Free Guy

Crítica – Free Guy

Sinopse (imdb): Um caixa de banco descobre que ele é na verdade um NPC dentro de um violento videogame de mundo aberto.

Antes de tudo, uma explicação pra quem não sabe o que é um NPC. É um “non player character”, ou um “personagem não jogável”. Em alguns videogames, você cria o seu personagem, e ele interage com outros personagens que estão no jogo. Alguns são controlados por outros jogadores, enquanto outros são controlados pelo computador. Esses são os NPC.

Dirigido por Shawn Levy (diretor da trilogia Noite no Museu, e que nos últimos anos dirigiu vários episódios de Stranger Things), Free Guy: Assumindo o Controle (Free Guy, no original) parece uma mistura de Show de Truman, Tron, Detona Ralph e mais algumas coisinhas. Às vezes, misturar tudo pode ter cara de cópia – falei disso no texto sobre Gunpowder Milkshake. Mas às vezes a mistura fica boa, e felizmente é o caso aqui. E, ainda sobre as ideias recicladas: o roteiro é de Matt Lieberman e Zakk Penn – este último também é o roteirista de O Último Grande Herói e Jogador Nº1. Ou seja, ele já tinha abordado temas parecidos.

Free Guy é mais um filme que foi adiado pela pandemia. Lembro de ter visto o trailer meses atrás. Agora, finalmente o filme chega às telas.

O modo como o jogo mostra o jogo é genial. É uma cidade com tiroteios, explosões, tanques nas ruas, mas sob o ponto de vista do “morador” da cidade. Isso traz algumas cenas muito engraçadas. Além disso, tem várias coisas acontecendo em segundo plano, tipo um carro que muda de cor porque está sendo personalizado; ou jogadores que ainda não pegaram a manha e seus avatares andam sem rumo; ou avatares fazendo dancinhas. A Free City foi inspirado na Liberty City do GTA, e o jogo também traz elementos do Fortnite.

Acho que o maior mérito de Free Guy está em seu protagonista. Ryan Reynolds criou um personagem sonso e irônico, que se adapta a alguns papeis. Guy parece ser uma versão light do mesmo Deadpool de sempre (papel também parecido com Dupla Explosiva 2, que comentei aqui outro dia). Guy é aquele cara super feliz na vidinha medíocre, enquanto é assaltado e apanha todos os dias. Não consigo pensar num ator melhor pra isso.

Aproveito pra falar do resto do elenco. O outro nome a ser citado é Taika Waititi, que virou uma personalidade importante depois que dirigiu Thor Ragnarok e ganhou Oscar de roteiro por Jojo Rabbit. Ele aqui está caricato ao extremo como o vilão. Sei que foi proposital, mas acho que ele exagerou um pouco, passou do ponto. Também no elenco, Jodie Comer, Joe Keery, Utkarsh Ambudkar, Lil Rel Howery e Channing Tatum num papel pequeno e muito engraçado. Ah, tem um cameo genial, mas não vou falar por causa de spoilers.

Free Guy tem uma segunda parte fora do videogame, com toda uma trama que inclusive explica por que o personagem título age daquele jeito. Afinal, ia cansar se ficasse só nas piadinhas do jogo. Agora, não que essa parte seja ruim, mas senti uma queda de ritmo, prefiro a parte dentro do jogo.

Free Guy estreia semana que vem nos cinemas. Vou voltar com os filhos pra rever!

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