Hellraiser 2022

Hellraiser 2022

Sinopse (imdb): Uma versão do clássico de terror de Clive Barker de 1987, onde uma jovem lutando contra o vício toma posse de uma antiga caixa de quebra-cabeça, sem saber que seu objetivo é convocar os Cenobitas.

Na Hollywood atual cheia de remakes e reboots, até que demorou pra chegar o novo Hellraiser – que já estava sendo anunciado há anos.

Mas, antes do filme, posso falar um pouco da franquia?

O primeiro Hellraiser, de 1987, foi marcante por vários motivos. Não só é um filme muito bom até hoje (apesar de alguns efeitos especiais que perderam a validade), como marcou a estreia de Clive Barker nos cinemas. Barker era um promissor escritor de terror, elogiado pelo próprio Stephen King (que, tirando algumas exceções, não tinha muito sucesso nos cinemas) – mas, com o tempo, vimos que Barker não viraria um grande nome no cinema nem na literatura (seus filmes frequentemente usam universos paralelos ligados à dor e ao sadomasoquismo, como Nightbreed, O Último Trem e Livro de Sangue). Até hoje ele é lembrado apenas pelo seu primeiro filme.

Pra mim, Hellraiser ainda foi marcante por outro motivo. O cinema de terror na época era muita galhofa, muitos títulos eram divertidos. Ok, admito que gosto de filmes assim, mas também gosto de um terror sério de vez em quando. E eram raros os filmes de terror sérios no fim dos anos 80. Me lembro de poucos: A Maldição dos Mortos Vivos (Wes Craven), Comando Assassino (George A Romero), O Príncipe das Sombras (John Carpenter) – e este Hellraiser.

Mas aí vieram as continuações – problema comum na época. Cada continuação era pior que o antecessor. Talvez seja ok até o terceiro filme, mas, pelo que chequei agora pelo imdb, foi até o décimo filme! E os novos filmes eram cada vez piores, até o ponto que heu, que era fã da franquia, abandonei. Devo ter visto até o sexto ou sétimo, aí desisti.
Normalmente não curto reboots e remakes, mas neste caso de Hellraiser entendo que era algo necessário…

Dirigido por David Bruckner (A Casa Sombria), este novo Hellraiser (que tem o mesmo nome do original) não é uma continuação, porque o Pinhead tem uma mudança significativa (daqui a pouco volto nisso); nem uma refilmagem, porque a história é diferente da original. Trata-se de um reboot, o que significa que devem estar pensando numa nova franquia.

Hellraiser tem alguns pontos positivos e outros negativos. Vamulá. Tem uma coisa que me incomodou, mas pode ser um head canon meu. Uma coisa que heu sempre gostei foi o cubo – queria ter um enfeitando minha sala. E, na minha memória, era quase sempre um cubo. Mas aqui a parada toma diversas formas, quase nunca é um cubo. Mas, ok, de repente já era assim e heu tinha me esquecido.

Uma coisa que gostei foi quando uma pessoa vai encontrar os cenobitas, que parte do cenário começa a se mexer como se fosse o cubo – ou seja, a pessoa já está “dentro” do cubo. Não me lembro disso nos outros filmes, achei que foi uma ideia visual que ficou boa.

Sobre o Pinhead, tem gente criticando na internet. Antes era o Doug Bradley (se não me engano, ele foi o Pinhead em oito dos dez filmes), e agora foi trocado por uma atriz, Jamie Clayton. Sim, mudaram o gênero do Pinhead. Mas… Dois comentários: 1- Os cenobitas são demônios que são ligados à dor e à tortura. Tanto faz se é um homem ou uma mulher, nunca teve nenhuma sexualização em cima dos cenobitas. Então, por mim, não faz diferença qual é o gênero. 2- A atriz é boa! Sua caracterização de Pinhead ficou boa! Tanto o visual, quanto a voz, gostei da Pinhead.

