Filha do Mal

Crítica – Filha do Mal

Filme novo de terror estilo “documentário fake”. Fui ver qualé.

Quando Isabella Rossi era criança, sua mãe matou três pessoas em um ritual de exorcismo, e foi transferida para um hospital psiquiátrico em Roma. Agora, vinte anos depois, Isabella quer saber a verdade sobre o que aconteceu com sua mãe, e vai visitá-la com a companhia de um documentarista.

Sabe quando um filme tem boas ideias mas sai quase tudo errado? Filha do Mal (The Devil Inside, no original) é um caso desses. São tantos os erros que fica difícil de listar tudo.

Nem tudo é ruim. A cena do exorcismo no porão é boa, e também gostei da mãe, Maria Rossi (Suzan Crowley). O filme também traz alguns sustos, mas acho que o melhor deles é o do cachorro, que nada tem a ver com a trama.

Mas o roteiro é tão forçado que fica difícil de “comprar” o filme. Tipo assim: a mulher vai pra Roma pra fazer um documentário sobre o que aconteceu com a mãe. Até aí, ok. Chegando em Roma, ela aparece em uma aula de exorcismo e nesta única aula conhece dois padres que de repente viram os especialistas máximos no assunto. Pior: mesmo sabendo que estão contra as normas da Igreja Católica, os padres topam contar todos os segredos para a câmera, sem nenhuma hesitação.

E por aí vai, o filme inteiro. E olha que é um filme curto, de menos de uma hora e meia. E o terço final ainda é extremamente previsível – tudo o que acontece foi antes avisado no curto trecho da aula de exorcismo…

Tem outro problema, semelhante a Apollo 18. Se era pra ser “encontramos filmagens reais” não era pra ter tantas câmeras com tantos ângulos diferentes – a cena da aula de exorcismo tem câmeras espalhadas em vários lugares. Quem editou esse material? Era melhor assumirem que é ficção – além do mais, hoje em dia esse papo de “filmagem real” não engana mais ninguém.

No elenco, a única coisa digna de nota (pra nós) é a presença de uma protagonista brasileira, Fernanda Andrade. Como o filme foi bem nas bilheterias, Fernanda deve ter mais chances em Hollywood. Tomara que em filmes melhores…

O fim do filme ainda gerou uma grande vaia no cinema. Mas, sei lá, nem achei o final em si tão ruim. A vaia podia ter começado bem antes…

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Se você gostou de Filha do Mal, o Blog do Heu recomenda o Top 10 de Realidade Fake.

Abismo do Medo 2 – The Descent Part 2

Abismo do Medo 2 – The Descent Part 2

Dirigido por Neil Marshall (Cães de Caça, Juízo Final), o primeiro Abismo do Medo foi um dos melhores filmes de terror de 2005. Claro que ia ter uma continuação, né?

Esta segunda parte começa logo depois que acaba o primeiro filme. Sarah, a única sobrevivente, é resgatada e levada ao hospital, ainda em choque. Mas o xerife quer levá-la de volta às cavernas para tentar achar alguma outra sobrevivente. E, uma vez lá embaixo, tudo começa de novo…

Acredito que todos que vão ver este filme também assistiram o primeiro, certo? Então, ninguém vai ficar decepcionado. Esta segunda parte traz o mesmo clima claustrofóbico do primeiro filme. Temos também alguns bons sustos e algum gore. Novidades? Nenhuma, claro! Simplesmente uma continuação, sem nada de novo.

A direção coube ao esteante Jon Harris, que antes era editor, e trabalhou em diversos filmes, como o primeiro Abismo do Medo e Snatch. E o elenco repete dois nomes do primeiro filme, Shauna Macdonald e Natalie Jackson Mendoza. De resto, ninguém conhecido.

De um modo geral, achei o filme claro demais. Caramba, eles estão nas profundezas das cavernas, sem nenhuma fonte de luz! Mas acho que isso também acontece no primeiro filme. E outra coisa que achei estranha é que acredito que aquelas criaturas cegas deveriam ter uma audição melhor, não?

Mas, na verdade, o que mais me incomodou não foi isso. Porém, antes de falar, preciso de um aviso de spoiler do primeiro filme!

SPOILER!

SPOILER!

SPOILER!

Vocês se lembram do fim do primeiro filme? Sarah consegue fugir da caverna, entra num carro e vai embora. Até que, de repente, acorda! Ela nunca tinha saído da caverna! E assim acaba o filme.

Como assim, o segundo filme começa com ela já fora da caverna??? Como é que ela saiu???

FIM DO SPOILER!

Enfim, um filme interessante para os fãs do primeiro Abismo do Medo, mas nada essencial.

E que venha a parte 3!

