Planeta dos Macacos: A Guerra

Planeta dois Macacos A GuerraCrítica – Planeta dos Macacos: A Guerra

Depois que os macacos sofrem perdas inimagináveis, Cesar luta contra seus instintos mais escuros e começa sua própria busca mítica para vingar seus semelhantes.

Depois dos bons Planeta dos Macacos: A Origem (2011) e Planeta dos Macacos: O Confronto (2014), Cesar está de volta!

Dirigido pelo mesmo Matt Reeves do segundo filme, Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, no original) faz um bom encerramento na saga de Cesar. E o fim do filme abre espaço para o primeirão, aquele de 1968, com o Charlton Heston – dois personagens novos podem (ou não) ser elos de ligação com o filme clássico. Inclusive, uma coisa que sempre me incomodou no original, a perda da fala dos humanos, é explicada aqui.

Matt Reeves mantém o clima dos filmes anteriores. Tensão contínua entre homens e macacos, sociedade humana em decadência, boas cenas de ação, excelentes efeitos especiais, e um trabalho soberbo de captura de movimento.

Parágrafo à parte pra falar algo que não é novidade, mas sempre vale lembrar. Como já tinha acontecido nos filmes anteriores, uma das coisas que mais chama a atenção é a captura de movimento, onde atuações humanas são misturadas com os efeitos digitais. Os macacos são simplesmente perfeitos, e, mais uma vez, Andy Serkis mostra que é “o cara” quando se fala nesta técnica. Dá até pra pensar que a academia deveria criar uma categoria pra este tipo de atuação. O único problema é que o Andy Serkis ia ganhar todo ano…

Planeta dos Macacos: A Guerra traz um alívio cômico no personagem Bad Ape, dublado por Steve Zahn. Gosto de filmes bem humorados, mas, sei lá, achei que o Bad Ape ficou deslocado do resto do filme.

O grande nome “humano” do elenco é Woody Harrelson, apenas ok como o novo vilão. A menina Amiah Miller é importante na trama, mas não é um personagem forte e marcante, como uma Laura (Logan) ou uma Eleven (Stranger Things). Além de Serkis e Zahn, o elenco dos macacos traz Karin Konoval, Terry Notary, Ty Olsson e Toby Kebbell.

Findo este filme, fica a dúvida: vão deixar a história quieta, ou vão começar a refilmar a pentalogia clássica?

Alien: Covenant

alien covenantCrítica – Alien: Covenant

Os tripulantes da nave colonizadora Covenant encontram um planeta remoto. O que antes parecia ser um paraíso inexplorado, torna-se uma ameaça além da imaginação.

Depois do decepcionante* Prometheus, mais uma vez Ridley Scott volta ao universo dos xenomorfos e face huggers.

Recapitulando: os dois primeiros (Alien, o Oitavo Passageiro, dirigido por Scott em 1979, e Aliens O Resgate, James Cameron, 86) são clássicos absolutos da ficção científica. O terceiro e o quarto filmes (David Fincher, 92; Jean Pierre Jeunet, 97) têm seus méritos, mas são bem inferiores aos dois primeiros. Na década de 00, tivemos dois Alien vs Predador, uma ideia que no papel parecia boa, mas que gerou dois filmes horríveis. Scott voltou à franquia em 2012 com Prometheus, e disse na época que seria uma trilogia prequel. Alien: Covenant (idem, no original) é o segundo filme desta trilogia.

Ter Scott na direção deveria ser garantia de qualidade, afinal, foi ele quem começou com isso tudo. Mas, mais uma vez, Scott fica devendo.

Alien: Covenant é melhor que Prometheus, mas ainda está bem abaixo dos dois primeiros filmes. Algumas falhas de roteiro presentes no filme anterior se repetem aqui – como é que astronautas entram num planeta desconhecido sem capacete, só porque tem oxigênio e nitrogênio na atmosfera? Ninguém pensou em vírus??? Além disso, a história tem uns papos cabeça desnecessários (pra que aquele prólogo?), e resolve responder perguntas que ninguém perguntou sobre os xenomorfos.

(Dois amigos críticos falaram muito mal, dizendo que Scott queria apagar o Aliens de James Cameron. Não entendi por esse lado.)