Dito isso, preciso dizer que não curti a nova versão. Sei lá, o antigo me trazia uma sensação de sujeira, de perversão sexual, e este novo parece limpo e estéril. Mesmo nas cenas onde tem sangue e gore, o filme não incomoda. Parece que os novos realizadores não entraram na onda sadomasoquista proposta pelos filmes antigos.

Além disso, o filme é escuro (problema recorrente em produções com poucos recursos, pra esconder efeitos especiais deficientes); e os personagens são fracos – a gente deveria torcer pela protagonista, mas a protagonista aqui tem zero carisma.

E pra piorar, o roteiro é muito previsível. Qualquer um acostumado com filmes de terror vai conseguir adivinhar até a ordem dos acontecimentos.

Ou seja, não é ruim, mas está longe de ser bom. É apenas mais um terror genérico. E pior é que deve ter continuações…

Hellraiser – Renascido do Inferno (1987)

HellraiserCrítica – Hellraiser – Renascido do Inferno

Hora de rever um dos mais assustadores filmes dos anos 80!

Uma mulher infiel encontra o seu amante morto, que está tentando reconstituir seu corpo, enquanto é caçado por demônios, depois que escapou de um inferno sado-masoquista.

Lá pros anos 80, Stephen King era o maior nome da literatura de horror, mas quase todos os seus livros viravam filmes ruins quando adaptados (tirando algumas honrosas exceções, como O Iluminado, Carrie e Cemitério Maldito). O próprio King se arriscou e dirigiu uma adaptação de um conto seu, Comboio do Terror, mas ficou tão ruim quanto a média.

Aí surgiu um tal de Clive Barker, talentoso escritor de terror – o próprio King disse em uma entrevista que Barker seria o seu sucessor. E Barker resolveu dirigir um filme, baseado em um de seus livros, “The Hellbound Heart”. E – diferente de King – o filme, lançado em 1987, ficou excelente! Finalmente tínhamos um bom escritor “e” diretor de terror!

(O tempo nos mostrou que Barker, como escritor, ainda não não alcançou a fama de King; e, como diretor, tem um talento bissexto…)

Em Hellraiser, Barker nos apresenta uma história meio doentia, com alto teor sado-masoquista e um pé no erotismo – aliás, outras histórias de Barker têm esse mesmo teor sado-masô, o cara deve curtir essa onda. Aqui, em Hellraiser, conhecemos os cenobitas, demônios que habitam uma dimensão paralela, que estão em todos os filmes da série.

O clima do filme é fantástico. Neste filme, os cenobitas aparecem pouco, e conhecemos aquele cubo, tão legal que heu sempre quis um. Alguns efeitos especiais não sobreviveram ao passar dos anos – rolam uns desenhos animados por cima do filme, efeito muito muito tosco. Por outro lado, a maquiagem continua eficiente.

Hellraiser teve oito (!) continuações, e tem previsão de ser refilmado. Não vi todos os nove filmes, a qualidade foi caindo com o tempo (como era previsível) – parei em um onde o Pinhead é enganado por um holograma (talvez o quinto ou sexto), achei isso muito capenga.

Mas este primeiro continua um grande filme, ainda recomendadíssimo!

Lentes do Mal / Dread

Lentes do Mal / Dread

Três estudantes universitários fazem um trabalho sobre o tema “medo”. Até que um dos três se torna obcecado pelo assunto e as coisas saem do controle.

Escrito e dirigido pelo estreante Anthony DiBlasi, Lentes do Mal é baseado num conto de Clive Barker. Mas, diferente da maioria das suas histórias, aqui não há um mundo sobrenatural paralelo ao nosso. O negócio é, literalmente, lidar com traumas e medos pessoais.

Isso não significa que Lentes do Mal é um terror psicológico! Temos uma boa quantidade de gore e sangue na tela. Aliás, a câmera no machado foi uma boa sacada! 😉

No elenco, o “menos desconhecido” é Jackson Rathbone, que esteve em Crepúsculo e S Darko. Ainda temos boas atuações de Shaun Evans, Hanne Steen e Laura Donnelly.

