão ainda mais longa, com mais cenas com Ferrell. Pena, deveria ter meia hora a menos. E mais do casal Carell / Wiig…

Ah, fiquem até o fim, tem uma cena depois dos créditos!

Kick-Ass 2

Crítica – Kick-Ass 2

Estreou a continuação de Kick-Ass!

O “super heroi caseiro” Kick-Ass está de volta, junto com outros cidadãos comuns que também se fantasiam para combater o crime. Enquanto isso, Red Mist planeja vingar a morte do seu pai.

O primeiro Kick-Ass foi uma agradável surpresa, uma adaptação de quadrinhos pouco conhecidos que misturava bem ação e humor, usando muita violência gráfica (às vezes até demais). E a continuação pode não ser tão boa quanto o original, pelo menos consegue manter o alto nível.

Houve uma troca de diretor. Mathew Vaughn, que foi para a franquia X-Men – Primeira Classe, deixou o cargo para Jeff Wadlow. Pelo menos continuou no projeto como produtor, talvez para fazer um “controle de qualidade”.

Uma das melhores coisas do primeiro filme era a Hit Girl de Chloe Grace Moretz. Parece que não sou o único a pensar assim: Chloe aqui tem um papel tão importante quanto o protagonista Aaron Taylor-Johnson, talvez até mais importante – se o filme se chamasse “Hit Girl” em vez de “Kick-Ass”, não seria estranho. Chloe continua carismática e boa atriz, ela consegue um equilíbrio perfeito na sua adolescente que pende entre a escola e o combate ao crime. Chloe tem apenas 16 anos e já tem uma currículo com vários filmes legais. Essa menina vai longe!

Outro destaque do elenco é Christopher Mintz-Plasse, que está ótimo, careteiro e exagerado na medida exata com o seu vilão Motherf$#@cker. E, se Nicolas Cage não volta (seu personagem morreu), temos um Jim Carrey menos careteiro que o habitual – o que ajuda no seu papel. Ainda no elenco, John Leguizamo, Morris Chestnut, Clark Duke, Lindy Booth, Olga Kurkulina e Donald Faison.

Ainda sobre o elenco: a Mother Russia da estreante Olga Kurkulina é uma personagem ótima, uma espécie de Ivan Drago (Rocky IV) com seios (mas nem por isso podemos chamar de uma “versão feminina” de Drago). E a cena quer ela briga com vários policiais ao som de uma versão rock’n’roll de Tetris é sensacional!

Aliás, a trilha sonora funciona muito bem, tanto nas canções quanto nos temas instrumentais. E traz uma coisa particularmente interessante para o público brasileiro: uma versão, em português (com sotaque), de A Minha Menina, aquela do Jorge Ben que Os Mutantes gravaram.

Pena que nem tudo funciona. Algumas coisas ficam difíceis de “engolir”, como, por exemplo, por que ninguém usa armas de fogo na cena final? E uma cena em particular traz uma escatologia que não combinou muito bem com o resto do filme. Um filme desses não precisa de piadas com excrementos.

Mesmo com esses pequenos escorregões, Kick-Ass 2 ainda é bem divertido, e deve agradar ao público que gostou do primeiro filme.

Ah, e não se esqueçam de ver a cena depois dos créditos!

Os Pinguins do Papai

Crítica – Os Pinguins do Papai

O sr. Popper (Jim Carrey) é um agressivo homem de negócios, especialista em adquirir imóveis antigos para colocá-los abaixo e construir novos empreendimentos. Mas quando ele ganha de herança seis pinguins, ele começa a rever conceitos em sua vida.

Dirigido por Mark Waters (Meninas Malvadas), Os Pinguins do Papai é a adaptação de um livro infantil de 1938, escrito por Florence e Richard Atwater. O filme segue a onda proposta: é um “filme família”, uma história infanto-juvenil, bobinha e inocente. Vai agradar a criançada, mas pode cansar os mais velhos.

Heu não tenho nada contra o Jim Carrey, até gosto de alguns de seus papeis caricatos – como não ser fã do Máskara? Mas reconheço que a maior parte dos críticos por aí não gosta dele, por ele ser careteiro demais. Bem, aqui ele nem está muito careteiro, se você não curtir essa faceta de Carrey, isso não vai atrapalhar.

Aliás, o elenco está bem. Gostei da personagem Pippi, de Ophelia Lovibond (4.3.2.1), a secretária que fala um monte de palavras que começam com a letra “p”. Ainda no elenco, Carla Gugino, Angela Lansbury e Clark Gregg.

