A Vida de David Gale

Crítica – A Vida de David Gale

David Gale é um brilhante professor universitário e ativista contra a pena de morte. Ironicamente, é condenado à pena de morte quando sua amiga e colega de trabalho é assassinada. Às vésperas de sua morte, David pede a presença de uma repórter para que ele lhe conceda uma entrevista exclusiva, onde finalmente contaria toda a verdade sobre o caso.

Só tinha visto este A Vida de David Gale (The Life of David Gale, no original) na época do lançamento em vhs, quase dez anos atrás. Não é um filme “essencial”, mas é um thriller bem escrito e que rende duas horas de diversão honesta.

Uma das melhores coisas de A Vida de David Gale é o roteiro, que traz uma reviravolta bem interessante no final do filme. Apesar disso, o filme, lançado em 2003, é meio desconhecido hoje em dia.

O diretor Alan Parker tem uma carreira eclética e repleta de bons filmes, que vão do terror (Coração Satânico) aos musicais (Pink Floyd The Wall, The Commitments), passando pelo drama (Expresso da Meia Noite, Asas da Liberdade). Cuirosamente, este é seu último filme até agora – Parker aparentemente está aposentado.

No elenco, Kevin Spacey está muito bem no papel-título, e consegue manter até o fim do filme a dúvida sobre a moral do seu personagem. E ele está bem acompanhado das sempre eficientes Kate Winslet e Laura Linney. Ainda no elenco, Rhona Mitra, Gabriel Mann e Matt Craven.

 

Pink Floyd – The Wall

Crítica – Pink Floyd – The Wall

Quinta agora tem show do Roger Waters aqui no Rio, com o show The Wall. Bom momento pra rever o filme do Alan Parker, não?

O filme mostra o popstar Pink e seus problemas com drogas, com a perda do pai na guerra, com os professores na época da escola e com as mulheres.

O disco The Wall, lançado em 1979, é um clássico, um dos melhores discos da história do rock, tanto que Roger Waters (baixista do Pink Floyd e autor da maior parte das músicas do disco) está com uma grande turnê mundial lotando estádios com um show onde toca só este disco – e isso hoje, em 2012, 33 anos depois do lançamento. Mas, e o filme? Será que o grande diretor Alan Parker (Coração Satânico, The Commitments) conseguiria fazer um bom trabalho com tão rico material em mãos?

Infelizmente não. Se o disco merece frequentar listas de melhores, o filme lançado em 1982 passa longe disso.

Pink Floyd – The Wall é compostos de sequências com imagens viajantes sem sentido em cima de um fiapo de história. O roteiro é do próprio Roger Waters, ele deveria ter sido mais humilde e ter chamado um escritor mais experiente. Tanto que o próprio Alan Parker, que pensou em desistir do projeto algumas vezes por causa de brigas de ego com Waters, declarou que este era “the most expensive student film ever made” (“o mais caro filme de estudante já feito”).

Pink Floyd – The Wall parece um longo videoclipe de uma hora e meia. Ou talvez uma coleção de videoclipes. Claro que tem bons momentos, como a parte da música mais famosa (Another Brick in The Wall), com os alunos indo pro moedor de carne. Algumas animações, a cargo de Gerald Scarfe, também são bem legais.

Mas o problema é que alguns momentos não salvam um filme – principalmente quando a história é mal contada. Tudo bem que a boa música ajuda a passar o tempo, mas, como filme, Pink Floyd – The Wall fica devendo.

Sobre o elenco: o único papel importante é o personagem Pink (todo o resto é bem secundário), interpretado por Bob Geldof. Geldof nunca mais atuou em um longa para o cinema. Mas ele é muito famoso por ter organizado o projeto Band Aid (a versão inglesa do USA For Africa) e depois o mega-show Live Aid. Ah, e o próprio Roger Waters aparece numa ponta, como o padrinho de Pink no seu casamento.

Só recomendado aos fãs de Pink Floyd, ou àqueles que gostam de ver filmes enquanto estão com a mente alterada…

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Se você gostou de Pink Floyd – The Wall, o Blog do Heu recomenda:
Across The Universe
The Doors
Quase Famosos

The Commitments – Loucos Pela Fama

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The Commitments – Loucos Pela Fama

Quando a gente passa numa Americanas da vida e vê aquela infinidade de dvds, quase tudo baratinho, pensa que o mercado de dvds aqui no Brasil é muito bom. Mas na verdade, faltam alguns títulos importantes no mercado! Alguns filmes inexplicavelmente nunca foram lançados, como por exemplo A Fera do Rock (Great Balls of Fire) ou Top Secret – Superconfidencial (falei dele ontem!). Outros filmes foram mal lançados, e é praticamente impossível encontrá-los, como Marte Ataca ou Assassinato Por Morte.

Heu achava que The Commitments – Loucos Pela Fama fosse um desses casos. Até que vi anunciado num site. Encomendei logo o meu, e já revi!

Em Dublin, Irlanda, um grupo de amigos resolve montar uma banda de soul. Afinal, segundo o que eles dizem, os irlandeses são os negros da Europa! Acompanhamos todo o processo: anúncio no jornal, recrutamento dos músicos, ensaios, primeiros shows… Até o fim da banda (pelo menos no filme)…

The Commitments é um dos filmes musicais mais “sinceros” que conheço. Digo isso porque os atores são realmente músicos! Fui ver no imdb, quase todos no elenco têm este como o primeiro filme da carreira, alguns até nem seguiram a carreira de ator! E, por outro lado, a banda “The Commitments” continuou a carreira depois do filme…

A banda na tela realmente passa credibilidade. Os músicos têm boa química para tocar, e ao mesmo tempo têm que conviver com as brigas internas – divergências musicais, brigas de ego… Quem nunca soube de problemas entre músicos da mesma banda?

Apesar de não ter uma carreira exclusivamente musical, o diretor Alan Parker (Coração Satânico, A Vida de David Gale) tem intimidade com música nos filmes. Afinal, ele dirigiu Pink Floyd – The Wall, Evita, Fama e Quando as Metralhadoras Cospem! Acredito que isso tenha ajudado na formação da banda dentro do filme…

O filme foi inspirado num livro de Roddy Doyle, parte da “trilogia Barrytown” – inclusive o ator Colm Meaney interpreta o mesmo personagem nos outros dois filmes, A Grande Família e A Van.

(Aliás, uma curiosidade: a banda de folk rock celta The Corrs foi fundada durante os testes para o filme. Andrea Corr é a irmã do protagonista, enquanto os outros três irmãos aparecem durante as audições para a banda…)

Enfim, um filme legal para quem curte o clima de se músico e tocar numa banda…