Li na internet que o conto original focava mais na parte da tortura, no fim do filme. Bem, não li o conto, não posso comparar. Mas posso dizer que o filme funciona bem assim.

Enfim, boa opção para os fãs de terror. Não sei se será lançado em dvd. Mas já está disponível para download.

Livro de Sangue

Livro de Sangue

Apareceu nas lojas, sem nenhum alarde, um novo filme de terror, este Livro de Sangue. Até aí, nada demais. Até a gente ler que se trata de uma história de Clive Barker!

A trama mostra uma escritora e professora ligada a assuntos paranormais que investiga uma casa supostamente assombrada, com a ajuda de um aluno também com poderes paranormais.

O nome Clive Barker surgiu na literatura como “o novo Stephen King”. King sempre foi um bom nome nos livros, mas no cinema, suas adaptações quase sempre fracassam (com algumas honrosas excessões). Aí surgiu o excelente Hellraiser, escrito e dirigido por Barker. Uau! O novo escritor de terror também faz cinema! E o filme é bom! Mas, sei lá por qual motivo, Barker fez pouquíssima coisa pro cinema (como diretor, ele só fez mais dois filmes, Raça das Trevas – Nightbreed e Mestre das Ilusões).

Livro de Sangue, dirigido por John Harrison segue um padrão que existe em quase todas as histórias de Barker: sangue, sexo e dor, ligados a um universo paralelo (como foi em Hellraiser, Nightbreed e The Midnight Meat Train). A diferença aqui é que o tal universo paralelo não é um mundo fantástico e sim o limbo onde ficam as almas.

Livro de Sangue é um pouco lento, mas os fãs do estilo de Barker não vão se decepcionar. Sua estética sadomasoquista está presente, e muito sangue rola na tela. No elenco, ninguém muito famoso: Sophie Ward, Jonas Armstrong e Clive Russell.

O filme é baseado no primeiro conto de uma coleção de livros de terror escritos por Barker. Não acharei estranho se rolarem continuações.

Raça das Trevas – Nightbreed

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Raça das Trevas – Nightbreed

Aaron Boone tem pesadelos terríveis com monstros que habitam um lugar chamado Midian. Acontece que Midian é real, e ele acaba descobrindo o lugar e seus monstros!

Durante anos heu procurei este filme de 1990. Afinal, ele é escrito e dirigido por Clive Barker –  o mesmo de Hellraiser, desta vez baseado no seu livro “Cabal”. E, acreditem, não passou nos cinemas brasileiros e nunca foi lançado nem em vhs nem em dvd…

Acabei me esquecendo e deixando pra lá, até que vi um post no fotolog de um amigo que me lembrou dele: http://www.fotolog.com.br/pigarts/54190447

Voltemos um pouco no tempo. Stephen King sempre foi considerado “o mestre do terror na literatura”. Mas os filmes baseados nos seus livros quase sempre fracassaram – claro que com algumas honrosas excessões (Carrie, A Estranha e O Iluminado podem ser dois bons exemplos). Até que, no meio dos anos 80, o próprio King resolveu dirigir um filme. Lembro do trailer, mostrava o escritor-agora-virando-diretor falando para as câmeras algo como “até hoje, as pessoas não conseguiram passar as minhas histórias para o cinema. Isso agora vai mudar, porque eu vou dirigir a minha próxima história!” Mas o resultado disso foi o sofrível Comboio do Terror (Maximum Overdrive), mais um filme ruim baseado em Stephen King…

Aí, no fim dos anos 80, surgiu o nome Clive Barker. A mídia adora vender escritores como “o novo qualquer coisa”, né? Poizé, era a vez do “novo Stephen King”. E Barker resolveu dirigir um filme baseado em livro seu. O resultado foi o excelente Hellraiser, filme que mostrava vários seres fantásticos que viviam numa dimensão paralela ligada à dor e ao sadomasoquismo.

