A Clínica

Crítica – A Clínica

Australia, 1979. Uma jovem grávida viaja de carro com seu noivo, quando acorda em uma situação inusitada: sozinha, dentro de uma banheira com gelo, e sem seu filho, que foi sequestrado.

Encontrei por acaso este semi obscuro suspense australiano. Na verdade, o que me chamou a atenção foi o elenco principal, o casal Andy Whitfield (que era o protagonista da boa série Spartacus, mas faleceu depois do fim da primeira temporada) e Tabrett Bethell (a Cara de Legend of The Seeker). O papel de Whitfield aqui é pequeno, o filme é de Tabrett, que segura bem a responsabilidade de protagonizar um longa e de quebra ainda traz um brinde aos fãs de Seeker: aparece nua.

A Clínica (The Clinic, no original) é um filme curioso. Por um lado, é um suspense eficiente e com um bom ritmo. Mas por outro lado, a história é tão cheia de furos, que fica difícil chegar ao fim do filme sem ficar com raiva.

Vamos ao lado bom. O ritmo do filme escrito e dirigido pelo estreante James Rabbitts é bem construído, em momento algum cai, a gente acompanha até o fim querendo saber como aquilo vai concluir. E o elenco convence, apesar de seus únicos nomes conhecidos serem de séries pouco badaladas. Além de Andy Whitfield e Tabrett Bethell, A Clínica conta com Freya Stafford, Clare Bowen e Sophie Lowe, todas com passagens em séries de tv australianas.

Agora, o lado ruim… Mas antes, os avisos de spoilers:

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

– Não é muita coincidência encontrarem, ao mesmo tempo, seis grávidas prestes a ter seus bebês, num lugarejo fim de mundo (o cara do motel falou que o próximo motel era a duas horas de distância)?

– Uma mulher que acabou de sair de uma cirurgia cesariana precisa de “um pouquinho” mais de repouso…

– Vem cá, elas encontraram seus bebês. Não era mais inteligente pegar todos e tentar fugir, e depois identificar quem era filho de quem? Será que a segurança não é mais urgente do que a identificação?

– Um único tiro de espingarda pode matar duas pessoas que estão a mais ou menos um metro de distância uma da outra?

– Será que é tão fácil encontrar pais adotivos dispostos a assassinar a sangue frio a mãe biológica?

E por aí vai. E isso porque não estou citando alguns pontos que não são exatamente furos, mas que ficaram mal explicados, como que fim levaram os outros bebês; ou por que o pai foi excluído repentinamente da história.

FIM DOS SPOILERS!!!

Enfim, A Clínica nem é ruim. Mas poderia ser muito melhor, sem muito esforço.

Triângulo do Medo

Crítica – Triângulo do Medo

Ouvi falar deste Triângulo do Medo quando pesquisava para o Top 10 de filmes com Viagens no Tempo. Consegui ver agora.

Um grupo de amigos vai para o alto mar em um passeio de veleiro, e são surpreendidos por uma tempestade. Pouco depois conseguem alcançar um navio aparentemente abandonado. Mas talvez entrar no navio não seja a melhor escolha.

Parece sinopse de filme de terror, mas trata-se de um suspense com toques de viagem no tempo. Escrito e dirigido pelo pouco conhecido Christopher Smith, Triângulo do Medo (Triangle, no original) tem um roteiro muito bem organizado, que brinca com loops temporais, sem deixar furos na história. A estrutura do filme me lembrou o espanhol Los Cronocrimenes, onde pontas soltas são deixadas e depois resolvidas. É filme pra gente prestar atenção nos detalhes, tudo o que aparece tem sentido!

O roteiro é muito bom, mas teve uma coisa que me incomodou. Mas antes, os avisos de spoiler.

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

A única coisa estranha do roteiro foi a amnésia de Jess. Por que ela esquece tudo é repete os atos que deram errado?

FIM DOS SPOILERS!!!

No elenco, dois nomes conhecidos, a protagonista Melissa George, de Cidade das Sombras; e Liam Hemsworth (Jogos Vorazes, Os Mercenários 2, irmão do Thor Chris Hemsworth). Ainda no elenco, Rachael Carpani, Emma Lung, Jack Taylor e Henry Nixon.

Triângulo do Medo foi muito mal lançado por aqui. Tem que dar sorte de encontrar numa locadora, ou então, só via “torrent TV”…

O Iluminado

Crítica – O Iluminado

Hora de rever o clássico de Stanley Kubrick!

