Maligno

Crítica – Maligno

Sinopse (imdb): Madison fica paralisada por visões chocantes de assassinatos terríveis, e seu tormento piora quando ela descobre que esses sonhos acordados são, na verdade, realidades aterrorizantes.

Dentre as várias vertentes do terror, duas são mais populares hoje em dia. Uma é o terror cabeça, de títulos como Babadook, It Follows, A Bruxa, Hereditário e Midsommar. A outra é o que chamo de “trem fantasma de parque de diversões”, onde o principal objetivo é a diversão do espectador, mesmo que use fórmulas repetidas. E nesta vertente, James Wan é o cara.

Sou muito fã do James Wan. Gosto muito do primeiro Jogos Mortais, dos dois primeiros Sobrenatural e dos dois primeiros Invocação do Mal, todos dirigidos por ele. O problema é que Wan saiu do terror e foi ganhar dinheiro em blockbusters – ele dirigiu Velozes e Furiosos 7 (que é uma das dez maiores bilheterias da história do cinema) e Aquaman, um dos melhores filmes da DC (e, segundo o imdb, está no momento dirigindo o Aquaman 2). E todos os outros filmes do Waniverso (continuações, prequels e spin-offs) dirigidos por outras pessoas são mais fracos. Filmes divertidos, mas esquecíveis.
Claro que vê-lo de volta na cadeira de diretor de um filme de terror era algo aguardado. E, vou te falar, Wan não decepcionou!

Sobrenatural e Invocação do Mal são filmes diferentes, mas ambos usam conceitos parecidos, de casa mal assombrada. Aqui em Maligno (Malignant, no original), Wan muda um pouco o conceito. Tem algo de possessão, um pouco de investigação policial, e tem uma criatura / entidade / vilão que é um grande achado. Mais tarde volto a falar deste personagem.

Precisamos falar da câmera de Wan. O cara sabe filmar. Você pode até não curtir o estilo, mas é preciso reconhecer que Wan sabe muito bem posicionar sua câmera como poucos no cinema atual. Ângulos, movimentos de câmera, cada cena é bem cuidada – chega a ter uma cena filmada de cima, dentro da casa, por vários cômodos, como se fosse uma casa de bonecas. Ver um filme bem dirigido assim é uma delícia!

Os efeitos especiais são outro destaque. Adorei os efeitos para mudar o cenário nas visões da protagonista, o cenário se dissolve e se reconstrói, com a câmera rodando em volta da personagem. O visual disso ficou muito legal. Outro destaque está na criatura, vou falar mais na parte com spoilers.

A fotografia aproveita a câmera sempre bem posicionada e os efeitos especiais, e, junto com uma boa trilha sonora do habitual colaborador Joseph Bishara, dão a Maligno um resultado visual muito bom.

Aliado a tudo isso, Maligno traz um plot twist de explodir cabeças! Sério, quando acabou o filme, conversei com um amigo, que comentou a mesma coisa!

Quero falar dos efeitos especiais da criatura, mas, isso pode entrar no terreno de spoilers, então vou deixar um aviso. Mas, quem quiser seguir, só vou falar da parte técnica, nada sobre a trama.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

A criatura / entidade se movimenta de maneira diferente do normal. Logo de cara a gente pensa que é cgi, mas nem tudo nessa movimentação é digital. Quem está debaixo da maquiagem é a bailarina / contorcionista Marina Mazepa. O trabalho dela deu um upgrade no visual do filme!

FIM DOS SPOILERS!

No elenco, o papel principal é de Annabelle Wallis, que está muito bem, e já esteve no Waniverse, é uma das principais atrizes em Annabelle. Fora ela, ninguém digno de nota no elenco principal. Agora, queria fazer 3 comentários sobre o elenco secundário. A personagem principal, quando adolescente, é interpretada por McKenna Grace, de A Maldição da Residência Hill, Eu, Tonya e Annabelle 3. A enfermeira (que acho que só aparece uma vez) é Patricia Velasquez, dos filmes A Múmia com o Brandon Fraser. Por fim, a loira que briga na cadeia é Zoë Bell, figurinha frequente nos filmes do Tarantino, como dublê ou como atriz.

O fim do filme traz espaço pra uma nova franquia, o que não surpreende ninguém. Tomara que o diretor seja o mesmo. Se trocar, a gente sabe que a qualidade deve cair.

Por fim, cuidado com os nomes. Teve um filme mal lançado aqui em 2019, que tem o mesmo nome em português, apesar de no original ter o nome The Prodigy. Cuidado!

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