Nunca li seus livros, mas posso dizer que o cara acertou na primeira tentativa no cinema!

Aí veio o anúncio desse Nightbreed, que, por sua vez não chegou a ser lançado no Brasil. Por isso fiquei tanto tempo para conseguir ver. Continua sem distribuição por aqui, mas hoje é fácil de se conseguir “nas melhores lojinhas de torrent”…

Bem, agora que finalmente consegui ver “Nightbreed”, posso dizer que seria melhor tê-lo visto na época. Hoje em dia alguns lances parecem meio caricatos… E outros parecem meio sessão da tarde… Sei lá, talvez visando um alcance maior de público, algumas cenas que deveriam ser violentas ficam suaves demais. Pela primeira vez, achei que um filme merecia uma refilmagem. De preferência nas mãos de alguém que nem o Guillermo del Toro em O Labirinto do Fauno – filme que mostra perfeitamente o clima de seres bizarros, mundos alternativos e violência e sangue na dose certa…

Num elenco cheio de rostos desconhecidos, um nome chama a atenção. O psiquiatra dr. Philip K. Decker (uma homenagem ao escritor Philip K. Dick e a um de seus personagens famosos, Rick Deckard) é interpretado por David Cronenberg, ele mesmo, o diretor de A Mosca, Gêmeos, Mórbida SemelhançaSenhores do Crime. E Cronenberg faz um ótimo trabalho. Pena que ele fica pouco tempo na frente das câmeras…

Outra curiosidade: o líder dos habitantes de Midian, Lylesburgs, é interpretado por Doug Bradley, o famoso Pinhead, o líder dos cenobitas em Hellraiser!

O fim do filme é em aberto, esperando uma continuação que nunca existiu. Pesquisando pela internet, descobri que aqui no Brasil foi lançada uma série de 10 capítulos em quadrinhos contando a história “Raça das Trevas”, mas mesmo assim, ainda estava incompleta: a série lá fora teve 25 capítulos!

Enfim, apesar de datado, o filme ainda vale ser visto! Principalmente porque Barker é um diretor bissexto – até hoje, só dirigiu três filmes (além dos dois citados, O Mestre das Ilusões também é dele).

O Último Trem / The Midnight Meat Train

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O Último Trem /The Midnight Meat Train

Um fotógrafo, atrás de fotos mais realistas, sai pela noite de Nova York, e acaba encontrando um serial killer que busca suas vítimas no metrô de madrugada.

Baseado no conto homônimo de Clive Barker (Hellraiser), O Último Trem / The Midnight Meat Train é um bom filme de terror despretensioso. Digo isso porque foi mal lançado, enquanto porcarias como Os Estranhos passam nos cinemas…

O filme tem muito gore. Muitas cenas graficamente explícitas, muito sangue. Bom para os fãs do gênero!

Um dos melhores achados do filme foi colocar Vinnie Jones no papel de Mahogany, o sinistro e quieto assassino. Todo mundo conhece o tipo de papel que ele costuma fazer, aquele “cara grandalhão e mal-encarado que quando encara você é melhor atravessar a rua e ir para a outra calçada” (como em Snatch ou em 60 Segundos). Pois bem, aqui ele empresta a sua cara mal-humorada para um perfeito serial killer.

Outra curiosidade: uma das mortes mais “legais” (graficamente falando, vendo pelo lado do gore), quando um cara leva uma marretada na nuca e seus olhos saltam para fora das órbitas, é protagonizada por um tal de Ted Raimi, irmão do Sam Raimi, diretor das trilogias Evil Dead e Homem Aranha, entre outros bons filmes.

A parte final do filme é meio estranha, o filme toma um rumo diferente que talvez desagrade algumas pessoas. Mas nada grave, na minha opinião.