E.T. – O Extraterrestre

Crítica – E.T. – O Extraterrestre

Hora de pegar as crianças pra rever E.T. – O Extraterrestre!

Alguém não conhece a história? Um garoto encontra um pesquisador botânico alienígena, e desafia as autoridades para ajudá-lo a voltar para o seu planeta.

Todo mundo viu E.T., né? Não tem muito o que falar sobre um filme desses. Clássico contemporâneo, marcou a vida de um um montão de gente, consolidou o diretor Steven Spielberg como um dos maiores nomes de sua geração, foi o maior recordista de bilheteria por mais de uma década, etc., etc., etc.

O que ainda funciona? A trilha sonora é uma das melhores da longa e rica carreira de John Williams. O boneco, criado por Carlo Rambaldi (Alien, Possessão), também é muito bem feito, e consegue ao mesmo tempo assustar e cativar. E os efeitos especiais, top de linha na época, continuam bons – a cena dos garotos andando de bicicleta pelos céus ainda arrepia.

É curioso ver o elenco hoje. Henry Thomas, o protagonista, nunca mais fez nada digno de nota; já sua irmãzinha é a Drew Barrymore, então com sete anos de idade, em seu segundo papel no cinema. Entre os coadjuvantes infantis, temos C. Thomas Howell na “gang das bicicletas”, e a futura coelhinha da Playboy Erika Eleniak como a menininha que dá mole pro Elliott. Acho que Peter Coyote é o único adulto reconhecível.

Agora, rever um filme icônico 30 anos depois tem seus problemas. Muito da magia do filme se perdeu. Hoje, adulto, vi um monte de defeitos que passaram batido quando heu era criança. Tem umas falhas bizarras no roteiro, como quando todos ignoram a quarentena no meio do procedimento e tiram suas máscaras, ou quando deixam o Elliott sozinho com o E.T. Além disso, tem uns momentos do roteiro onde claramente o único objetivo é criar sentimentalismo barato – qual outra razão para a conexão entre Elliott e o E.T.?

Tem outro problema. O dvd que tenho é a versão alterada digitalmente. Esta versão tem uma das duas alterações mais bisonhas da história do cinema digital, na cena onde armas foram apagadas das mãos dos policiais e foram substituídas por walkie talkies (a outra alteração digital bisonha foi o Greedo atirando antes do Han Solo em Guerra nas Estrelas). Ainda tem uma cena bem tosca com o E.T. mexendo com pasta de dente que me parece novidade, mas não tenho certeza.

Mesmo assim ainda é um grande filme. Só que hoje digo que é um filme supervalorizado. Hoje, depois de três décadas, Contatos Imediatos do Terceiro Grau me parece um Spielberg absurdamente melhor…

O Espetacular Homem Aranha

Crítica – O Espetacular Homem Aranha

Ué, como assim, já tem reboot da franquia Homem Aranha? É, ninguém pediu, mas já está em cartaz nos cinemas o primeiro filme de uma nova trilogia…

Peter Parker, um estudante meio nerd, descobre uma maleta que pertenceu a seu pai, que desapareceu quando ele era criança. Começa então a investigar o caso – o que o leva ao laboratório do Dr. Curt Connors, antigo sócio de seu pai, onde acaba sendo picado por uma aranha e ganhando super poderes.

O Espetacular Homem Aranha não é ruim. Mas tem um grave problema: perde na comparação inevitável com a trilogia dirigida por Sam Raimi.

Na minha humilde opinião, o timing deste reboot foi um erro grave. Os filmes da trilogia de Raimi foram lançados em 2002, 04 e 07. Se a qualidade do terceiro filme é questionável, o mesmo não acontece com os dois primeiros, reverenciados pela crítica e pelos fãs do heroi. E isso tudo é muito recente, os filmes estão por aí em dvd e blu-ray, e em reprises constantes na tv. É muito cedo pra se falar em reboot! É muito cedo para vermos exatamente a mesma história!

Provavelmente os produtores se inspiraram no “caso Batman”. Em 1989 e 92, Tim Burton fez dois bons filmes com o Homem Morcego, mas em 95 e 97, Joel Schumacher “cometeu” duas atrocidades, o ruim Batman Eternamente e o péssimo Batman e Robin. Até que em 2005 Christopher Nolan salvou a reputação do Morcegão, com o excelente reboot Batman Begins. Ou seja, não só esperamos mais tempo entre os primeiros filmes e o reboot, como a saga estava com a moral lááá embaixo… O que não é exatamente o caso do Aranha!

Um dos argumentos que li por aí é que Tobey Maguire (o Peter Parker da trilogia “antiga”) já estava velho para continuar interpretando o papel. Tanto no filme de 2002 quanto neste O Espetacular Homem Aranha, Parker deveria ter por volta de 17 anos, ainda cursando o último ano da escola. Ok, Tobey está velho, acabou de fazer 37 anos, então tem sentido pegar um ator mais novo para o papel. Mas, péra aí, por que Andrew Garfield foi escalado? Será que ninguém reparou que ele tem quase 30 anos? (Garfield faz 29 anos mês que vem!). Ou seja, mais uma vez, Hollywood ignorou as idades dos personagens na hora de contratar os atores. A cena que Emma Stone, com quase 24 anos, grita “eu tenho 17 anos” me deu vontade de rir…

A direção ficou nas mãos do pouco experiente Mark Webb (500 Dias Com Ela) – este é seu segundo longa (Sam Raimi dirigiu nove filmes antes do primeiro Homem Aranha). Webb não faz feio, algumas sequências do Aranha pulando de prédio em prédio, com a câmera na primeira pessoa, ficaram bem legais. Mas… Não sei se foi culpa dele ou do roteiro de James Vanderbilt, Steve Kloves e Alvin Sargent, mas o filme tem sérios problemas de ritmo. Algumas coisas são jogadas sem explicação – por exemplo, como um adolescente de 17 anos consegue costurar tão bem e criar uma maquininha que joga teias? (A solução para as teias do filme de 2002 é diferente do que acontece nos quadrinhos, mas é algo bem mais crível). E em alguns momentos, o filme é leeento. Resultado: suas duas horas e 16 minutos se tornam cansativas, diferente de outros filmes recentes de super herois, mais longos, mas onde o tempo passa e a gente nem sente (Batman Begins tem duas horas e vinte; Os Vingadores tem duas horas e vinte e três).

O elenco está ok. Acho que Andrew Garfield é um pouco velho demais para o papel, mas ele pelo menos é bom ator. O mesmo digo sobre Emma Stone. E gostei de ver Martin Sheen como o tio Ben. Ainda no elenco, Rhys Ifans, Sally Field, Denis Leary, Chris Zylka e C. Thomas Howell num papel pequeno mas importante. E, claro, uma hilária ponta de Stan Lee, o criador do personagem.

Não sou leitor dos quadrinhos, então não posso comparar sob este ângulo. Alguns amigos meus disseram que está fiel aos quadrinhos, outros disseram o contrário… Como filme, independente da adaptação, O Espetacular Homem Aranha pode até funcionar. Mas só pra quem não viu a trilogia anterior. O que é difícil, porque quem é fã do personagem com certeza viu, e quem não dá bola nem vai ver esse…

Ah, claro, como sempre acontece nos filmes da Marvel, tem uma cena depois dos créditos. Mas não é nada demais, apenas um gancho para a continuação…

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