Na minha humilde opinião, o problema aqui é o roteiro previsível demais, e às vezes incoerente. Ora, se Popper mudou por causa dos pinguins, não seria tão fácil para ele entregá-los para o zoológico. E aquele funcionário do zôo, que não se decidia entre bonzinho e vilão?

Mas, enfim, como disse, a criançada vai curtir.

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Se você gostou de Os Pinguins do Papai, o Blog do Heu recomenda:
As Crônicas de Spiderwick
Rango
A Pedra Mágica

 

O Golpista do Ano

O Golpista do Ano

Baseado em fatos reais, O Golpista do Ano conta a história de Steven Russell (Jim Carrey), que largou a esposa e a filha para levar uma extravagante vida gay. Só que, para pagar as contas, vivia de golpes. Até ser preso e encontrar na cadeia Phillip Morris (Ewan McGregor), o amor de sua vida.

Quando li que o filme falava se chamava “Eu te amo Phillip Morris” (I Love You Phillip Morris) e falava de um golpista, achei que tinha algo a ver com a indústria de cigarros. Nada…

Baseado no livro homônimo escrito por Steve McVicker, o filme, escrito e dirigido pela dupla Glenn Ficarra e John Requa, falha ao não se definir entre a comédia e o drama. Acaba o filme e a gente fica se questionando qual foi o objetivo do filme.

E aí vem o lance do personagem ser gay. O filme não faz propaganda gay, diferente do que heu achei que faria. Mas o fato de colocar um ator como Jim Carrey interpretando um gay fez muitos espectadores levantarem uma bandeira que o filme não levantou. Fui ao fórum do imdb, e as pessoas não julgam se o filme é bom ou não, apenas falam do homossexualismo presente. Será que se o personagem fosse hétero as pessoas veriam o filme de maneira diferente?

Sobre os dois atores principais, o filme traz o esperado. Por um lado, Jim Carrey repete o mesmo papel de sempre. Ok, aqui ele está menos careteiro que o usual, mas continua uma variação em cima do que ele sempre faz. Já Ewan McGregor, por outro lado, dá um show. Como sempre também…

A presença do “nosso” Rodrigo Santoro está sendo supervalorizada pela divulgação nacional. O cara está lá, seu papel é importante, mas é bem pequeno. Colocá-lo no poster brasileiro do filme foi um certo exagero!

(O elenco ainda conta com uma inspirada Leslie Mann.)

Por aqueles motivos mercadológicos inexplicáveis, este O Golpista do Ano demorou para ser lançado, e acredito que só apareceu nas telas brasileiras para capitalizar em cima do nome do Rodrigo Santoro.

O Golpista do Ano não é ruim. Mas poderia ser bem melhor…

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças

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Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças

Imagine uma pessoa magoada com o fim de uma relação. Ela quer esquecer tudo que a lembre do ex ou da ex, certo? E agora imagine uma empresa que consegue apagar todas as memórias deste ex! Interessante, não?

Este é o mote do genial Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, um dos melhores roteiros filmados em Hollywood nos últimos anos. Não dá pra falar muito da história sem estragar o filme. Só o que posso dizer é que se trata de uma das mais belas histórias de amor já filmadas!

O diretor francês Michel Gondry (Rebobine Por Favor) conta a história do casal Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet), e seus encontros e desencontros. O roteiro de Charlie Kaufman ganhou o Oscar de melhor roteiro original de 2005 (Kate Winslet foi indicada a melhor atriz). E heu arrisco a dizer que este filme merecia outro Oscar: melhor edição!

A edição deste filme é uma loucura, principalmente nos momentos em que estamos dentro da cabeça de Joel e suas memórias estão sendo apagadas. A continuidade é cuidadosamente desconstruída: num plano o casal está num lugar cheio de pessoas, no plano seguinte o casal está no mesmo lugar, só que vazio; antes um objeto está lá, a câmera se movimenta e de repente o objeto desaparece. É de deixar tonto. E ao mesmo tempo maravilhado!

Ah, sim, preciso falar sobre o elenco. Jim Carrey está irreconhecível e mostra que nem sempre é careteiro, e tem aqui a melhor interpretação de sua carreira. E além de Kate Winslet, temos Kirsten Dunst, Elijah Wood, Mark Ruffalo e Tom Wilkinson.

Por fim, volto ao roteiro. Este é daqueles filmes que dá vontade de rever, pra prestar atenção nos detalhes que passaram desapercebidos. Tudo está no lugar certo, cada cena, cada movimento, cada mudança de cor do cabelo de Clementine!