Cemitério Maldito 2019

Crítica – Cemitério Maldito (2019)

Sinopse (imdb): Dr. Louis Creed e sua esposa, Rachel, mudam-se de Boston para o Maine rural com seus dois filhos pequenos. O casal logo descobre um misterioso cemitério escondido nas florestas perto de sua nova casa.

Nova versão de Cemitério Maldito, um dos livros mais populares de Stephen King. E aí?

Dirigido pela desconhecida dupla Kevin Kölsch e Dennis Widmyer, este Cemitério Maldito (Pet Sematary, no original), não é um filme ruim. Longe disso. Mas… É igualzinho ao filme feito 30 anos antes. Acho que a palavra certa é “desnecessário”.

Mas… vou repetir um parágrafo que escrevi quando falei da refilmagem de Papillon: “A refilmagem é quase igual ao filme original. Aí fica a pergunta: precisa? O caso é parecido com o recente Assassinato no Expresso do Oriente. A refilmagem não traz nenhuma novidade com relação ao original. Mas por outro lado, dificilmente uma pessoa mais nova vai procurar um filme feito nos anos 70. E é aí que a refilmagem tem o seu espaço: mostrar um filme velho para uma nova geração.”

É por aí. Este Cemitério Maldito tem a mesma função de Papillon e Assassinato no Expresso Oriente. Só precisa mudar “anos 70” pra “anos 80″… 😉

Cemitério Maldito tem uma boa ambientação e acerta no clima de terror (nisso, é mais eficiente que o original). Mas a narrativa é lenta demais, e quase todas as surpresas estão no trailer. Mas admito que gostei do fim.

Sobre o elenco, traço comentários parecidos com o anterior. O casal principal (Jason Clarke e Amy Seimetz) não atrapalha, mas também não se destaca. John Lithgow, como sempre, manda bem. E a menininha Jeté Laurence é fantástica.

Sem querer soar repetitivo, este novo Cemitério Maldito até vale, pra quem não viu o original, ou pra quem viu há muito tempo. Mas é desnecessário.

p.s.: A imagem do cartaz, com as crianças mascaradas (que também estão no trailer) traz uma ideia muito boa, mas sub utilizada. Queria ver mais dessas crianças, pena que elas pouco aparecem…

Cemitério Maldito (1989)

Crítica – Cemitério Maldito (1989)

Sinopse (imdb): Após uma tragédia, um pai, de luto, descobre um antigo cemitério atrás de sua casa com o poder de ressuscitar os mortos.

Tá chegando um novo Cemitério Maldito aí, é hora de rever o original.

Dirigido por Mary Lambert (que na época tinha um grande currículo com videoclipes), Cemitério Maldito (Pet Sematary, no original) é uma boa adaptação de Stephen King (que também escreveu o roteiro). Ok, revisto hoje em dia, algumas coisas “perderam a validade” e parecem meio toscas. Mas, mesmo assim, é melhor que a maioria das adaptações de King lançadas na época.

A ambientação do filme é muito boa. E a icônica cena do atropelamento continua boa até hoje. Gosto dos efeitos especiais com animatronics, mas sei que isso é uma das coisas que ficaram datadas.

Sobre o elenco, o casal principal Dale Midkiff e Denise Crosby não é bom, mas funciona., Fred Gwynne, do seriado clássico Os Monstros, está melhor. Mas o destaque, sem dúvida, é o menino Miko Hughes, que tinha menos de três anos na época das filmagens!

Para os fãs de Ramones: não só a banda compôs a música tema do filme (música que, aliás, foi um dos maiores sucessos do grupo), como ainda toca Sheena is a Punk Rocker em uma das cenas.

Agora vamos à continuação…

A Maldição da Chorona

Crítica – A Maldição da Chorona

Sinopse (imdb): Ignorando o misterioso aviso de uma mãe conturbada, suspeita de ameaçar crianças, uma assistente social e seus filhos pequenos logo são levados a um assustador reino sobrenatural.

E vamos a mais um filme do “Waniverse”… É o sexto filme no universo do casal Warren (depois de Invocação do Mal 1 e 2, dos dois Annabelle e A Freira).

