Rivais

Crítica – Rivais

Sinopse (imdb): Tashi, uma treinadora de sucesso, transformou seu marido em um campeão mundial. Mas para superar uma sequência de derrotas, ele precisa enfrentar o ex-melhor amigo e ex-namorado de Tashi.

Filme novo de Luca Guadagnino, que está usando como marketing um suposto “trisal” entre a badalada Zendaya e dois homens. Mas, calma que não é exatamente por aí. Vamulá.

Gostei da estrutura do filme. O roteiro do estreante Justin Kuritzkes (marido da Celine Song, diretora de Vidas Passadas) começa o filme logo na cena final, na “grande batalha”, no jogo de tênis entre os dois protagonistas. E logo depois somos levados a um flashback, 13 anos antes, pra começar a entender o que está acontecendo. Mas, provavelmente para criar um paralelo com um jogo de tênis, a trama fica indo e vindo na linha temporal. Um pedacinho do “grande jogo”, volta no tempo, mais um pedacinho, mais uma volta no tempo. A narrativa ficou bem fluida com essas idas e vindas. Ah, e gostei da maquiagem usada pra diferenciar as idades. Ok, talvez não pareça que se passaram 13 anos, mas dá pra ver que estão bem mais novos / velhos.

(Tem uma cena onde um dos personagens se acidenta. Não sei se é spoiler, já que está no trailer. Enfim, na tela, o acidente é bem gráfico. Mas nada tão forte quanto a melhor cena de Suspiria, do mesmo diretor, onde uma mulher se quebra toda…)

A câmera de Guadagnino explora bem a quadra de tênis, vemos vários ângulos inovadores. Nem todos funcionam, heu por exemplo não curti quando vemos parte do jogo em câmera “pov”, com a visão do jogador. Por outro lado, gostei quando o ponto de vista foi da bola, como se a câmera estivesse sendo rebatida pelas raquetes.

Preciso dizer que não curti a trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Ross, que já fizeram trabalhos ótimos (e já ganharam Oscars duas vezes, por A Rede Social e Soul). Se em outros trabalhos a trilha ajudava a entrar no clima do filme, aqui senti o oposto. Em algumas cenas que eram pra ser mais sérias, as batidas eletrônicas eram altas como se estivéssemos em uma rave. Continuo curtindo a dupla, mas não nesta trilha.

O trio principal de atores está muito bem. Preciso dizer que nunca entendi o fã clube da Zendaya, ela é uma boa atriz, mas, imho, nada que justifique o frisson. Bem, pelo menos aqui ela está bem, e tem uma boa química com Mike Faist e Josh O’Connor. Aliás, é interessante notar que existe um clima de tensão sexual entre ela e cada um deles, e também existe um clima de tensão sexual entre os dois. O filme consegue trabalhar bem a química entre o trio, cada um dos personagens é bem construído, e igualmente bem construídas são as relações entre eles.

(Achei ótimo ver a Zendaya fazer uma breve citação a Homem Aranha!)

Apesar de alguns méritos, achei o resultado final de Rivais apenas mediano. Mas reconheço que gostei muito da sequência final. Na verdade não sabemos como o jogo de tênis acaba, mas o crescente até o final do filme é muito empolgante. Como já comentei antes, assim como um final ruim diminui a nota do filme, um bom final aumenta a nota. E digo que terminei o filme com um sorriso no rosto!

Por fim, uma curiosidade: já tivemos três versões do Homem Aranha nos cinemas, e as três protagonistas femininas fizeram filmes de tênis. Kirsten Dunst fez Wimbledon; Emma Stone, A Guerra dos Sexos; e agora Zedaya estrela Rivais.

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