Drop: Ameaça Anônima

Crítica – Drop: Ameaça Anônima 14/4

Sinopse (imdb): Uma mãe viúva em seu primeiro encontro em anos, seu par é mais charmoso e bonito do que ela esperava. Mas a química deles começa a estragar quando Violet começa a ficar aterrorizada por uma série de mensagens anônimas em seu telefone.

Alguns diretores sempre que fazem um filme novo a gente logo quer ver, grandes nomes como Spielberg, Scorsese, Tarantino, etc. Outros ainda não são do primeiro time, mas mesmo assim fico de olho, porque já realizaram algumas obras que fogem do óbvio. Christopher Landon é um desses nomes.

No início da carreira, Christopher Landon estava ligado aos filmes Atividade Paranormal – franquia pela qual não nutro nenhuma simpatia. Ele roteirizou cinco e dirigiu um dos filmes. Aí ele largou o estilo e em 2015 lançou Como Sobreviver a um Ataque Zumbi, comédia meio boba mas que trazia algumas ideias fora do óbvio. Em 2017, dirigiu A Morte te Dá Parabéns, uma mistura de Pânico com Feitiço no Tempo, outra ideia que não era revolucionária mas teve um resultado bem divertido. Dois anos depois, escreveu e dirigiu A Morte te Dá Parabéns 2, que, diferente da maioria das continuações, não é apenas uma cópia do primeiro filme, e segue um caminho bem diferente. E em 2020, escreveu e dirigiu Freaky, uma versão slasher de Sexta Feira Muito Louca / Freaky Friday. Não são filmes que o elevam ao nível de grandes diretores, mas, poxa, quero ver sempre quando esse cara fizer algo novo!

(Vi agora no imdb que em 2023 ele escreveu e dirigiu Fantasma e Cia, com David Harbour e Anthony Mackie. Aparentemente é filme da Netflix. Confesso que nunca tinha ouvido falar desse filme!)

Drop: Ameaça Anônima (Drop, no original) é o novo longa dirigido por Landon. E podemos dizer que ele mantém sua média: não é um grande filme, mas tem várias boas sacadas.

Drop parte do princípio de que todos têm um certo aplicativo de celular que recebe mensagens de qualquer um que esteja próximo, mesmo que um não tenha o contato do outro. Nem sei se existe este tipo de app, mas no filme isso é algo comum e todos usam. Ok, sem problemas, afinal vivemos tempos de Black Mirror com novidades tecnológicas no dia a dia dos personagens.

A protagonista Violet começa a receber mensagens anônimas a ameaçando e também o seu filho, que está em casa, e o filme entra numa espécie de whodunit. Se o app precisa de proximidade, precisa ser alguém que está no mesmo restaurante. Quem em volta é o vilão?

Ok, já vimos este formato outras vezes. Mas, ora, os filmes anteriores do diretor também partiam de ideias recicladas. O lance é que o cara sabe como pegar uma ideia batida e dar uma nova roupagem, trazendo um certo frescor. Além disso, o roteiro consegue convencer em boa parte das ameaças que ela sofre.

Drop ainda traz algumas soluções visuais bem sacadas, como colocar as mensagens de texto escritas na tela, pra gente não precisar ficar vendo o celular da protagonista. O filme ainda traz alguns usos criativos da iluminação pra destacar alguns elementos do cenário, e alguns ângulos de câmera fora do óbvio aqui e ali.

No elenco, heu não conhecia ninguém. O casal principal é Meghann Fahy (de White Lotus, série que ainda não vi) e Brandon Sklenar. Ambos estão bem, mas este é aquele formato de filme que não exige muito dos atores. Mas se heu puder reclamar de alguém, não gostei do menino que faz o filho.

Achei que Drop: Ameaça Anônima cai bastante na parte final. Mas pra comentar isso, preciso entrar nos spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Pra mim, o filme terminava no restaurante. A sequência onde ela volta pra casa pra tentar impedir o assassino e salvar seu filho e sua irmã é cheia de inconsistências, a começar pelo fato de que ela NUNCA chegaria a tempo. Não chega a ser uma sequência ruim, mas achei bem inferior ao resto do filme.

