Turma da Mônica: Lições

Crítica – Turma da Mônica: Lições

Sinopse (filmeB): Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão fogem da escola. Agora, terão que encarar as suas consequências, e elas não serão poucas. Nesta nova jornada, a turma descobrirá o real valor e sentido da palavra amizade.

Não vi a sessão de imprensa de Turma da Mônica Lições, fui em uma sessão normal, com meus filhos. E, preciso dizer, que filme gostoso! Que filme agradável! Acabou o filme, estava feliz, já com vontade de rever!

Normalmente consigo separar o lado crítico do lado espectador de cinema – só não consigo quando é Guerra nas Estrelas, porque aí admito que o lado fanboy fala mais alto. Vejo filmes de super heróis sem envolver o lado fã. Mas, desta vez, a cada easter egg que aparecia na tela, era mais um momento de felicidade.

Temos vários personagens novos, que não estavam no primeiro filme. Mas não vou entrar em detalhes sobre quem aparece além dos quatro principais, porque pra mim cada um deles que aparecia era uma agradável surpresa – principalmente porque as aparições são incluídas de maneira orgânica na história, tipo, o Cebolinha tem problemas de fala e vai a uma fonoaudióloga, e na recepção ele conhece um menino loiro que não fala, só fala “hum” “hum”. Droga, falei um dos personagens novos…

Já que falei um personagem, preciso falar de outro. O Do Contra é um alívio cômico perfeito! São várias sacadas geniais e engraçadíssimas! E adorei ver a Tina e o Rolo!

(Tem outros personagens que aparecem em objetos de cena ou desenhados, como um Piteco no quadro negro ou um chaveiro do Bugu. Prestem atenção nos detalhes!)

Várias gerações leram os gibis da Turma da Mônica. Lembro da minha infância, heu lia direto Disney e Turma da Mônica. Fui ficando mais velho e fui refinando a minha leitura, lembro que no início lia qualquer coisa da Disney, depois passei a curtir só as historinhas brasileiras (lembro do Biquinho, sobrinho do Peninha um personagem excelente, que se não me engano era brasileiro); e também curtia umas histórias do Pato Donald e Tio Patinhas, sempre em aventuras épicas, que anos mais tarde descobri que eram as histórias escritas por Carl Barks (e anos depois consegui colecionar os volumes da Obra Completa de Carl Barks). E comecei a falar de Turma da Mônica e me perdi e tô falando de Disney, mas é que dei essa volta toda pra falar que com o tempo me cansei um pouco das histórias, principalmente da Magali sempre comendo, do Cascão sempre fugindo do banho e da Mônica sempre muito forte – Cebolinha tinha muitas histórias de planos infalíveis, mas era menos monotemático. Nessa época passei a curtir mais o Chico Bento, que não tinha um clichê tão marcante.

Isso tudo foi pra dizer que esses clichês são abordados no filme, e são muito bem trabalhados. Se nos quadrinhos essas características cansavam por causa da repetição, aqui no filme não tinha tempo pra repetição, viraram problemas próximos dos vividos por crianças reais.

A direção é mais uma vez de Daniel Rezende, que também dirigiu o primeiro filme. Não tenho muita coisa pra falar da parte técnica, a não ser que tudo funciona redondinho. Logo no início a gente vê o cuidado da produção, tem uma cena que alterna trechos da peça Romeu e Julieta com os ensaios. Iluminação, cenários e figurinos diferentes se alternando num efeito simples e eficiente.

Quem me conhece sabe que curto plano sequência. Tem um, rapidinho, mas bem sacado, a Magali está numa aula de culinária, com outras crianças, a câmera sai com as outras crianças e quando volta ela comeu tudo. Outro detalhe simples e eficiente.

Ah, falei de Romeu e Julieta, a peça shakespeariana é parte essencial na trama!

O elenco é ótimo. Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo e Gabriel Moreira voltam aos seus papeis, e os quatro são ótimos e muito carismáticos, a gente acaba o filme com vontade de estar mais perto dessa turminha, quero muito ver o terceiro filme da série. Malu Mader aparece em um papel pequeno. E Isabelle Drummond, que foi a Emília em uma das versões do Sítio do Pica Pau Amarelo, interpreta a Tina – nada mal, dois papéis importantes em duas obras essenciais da literatura infanto juvenil brasileira. Ah, sim, tem uma participação do Maurício de Souza!

O filme traz uma mensagem que é possível crescer sem deixar de ser criança, e isso é a minha cara. Fiz 50 anos ano passado, mas ainda não sei quando serei adulto. Me considero um bom pai, me considero responsável com meus compromissos profissionais, mas isso não me impede de continuar pensando como criança. Velhos são os outros!

O roteiro tem umas partes meio forçadas, principalmente perto da conclusão, mas, assim como aconteceu com o último Homem Aranha, Turma da Mônica Lições é um filme tão empolgante que a gente deixa isso tudo pra lá.

Foi o primeiro filme que vi no cinema em 2022, mas já arrisco dizer que estará no meu top 10 daqui a 12 meses!

Tem uma cena pós créditos – na verdade, bem no início dos créditos, que traz um gancho para o terceiro filme, e que vai explodir a cabeça de muita gente. Mas não vou falar mais nada!

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