Film Noir

filmnoir

Film Noir

Um desenho animado com cara de filme noir. Todos os clichês estão lá: a trilha de soft jazz, os monólogos, as mulheres fatais…

Nosso personagem principal começa o filme diante de um homem recém assassinado, mas com amnésia: não sabe quem é, e como chegou lá, e muito menos quem matou aquele homem.

Aos poucos, vai juntando as pistas e consegue descobrir a sua história.

O visual do filme é muito interessante. Quase tudo em preto e branco, com alguns detalhes em cores. Lembra um pouco Sin City – que também tem algo de noir. A animação, tecnicamente falando, não é lá grandes coisas, mas funciona perfeitamente pro que se propõe.

As idéias são muito boas, a trama é envolvente, mas achei um pouco confuso na parte final, quando tudo é explicado. Talvez a trama devesse ser um pouco menos rocambolesca…

A divulgação do Festival do Rio naquele ano disse que havia sexo explícito neste desenho, mas não é verdade. Tudo bem que o sexo é um pouco incomum em desenhos, mas é discreto.

Se um dia for lançado por aqui, vale um aluguel de dvd numa tarde chuvosa.

Contos de TerraMar

terramar

Contos de TerraMar

Um desenho animado japonês com tintas fantásticas? Me lembrei logo do genial A Viagem de Chihiro, ganhador do Oscar de melhor desenho animado de 2003, que vi no mesmo Festival, uns 5 anos antes. Ainda mais sabendo que o diretor Goro Miyazaki é filho de Hayao Miyazaki, diretor de Chihiro

A aventura é baseada na série de romances de Ursula K. Le Guin e inspirada em Shuna’s Journey, história em quadrinhos de Miyazaki pai. Nela, algo está afetando o equilíbrio das coisas. Ao mesmo tempo, o príncipe Arren está em conflito com uma sombra que o persegue. Sua chance de melhora chega com o arquimago Sparrowhawk, que passa a protegê-lo. Os dois seguem viagem juntos e por onde passam encontram sinais de que algo vai mal no mundo. O responsável não tarda a surgir – é Cob, um feiticeiro maligno (que em momento algum parece feiticeiro, e sim feiticeira!).

A animaçãao não é lá grandes coisas, principalmente em tempos de guerra entre Disney, Pixar e Dreamworks. Nada muito comprometedor, mas fica alguns degraus abaixo. Pra compensar, temos cenarios muito bonitos de pano de fundo.

O desenho não consegue se decidir entre ação, drama e fantasia. Em alguns momentos a historia é bem arrastada – são quase duas horas de projeção! Mesmo assim, não chega a ser chato. Pode ser uma boa opção se passar no circuito.

Nunca li um mangá, tampouco sou fã de animes. Talvez por isso este desenho não tenha me empolgado muito. Principalmente se comparado com o trabalho do Miyasaki pai…

Star Wars – The Clone Wars

Star Wars – The Clone Wars

Uma nova série animada de Star Wars vem aí, novamente para o Cartoon Network, assim como foi a outra série Clone Wars, criada por Genndy Tartakovsky (o mesmo de Laboratório do Dexter). Só que, desta vez, a qualidade das imagens é bem melhor, e resolveram juntar os 3 primeiros episódios e lançá-los antes no cinema, como se fosse um filme: Star Wars – The Clone Wars.

Tive a oportunidade de ver a pré-estréia, junto com o pessoal do Conselho Jedi do RJ, e posso dizer que, de um modo geral, o filme agradou! Como fã, posso dizer que me diverti à beça vendo batalhas entre Clone Troopers e exércitos de robôs, e vendo vários novos duelos entre jedis e siths…

A nova série se situa entre os episódios II (O Ataque dos Clones) e III (A Vingança do Sith). Obi Wan Kenoby e Anakin Skywalker estão junto a exércitos de Clone Troopers, no meio da guerra contra os andróides – as “Guerras Clônicas” do título! – quando Anakin, sem pedir, “ganha” uma padawan (aprendiz de jedi), Ahsoka Tano. Ao mesmo tempo, Jabba o hutt (o mesmo que aparece em O Retorno do Jedi) pede ajuda aos Jedi porque seu filho foi sequestrado. E descobrimos que o grande vilão Conde Dooku e sua assecla Asaj Ventress estão por trás disso.

Só vejo dois problemas aqui. Um deles é a improvável aliança entre os Jedi e Jabba – achei um pouco forçado, são estilos de vida e de trabalho completamente diferentes e incompatíveis. O outro problema é que, infelizmente, já sabemos o fim da história. Como Ahsoka não é mencionada nos filmes posteriores, infelizmente já sabemos que ela vai morrer. Assim como já sabemos que alguns dos duelos não terão fatalidades, afinal, vemos os personagens depois…

Apesar disso, a história funciona bem. Os novos personagens são interessantes – além de Ahsoka e seu ímpeto adolescente ainda somos apresentados a mais Hutts! E as cenas de ação, com mais cara de Pixar do que de Cartoon Network, são ótimas! Ok, talvez o humor dos andróides lembre os filmes dos trapalhões, mas nada que estrague o resultado final…

Que a força esteja com vocês!

Wall-E

Wall-E

Apesar da criançada talvez preferir o também bom Kung Fu Panda, preferi este Wall-E. É um desenho adulto. Não, não falo de nada violento, muito menos sexual, qualquer criança pode ver sem riscos. Mas a temática do desenho é adulta, a criançada não vai achar muita graça…

Num futuro distante, aproximadamente daqui a 700 anos, a Terra está abandonada. Numa cidade vazia coberta de lixo, vemos Wall-E, um solitário robozinho trabalhando initerruptamente. Sua função é simples: compactar lixo em blocos cúbicos e empilhá-los. E, aparentemente, sua única companhia é uma barata, que fica em sua “casa”, uma espécie de garagem onde ele guarda peças de reposição e vários tipos de bugingangas que encontra no lixo.

Assim é o dia-a-dia de Wall-E, até que aparece um outro robô, desta vez um “robô fêmea”, Eva, muito mais avançada do que ele. E ele se apaixona, sentimento que aprendeu vendo um velho filme em vhs que passa em sua garagem.

O filme então se mostra um filme romântico como nos velhos tempos, onde um “adorável vagabundo” faz de tudo pela sua bela amada. Não se vê muito disso hoje em dia…

Eva veio para uma missão secreta, e quando completa sua missão, se desliga, deixando Wall-E novamente sozinho. Até que, quando Eva volta para o lugar de onde veio, Wall-E consegue ir junto, e descobrimos finalmente o que aconteceu com a humanidade.

Falei que era filme adulto, né? Nesta segunda parte, vemos uma feroz crítica à nossa sociedade de consumo. As pessoas obesas e preguiçosas e só se comunicam online e nunca se tocam! Este momento do filme parece meio Kubrickiano, e numa determinada cena, aliás, numa genial cena, vemos que é realmente uma homenagem ao cinema de Kubrick em 2001.

Em se tratando de Pixar, o mesmo estúdio que nos trouxe Monstros S.A., Procurando Nemo e Os Incríveis, nem preciso falar que a animação é de cair o queixo, né? Bem, preciso falar sim. A animação parece ser ainda mais impressionante que nos filme anteriores! Acho que nunca vi algo deste nível antes!

Este é Wall-E. Se não tiver nenhuma criança para levá-lo ao cinema, arrisque sem medo uma sessão só com adultos!