FIM DOS SPOILERS!

Continue com o bom trabalho, sr. Landon! Continuarei acompanhando!

Freaky – No Corpo de um Assassino

Crítica – Freaky – No Corpo de um Assassino

Sinopse (imdb): Depois de trocar de corpo com um assassino em série louco, uma jovem no colégio descobre que tem menos de 24 horas antes que a mudança se torne permanente.

Quem me acompanha sabe que não acho ruim quando um filme usa uma ideia reciclada, desde que seja um bom filme. E é o que temos aqui, com Freaky – No Corpo de um Assassino.

Freaky – No Corpo de um Assassino (Freaky, no original) é o filme novo do Christopher Landon, que já mostrou que sabe reciclar ideias. Em A Morte Te Dá Parabéns, ele pegou o conceito do Feitiço do Tempo, uma pessoa revivendo o mesmo dia todos os dias, e transformou em filme de terror slasher – e ainda desenvolveu a ideia pra outro caminho na continuação! (Aliás, pra quem curte esse conceito “dia da marmota”, falei de um filme assim outro dia, Palm Springs).

Agora ele pega o conceito de Sexta-Feira Muito Louca, aquela comédia onde a Jamie Lee Curtis e a Lindsay Lohan trocam de corpo, e transforma em um terror slasher. E ele não quer enganar ninguém, afinal o nome original do outro filme é Freaky Friday.

Falei que a ideia era válida desde que o filme fosse bom, né? E Christopher Landon nos entrega um filme divertido, com momentos cheios de gore e também momentos engraçadíssimos, boas atuações, e um monte de referências. Sim, é comédia e também é terror. Ou seja, Freaky é uma ótima pedida.

Não dá pra falar do filme sem falar das atuações. Vince Vaughn é um cara legal, mas até hoje sua atuação não tinha chamado a minha atenção, ele sempre parecia fazer o mesmo personagem. E aqui ele está hilário! Claro que este filme não tem o perfil de prêmios, mas, olha, a atuação dele merece indicações para melhor ator! A menina Kathryn Newton também está ótima – vi no imdb que já vi outros 5 filmes com ela, e ela nunca tinha me chamado a atenção (Pokémon – Detetive Pikachu, Três Anúncios para um Crime, Lady Bird, Atividade Paranormal 4 e Professora Sem Classe). O resto do elenco é de desconhecidos, exceto Alan Ruck, o eterno Cameron de Curtindo a Vida Adoidado, aqui fazendo um professor mal humorado.

Ah, as referências, quem me conhece sabe que gosto disso. O filme originalmente se chamaria “Freaky Friday the 13th” – além da referência ao Freaky Friday, o assassino no início usa uma máscara parecida com o Jason Vorhees em Sexta Feira 13. Mas tem mais: o sobrenome de um dos personagens é Strode, mesmo sobrenome da Jamie Lee Curtis em Halloween. E vi uma cabeça cheia de pregos, igual ao Pinhead. E deve ter mais, vou procurar quando rever.

Claro, vai ter gente reclamando que o filme é cheio de clichês, e que o roteiro é cheio de conveniências. É isso mesmo. Mas, não era esse o propósito do filme? Uma hora e quarenta de diversão, brincando com clichês? Quem não curtir é porque não comprou a ideia.

É comum um “epílogo” em filme de terror, com um novo perigo / susto. Gosto disso, mas aqui ficou forçado. Parece que a produção quis fazer um empoderamento feminino. Gosto de ver cenas com mulheres empoderadas, mas quando são bem feitas. Aqui ficou forçado. Não estraga o filme, mas seria melhor sem esses últimos minutos.

Christopher Landon disse que queria fazer uma franquia “Freaky Death Day”. Taí, quero ver mais!

A Morte Te Dá Parabéns 2

Crítica – A Morte Te Dá Parabéns 2

Sinopse (imdb): Tree Gelbman descobre que morrer repetidas vezes é surpreendentemente mais fácil que os perigos que temos pela frente.