No fim, temos mais do mesmo. Li em algum lugar uma comparação com Sexta Feira 13 – vira um filme onde o monstro caça um por um. Ok, divertido, mas a gente já viu isso antes muitas vezes, né?

Se algo merece elogios, é a atuação de Michael Fassbender. O cara interpreta dois androides, e a gente consegue ver direitinho as diferenças entre os personagens. Em compensação, o resto do elenco fica devendo. Katherine Waterstone (Animais Fantásticos e Onde Habitam) falha na tentativa de entregar uma protagonista feminina forte (como Sigourney Weaver na quadrilogia ou Noomi Rapace em Prometheus). E gosto do Billy Crudup pelo Quase Famosos, mas ele tá péssimo aqui. Também no elenco, Danny McBride, Demián Bichir, Carmen Ejogo e Callie Hernandez, além de pontas de James Franco e Guy Pearce.

No fim, temos um filme que nem é ruim, vai agradar os menos exigentes. Mas heu gostei mais do Vida, mesmo sabendo que é quase um plágio do primeiro Alien…

* Revi Prometheus antes de ver Covenant, realmente é um filme com mais defeitos do que méritos. Mas preciso admitir que quando escrevi minha crítica logo depois de sair da sessão, falei bem do filme…

Guardiões da Galáxia vol. 2

Guardiões 2Crítica – Guardiões da Galáxia vol. 2

Enquanto o heterogêneo grupo formado no filme anterior foge de vários inimigos, Peter Quill descobre informações sobre seu pai.

Em 2014, o primeiro Guardiões da Galáxia foi uma boa surpresa. Ninguém esperava nada de um filme onde um dos protagonistas era um guaxinim, e outro, uma árvore. E foi um dos melhores filmes do ano! Claro que agora já existia expectativa. E aí, será que mantiveram a qualidade?

Boa notícia! Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Guardians of the Galaxy Vol. 2, no original) é tão bom quanto o primeiro!

Logo de cara já vemos o tom do filme, na melhor sequência de créditos iniciais desde Deadpool. Enquanto o Baby Groot dança em primeiro plano, uma briga violenta acontece ao fundo. Sequência muito bem filmada (plano sequência!) e muito divertida, que dá vontade de rever várias vezes. E que já diz que não é pra levar o filme a sério.

(Parênteses pra falar do Baby Groot. Rolava um certo receio: será que vai funcionar um filhote de Groot, ou vai encher o saco? Respondo com convicção: o Baby Groot é um personagem excelente, que vai ganhar vários fãs a cada exibição do filme!)

Assim como o primeiro filme, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é uma divertida aventura espacial. É Marvel, faz parte do MCU, mas nem parece um filme de super heróis. Aliás, é curioso como a Marvel sabe construir seu universo cinematográfico sem nenhuma pressa. Todo mundo sabe que daqui a alguns anos os Guardiões vão se unir aos outros heróis da Marvel. Mas este segundo filme continua completamente independente dos outros. Palmas para a organização do MCU!

A direção e o roteiro estão novamente com James Gunn, que mais uma vez entrega um filme redondinho. Trama bem amarrada, personagens carismáticos, efeitos especiais de primeira, tudo funciona bem. Ah sobre os efeitos, temos, de novo, um ator “coroa” rejuvenescido digitalmente. Impressionante!

Se no primeiro filme tivemos as apresentações dos personagens, agora temos o aprofundamento de cada personalidade. Conhecemos melhor suas peculiaridades e seus problemas. E vemos que, no fundo, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é um filme sobre a família. Não necessariamente uma família careta de pai, mãe e filho; mas qualquer tipo de relação familiar, consanguínea ou não. Steven Spielberg deve ter gostado (ou ficado com inveja, sei lá).

No elenco, temos a volta de todos os atores principais do primeiro filme. Claro que o protagonista é o Peter Quill de Chris Pratt, hoje uma estrela do primeiro time; mas o resto do elenco principal tem maior importância: Zoe Saldana, Dave Bautista e as vozes de Bradley Cooper e Vin Diesel (aliás, é curioso ver como Bautista está muito bem como Drax!). Michael Rooker, Karen Gillan e Sean Gunn têm mais espaço nesta segunda parte; e, de novidades, temos Kurt Russell, Elizabeth Debicki e Pom Klementieff. Também temos pontas de Sylvester Stallone e David Hasselhof, e, claro, Stan Lee. Por fim, cameos de Ving Rhames, Michelle Yeoh e Miley Cyrus me fazem acreditar que teremos um spin off…

Assim como no primeiro filme, a trilha sonora é essencial para a trama. As músicas são boas, e se encaixam perfeitamente na narrativa. Agora, na minha humilde opinião, a seleção musical do primeiro filme é melhor… Ah, além das músicas, temos outras referências à cultura pop, como Pac Man, Mary Poppins e a série Cheers.