Demons

Demons

Um grupo de pessoas se vê preso dentro de um cinema em Berlim, onde está passando um filme de terror com demônios que se espalham como um vírus. No cinema, assim como no filme, demônios começam a tomar conta das pessoas – quem é ferido, vira outro demônio.

A ideia é genial, não? Este é um perfeito exemplo de “giallo” italiano dos anos 80. Muito sangue, muito gore, e… Precisa de mais?

Vou contar uma história que aconteceu comigo. Tive uma boa adolescência cinéfila nos anos 80, vi muita coisa na tela grande. Nem sempre em bons cinemas, como foi o caso deste Demons. Vi este filme no finado Studio Copacabana, um cinema bem poeira que tinha na Raul Pompéia, perto de onde hoje tem a Le Boy. É legal ver num cinema vagabundo um filme onde pessoas são atacadas por demônios num cinema vagabundo!

Demons foi dirigido por Lamberto Bava, filho do mestre do terror Mario Bava. E outro mestre, Dario Argento, produziu e escreveu o roteiro. O filme tem pedigree!

As atuações são exageradas, como sempre foi comum em filmes italianos do gênero. E, aparentemente, os atores foram dublados em inglês, o que só piora. Por outro lado, os efeitos especiais e de maquiagem, a cargo de Sergio Stivaletti, são ótimos (dentro da proposta trash, claro!).

Enfim, ótima opção para aqueles que sabem apreciar uma bela tosqueira, como este que vos escreve!

Santa’s Slay

Santa’s Slay

É Natal! Então, nada como ver um filme natalino!

Neste bizarro filme de terror, Papai Noel é um demônio que perdeu uma aposta, e por isso tem que passar mil anos distribuindo presentes para as crianças. Findo o prazo de mil anos, agora ele quer vingança!

Bill Goldberg, ex campeão de luta-livre, é o grande nome do filme, fazendo um Papai Noel com cara delutador de telecatch!

No elenco principal, o único nome famoso é Emilie de Ravin, a Claire de Lost. Curiosamente, a cena inicial, um breve prólogo, tem uma família composta por James Caan (não creditado), Fran Drescher (do seriado The Nanny), Chris Kattan e Rebecca Gayheart.

O filme é irresistível! Apesar da cara de sessão da tarde, não sei se um filme com tantas mortes bizarras passaria na tv no horário vespertino…

Santa’s Slay é uma grande bobagem, com um roteiro cheio de furos. Mesmo assim, é divertidíssimo!

Jogos Mortais 6

Jogos Mortais 6

Ninguém pediu, mas olha lá na programação dos cinemas: mais um Jogos Mortais…

Gosto muito do primeiro Jogos Mortais. Um filme cru, violento e com um dos finais mais surpreendentes da história do cinema. Mas nunca dei bola pras continuações, acho todas elas iguais, bem mais fracas que o original, e me confundo sobre o que acontece em cada uma delas.

Mesmo assim, continuo assistindo. Por que?, alguém vai me perguntar. Ora, os filmes não são obras primas, mas são filmes honestos! Os tais jogos mortais citados no título brasileiro são criativos, rola muito sangue, muito gore, e sempre temos mortes bem feitas, graficamente falando. Mais: os filmes são curtos, e a edição é eficiente, principalmente no clímax final, onde, não raro, rola uma surpreendente virada no roteiro.

Esta sexta parte da franquia segue essa cartilha. Nada demais, apenas uma boa e honesta diversão, para aqueles que procuram algo do gênero.

Tormented

Tormented

Um gordinho nerd, sacaneado pelos valentões da escola, se suicida. Mas promete voltar para se vingar!

Tormented não traz nada de novo ao gênero slasher. Aliás, acredito que o slasher nunca mais terá novidades, já mostrou o que era para mostrar, muitas mortes, pouco cérebro, tá bom assim. Mesmo assim pode ser um bom programa para quem apenas quer se divertir. E algumas das mortes mostradas aqui são bem criativas!

No elenco, nenhum rosto conhecido. Li na internet que pelo menos duas das atrizes estão na série Skins, mas como nunca vi esta série, não posso falar muita coisa…

O filme tem um probleminha, pelo menos na minha visão “de menino”. Temos algumas cenas de nudez, mas sempre nudez masculina. Olha, nada contra ver bunda de homem (nada a favor também, é bom registrar!), mas, poxa, nada de nudez feminina?

Livro de Sangue

Livro de Sangue

Apareceu nas lojas, sem nenhum alarde, um novo filme de terror, este Livro de Sangue. Até aí, nada demais. Até a gente ler que se trata de uma história de Clive Barker!

A trama mostra uma escritora e professora ligada a assuntos paranormais que investiga uma casa supostamente assombrada, com a ajuda de um aluno também com poderes paranormais.