O divertido A Morte Te Dá Parabéns, de 2017, terminava bem e não pedia uma continuação. Mas, Hollywood é assim, se um filme tem um bom retorno financeiro, a continuação é quase certa.

A boa notícia é que A Morte Te Dá Parabéns 2 (Happy Death Day 2U, no original) não segue a cartilha das continuações de slasher. Quase sempre uma continuação deste estilo é uma repetição da fórmula do filme anterior. Mas aqui temos um filme que nem chega a ser exatamente terror, temos uma boa mistura com comédia e ficção científica.

Dirigido pelo mesmo Christopher Landon do primeiro filme, A Morte Te Dá Parabéns 2 não repete o formato, e sim desenvolve a ideia do loop temporal – mais não digo por causa de spoilers. E, na “parte comédia”, o filme é cheio de tiradas ótimas, e tem uma “sequência Deadpool” que é uma das coisas mais engraçadas que vi nos últimos tempos.

Infelizmente nem tudo funciona. A história dá tantas voltas que às vezes a gente não sabe se o assassino continua sendo um elemento importante. E achei o momento com a “francesa” um pastelão bobo. Mas mesmo assim, A Morte Te Dá Parabéns 2 continua sendo uma boa diversão.

O elenco repete a galera do primeiro filme. Jessica Rothe está ótima como a mulher de saco cheio do loop temporal. Também no elenco de rostos desconhecidos, Israel Broussard, Phi Vu, Rachel Matthews e as novidades Suraj Sharma e Sarah Yarkin.

Rola uma cena pós créditos com um gancho para mais uma continuação. Li em algum lugar que Christopher Landon pretende mudar o estilo mais uma vez. Ok, sr. Landon, você tinha a minha curiosidade, agora você tem a minha atenção.

A Morte te dá Parabéns

A Morte te Da ParabensCrítica – A Morte te dá Parabéns

Sinopse (imdb): Um estudante universitária deve reviver o dia do seu assassinato seguidas vezes, em um loop que acabará apenas quando ela descobrir a identidade do seu assassino.

Ok, a gente já viu isso antes. Várias vezes. Mas quem me conhece sabe que respeito boas ideias recicladas, desde que sejam bem recicladas.

A Morte te dá Parabéns (Happy Death Day, no original) é um caso assim. Não tem nada de novidade aqui: um pouco de Feitiço do Tempo, um pouco de Pânico, um pouco de Meninas Malvadas, um monte de clichês. Mas a mistura “deu liga”, e o filme consegue o que se propõe: ser uma boa diversão.

Dirigido por Christopher Landon (Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi), A Morte te dá Parabéns pega aquele monte de clichês e coloca tudo num formato bem humorado. Em momento algum o filme se leva a sério, e isso é muito bom.

O roteiro tem algumas falhas (tipo, quando ela faz uma lista, a lista deveria zerar a cada morte). Nada grave, felizmente. No elenco, ninguém conhecido. A protagonista Jessica Rothe (que teve um papel pequeno em La La Land) funciona para o que o papel pede.

O fim do filme não abre espaço para continuações. Mas tenho certeza que se a bilheteria for boa, vão inventar algum modo de virar franquia.

p.s.: Sobre A Morte te dá Parabéns ser uma ideia copiada de Feitiço do Tempo, um diálogo no fim do filme faz piada com isso…

Como Sobreviver a um Ataque Zumbi

Como-Sobreviver-a-Um-Ataque-Zumbi-posterCrítica – Como Sobreviver a um Ataque Zumbi

Três escoteiros, amigos de infância, vão descobrir o verdadeiro significado da amizade quando tentam salvar a cidade de uma epidemia de zumbis.