Por fim, são cinco cenas pós créditos, além de várias piadinhas inseridas no texto dos créditos. Não saia do cinema antes de acabar tudo!

Vida

VidaCrítica – Vida

A bordo de uma Estação Espacial Internacional em órbita da Terra, uma equipe de cientistas descobre uma forma de vida, proveniente de Marte, que tem uma rápida evolução, e que agora ameaça toda a tripulação.

Ué? Refilmagem de Alien?

Vida (Life, no original) inevitavelmente vai ser comparado com o clássico dirigido por Ridley Scott em 79. As sinopses são muito parecidas – alguns astronautas presos numa nave, fugindo de um misterioso e mortal alienígena. Mas, mesmo assim, o resultado é muito bom.

O filme dirigido por Daniel Espinosa (que, apesar do nome, nasceu na Suécia) usa um argumento semelhante, mas cumpriu a proposta de criar um clima tenso e claustrofóbico. Resumindo: se você procura uma história inédita, veja outro filme; mas se você quiser ficar grudado na poltrona do cinema, este é o seu filme!

Tecnicamente, o filme é impressionante. Quase todo o filme se passa em gravidade zero, e isso é mostrado naturalmente. Os atores flutuam o tempo todo, o roteiro (escrito por Rhett Reese e Paul Wernick, os mesmos de Deadpool) não inventou subterfúgios pra fugir desta dificuldade técnica. Vou além: a cena inicial é um grande plano sequência passeando pelos apertados corredores da estação espacial, passando por vários personagens, atarefados com um evento que acontecerá em breve. Tudo sem gravidade! Lembrei de Gravidade e seus planos sequência impressionantes.

O elenco está ok. Ryan Reynolds está engraçadinho como sempre, mas se segura pra não virar um novo Deadpool; Jake Gyllenhaal não tem uma atuação digna de prêmios, mas funciona bem para o que o filme pede. Além dos dois mais famosos, o diminuto elenco conta com Rebecca Ferguson (Missão Impossível), Hiroyuki Sanada, Olga Dihovichnaya e Ariyon Bakare.

Disse lá em cima, e repito: mesmo com uma história sem muitas novidades, Vida é uma boa opção!

A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell

A Vigilante do AmanhãCrítica – A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell

Num futuro próximo (2029), Major é a primeira da sua espécie: um cérebro humano dentro de um robô, um soldado perfeito para parar os criminosos mais perigosos do mundo.

Imagine uma mistura de Matrix, Blade Runner, Robocop e Johnny Mnemonic, com uma Scarlett Johansson “chutando traseiros”? A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (Ghost in the Shell, no original) é mais ou menos isso.

Trata-se da adaptação do mangá “Ghost in the Shell”, que depois virou o anime homônimo de 95 (que aqui ganhou o título de “O Fantasma do Amanhã”). Não li o mangá, nem vi o anime, então não posso comparar. Mas conheço duas pessoas que viram e disseram que a animação é muito sonolenta. Ok, talvez seja melhor continuar sem ver…

O nome original é explicado logo no início do filme: é um espírito (ghost) numa casca vazia (shell). Só que o estúdio resolveu mudar o nome, com medo do público achar que era um filme de terror. Foi daí que surgiu “O Fantasma do Amanhã”.

A história contada no filme dirigido por Rupert Sanders (que até agora, só tinha feito um longa, Branca de Neve e o Caçador) não é muito original, a gente já viu isso antes. O que é legal aqui é o visual. Desde a concepção da própria Major até as coreografias das lutas, passando por todos os cenários, temos um filme onde cada cena enche os olhos.