O escritor Jack Torrance é contratado como zelador de um grande hotel que fica fechado durante o inverno. Porém, o contínuo isolamento começa a lhe causar problemas e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso.

Incontestavelmente, Stanley Kubrick foi um dos maiores diretores da história do cinema. No fim de sua vida, seu ritmo de filmar era lento. Depois de Barry Lyndon, de 1975, Kubrick só fez três filmes: este O Iluminado, de 1980, Nascido Para Matar, de 1987, e De Olhos Bem Fechados, que estava sendo finalizado quando Kubrick morreu, em 1999. Se a quantidade era pequena, pelo menos a qualidade não caiu. Diferente de alguns colegas de profissão, seus últimos filmes mantiveram a qualidade de sempre (só tenho um pé atrás com De Olhos Bem Fechados, um dia hei de rever e ter uma segunda opinião).

Aqui Kubrick mostra porque é um dos gigantes na sua área. O ritmo do filme é diferente do que estamos acostumados, mais lento, com muitos planos longos e muita câmera parada. O ritmo lento é acentuado pela edição, que traz várias sequências longas com poucos cortes.

Tem mais: rolam vários movimentos de câmera bem planejados, como os travellings seguindo o velocípede pelos corredores do hotel, ou andando pelo labirinto. Isso é aliado a grandiosos cenários e a uma trilha sonora muito bem escolhida (acho que boa parte das músicas já existia, não foram compostas para o filme). O resultado final é um filme tenso como poucas vezes visto na história do cinema.

Kubrick era um perfeccionista, famoso por refilmar as cenas incontáveis vezes, até que ficasse satisfeito com o resultado. A cena onde Halloran conversa com Danny foi filmada 148 vezes – o recorde mundial! E a cena do sangue escorrendo pelo elevador só foi filmada três vezes, mas a preparação para ela durou quase um ano. Esses atrasos na produção acabaram atrasando outros filmes que precisavam do mesmo estúdio em Londres, como O Império Contra-Ataca e Os Caçadores da Arca Perdida.

O Iluminado foi baseado em um livro de Stephen King. Li por aí que o livro teria monstros (não li o livro, então não tenho certeza da informação), e que a adaptação de Kubrick não foi muito fiel neste aspecto. Mas gostei desta mudança, o filme ficou mais sério, mais assustador.

Um dos grandes responsáveis por O Iluminado ser um filme tão assustador foi a magnífica interpretação de Jack Nicholson, uma das mais impressionantes de sua premiada carreira. Nicholson faz uma cara de louco que dá medo! Outros atores foram cogitados para o papel, como Robert de Niro, Robin Williams e até Harrison Ford, mas vendo Nicholson na tela, fica difícil de imaginar Jack Torrance vivido por outro ator. Outro destaque é o garoto Danny Lloyd, que curiosamente só fez mais um filme. Ainda no elenco, Shelley Duvall com sua “beleza exótica” e Scatman Crothers.

Curiosidade: nem todos concordam que O Iluminado é um grande filme. Na época do lançamento, concorreu a duas Framboesas de Ouro, de pior diretor e pior atriz (para Shelley Duvall). Claro que não ganhou…

Enfim, filmaço. Recomendadíssimo!

Poder Paranormal

Crítica – Poder Paranormal

Novo filme de Rodrigo Cortés, diretor e roteirista de Enterrado Vivo, desta vez à frente de uma produção de maior porte.

A Dra. Margaret Matheson e seu parceiro Tom Buckley são especialistas em desmascarar falsos casos paranormais. Quando Simon Silver, um vidente cego de fama internacional, resolve retornar depois de 30 anos afastado dos holofotes, ele acaba atraindo a atenção da dupla, que quer desmascarar o “poder” do médium.

Enterrado Vivo foi um interessante e criativo exercício de claustrofobia – um filme de uma hora e meia que só tem um único ator, e tudo se passa dentro de um caixão. Um ótimo exemplo de como se fazer um filme com recursos mínimos. Agora, Cortés tinha uma produção convencional em mãos. Bom sinal, né? Pena que nem tudo funciona.

Poder Paranormal (Red Lights, no original) se desenvolve bem, cria uma boa tensão ao longo da projeção, mas parece que no meio do caminho algo se perdeu. O roteiro, também escrito por Cortés, resolve guardar uma grande reviravolta para o fim. O problema é que essa reviravolta não convence ninguém. Mas antes de falar disso, vamos aos avisos de spoiler:

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

Um monte de coisas soam forçadas depois da revelação final. Mas nada justifica o fato de ninguém pensar em testar a visão de Silver. Como assim o cara não é cego e ninguém pensou em verificar isso em mais de 30 anos?

