A Freira 2

Crítica – A Freira 2

Sinopse (imdb): França, 1956. Um padre é assassinado. Um mal está se espalhando. A sequência de A Freira (2018) segue a irmã Irene quando ela mais uma vez fica cara a cara com a força demoníaca Valak, a Freira.

James Wan é um dos maiores nomes do terror contemporâneo. O cara fez quatro filmes excelentes, os dois primeiros Sobrenatural e os dois primeiros Invocação do Mal. O único problema é que os filmes fizeram sucesso e geraram continuações e spin-offs – todos de qualidade inferior.

A Feira 2 (The Nun II, no original) é continuação do spin-off A Freira, que por sua vez veio de Invocação do Mal 2. Ou seja, quem for ao cinema com expectativa alta já começou errado!

Quando acabou a sessão de imprensa, alguns críticos amigos estavam revoltados, dizendo que A Freira 2 é um dos piores filmes do ano. Não achei tanto. Está bem longe de ser um grande filme, mas até que tem uma coisa boa aqui e outra ali. Vamulá.

Começo pelo roteiro, que é uma bagunça. Um exemplo simples: tem uma cena no início do filme onde aparece um entregador, que entra numa casa para deixar compras de mercado. E aparece a Freira e o mata. Ok. Agora, quem era esse entregador? Onde ele estava? Pra que mostrar um evento que não vai ligar a nada mais dentro do filme?

O roteiro segue tropeçando até o bode. Acho que alguém viu A Bruxa e gostou da ideia de ter um bode “do mal” – o bode Black Phillip é realmente assustador. Mas aí criaram um bode meio demônio, que aparece do nada, corre corre corre e some da mesma maneira que apareceu. Sabe a piada “tira o bode da sala”? Poizé, tira o bode do filme que tudo melhora.

A direção é de Michael Chaves (A Maldição da Chorona, Invocação do Mal 3), que é um bom discípulo do James Wan, mas ainda falta comer muito arroz com feijão pra alcançar o mestre. Mas, em defesa de Chaves, ele consegue criar um bom clima em algumas cenas, e, pra quem gosta de jump scares óbvios, o filme tem um monte.

Um parágrafo à parte pra falar daquela que provavelmente é a melhor cena do filme: a protagonista está diante de uma banca de revistas, e o vento começa a virar páginas de várias revistas. A cena é criativa, e o resultado ficou muito bom.

No elenco, temos a volta de Taissa Farmiga, irmã da Vera Farmiga (protagonista da série Invocação do Mal). Storm Reid, de Desaparecida, está num papel completamente desnecessário – mais uma vez: tire o personagem e o filme não perde nada. Também no elenco, Jonas Bloquet, Anna Popplewell e Bonnie Aarons (repetindo o papel de Valak – a freira do título).

Como falei antes, A Freira 2 não é um grande filme. Mas acredito que vai agradar aqueles que vão ao Multiplex atrás de jump scares genéricos.

Terror nos bastidores

Crítica – Terror nos bastidores

Sinopse (imdb): Uma jovem que chora a perda de sua mãe, uma famosa “scream queen” dos anos 80, é flagrada dentro do filme mais famoso de sua mãe. Reunidas, as mulheres devem lutar contra o assassino maníaco do filme.

Me recomendaram este filme em 2015, mas me enganei e vi um quase homônimo do mesmo ano, “Final Girl“. E acabei esquecendo de catar este. Até que finalmente resolvi ver. E posso dizer: que surpresa legal!

Quem me conhece sabe que gosto de filmes que não se levam à sério. E é o caso aqui em Terror nos Bastidores. Se a gente parar pra pensar, nada aqui faz sentido. É mesmo assim o resultado ficou bem divertido.

Ok precisamos reconhecer que a ideia não é original. O Último Grande Herói usa a mesma premissa de pessoas reais dentro de um filme, e aproveita para brincar com os clichês dos filmes de ação. Mas não me lembro de ter visto isso com filmes de terror.