Existe um mimimi na internet sobre o “white washing”, que seria a mania americana de colocar um ator branco num papel que deveria ser oriental (rolou o mesmo papo sobre o Matt Damon em A Grande Muralha). Neste caso em particular, acho que as reclamações não têm fundamento por dois motivos: 1- O personagem é um robô, não precisa parecer uma pessoa oriental; 2- Boa parte do marketing do filme é em cima da Scarlett Johansson. Se fosse uma atriz oriental menos conhecida, o filme certamente teria menos público!

Aliás, o filme não deixa claro onde a história se passa, mas existem referências ao Japão em todos os cantos. Inclusive, alguns personagens falam japonês! Taí, uma crítica que posso fazer é que certos diálogos poderiam ser inteiramente em japonês – em vez disso, um personagem fala em japonês e o outro responde em inglês.

No elenco, claro que o nome mais importante é a Scarlett Johansson – que consegue construir outro personagem que sabe brigar, diferente da Viúva Negra. Outros dois nomes que merecem ser citados são Juliette Binoche (musa cult dos anos 80) e Takeshi Kitano, que tem uma carreira paralela como diretor. Também no elenco, Pilou Asbæk e Michael Pitt.

Agora resta ver a bilheteria pra sabermos se será uma nova franquia…

Top 10: Terror e Ficção Científica

0-alien-zombieTop 10: Terror e Ficção Científica

Gosto muito de filmes de terror. E de filmes de ficção científica. Claro que também gosto quando ambos os estilos são bem misturados.

Não são muitos bons filmes assim, mas dá pra fazer um top 10. Vou listar aqui os meus favoritos.

10-pandorum-poster-310.Pandorum

No futuro, o nosso planeta não tem condições de abrigar a crescente população. O filme se passa dentro de uma enorme nave espacial que está indo em direção um novo planeta semelhante à Terra. Bom clima claustrofóbico, pena que o roteiro dá umas escorregadas.

http://www.heuvi.com.br/pandorum/

9-Noite dos Arrepios9.Noite dos Arrepios

Filme de invasão alienígena com um pé no trash – os efeitos especiais já eram meio toscos na época! Traz algumas das frases mais divertidas de toda a década de 80, como “Tenho boas e más notícias. A boa notícia é que seus namorados estão chegando. A má é que eles estão mortos”.

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8-dark-skies-poster8.Dark Skies

Filme recente (2013) e infelizmente pouco conhecido por aqui, onde uma família é sacudida por uma série de estranhos e misteriosos eventos. Uma espécie de mistura de Poltergeist com Contatos Imediatos do Terceiro Grau

http://www.heuvi.com.br/dark-skies/

7-a-mosca7.A Mosca

Um cientista faz uma experiência com um dispositivo de teletransporte, mas uma mosca cai no aparelho durante o processo, e acaba o transformando num grande inseto. Um dos filmes mais conhecidos da fase gore do David Cronenberg (hoje em dia ele só faz filmes “adultos”).

6-Prova Final6.Prova Final

Parceria entre o diretor Robert Rodriguez (Um Drink no Inferno) e o roteirista Kevin Williamson (Pânico), numa história que parece O Enigma de Outro Mundo encontra Clube dos Cinco numa escola,  um alienígena fica incubado dentro de um dos personagens. Vários atores ficaram famosos depois.

http://www.heuvi.com.br/prova-final/

5-A Experiencia5.A Experiência

Não entendo por que tem gente que fala mal desse filme. Trama eletrizante, bom elenco, um monstro desenhado pelo H.R. Giger e uma das alienígenas mais bonitas da história do cinema (Natasha Henstridge em seu melhor momento!). Teve continuações, porém mais fracas.

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4-Invasores de Corpos4.Invasores de Corpos

Teve quatro versões, a melhor e mais conhecida é a segunda, de 1978, dirigida por Philip Kaufman e estrelada por Donald Sutherland (as outras versões são de 56, 99 e 2007). A história é clássica: pessoas são substituídas por cópias sem emoções – uma metáfora para o medo do comunismo.

3-força sinistra3.Força Sinistra

Parceria entre o roteirista Dan O’Bannon (Alien) e o diretor Tobe Hooper (Poltergeist – O Fenômeno). Uma missão espacial ao cometa Halley volta à Terra trazendo vampiros espaciais, que sugam energia das pessoas em vez de sangue. Mathilda May é a outra alienígena mais bonita da história do cinema!