FIM DOS SPOILERS!

O elenco traz alguns bons nomes. Cillian Murphy e Sigourney Weaver estão bem liderando o elenco. Robert De Niro não está mal, mas está longe do grande ator que foi anos atrás. Ainda no elenco, Elizabeth Olsen, Joely Richardson e Toby Jones.

No fim, fica aquela sensação de boa ideia estragada por um fim preguiçoso. Rodrigo Cortés ainda tem crédito, ainda quero acompanhar sua carreira. Mas precisa tomar cuidado para não virar um novo Shyamalan.

The Tall Man

Crítica – The Tall Man

Filme novo do diretor de Martyrs!

A médica Julia Denning vive com seu filho na pequena cidade de Cold Rock, onde existem várias crianças desaparecidas. Os habitantes culpam um tal de “Tall Man” – seria algo real ou uma lenda urbana?

The Tall Man foi escrito e dirigido por Pascal Laugier, o mesmo de Martyrs, filme francês hiper violento e cheio de cenas fortes de gore. Mas este novo filme é bem mais discreto no que diz respeito a cenas fortes, The Tall Men não tem nada de gore. Aliás, o filme não é terror como tudo indica, a ênfase está no suspense psicológico.

Não é bom revelar muito sobre a trama de The Tall Man, só digo que o roteiro de Laugier consegue enganar o espectador, criando um cenário que não necessariamente se mostrará real ao longo do filme. A narrativa é um pouco confusa, mas proporciona algumas boas reviravoltas. Dizer mais poderia estragar as surpresas do filme. Não leia muito sobre ele!

No elenco, a figura central é Jessica Biel, que tem uma das melhores performance de sua carreira. Além dela, alguns nomes menos conhecidos como Jodelle Ferland, Stephen McHattie, William B. Davis e Samatha Ferris.

Infelizmente, The Tall Man não tem o perfil de entrar no circuito brasileiro. Tomara que seja lançado no mercado de home video!

Claustrofobia

Crítica – Claustrofobia

Depois de A Espiã, mais um filme holandês! Desta vez, um mais recente, e sem nenhum nome conhecido envolvido.

Claustrofobia é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber, melhor. Simplificando em uma frase: “A estudante de veterinária Eva acorda e se vê algemada a uma cama, sozinha num porão.”

Claustrofobia é uma agradável surpresa. Um filme simples com uma trama interessante, um suspense não tem nada de sobrenatural – o filme trata de um cara desequilibrado, que pode ser o seu vizinho. E com um roteiro eficiente em construir reviravoltas – quando você acha que “matou” a história, logo alguma coisa te direciona para outro caminho.

Li na internet que Bobby Boermans, o diretor de Claustrofobia, estreante em longas, optou por não lançar seu filme nos cinemas, e liberar o download gratuito. Por um lado é uma pena, já que o filme tem qualidades e é melhor que alguns títulos que são lançados no circuito. Por outro lado, isso deu uma visibilidade maior ao filme e ao seu realizador. Acho que ainda veremos o seu nome por aí.

(Tem mais: um filme de suspense holandês, sem nenhum nome conhecido, NUNCA ia ser lançado por aqui. Então, pra gente, tanto faz…)

O elenco, claro, não tem nenhum nome famoso. Alison Carroll e Dragan Bakema, os principais nomes na trama, cumprem bem seus papeis.

Fica a dica: uma boa opção off-Hollywood. E esse pode baixar que não é pirataria!

p.s.: Não entendi o poster. Até rola uma breve nudez, mas nada como sugere o poster…

.

.

Se você gostou de Claustrofobia, o Blog do Heu recomenda:
A Pele Que Habito
Dead Girl
Mientras Duermes

Kill List

Crítica – Kill List

Ex-militar, hoje Jay vive como matador de aluguel. Depois de uma missão que dá errado, ele fica meses sem trabalhar, até que aceita uma nova missão, onde tem que matar apenas três pessoas.

Produção inglesa independente, misto de ação e suspense com uma pitada de terror, Kill List tem um ritmo devagar, vamos descobrindo aos poucos os mistérios do protagonista Jay. A trama vai num crescente até a impactante parte final, onde os detalhes deixados ao longo da projeção são conectados. A violência gráfica rola em quantidade razoável ao longo do filme, e a cena final é bem forte – em certo aspecto, lembrou o polêmico A Serbian Movie (mas sem a parte sexual).