Dirigido pelo estreante Michael Chaves, A Maldição da Chorona (The Curse of La Llorona, no original) não chega a ser exatamente ruim. Mas é tão sem graça que dá desânimo. E olha que Chaves já está escalado para dirigir Invocação do Mal 3…

A lenda da Chorona é meio boba (pelo menos do modo como é apresentada no filme), e a entidade em si tem inconsistências estruturais. O filme até tem uma boa ambientação e alguns jump scares aqui e acolá, mas, convenhamos, a gente já viu isso tudo antes, e melhor filmado.

A protagonista é Linda Cardelini, que funciona para o que o papel pede (ela foi a Velma na versão cinematográfica de Scooby Doo, rola uma breve homenagem aqui). Por outro lado, Raymond Cruz faz talvez o pior alívio cômico da história do cinema – o seu curandeiro é péssimo, e ainda piora quando resolve fazer piadinhas. Também no elenco, Patricia Velasquez, Roman Christou, Jaynee-Lynne Kinchen, e Tony Amendola, repetindo o papel que fez em Annabelle.

Acredito que a garotada que vai ao cinema de shopping atrás de um terror pra se divertir vai curtir. Mas, infelizmente, A Maldição da Chorona é mais um que ficou devendo. James Wan, volte à cadeira de diretor!

Nós

Crítica – Nós

Sinopse (imdb): A serenidade de uma família se transforma em caos quando um grupo de doppelgangers começa a aterrorizá-los.

Corra! foi uma boa surpresa – tanto que foi indicado aos Oscars de melhor filme, melhor diretor e melhor ator, e ganhou o Oscar de roteiro original. Claro que o roteirista e diretor Jordan Peele faria uma nova obra no mesmo estilo.

Mais uma vez escrito e dirigido por Peele, Nós (Us, no original) mantém a mesma pegada Twilight Zone que vimos em Corra! (não é coincidência que Peele está por trás do novo reboot de Twilight Zone). A trama não tem exatamente uma explicação do que acontece, nem como acontece, isso fica a cargo do espectador. Vai ter gente reclamando, mas heu gosto disso.

Nós tem uma ótima ambientação, Peele consegue criar um eficiente clima tenso, além de saber brincar bem com os clichês do cinema de terror. O roteiro tem algumas escorregadas, mas nada grave. Peele veio da comédia, e, assim como em seu filme anterior, Nós tem suas piadas. Mas aqui achei mais bem dosadas que em Corra!

No elenco, Lupita Nyong’o dá um show – não quero falar mais por causa de spoilers, mas podemos dizer que ter uma grande atriz faz diferença. Também no elenco, Winston Duke, Elisabeth Moss, Tim Heidecker, Shahadi Wright Joseph e Evan Alex

Nós é talvez um degrau abaixo de Corra!. Mas quem gostou do outro vai curtir este novo.

p.s.: Famílias que quiserem ideias simples para festas a fantasia podem providenciar macacões vermelhos, luvas de couro e tesouras. Fantasia pronta!

Não Olhe

Crítica – Não Olhe

Sinopse (imdb): Não Olhe é um thriller psicológico que conta a história de Maria, uma estudante de segundo grau alienada cuja vida é virada de cabeça para baixo quando ela troca de lugar com sua sinistra imagem no espelho.

Chega às telas Não Olhe (Look Away, no original), mais um terror / suspense meia boca.

O pouco conhecido roteirista e diretor Assaf Bernstein até consegue criar um clima interessante, e os efeitos simples de espelho são bem utilizados. Mas, por outro lado, o roteiro tem uns furos horríveis (como um personagem que some da trama depois que é atacado pela protagonista). E achei o final bem fuén.

No elenco, a protagonista India Eisley até funciona bem no papel duplo. Jason Isaacs (o Lucius Malfoy de Harry Potter) não atrapalha, com um personagem bem antipático. A decepção fica com a sumida Mira Sorvino, que deveria ter continuado sumida em vez de aceitar um papel ruim num filme idem.

Talvez seja melhor seguir o conselho dado no título e olhar outro filme…

A Morte Te Dá Parabéns 2

Crítica – A Morte Te Dá Parabéns 2

Sinopse (imdb): Tree Gelbman descobre que morrer repetidas vezes é surpreendentemente mais fácil que os perigos que temos pela frente.

O divertido A Morte Te Dá Parabéns, de 2017, terminava bem e não pedia uma continuação. Mas, Hollywood é assim, se um filme tem um bom retorno financeiro, a continuação é quase certa.