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2-Enigma do Outro Mundo2.O Enigma de Outro Mundo

No início do inverno na Antártica, um grupo de pesquisadores tem que enfrentar um misterioso e mortal ser alienígena que muda de forma e pode se parecer com qualquer uma de suas vítimas. Talvez o melhor filme da longa filmografia de John Carpenter.

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1-Alien1.Alien O Oitavo Passageiro

Uma obra prima do medo. Uma enorme nave espacial claustrofóbica, uma equipe pequena e um misterioso e mortal alienígena assassino fazendo a festa. O segundo Alien também é muito bom, mas passa longe do terror.

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Resident Evil 6: O Capítulo Final

Resident Evil 6 O Capítulo FinalCrítica – Resident Evil 6: O Capítulo Final

Alice precisa retornar para o lugar onde o pesadelo começou – a Colmeia, em Racoon City, onde a Umbrella Corp está unindo forças para uma última batalha contra os sobreviventes do apocalipse

Sempre curti a série Resident Evil – como não gostar de ver uma Milla Jovovich estilosa detonando zumbis? Só que os filmes começaram a exagerar depois de um certo ponto, e admito que cansei da franquia. Conforme ia cansando, ia dando menos bola pros filmes. Lembro que no final do quinto filme quase desisti. Mas aí apareceu este sexto, com a promessa de ser o último. Ok, vamulá.

Como acontece nos outros filmes, a estrutura de Resident Evil 6: O Capítulo Final (Resident Evil: The Final Chapter, no original) se assemelha a um game: a personagem ganha uma tarefa e um prazo para cumpri-la. E assim acompanhamos a sua jornada e todas as dificuldades até o desafio final.

(Parênteses para explicar que nunca joguei o videogame Resident Evil, então não tenho ideia se este filme se baseia em um dos jogos ou apenas no universo do game.)

Assim, o que vemos é mais do mesmo. Alguns bons efeitos de cgi (revi semana passada o primeiro filme, de 2002, o cgi perdeu a validade…), algumas coisas absurdas porém divertidas, alguns momentos forçados e desnecessários. Mas, pergunto: alguém esperava algo diferente?

O roteiro e a direção ainda estão nas mãos de Paul W.S. Anderson (que escreveu todos os seis filmes e só não dirigiu o segundo e o terceiro), o que deveria manter uma coerência no roteiro (e mesmo assim eles mudaram a razão de terem espalhado o vírus no primeiro filme). No elenco, o filme é de Milla Jovovich. Ali Larter e Iain Glen voltam, mas em papéis tão secundários que tanto faz. E Shawn Roberts está tão ruim que parece mais artificial que o Tarkin digital de Rogue One. Além destes, é interessante ver que a filha da Milla Jovovich com o Paul W.S. Anderson, Ever Anderson, ganhou o papel de Red Queen.

Enfim, quem se propõe a ver um filme desses já sabe que não deve esperar muita coisa, então não deve decepcionar quem for ao cinema. Agora resta torcer para ser realmente o último – porque, mesmo se chamando “Capítulo Final”, o filme termina com um gancho para continuação…

Passageiros

79-PassageirosCrítica – Passageiros

Uma espaçonave viajando para um planeta colônia distante, transportando milhares de pessoas, tem um mau funcionamento em uma de suas câmaras de sono. Como resultado, um passageiro é despertado 90 anos mais cedo.

O diretor Morten Tyldum chamou a atenção do mundo com O Jogo da .Imitação (chegou a ser indicado ao Oscar!). Claro, ganhou um orçamento maior para o seu filme seguinte, uma super produção com duas das maiores estrelas do cinema contemporâneo.

Passageiros (Passengers, no original) parte de uma ideia boa: um cara, sozinho, preso numa gigantesca nave espacial, sem ter o que fazer pelo resto da vida – ele não consegue se congelar novamente e não tem para onde ir. E agora, o que fazer?

A ideia era boa, né? Mas o terço final do filme resolve ir por um caminho mais pop, e Passageiros vira um filme romântico. Questões interessantes levantadas anteriormente são deixadas de lado e uma paixão pouco convincente toma conta do filme.

No elenco, Chris Pratt se firma como um dos maiores nomes do cinema blockbuster hollywoodiano – Guardiões da Galáxia, Jurassic World, Sete Homens e um Destino... Já Jennifer Lawrence está como sempre: faz um bom trabalho, mas exagera um pouco, principalmente na parte final. O diminuto elenco ainda conta com Laurence Fishburne e Michael Sheen.