O nome Clive Barker surgiu na literatura como “o novo Stephen King”. King sempre foi um bom nome nos livros, mas no cinema, suas adaptações quase sempre fracassam (com algumas honrosas excessões). Aí surgiu o excelente Hellraiser, escrito e dirigido por Barker. Uau! O novo escritor de terror também faz cinema! E o filme é bom! Mas, sei lá por qual motivo, Barker fez pouquíssima coisa pro cinema (como diretor, ele só fez mais dois filmes, Raça das Trevas – Nightbreed e Mestre das Ilusões).

Livro de Sangue, dirigido por John Harrison segue um padrão que existe em quase todas as histórias de Barker: sangue, sexo e dor, ligados a um universo paralelo (como foi em Hellraiser, Nightbreed e The Midnight Meat Train). A diferença aqui é que o tal universo paralelo não é um mundo fantástico e sim o limbo onde ficam as almas.

Livro de Sangue é um pouco lento, mas os fãs do estilo de Barker não vão se decepcionar. Sua estética sadomasoquista está presente, e muito sangue rola na tela. No elenco, ninguém muito famoso: Sophie Ward, Jonas Armstrong e Clive Russell.

O filme é baseado no primeiro conto de uma coleção de livros de terror escritos por Barker. Não acharei estranho se rolarem continuações.

Atividade Paranormal / Paranormal Activity

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Atividade Paranormal / Paranormal Activity

Outro dia li na internet sobre um tal “filme mais assustador da história”. Não gosto muito deste tipo de hype, mas mesmo assim resolvi conferir. Trata-se de mais um filme no estilo que costumo chamar de “reality cinema”: cara de amador, câmera na mão, filmado pelos próprios atores, como se aquilo tivesse acontecido de verdade.

Conhecemos o casal Micah e Katie. Katie convive com uma entidade que a assombra desde a infância. Micah então compra uma câmera de vídeo para tentar filmar o que está acontecendo. Paranormal Activity é o resultado desta filmagem.

Mas, sabe qual é o pior problema aqui? Esse papo de “encontraram uma gravação caseira contando uma história que aconteceu de verdade” não convence mais ninguém. Sem procurar pela internet, me lembro de pelo menos outros seis filmes com a mesma premissa: Aconteceu Perto de Sua Casa (92), A Bruxa de Blair (99), Zombie Diaries (06), [REC] (07), Diário dos Mortos (07) e Cloverfield (08), isso porque não estou falando de Quarentena, refilmagem de [REC]. Alguém ainda consegue “comprar” a ideia?

Confesso que o hype também atrapalha um pouco. O filme tem seus momentos assustadores, mas o próprio estilo de “cinema verdade” impede o uso de muitos artifícios como efeitos visuais ou sonoros. Ou seja, quem for ao cinema procurando o tal “filme mais assustador da história pode se decepcionar.

Mesmo assim, o filme ainda tem os seus bons momentos, como a cena do tabuleiro Ouija, por exemplo.

Resumindo: um filme interessante, mas nada muito essencial.

A Órfã

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A Órfã

Nada como um bom filme de terror, não acham? Daqueles que não subestimam a inteligência da platéia, usam bons atores e têm uma trama bem montada. A Órfã é assim.

Um casal que acabou de perder um bebê ainda na barriga resolve adotar Esther, uma adorável e inteligente órfã de 9 anos. O que eles não sabem é que Esther não é uma menina comum.

Isabelle Fuhrman, que interpreta a pequena Esther, é o grande nome do filme. A menina é sensacional! Esther é uma das crianças mais sinistras da história do cinema! E o resto do elenco também está bem, com o casal Vera Farmiga (Os Infiltrados) e Peter Sasgaard (A Chave Mestra) e as crianças Aryana Engineer e Jimmy Bennett.

O diretor Jaume Collet-Serra, que antes fez o fraco Casa de Cera, desta vez acertou a mão. O filme consegue segurar duas horas de tensão, e sem precisar apelar pro gore. E, ainda por cima, tudo na trama é crível.

Filmão. E assustador!

Alma Perdida

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Alma Perdida

Admito, sou um cara teimoso. Todas as críticas relativas a este filme eram negativas. Todo mundo falou mal! Mas sou teimoso e gosto do estilo. Por isso, lá fui heu assistir mais um filme ruim.

Uma jovem começa a ter visões e pesadelos, e descobre que está sendo assombrada por um dibbuk, uma entidade maligna do ocultismo judaico.

A história é fraca e confusa. E achei todos os sustos forçados.

Uma das poucas coisas boas de Alma Perdida é sua protagonista, Odette Yustman, que além de ser bonitinha, funciona para o que o papel pede. Só é uma pena que ela não tira a roupa, apenas fica de roupa de baixo…

E sim, Gary Oldman está no elenco, mas num papel menor, e não consegue salvar o filme.

Enfim, desnecessário.