A boa notícia é que A Morte Te Dá Parabéns 2 (Happy Death Day 2U, no original) não segue a cartilha das continuações de slasher. Quase sempre uma continuação deste estilo é uma repetição da fórmula do filme anterior. Mas aqui temos um filme que nem chega a ser exatamente terror, temos uma boa mistura com comédia e ficção científica.

Dirigido pelo mesmo Christopher Landon do primeiro filme, A Morte Te Dá Parabéns 2 não repete o formato, e sim desenvolve a ideia do loop temporal – mais não digo por causa de spoilers. E, na “parte comédia”, o filme é cheio de tiradas ótimas, e tem uma “sequência Deadpool” que é uma das coisas mais engraçadas que vi nos últimos tempos.

Infelizmente nem tudo funciona. A história dá tantas voltas que às vezes a gente não sabe se o assassino continua sendo um elemento importante. E achei o momento com a “francesa” um pastelão bobo. Mas mesmo assim, A Morte Te Dá Parabéns 2 continua sendo uma boa diversão.

O elenco repete a galera do primeiro filme. Jessica Rothe está ótima como a mulher de saco cheio do loop temporal. Também no elenco de rostos desconhecidos, Israel Broussard, Phi Vu, Rachel Matthews e as novidades Suraj Sharma e Sarah Yarkin.

Rola uma cena pós créditos com um gancho para mais uma continuação. Li em algum lugar que Christopher Landon pretende mudar o estilo mais uma vez. Ok, sr. Landon, você tinha a minha curiosidade, agora você tem a minha atenção.

Suspiria (2018)

Crítica – Suspiria (2018)

Sinopse (imdb): Uma escuridão rodopia no centro de uma companhia de dança de renome mundial, que englobará a diretora artística, uma ambiciosa jovem bailarina e um psicoterapeuta de luto. Alguns vão sucumbir ao pesadelo. Outros finalmente vão acordar.

Depois do original, vamos à refilmagem. Dirigido por Luca Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome), Suspiria (idem no original) tem uma característica que já o coloca à frente de outras refilmagens de clássicos: não quer copiar o original (como, por exemplo, o Psicose do Gus Van Sant). Se você tem um clássico incontestável na mão, o ideal seria não refilmar; mas se a refilmagem é inevitável, não copie o original, porque provavelmente você não fará um trabalho melhor.

Este Suspiria é diferente do anterior. Parece uma outra história contada a partir do mesmo argumento (dançarina americana vai estudar numa escola de dança na Alemanha dos anos 70 e descobre que é um covil de bruxas). Diferente, não ficou melhor, mas tem seus méritos.

A sequência final é boa, mas o destaque está bem antes, numa cena de ensaio de dança solo misturada com uma das mortes mais violentas já mostradas no cinema. Se o filme todo fosse na pegada desta cena, teríamos um novo clássico.

Mas o filme tem barrigas. São duas horas e trinta e dois minutos (o original tinha uma hora e trinta e oito!), não tem história para tudo isso, o filme cansa. E isso num filme de terror sem jump scares (outra coisa que vai afastar parte do público).

O elenco até funciona. Dakota Johnson não é uma grande atriz, mas serve para o que o filme pede. Chloë Grace Moretz está excelente, mas aparece pouco. Tilda Swinton dá um show, como sempre. Também no elenco, Mia Goth, Jessica Harper, Malgosia Bela e Angela Winkler.

A cena que citei vale o ingresso. Mas o filme original é melhor.

Suspiria (1977)

Crítica – Suspiria (1977)

Sinopse (imdb): Uma americana recém-chegada a uma prestigiada academia de balé alemã chega à conclusão de que a escola é uma fachada para algo sinistro em meio a uma série de terríveis assassinatos.

Tem refilmagem de Suspiria, e descobri que nunca vi o original. Bora consertar isso!

Dirigido por Dario Argento em 1977, Suspiria (idem, no original) é um dos maiores clássicos do cinema de horror. Isso é indiscutível. Mas, será que hoje, mais de 40 anos depois, ainda é um bom filme?

Vamulá. Vamos primeiro ao que ainda funciona. A fotografia do filme, com cores fortes e saturadas, ainda é um espetáculo visual que merece ser visto. Até hoje, décadas depois, o visual do filme é celebrado e homenageado em dezenas de produções.