Kill List não tem nenhum nome conhecido envolvido, foi dirigido por Ben Wheatley e estrelado por Neil Maskell, MyAnna Buring, Michael Smiley e Emma Fryer (MyAnna Buring estava em Abismo do Medo, não conhecia nenhum dos outros). O elenco está ok, nenhum destaque positivo; tampouco nenhum negativo.

O fim do filme é bem confuso. Fui procurar explicações no fórum de leitores do imdb, vi que tem muita gente que não entendeu. Não acho que um filme precisa entrar em detalhes minuciosos sobre tudo, mas em alguns casos, explicar alguma coisa pode ajudar.

Filme “menor”, Kill List não vai mudar a vida de ninguém. Mas pode ser uma boa distração. Se você conseguir curtir o final, claro.

.

.

Se você gostou de Kill List, o Blog do Heu recomenda:
Absentia
Stake Land
A Mulher Selvagem

Prometheus

Crítica – Prometheus

Finalmente, chegou um dos mais aguardados filmes de 2012!

Um grupo de arqueólogos descobre uma pista sobre a origem da humanidade na Terra. Uma grande corporação então organiza uma expedição a um planeta distante, onde vão procurar respostas para questões existenciais.

Antes de começar a falar de Prometheus, preciso avisar que NÃO é um filme da franquia Alien. “Ué, mas esse filme não era um prequel do primeiro Alien? Bem, mais ou menos. Explico.

Prometheus é um prequel sim. Mostra o universo dos filmes Alien, antes do que aconteceu lá longe, no primeiro, Alien, o Oitavo Passageiro, dirigido pelo mesmo Ridley Scott em 1979. Mas não é um filme sobre a criatura “alien” – os xenomorfos e “face hughers”. Isso pode causar uma grande decepção em boa parte dos espectadores, que vão ao cinema para ver os bicharocos com sangue ácido e uma boca dentro da outra. Então, caro leitor, deixe-me avisá-lo logo: Prometheus NÃO é um filme sobre os aliens!

Dito isso, vamos ao filme. Prometheus não é Alien, mas é muito bom. Ridley Scott está de volta!

Prometheus entrega o “prometido” (desculpem, mas o trocadilho era inevitável…): misto de ficção científica com suspense e pitadas de terror, trama mostrando elementos do universo Alien, efeitos especiais excelentes e uma cenografia com um visual embasbacante – os cenários e alienígenas seguem o traço do pintor H. R. Giger, o criador do xenomorfo original.

O visual de Prometheus é realmente impressionante. Todos aqueles cenários devem ser digitais, mas a qualidade da imagem faz tudo parecer muito real. A fotografia do filme é belíssima!

O elenco é muito bom. Michael Fassbender está excelente como o androide “da vez” (não, não é spoiler). Noomi Rapace, da versão sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres, manda bem com a sua “nova Ripley” (personagem de Sigourney Weaver nos quatro filmes da série Alien). Charlize Theron também está ótima com a fria chefe. Só não gostei de Guy Pearce mal maquiado como o idoso Weyland. Por que não contratar um ator veterano? Ou pelo menos fazer uma maquiagem bem feita? Ainda no elenco, Idris Elba, Logan Marshall-Green, Sean Harris, Rafe Spall e uma ponta de Patrick Wilson.

Prometheus é bom, mas não é perfeito. O roteiro tem algumas falhas (como é que logo o geólogo responsável pelo mapeamento do local é o cara que se perde?), e são muitos personagens mal desenvolvidos… E ainda tem outro problema: a responsabilidade de ser “a nova ficção científica dirigida por Ridley Scott”. Scott foi o diretor de dois dos maiores filmes da história da ficção científica: Alien, o Oitavo Passageiro (1979) e Blade Runner, o Caçador de Androides (1982). Prometheus é bom, mas perde na inevitável comparação.

Mas, na minha humilde opinião, o pior defeito de Prometheus é não ser uma história fechada. O fim do filme deixa claro que teremos uma continuação em breve. E sabendo que um dos roteiristas é Damon Lindelof, que tem Lost no currículo, a gente fica com o pé atrás com relação a pontas soltas…

Mesmo assim, Prometheus é um grande filme, e merece ser visto no cinema – parte do visual deslumbrante vai se perder no lançamento em dvd / blu-ray. Vi a versão em 3D, mas não senti nada essencial, acredito que possa ser visto em 2D sem nenhum prejuízo.

Agora aguardamos a continuação. Que seja tão boa quanto a continuação do primeiro Alien!

.

.