Pelo menos posso dizer que gostei da cena final (a rápida aparição do Andy Garcia). Mas o que vem na meia hora anterior atrapalha e muito. Passageiros começa bem, mas termina esquecível.

Rogue One: Uma Aventura Star Wars – COM SPOILERS

Rogue One2Crítica – Rogue One: Uma Aventura Star Wars – COM SPOILERS

COM SPOILERS!

A crítica sem spoilers tá aqui. Mas senti vontade de comentar a parte final. Então, este segundo texto não trará nada de novo, nada de opinião crítica ou informações relevantes. Na verdade, será só o depoimento de um fã emocionado.

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Alguns momentos da batalha espacial são sensacionais, como uma pequena nave “hammerhead” empurrando um destróier imperial em cima do outro; ou quando os rebeldes começam a fugir e aparece a nave do Vader fazendo várias naves menores baterem de frente. Esses momentos são empolgantes, mas ainda “dentro do filme”.

Rogue One acaba quando a onda de choque mata o casal na praia, depois que eles conseguiram transmitir os planos. A história do filme acaba ali. O que vemos depois é “fan service”. E, amigos, que fan service sensacional!

Vemos um soldado rebelde pegar um cartão com aqueles mesmo gráficos exibidos no Ep. 4. Depois ele se vê num corredor com a porta emperrada. Na outra ponta do corredor, tudo escuro. E ouvimos a respiração do Darth Vader! Logo, Vader liga o seu sabre, iluminando a cena de vermelho, e sai “passando o rodo” nos soldados rebeldes! Estes poucos segundos talvez sejam a melhor demonstração das habilidades de Darth Vader em toda a saga!

O soldado não sobrevive, mas consegue passar o cartão para outro, e vemos uma nave menor fugindo. Meus amigos, vemos a Tantive IV fugindo! E vemos Vader, segurando seu sabre, e com sua capa esvoaçante no ar. Uma das cenas mais épicas da história do cinema!

Acabou? Nada! Corta pra dentro da Tantive, aqueles mesmos corredores que vimos no filme de 1977. Um soldado abre uma porta para para entregar o cartão para uma pessoa de costas, vestindo branco – a princesa Leia Organa! Que legal, uma pessoa de costas pra simbolizar a Leia! Simbolizar? Nada! Ela se vira, e vemos uma Carrie Fisher digital pra fechar o filme!!!

Obrigado, Gareth Edwards! Obrigado, Disney! Obrigado por este final! Obrigado por me trazer de volta à minha adolescência!

E que venha o Ep. 8!

Rogue One: Uma Aventura Star Wars

Rogue OneCrítica – Rogue One: Uma Aventura Star Wars

SEM SPOILERS!!!

Novo spin-off de Star Wars!

Pouco antes dos acontecimentos de Star Wars ep. 4 – Uma nova Esperança, os rebeldes executam um arriscado plano para roubar os planos da construção de uma nova estação espacial com um poder de fogo capaz de destruir um planeta inteiro: a Estrela da Morte.

A Disney mais uma vez mostra que não jogou dinheiro fora quando comprou a Lucasfilm por pouco mais de 4 bilhões de dólares. Ano passado tivemos o excelente Star Wars ep 7 – O Despertar da Força; como o episódio 8 só virá em 2017, este ano tivemos um spin off pra tapar o buraco. Olha, como o cinema seria melhor se dez por cento dos “spin off tapa-buracos” tivessem a qualidade de Rogue One!

(Um parênteses para falar que não é a primeira vez que temos spin-offs de Star Wars. Lembro que poucos anos depois de O Retorno do Jedi, foi lançado nos cinemas brasileiros o longa Caravana da Coragem, uma sonolenta aventura com Wicket e seus amiguinhos se metendo em um monte de confusões! (Filme bem ruinzinho, tentei rever outro dia, não consegui…)

Antes de entrar no filme, precisamos esclarecer a possível confusão. Ano passado tivemos o episódio 7, e acredito que muita gente vai ao cinema esperando uma continuação daquele filme. Não! Este filme é uma história paralela, que não tem nada a ver com a família Skywalker, e que se passa logo antes do episódio 4. Ou seja, esqueça Rey, Finn, Poe e Kylo Ren, e reveja o filme de 1977!

