A Cura

A CuraCrítica – A Cura

Um executivo ambicioso é enviado para recuperar o CEO de sua empresa de um idílico mas misterioso “centro de bem-estar” em um local remoto nos Alpes suíços, mas logo suspeita que os tratamentos do spa não são o que parecem

Pouco depois de vermos O Chamado 3 estreando nos cinemas, apareceu o filme novo do Gore Verbinski, o diretor do primeiro Chamado – hoje mais conhecido pela franquia Piratas do Caribe e por ter ganhado um Oscar por Rango.

A Cura (A Cure for Wellness, no original) chamou a atenção pelo trailer, que dava a entender que teríamos um bom terror psicológico. Mas quando vi a duração do filme, já fiquei com o pé atrás: quase duas horas e meia! A gente aceita essa duração em filmes em terror quando um Kubrick filma um O Iluminado. Mas dificilmente seria um desses casos.

Infelizmente heu estava certo. A Cura até começa bem, o clima do início do filme é legal, boa ambientação num castelo europeu, bonita fotografia… Mas, conforme o filme avança a trama fica mais rocambolesca e começam a aparecer furos no roteiro. E o problema desses furos é que quanto mais a gente pensa neles depois que o filme acaba, mais os furos ficam maiores. Pra piorar, o filme começa a ficar cansativo – se você não tem história pra duas horas e meia, não faça um filme de duas horas e meia!

No elenco, a gente olha o protagonista Dane DeHaan e se pergunta se ele foi chamado porque se parece com o Leonardo Di Caprio e o filme queria vender uma onda meio Ilha do Medo. É, a gente até lembra do Di Caprio, mas DeHaan perde feio na comparação. Também no elenco, Mia Goth e Jason Isaacs.

No fim, fica a impressão de que A Cura tinha potencial e poderia ser um bom filme. Mas ficou só na intenção.

Rango

Rango

Estreou a esperada animação que coloca a voz de Johnny Depp num camaleão!

Um camaleão da cidade grande acidentalmente cai do carro de seus donos, e vai parar no meio do deserto, onde acaba virando o xerife da cidade de Poeira, um típica cidadezinha do Velho Oeste.

De cara heu já desconfiava que Rango não seria um desenho animado padrão – afinal, a direção está nas mãos de Gore Verbinski, diretor dos três Piratas do Caribe. Não esperava algo no estilo “Disney / Pixar / Dreamworks”, o que temos visto muito nos últimos anos.

Pode não ser Pixar, mas a textura da animação é impressionante. Rango não usa o padrão usado por Hollywood, de criar caricaturas de animais, para deixá-los mais “fofinhos”, todos os bichos são mais próximos dos reais, às vezes nem parece um desenho animado. Aliás, algumas (poucas) cenas são filme “de verdade”, com atores. Nem dá pra notar diferença…

Rango vai agradar a garotada, mas acho que vai agradar mais os pais que os levarem. Depois de um início meio surreal, o filme vira um legítimo faroeste, só que protagonizado por bichos. E talvez seja um pouco longo pra criançada – 1h47min, enquanto os desenhos atuais normalmente têm por volta de meia hora a menos.

Ainda falando nos adultos, o filme traz algumas citações geniais. Adorei a sequência “Apocalypse Now“, com a Cavalgada das Valquírias de Wagner tocada por banjos! E prestem atenção, no início do filme, quando Rango está sendo jogado de um carro para outro, que ele passa por um carro onde estão personagens iguais aos de Medo e Delírio, filme de Terry Gilliam estrelado por Depp.

A trilha sonora de Hans Zimmer é outro ponto alto. Não só os temas dos “momentos faroeste” são muito bons, como ainda temos umas corujas mariachi narrando parte da história.

A dublagem é boa – usaram sotaque regional para a população da cidade de Poeira. Mas fiquei com pena de não ter visto com o som original, já que o elenco gringo traz, além de Depp, Isla Fisher, Abigail Breslin, Ned Beatty, Alfred Molina, Bill Nighy, Harry Dean Stanton, Ray Winstone e Timothy Oliphant, este último, um dos poucos que mostra a cara (numa caracterização que lembra o Clint Eastwood).

Um último comentário: por que Rango? Aqui no Brasil, é impossível não associar o nome do camaleão à comida. Mas não tem nada a ver, o nome vem de “Durango”, que ele lê numa garrafa… E acho que, em inglês, era pra soar parecido com “Django”…