Se você gostou de Prometheus, o Blog do Heu recomenda:
Alien, o Oitavo Passageiro
Força Sinistra
Distrito 9

Identidade

Crítica – Identidade

Desde que fiz o Top 10 de finais surpreendentes, tenho vontade de rever Identidade. Tempo livre no fim de semana, revi!

Dez pessoas ficam presas em um motel de beira de estrada por causa de uma forte chuva. Mas, um a um eles começam a ser assassinados. Ao mesmo tempo que procuram o assassino, tentam descobrir o que têm em comum.

Identidade é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber, melhor. Acredito que já foi visto por boa parte dos leitores daqui do Blog, mas, em respeito aos que não viram, vou tomar cuidado para não soltar spoilers.

A estrutura do filme parece o clássico “whodoneit”, tipo os filmes da série Pânico: em um grupo de pessoas, um a um é assassinado, e o filme vai dando pistas para descobrirmos quem é o assassino. O Caso dos Dez Negrinhos, livro de Agatha Christie, é citado por uma personagem.

Mas só parece. A trama vai ficando mais complexa, incluindo até elementos que parecem sobrenaturais, até a sensacional reviravolta final. E é aí que a gente pára, porque é complicado falar mais sem comprometer a diversão de quem ainda não viu Identidade. Por mais que seja um filme de quase 10 anos atrás (foi lançado em 2003), tem gente que ainda não viu…

A direção estava nas mãos de James Mangold, que pouco antes fizera Garota Interrompida e Kate e Leopold, e recentemente dirigiu Encontro Explosivo. O elenco, liderado por John Cusack (competente como sempre), também conta com Amanda Peet, Ray Liotta, Rebecca DeMornay, Clea Duvall, Jake Busey, Alfred Molina, John C McGinley, John Hawkes e William Lee Scott. E, claro, Pruit Taylor Vince e seus olhos “nervosos” dão um toque extra especial ao filme.

Pra quem ainda não viu, fica aqui a recomendação. E pra quem viu, sugiro olhar o Top 10 de finais surpreendentes.

.

.

Se você gostou de Identidade, o Blog do Heu recomenda:
A Órfã
Desconhecido
Ilha do Medo

12 Horas

Crítica – 12 Horas

Estreia de diretor brasileiro em Hollywood!

Quando sua irmã desaparece, Jill se convence que foi obra do mesmo serial killer que a sequestrou dois anos antes. O problema é que a polícia não acredita nela, acha que ela nunca foi sequestrada, que tudo foi fruto da sua imaginação.

Tem muita gente por aí criticando o diretor Heitor Dhalia (Nina, O Cheiro do Ralo, À Deriva) por causa de sua estreia hollywoodiana. Segundo estes críticos, Dhalia teria, “se vendido” ao esquema, já que não fez um projeto autoral, e sim um filme comercial. 12 Horas (Gone, no original) não é um filmaço, mas está longe de ser um filme ruim. Na minha humilde opinião, não foi um retrocesso na carreira de Dhalia.

Mas fica claro que 12 Horas é um “filme de produtor”. Dhalia deu entrevistas dizendo que tinha muito pouco controle sobre o filme, até para ensaiar com os atores, ele precisava da presença do produtor. Mas existem “filmes de produtor” ruins, e este não é um desses.

A trama é bem conduzida por Dhalia. O que é mais interessante aqui é que a gente não sabe se a história de Jill realmente aconteceu, ou se foi tudo dentro da sua cabeça – dúvida que persiste até o final do filme. Aliás, o final não agradou a todos, mas heu gostei.

Se tem algo que merece críticas é o roteiro de Allison Burnett, que força a barra de vez em quando. Tipo, todo mundo que fala com Jill se lembra de detalhes minuciosos sobre tudo. Mais: se o serial killer for real, por que a polícia não tem registros de outros casos?

Amanda Seyfried lidera um elenco sem nenhum destaque positivo, mas com alguns atores abaixo do esperado. Wes Bentley tem a mesma expressão durante todo o filme; Jennifer Carpenter pouco aparece; e Katherine Moennig parece que só está lá para mostrar o cabelo mal penteado. Ainda no elenco, Daniel Sunjata, Emily Wickersham, Sebastian Stan e Michael Paré, aquele mesmo, o canastrão de Ruas de Fogo, no papel de chefe de polícia.

Por último, só não entendi o título do filme em português, “12 Horas”. Esse intervalo de tempo nunca é mencionado ao longo do filme, e Jill usa mais horas na busca pela irmã. E é curioso que o diretor seja brasileiro, por que será que ele não palpitou no nome que o filme seria distribuído no próprio pais?

Vida longa a carreiras de brasileiros em Hollywood!