(A Rosa Púrpura do Cairo, de 1985, tem uma premissa parecida, mas lá é um personagem de um filme que sai das telas para o mundo real. O Último Grande Herói é de 1993, e tem a mesma premissa: uma pessoa do mundo real entra no filme.)

Dirigido pelo desconhecido Todd Strauss-Schulson, Terror nos Bastidores (The Final Girls, no original) é uma divertida brincadeira com os clichês do terror slasher. Um grupo de jovens entra num filme slasher dos anos 80, uma cópia / homenagem a Sexta Feira 13, e precisam enfrentar todas as convenções presentes naqueles filmes, como a regra de quem fizer sexo será o próximo a morrer.

E não é só isso. Como são pessoas reais dentro de um filme, elas vivem situações curiosas como os flashbacks ou a câmera lenta. Boas sacadas, que geram cenas bem engraçadas!

Li algumas críticas por ser uma mistura de comédia com terror, mas isso nunca me incomodou. Agora, preciso dizer que, na parte do terror, podia ter um pouco mais de sangue.

No elenco, a principal é Taissa Farmiga – irmã da Vera Farmiga, 21 anos mais nova, que era bem desconhecida na época e que hoje também é conhecida por ter feito A Freira. Outros nomes mais conhecidos eram Malin Akerman, que na época já tinha estrelado filmes como Watchmen e Rock of Ages; e Nina Dobrev, da série The Vampire Diaries. Também no elenco, Thomas Middleditch, Adam Devine, Alia Shawkat e Alexander Ludwig.

(E pra aumentar a confusão sobre os filmes quase homônimos, Alexander Ludwig também estava no Final Girl, lançado no mesmo ano de 2015.)

Gostei muito do final do filme. Pena que não posso comentar porque é um spoiler, mas achei uma ideia muito boa.

Por fim, preciso falar do nome. “The Final Girls” não é um nome perfeito, mas tem a ver com a proposta do filme. Agora, o título nacional “Terror nos Bastidores” é péssimo não tem nada a ver! Não tem bastidores de nada!

A Freira

Crítica – A Freira

Sinopse (imdb): Um padre com um passado assombrado e uma noviça no limiar de seus votos finais são enviados pelo Vaticano para investigar a morte de uma jovem freira na Romênia e confrontar uma força malévola na forma de uma freira demoníaca.

E continua a expansão do “Waniverse”!

Pra quem não está ligado: James Wan é um dos nomes mais importantes do terror contemporâneo, por ter dirigido os dois Sobrenatural e os dois Invocação do Mal (além de Jogos Mortais alguns anos antes). Talentoso, o cara foi chamado pra dirigir outros estilos de filme (Velozes e Furiosos 7, Aquaman). Mas, mesmo sem Wan, o universo dos seus filmes continua sendo expandido com spin-offs. Já tivemos dois Annabelle, e agora este A Freira – todos os três são derivados do Invocação do Mal.

A Freira (The Nun, no original) foi dirigido por Corin Hardy (A Maldição da Floresta) – James Wan aqui está creditado na produção e na história. Isso é um problema, claro. Com um diretor genérico, o filme é até divertido, mas está longe de ser memorável.

Pelo menos o filme é divertido. Diferente da onda “pós terror” de Hereditário, A Freira é terror pop. O público fã do estilo vai se divertir com vários jump scares. Além disso, a ambientação é legal, os cenários de um castelo na Romênia ajudam a criar um bom clima. Cronologicamente, A Freira é o primeiro filme da série, já que se passa antes de Annabelle 2: A Criação do Mal. Mas é claro que é melhor ver na ordem que foram filmados.

Uma coisa curiosa no elenco: a protagonista é Taissa Farmiga, irmã mais nova (21 anos de diferença!) da Vera Farmiga, protagonista de Invocação do Mal. As duas são muito parecidas, mas suas personagens não são parentes. Também no elenco, Demián Bichir, Jonas Bloquet e Bonnie Aarons.

Parece que o próximo filme do “Waniverse” vai ser sobre The Crooked Man, sobre o Homem Torto, que aparece no segundo Invocação do Mal. Aguardemos.