Escrito e dirigido por Christopher Landon, Como Sobreviver a um Ataque Zumbi (Scouts Guide to the Zombie Apocalypse, no original) é uma divertida bobagem – como já se prevê pelo título. Apesar de ser um cara intimamente ligado à franquia Atividade Paranormal (ele roteirizou o 2, o 3, o 4 e o spin off Marcados Pelo Mal, e também dirigiu este último), Landon fez uma comédia escrachada com nada do estilo “câmera encontrada”.

Claro que temos muitos clichês, claro que o filme é previsível. O trio de amigos que protagoniza o filme é o de sempre: um cara bonzinho com uma paixão platônica, um gordinho com problemas para se socializar e um metido a esperto com os hormônios a mil. O roteiro também traz algumas coisas que fogem à lógica, como a solução criada para salvar o trio. Tudo é uma grande bobagem, mas preciso admitir que gostei do humor do filme.

Sabe aquela perigosa linha entre o humor nonsense e a baixaria, onde vários filmes transitam, mas poucos conseguem ser bem sucedidos? (Tipo confundir esperma com gel de cabelo em Quem Vai Ficar Com Mary?) Tem uma cena aqui, na cama elástica, que está neste limite da baixaria – e que é muito engraçada! Aliás, mesmo tendo um humor “bobo”, Como Sobreviver a um Ataque Zumbi tem alguns momentos antológicos. Adorei os gatos zumbis! E as cenas da zumbi “policial gostosa” e do zumbi cantando Britney Spears são algumas das cenas mais engraçadas que já vi em filmes do estilo.

No elenco, jovens pouco conhecidos, que funcionam para o que o filme pede: Tye Sheridan, Logan Miller, Joey Morgan, Sarah Dumont e Halston Sage. E um presente para os fãs de comédias mais antigas: uma participação especial, engraçadíssima, da veterana Cloris Leachman (a Frau Blücher de O Jovem Frankenstein). E também podemos falar da maquiagem e dos efeitos especiais, neste aspecto a produção é de primeira.

Como Sobreviver a um Ataque Zumbi não é tão bom quanto o genial Todo Mundo Quase Morto ou o subestimado Fido O Mascote. Mas é melhor que outras comédias de zumbi mais recentes como Meu Namorado é um Zumbi.

Atividade Paranormal – Marcados Pelo Mal

Crítica – Atividade Paranormal – Marcados Pelo Mal

Mais um Atividade Paranormal

Jesse começa a experimentar coisas estranhas e inexplicáveis após a morte de uma vizinha. Quando vai investigar o que aconteceu, descobre que ele foi marcado por algo misterioso.

Ok, admito: não sou fã da franquia Atividade Paranormal. Achei o primeiro legalzinho, mas super-valorizado; o segundo piorou ao usar uma atriz conhecida no elenco (não era pra parecer algo real?); nem vi o terceiro e parei por aí.

Mas, vai estrear mais um, este é spin-off, pode ser diferente, né? Vamos ver qualé.

É diferente? Nada, é a “lesma lerda”. Só que é um “Atividade Paranormal Latino”, já que todos os personagens são hispânicos. E a única diferença é que em certos momentos, o filme parece Poder Sem Limites (Chronicle) – um personagem experimenta super-poderes.

O filme, escrito e dirigido por Christopher Landon (que foi roteirista nos filmes 2, 3 e 4 da franquia), até traz alguns (poucos) sustos. Mas é pouco, nada que valha. Digo mais: a parte final vira uma comédia involuntária.

Pra piorar, tem coisa que dá raiva, como quando um personagem some e o outro, que está filmando, o procura através da lente da câmera. Caramba, na vida real, qualquer um olharia em volta – fora da câmera! E o pior é que o filme tinha meios de resolver estes problemas. Determinado momento, um personagem mostra que comprou uma GoPro. Na cena final, o personagem corre por uma casa com uma câmera na mão. Qualquer ser humano normal desligaria a câmera – por que não colocar o cara usando a GoPro num capacete? Teria mais credibilidade…

Enfim, spin-off dispensável. E o pior é que já anunciaram o Atividade Paranormal 5 pro segundo semestre. Claro, são filmes baratos, e sempre dão público, apesar das críticas negativas…