Os Garotos Estão de Volta
Inspirado num caso real, Os Garotos Estão de Volta conta a história de Joe Warr, que teve que cuidar sozinho do filho pequeno depois que a esposa morreu de câncer, e pouco depois ganhou também a guarda do filho adolescente do primeiro casamento.
Acho que Os Garotos Estão de Volta tenta ganhar simpatia por causa dos perrengues enfrentados por Joe, o pai interpretado por Clive Owen. Porque é tudo tão clichê, tudo tão previsível…
O roteiro do filme dirigido por Scott Hicks segue todos os clichês possíveis. Pai antes ausente mas que depois vira “pai modelo”; irmãos que antes brigam pra depois se adorarem e virarem inseparáveis; mulherzinha por perto que vai se aproximar, mas com vários pés atrás; eterno “morde e assopra” com a sogra; problemas profissionais…
Isso sem falar da incoerência do filho mais velho. Primeiro o garoto diz que tá tudo ok e convence o pai a ir pra Melbourne, pra logo depois ele fazer besteira e jogar a culpa no pai. Aí ele reclama da mãe, pra depois dizer que não quer se separar da mãe porque seria ruim pra ela. Caraca, moleque, decida-se!
E Joe Warr faz tudo errado. Fica difícil ter pena de um cara que, ao ver o filho dar um piti e quebrar toda a louça, em vez de colocar o garoto de castigo, vai lá e pede desculpas… Clive Owen tem um grande carisma, mas, não rola, né?
Mas, por incrível que pareça, Os Garotos Estão de Volta não é tão ruim quanto esses clichês todos fazem acreditar. Belas paisagens australianas e uma convincente atuação de Clive Owen ajudam, o filme é até interessante. É um clichê bem feito, com elementos bem colocados.
Mesmo assim, achei o resultado final dispensável. Claro, vai agradar a plateia feminina e os mais “sensíveis”. Mas tem coisa bem melhor por aí pra ver com a patroa.