Dirigido por Gareth Edwards (Monstros, Godzilla), Rogue One: Uma Aventura Star Wars (Rogue One, no original) é tudo aquilo que o fã de Guerra nas Estrelas – sim, o fã da época que nome do filme era “Guerra nas Estrelas” e não “Star Wars” – queria ver. O filme é repleto de pequenos (e alguns grandes) presentes pros fãs. Personagens, cenários, efeitos sonoros, o fã vai sair emocionado do cinema – vi a pré-estreia junto com as pessoas do Conselho Jedi RJ, depois do filme, mais da metade da plateia estava com os olhos vermelhos de choro.

Tive que rever o filme antes de escrever estas palavras – também sou fã, também saí emocionado do cinema. Na segunda vez que vi, pude analisar mais friamente. Divido o filme em 3 partes. A primeira metade, quando temos a apresentação dos novos personagens, é um pouco arrastada. A segunda metade tem um ritmo excelente e está no mesmo nível dos melhores momentos da saga. E o fim, sei lá, os últimos cinco minutos, são para derrubar o fã. O filme pega as emoções do fã, joga num liquidificador, e depois joga de volta na cara do fã. Depois de um final daqueles, é difícil pensar em linha reta!

Justamente por causa deste final é que preferi rever antes de escrever. Quando a gente sai da sala, a adrenalina está a mil e a gente fica obnubilado por aquele final… Agora, analisando com calma, repito: a primeira metade do filme se arrasta – a primeira cena de ação só acontece depois de meia hora de filme! Ok, o espectador precisa de um tempo para conhecer esses personagens, mas não vejo problema em inserir uma cena agitada aqui e outra acolá – só pra fazer uma comparação básica: no Ep. 7, logo na cena inicial vemos o vilão parando um tiro no ar.

Por sorte, quando o filme engrena, vai num fôlego só até o fim. A segunda metade tem um ritmo excelente. E, mais uma vez traçando um paralelo à trilogia clássica, a estrutura da parte final aqui é que nem o que acontece em O Retorno do Jedi: três tramas paralelas, agindo concomitantemente (e, diferente do Ep. 1, a gente entende tudo o que está acontecendo).

Os personagens são muito bem construídos. Entendemos claramente as motivações dos dois principais, Jyn (Felicity Jones) e Cassian (Diego Luna) – apesar de heu ter ouvido críticas  a ambos os atores. Alan Tudyk dá a voz ao robô K-2, uma espécie de mistura de C3PO com o Marvin de Guia do Mochileiro das Galáxias – e um dos melhores personagens. Também gostei da dupla Chirrut (Donnie Yen) e Baze (Wen Jiang). Também no elenco multi-nacional, Mads Mikkelsen, Forest Whitaker, Ben Mendelsohn e Riz Ahmed.

Sobre os efeitos especiais: é claro que os efeitos são top de linha, isso é o mínimo quando se fala em Star Wars. Agora, teve um detalhe que superou as expectativas: um Peter Cushing digital! Cushing interpretou o Grand Moff Tarkin no filme de 77. Quando aparece aqui pela primeira vez, ele está num reflexo no vidro, e pensei “cara, que legal, vão homenagear o Peter Cushing com uma imagem de arquivo”. Aí o cara se vira, e começa a travar longos diálogos! E volta em várias outras cenas!!! Peter Cushing, falecido em 1994, está de volta!!! Acredito que este é, até o momento, o mais importante personagem digital da história do cinema. Só espero que a gente não ache o cgi tosco depois que passar o “prazo de validade”, ou seja, quando revermos o filme dentro de alguns anos.

Falei que Rogue One era repleto de referências ao filme de 77, né? A trilha sonora de Michael Giacchino entra nessa onda. Vários temas clássicos são lembrados ao longo do filme. Parecia até que a trilha era do próprio John Williams!

O texto ficou grande, né? Heu podia continuar, mas chega. Se você leu até aqui é porque é fã de Guerra nas Estrelas. Então, vamos combinar, pare de ler, reveja o Ep. 4 e vá ao cinema (re)ver o Rogue One!

p.s.: Vou fazer um outro post, menor, pra comentar os spoilers. É difícil não falar sobre o fim!