Outro ponto a ser citado é a elogiada trilha sonora, do grupo italiano Goblin. A música tema é fantástica e perfeita para o clima do filme. Agora, um comentário sobre a banda Goblin. Modéstia à parte, entendo bastante de rock progressivo europeu dos anos 70. E só conheço Goblin pelas trilhas sonoras (além de Suspiria, eles também fizeram as trilhas de Prelúdio Para Matar e O Despertar dos Mortos). Boas trilhas, mas, enquanto banda, não alcançaram o sucesso.

Por outro lado, o roteiro é confuso e em alguns momentos não faz sentido. E as atuações são péééssimas, nível “escola de atuação Dr, Francisco” (segundo o Podtrash). Com certeza novos espectadores vão ficar incomodados com essa parte.

E o veredito: Suspiria é um espetáculo cinematográfico, bela fotografia, com cores fortes e um som forte acompanhando. Experiência obrigatória para amantes de cinema. Mas sei que hoje em dia muita gente não aceitaria algo tão “fora da caixinha”.

Se você quiser saber a minha opinião, gostei muito. Mas não recomendo para qualquer um.

Agora vamos à refilmagem…

Stalled

Crítica – Stalled

Sinopse (imdb): Um zelador fica preso em um banheiro feminino e se vê cercado por um ataque de uma horda de zumbis.

Na última semana do ano, fui ao simpático Cine Joia, prestigiar a sessão do Cramulhão, sessão mensal que passa filmes de terror “fora da caixinha”. O filme da vez foi este Stalled, comédia britânica de zumbis, lançada em 2013.

Desculpem a falta de modéstia, mas, um filme de 5 anos atrás que não entrou no meu radar não deveria ser grandes coisas. Heu não esperava muito de Stalled. Foi melhor assim, sem expectativas, porque o filme é não é lá grandes coisas.

Dirigido pelo desconhecido Christian James, Stalled (segundo a sessão Cramulhão, Enclausurado em português) traz algumas boas piadas, mas fica devendo no resultado final. Algumas ideias são muito boas, achei genial toda a sequência do “Jeff do TI”. Por outro lado, o papo com a Heather cansa na segunda metade do filme.

No elenco, ninguém conhecido. Mas o filme é quase um monólogo de Dan Palmer (que também escreveu o roteiro).

Divertido. Mas bobinho.

Mata Negra

Crítica – Mata Negra

Sinopse (Fantaspoa): Numa floresta do interior do Brasil, uma garota vê sua vida – e de todos ao seu redor – mudar terrivelmente, quando encontra o Livro Perdido de Cipriano, cuja Magia Sombria, além de outorgar poder e riqueza a quem o possui, é capaz de libertar um terrível mal sobre a Terra.

Opa! Filme novo do Rodrigo Aragão, num cinema pertinho da minha casa! Imperdível!

Não nego. Sou fã do Rodrigo Aragão, desde que vi Mangue Negro num festival no CCBB. De lá pra cá, consegui ver os seus longas seguintes em festivais (A Noite do Chupacabras, Mar Negro, Fábulas Negras), todos os três com a presença do próprio!

Como sempre, a maquiagem é excelente (Aragão é um dos melhores maquiadores do Brasil, nos últimos meses vi seu trabalho em outros dois filmes, O Doutrinador e Mal Nosso). Os efeitos especiais também são bons (para o que o filme propõe), assim como a trilha sonora percussiva. Alguns detalhes técnicos também ficaram bem legais, uma cena, em particular, entrou na minha galeria pessoal de melhores planos sequência – a câmera passeia pelo cenário enquanto trocam os atores, mostrando ao mesmo tempo duas linhas temporais, uma explicando um procedimento, a outra o executando.

Mata Negra é menos galhofa que os anteriores – arriscaria dizer que é o primeiro filme sério do Rodrigo Aragão (apesar de alguns momentos engraçados). Talvez por isso, tenha alguns problemas com ritmo, em alguns momentos cansa um pouco. Mas o final do filme é sensacional! Desde já estou ansioso por uma continuação!

Infelizmente, o cinema de terror nacional ainda é nicho, e sei que pouca gente vai ver Mata Negra. Pena. Quem perde é o espectador. Principalmente aquele que escolher um terror mais fraco, como Cadáver.