A Guerra do Amanhã

Crítica – A Guerra do Amanhã

Sinopse (imdb): O mundo fica chocado quando um grupo de viajantes do tempo chega em 2022 para entregar uma mensagem urgente: Trinta anos no futuro, a humanidade está perdendo uma guerra global contra uma espécie alienígena mortal. A única esperança de sobrevivência é que os soldados e civis do presente sejam transportados para o futuro e se juntem à luta.

Primeiro filme live action dirigido por Chris McKay (que dirigiu Lego Batman e editou Uma Aventura Lego), A Guerra do Amanhã (The Tomorrow War, no original) é muito divertido. Parece uma mistura de Independence Day com Aliens o Resgate. Mas, assim como Independence Day, a gente não pode se ligar muito em detalhes do roteiro, porque aí podemos descobrir várias inconsistências.

Algumas coisas funcionam bem, outras nem tanto. Gostei muito dos alienígenas, tanto do visual, quanto do cgi. O conceito é bem legal, são bichos com seis patas e dois rabos que soltam espinhos, e são muitos, e são rápidos. Conseguiram criar um novo monstro, e que é assustador! E, sobre o cgi, muitas cenas são claras, de dia. A gente sabe que muitos filmes usam cenas escuras pra esconder falhas no cgi. Isso não acontece aqui.

Agora, o roteiro… Esse lance de viagem no tempo é complicado. O mais lógico seria voltarem no tempo pra logo antes do surgimento dos monstros, mas eles explicam que não conseguem escolher a data exata. Mas, ora, como é que escolheram a data da final da Copa do Mundo?

(Aliás, cena engraçada pros brasileiros. Logo no início, as pessoas estão vendo pela TV o jogo da final da Copa do Mundo no Qatar, ano que vem. Brasil contra um time de azul que não consegui identificar. Mas vemos o nome do jogador brasileiro: “Peralta”.)

Mas, ok, eles não conseguem ajustar a data. Mas, então, por que mandar pessoas do presente pra morrerem no futuro, numa guerra que não tem como ganhar? Não seria mais lógico voltar e se preparar para o dia e local onde os monstros apareceriam, para evitar que se espalhassem pelo mundo, e assim ninguém morreria nessa nova linha temporal?

(Cada vez que penso mais na viagem no tempo, mais desenvolvo outras soluções melhores que a apresentada. Melhor parar por aqui.)

Ainda no roteiro, um breve spoiler quase inofensivo. Ter um estudante do ensino médio como especialista em vulcões é uma solução que hoje em dia não cola mais. Mais uma vez, me lembrei do Independence Day com os alienígenas sendo derrotados por um vírus de computador. Os anos 80 ligaram, e pediram essa cena de volta!

A Guerra do Amanhã é longo, duas horas e vinte, e tem um bom ritmo nas cenas de ação. Agora, as partes de drama no meio são um pouco cansativas. Tem uma cena na praia onde rola quase uma DR onde fiquei pensando “por que tanta problematização?”

Chris Pratt está bem, apesar de seu personagem não ser muito diferente do Starlord que a gente está acostumado. Uma surpresa positiva foi ver o JK Simmons boladão – um tempo atrás, viralizou uma foto dele malhando, com barba branca, e o diretor, quando o procurou, disse que queria um visual como o daquela foto. Ele aparece pouco, mas está ótimo. Por outro lado, toda vez que aparecia o Sam Richardson, ele atrapalhava. Um dos piores alívios cômicos do cinema recente. Ele realmente travava as cenas com as piadas sem graça e fora de hora. Também no elenco, Yvonne Strahovski, Betty Gilpin, Jasmine Mathews e Keith Powers. Ah, pra quem via 24 Horas, Mary Lynn Rajskub, a Chloe, tem um papel pequeno mas importante.

Por fim, recomendo que você não pense muito nas inconsistências e se divirta. Fiquei até com pena de não ter visto no cinema, algumas cenas com vários aliens pediam uma tela grande!